Reportagem| Maldivas: Pequeno Pedaço de Céu
Viajámos até um dos destinos que faz parte do imaginário de muitas pessoas e pudemos constatar que, de facto, o paraíso existe e vale todas as horas de voo até lá chegar.

Raquel Relvas Neto
Ministros do Turismo do BRICS pretendem dinamizar ações conjuntas
LATAM Airlines já voa com as novas cabines Premium Business renovadas
Volta ao Mundo 2027 da Princess Cruises visita 61 destinos em 20 países e três continentes
Monte da Bica vai investir 1,5M€ para criar butique hotel, dois lagares e uma sala de provas
Fiscalidade, Emprego, Investimento e Coesão Territorial são os 4 eixos das 13 medidas propostas pela AHRESP para a próxima legislatura
Setor dos Transportes entre os que mais recuaram na constituição de novas empresas até final de abril
Pilotos da TACV anunciam greve de cinco dias a partir de 22 de maio
Turismo de Portugal promove gastronomia nacional no Japão
Vila do Conde vai sediar primeira loja física da Flair Travel
Sabre com oferta NDC da Air France e KLM
Viajámos até um dos destinos que faz parte do imaginário de muitas pessoas e pudemos constatar que, de facto, o paraíso existe e vale todas as horas de voo até lá chegar.
O Pantone Color Institute determinou que a cor do ano 2020 é o azul clássico. Mas nós acrescentamos que devem ser todos os tons de azul. Azul clássico, azul bebé, azul turquesa, azul celeste, azul cobalto. Todos. São todos estes tons de azul que avistamos pela janela do avião à medida que nos aproximamos do Aeroporto Internacional de Velana, em Malé.
Sim, chegámos às Maldivas. Aquele destino onde a maior parte já sonhou em passar umas merecidas férias. Aquele destino que muitos imaginam estar perto da perfeição, de ser o verdadeiro paraíso. Comprovámos: é de facto o paraíso e pode deixar de fazer parte dos sonhos e tornar-se realidade mais facilmente do que julga.
Águas quentes e cristalinas, com uma mescla de tons de azul presente de formas diferentes nos seus 26 atóis e areias tão brancas que encadeiam os olhos. Este é o cartão de visita das Maldivas, aquele que guardamos na nossa memória fotográfica, mas que é enriquecido ao longo de toda uma estada neste destino quase que perdido no meio do Oceano Índico.
Antes de aterrarmos começamos a questionar a geografia das Maldivas que é, como referimos, composta por 26 atóis. Mas o que são atóis? Esta palavra de origem maldiviana serve para definir o conjunto de ilhas que se vão formando, em forma de anel, no mar sobre o mesmo recife de corais, criando no seu interior uma lagoa. Ao todo, as Maldivas têm 1196 ilhas e bancos de areia, destas apenas 203 são habitadas, mas no seu todo formam paisagens únicas e inesquecíveis.
As Maldivas são conhecidas por serem um destino idílico para luas-de-mel e para famílias, mas pudemos comprovar que são, na verdade, para vários tipos de clientes.
Ao sair do Aeroporto Internacional de Velana, o percurso para o resort reservado faz-se de barco (‘speedboat’) para os mais próximos ou de hidroavião para os mais longínquos ou se quisermos um percurso mais célere. Os hidroaviões só levam 14 passageiros de cada vez e as viagens têm uma duração mais curta, mas são também mais dispendiosos e, para já, só voam durante o dia.
Os atóis são divididos pela zona norte e sul. Começámos pelo norte, no atol Lhaviyahi, onde estão cinco dos nove resorts da cadeia hoteleira Crown & Champa Resorts – Innahura Maldives Resort, Kuredu Island Resort, Komandoo Island Resort & Spa, Hurawhali Island Resort e Kudadoo Maldives Private Island by Hurawalhi. Dias depois seguimos para a zona norte do atol Ari, onde se encontra o Veligandu Island Resort & Spa, posteriormente para o sul do mesmo atol para desfrutar do Vilamendhoo Island Resort e, terminámos a nossa viagem, a norte do atol de Malé, no Meeru Island Resort & Spa.
Apesar de se dizer que na zona norte o tempo não é tão convidativo como nos atóis do Sul, a verdade é que as condições climatéricas em qualquer das zonas não frustram qualquer expectativa. Dependendo da época do ano, é natural ocorrerem alguns aguaceiros pontuais, mas as temperaturas mantêm-se elevadas e convidativas para um banho no mar mesmo sob a água da chuva.
