WTTC: “Setor das viagens e turismo luta pela sobrevivência”
Carta aberta do WTTC alerta para a urgência de se adotarem medidas que protejam o setor das viagens e turismo, que representa 10,4% do PIB mundial e 320 milhões de postos de trabalho.

Inês de Matos
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A pandemia de coronavírus é a maior ameaça que o mundo já conheceu em tempos de paz, à qual o setor do turismo está particularmente exposto, alerta o World Travel & Tourism Council (WTTC), que divulgou esta terça-feira, 17 de março, uma carta aberta em que alerta para o facto desta crise colocar em risco cerca de 50 milhões de postos de trabalho no setor das viagens e turismo que, segundo o WTTC, se encontra numa “luta pela sobrevivência”.
“O setor das viagens e turismo está particularmente exposto e estimamos que 50 milhões de postos de trabalho a nível global estão em risco. Para sermos francos, o setor das viagens e turismo está numa luta pela sobrevivência”, alerta o WTTC, numa carta aberta assinada pela presidente e CEO do organismo, Gloria Guevara.
Na carta aberta, o WTTC sublinha que o setor das viagens e turismo é “a espinha dorsal de muitas economias em todo o mundo”, contribuindo em 10,4% para o PIB mundial e representando perto de 320 milhões de postos de trabalho, o que corresponde a cerca de um em cada cinco postos de trabalho em todo o mundo, e crescendo, nos últimos oito anos, sempre acima da média mundial.
“Sem o setor das viagens e turismo, as economias de todo o mundo enfrentam uma ameaça existencial”, destaca o WTTC, que apela aos governos para que tomem medidas imediatas que garantam a “sobrevivência de um setor que é critico para a criação de emprego”.
“Não em breve, não dentro de algumas semanas, mas agora”, alerta o WTTC, considerando que qualquer atraso na adoção de medidas de apoio ao setor “vai ter um custo de milhões de empregos e provocar danos incalculáveis em todo o mundo”.
“Este é o momento de ação”, acrescenta o WTTC, que propõe “três medidas vitais”, que vão garantir a sobrevivência de milhões de pessoas que dependem deste setor nas próximas semanas e meses de turbulência que se vão seguir.
A primeira medida proposta pelo WTTC passa por ajuda financeira que permita garantir os ordenados dos milhões de trabalhadores do setor que estão a ser afetados por esta crise, enquanto a segunda reclama a criação de linhas de crédito ilimitados e sem juros para as empresas turísticas, de forma a evitar o seu colapso. Já a terceira medida proposta pelo WTTC pede aos governos que suspendam, por 12 meses, os impostos que as empresas de turismo são chamadas a pagar.
O WTTC diz que o setor “está a fazer a sua parte” para proteger os trabalhadores, mas lembra que, sem apoios, as viagens e turismo já “estão a entrar em colapso”.
“Estamos a pedir ao mundo que tome medidas urgentes e imediatas para impedir que esta crise global de saúde se torne numa catástrofe económica mundial. Não fazer nada, não é opção”, conclui a carta aberta do WTTC.