Crown & Champ Resorts
O mais importante numa viagem às Maldivas é, além de se optar por um voo com o menor número de escalas e o mais direto possível, saber escolher o resort onde se vai usufruir das merecidas férias. É aqui que tudo pode correr bem ou menos bem. Na verdade, rodeados de um destino tão bonito e apaziguante, são poucas as coisas que podem afetar o nosso estado de espírito.
Dos atuais nove resorts que integram a cadeia Crown & Champa Resorts, tivemos oportunidade de visitar sete, tendo dormido em cinco deles. A nível de atividades disponíveis, que detalhamos à frente, estas não diferem muito entre si. As diferenças são mais visíveis na dimensão do resort e nas facilidades disponibilizadas. A escolha do resort vai depender do tipo de férias que se quer e do género de cliente que se é. Se o objetivo for algo com a maior oferta possível para crianças e famílias, resorts como o Kuredu e o Meeru, muito procurado pelos portugueses, são as opções indicadas devido à dimensão dos mesmos e à oferta diversificada que apresentam.
Menos confusão e um ambiente mais acolhedor é o que se pode encontrar no Innahura, Veligandu e o Komando, assim como no Hurawhali. O Hurawhali é o que está mais perto da perfeição, seja ao nível de qualidade dos alojamentos e áreas públicas, seja na gastronomia ou não fosse neste resort que se encontra o emblemático 5.8 Undersea Restaurant que, como o nome indica, se encontra cinco metros e oitenta centímetros abaixo do nível do mar.
Importante também é optar por um regime, no mínimo, de pensão completa. Aquando nas Maldivas, a última coisa que se vai querer é pensar em dinheiro que se gasta ou deixa de gastar.
Mas é o tipo de quarto que vai fazer verdadeiramente a diferença. A imagem característica de uma estada de sonho nas Maldivas são os bungalows em cima do mar, as denominadas ‘water villas’. O verdadeiro cartão de visita maldiviano.
Dormir em cima do mar é uma experiência única e inesquecível, assim como acordar e descer as escadas para mergulhar aos primeiros raios de sol da manhã. As ‘water villas’ oferecem todas as comodidades possíveis, mas sobretudo a privacidade exigida numa viagem a dois.
Por ordem de preferência, surgem as ‘jacuzzi beach villas’. Com uma estrutura e decoração típica do destino, esta tipologia é igualmente romântica, com a casa de banho no exterior, o que pode inicialmente ser estranho, e um jacuzzi para usufruir ao ar livre com a devida privacidade. Uma das vantagens desta tipologia é sair porta fora, colocar o pé na areia e desfrutar a praia em frente do quarto, consideravelmente distante da ‘jacuzzi beach villa’ vizinha.Esta é também uma vantagem das ‘beach villas’, estar em plena praia, mais distantes das áreas públicas na sua maioria. Existem também as ‘private pool villas’ que, em alguns casos, como no Kuredu, estão mais afastadas da praia e rodeadas da vegetação ou em cima da praia como no Hurawhali, a nossa tipologia preferida neste resort. Talvez a tipologia menos agradável sejam os Garden Rooms. Afastados da linha de praia, bem no interior da ilha de cada resort que conta com esta tipologia, os Garden Rooms são os quartos indicados para quem viaja em grupo, para famílias que queiram despender menos dinheiro e usufruir mais das áreas públicas, ou para mergulhadores que passam o dia fora e só ali vão para descansar.
Atividades
Mas o que se pode fazer nas Maldivas além do ‘dolce fare niente’? Muita coisa. Contudo, há que recordar que as Maldivas são um verdadeiro destino de praia e de tudo o que possa estar relacionado com o mar. Se o propósito for conciliar a praia com uma visita cultural, as Maldivas não têm uma oferta muito vasta nesse campo. Há quem possa querer fazer uma visita a uma das ilhas onde vivem os habitantes, mas só se a intenção for adquirir lembranças a preços mais simpáticos do que nos resorts. À parte disso, as vilas dos habitantes contrastam com o luxo e limpeza dos resorts e nem o lugar de culto muçulmano é razão suficiente de visitação.
Apesar de não termos tido oportunidade de visitar, na capital de Malé pode-se visitar a antiga Mesquita de Hukuru construída com coral esculpido, o Palácio do Sultão e o Museu Nacional das Maldivas.
Se a praia e as atividades náuticas forem cansativas ao final de cinco dias, o ideal é conciliar com um país ali à volta, como o Sri Lanka ou até mesmo o Dubai. Mas confie, sete dias nas Maldivas vão sempre saber a pouco e são tudo menos enfadonhos.
Comecemos pelo mar maravilhoso que nos rodeia e cuja vida marítima é muito rica e que vale muito a pena ser apreciada. As Maldivas são um dos destinos mais procurados por mergulhadores exatamente por toda a riqueza marítima que oferecem. Peixes vários e coloridos, tartarugas, raias e mantas, polvos e até mesmo tubarões inofensivos podem ser apreciados num mergulho ou mesmo a fazer snorkling junto à praia do resort ou num passeio de barco. Sim, existem tubarões nas Maldivas. Os tubarões bebés costumam, inclusive, passear à beira da praia, passando ao pé das nossas pernas sem fazerem absolutamente nada. São totalmente inofensivos e passam o seu tempo atrás das centenas de cardumes que se tentam abrigar junto aos molhes e cais das ilhas.
Para os adeptos de desportos náuticos, os resorts disponibilizam soluções várias desde aulas de mergulho, aluguer de kayaks ou material para windsurf, surf, surf paddle ou jet ski, entre outros. Também os hóspedes menos aventureiros têm opções marítimas de lazer disponíveis, como um passeio de barco ao pôr-do-sol, onde além de se apreciar o cair do sol no mar, somos presenteados por famílias de golfinhos a nadar junto à embarcação. A cereja no topo do bolo. Ou, se tiver sorte, pode-se observar também baleias. As Maldivas são também um destino muito requisitado para os turistas fãs de pesca.
Os resorts são, de facto, muito completos e disponibilizam desde campo de futebol, bicicletas para passeios na ilha, campos de golfe, campo de ténis e de voleibol, entre várias outras atividades, sem claro esquecer os spas, com os gabinetes de massagem com vista privilegiada para o mar.
Mas ler ou simplesmente desfrutar do silêncio (algumas vezes interrompido pelo barulho dos hidroaviões), são igualmente boas opções.
Gastronomia
Quando se viaja para as Maldivas deve-se ter noção que este é um destino muito pobre na produção de alimentos, tendo de importar tudo o que se consome, seja para os turistas como para os próprios habitantes, o que contribui para o elevado preço do destino. Índia, Tailândia, África do Sul ou até mesmo Portugal, com alguns tipos de fruta, entre muitos outros, são os países de origem da maior parte dos alimentos que ali vemos. Não é, portanto, de estranhar que seja possível ter a mais variada gastronomia presente nos resorts, promovendo a realização de noites temáticas nos restaurantes, como a noite europeia ou asiática.
A gastronomia é sempre um dos pontos cruciais para o turista português, logo também um dos principais itens que mais reclamações pode obter, seja qual for o destino.
Os resorts da Crown & Champa têm vários restaurantes disponíveis desde restaurantes buffet a restaurantes à la carte ou só para adultos. Nos buffets a gastronomia disponível costuma ser variada e diversificada, respondendo aos vários gostos dos clientes.
Mas claro que, apesar de menos diversificada, também é possível experimentar a culinária maldiviana onde o atum e o côco são reis, sendo os dois principais produtos alimentares que produzem. Nos Crown & Champa existe sempre uma noite maldiviana, que além de explicar um pouco da história das próprias Maldivas, dão a conhecer a gastronomia e outros costumes do país, terminando com uma mostra de música tradicional.
Devido à proximidade, a influência da gastronomia indiana e tailandesa está muito presente, sendo possível experimentar iguarias destes destinos como os crocantes snacks ‘papadam’ ou perdermo-nos nas coloridas frutas destes países.
As Maldivas são uma experiência que qualquer ser humano deveria ter a possibilidade de desfrutar. Se perguntarem se é o melhor destino de praia experienciado, devemos provavelmente dizer que sim. Só esperamos que este não seja invadido desmesuradamente por mais resorts e que se torne num destino de massas, pois a sua existência enquanto território está ameaçada pelo aquecimento global e a subida do nível da água do mar. Recorde-se que as Maldivas estão, em média, 1,5 metros acima do nível do mar. Há que ser sustentavelmente consciente quando se viaja para um destino tão único e rico que a Natureza nos proporcionou.
Maldivas em destaque
O operador turístico Solférias conta com vários programas para as Maldivas, que está incluída no produto Ilhas Idílicas. Maldivas para casais, famílias e Lua-de-Mel, combinados de Maldivas com Dubai, Sri Lanka ou Índia são algumas das opções disponíveis no operador, que conta com oferta de lugares garantidos com a Emirates à saída de Lisboa ou do Porto para o período da Páscoa ou do verão. Em preparação para ser lançado em breve estão os combinados das Maldivas com Istambul, na Turquia, ou Doha, no Qatar. Os preços da Solférias para uma estada de sete noites no Kuredu em quarto Garden Bungalow em regime de pensão completa começam nos 1785 euros. As companhias aéreas que a Solférias mais utiliza são a Emirates, Qatar Airways, Turkish, KLM/Air France e Lufthansa.