Promoção, condicionamentos do aeroporto e subsídio de voo para residentes no continente são as sugestões de André Barreto
Debater as opções estratégicas para o destino Madeira foi o convite endereçado a André Barreto, economista e administrador da Quintinha de São João, o keynote speaker do primeiro painel do terceiro dia do 45º Congresso da APAVT, que se realizou, exactamente na Madeira.
Raquel Relvas Neto
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Debater as opções estratégicas para o destino Madeira foi o convite endereçado a André Barreto, economista e administrador da Quintinha de São João, o keynote speaker do primeiro painel do terceiro dia do 45º Congresso da APAVT, que se realizou, exactamente na Madeira.
O responsável prometeu que não ia ser consensual com as ideias que tinha a propor à audiência e cumpriu. O excesso de oferta de alojamento, a qualidade dos recursos humanos foram apenas alguns dos temas abordados pelo responsável que considera, quanto ao primeiro assunto, que o destino não deveria “nunca permitir aumentos de oferta superiores a 2% da capacidade instalada. Porque não conseguimos absorver mais do que isso”. Para o responsável teria sido essencial, “em detrimento de andar a pensar em novas camas”, ter “aproveitado para vender melhor as que tínhamos, procurando um posicionamento diferente e buscando consequentemente um segmento de mercado mais elevado, com outro poder de compra”. Este aumento de oferta tem criado, e vai continuar a criar, segundo o responsável, “uma nova pressão, a vários níveis, nomeadamente no preço e RevPar dos hotéis mas não só”, aludindo também às camas que existem em regime de Alojamento Local.
Quanto aos Recursos Humanos, o responsável considera que este é também um problema do destino e defende a “aposta séria numa Escola Hoteleira de referência, por exemplo, e em cursos relacionados com a área que se distingam pela qualidade e relevância dos conhecimentos transmitidos, em consonância com as necessidades do mercado”.
No que diz respeito à Promoção, André Barreto destacou que “o montante que hoje dispomos para promover a Madeira nos vários mercados é manifestamente insuficiente para as necessidades normais do destino”. No âmbito da promoção e da entidade responsável pela mesma, a Associação de Promoção da Madeira, o economista defende financiamento que a associação deve ter um financiamento “100% público”. “Permitam-me que confesse que sou um crente na máxima Tatcheriana de que não existe essa coisa de dinheiro público. Vindo ele de impostos, é sempre eminentemente privado, entregue aos responsáveis da causa pública para dele fazerem a melhor utilização possível”, referiu.
Aos temas prementes do destino não poderia faltar uma abordagem à atual questão do aeroporto e dos seus condicionamentos, o que tem “um impacto comercial brutal, que se percebe bem quando se fala com qualquer transportador aéreo, assunto aliás abordado logo na sessão de abertura”. Quanto a este assunto, André Barreto defende também que é “urgentíssimo de uma vez por todas criar um plano de contingência que permita minorar estes constrangimentos, passe esse plano pelo aeroporto do Porto Santo com ligação à posteriori por via marítima, seja outra solução qualquer. Mas é urgente que se retenham estas operações, hoje perdidas sem retorno para outras paragens”. Inaceitável, disse, é “aceitar que entidades como a ANAC levem mais de dois anos a estudar a questão dos limites actuais do aeroporto e que se achem os verdadeiros donos da chave da casa-de-banho”.
Ainda na questão da acessibilidade aérea, o responsável sugeriu que o Princípio da Continuidade Territorial fosse aplicado também aos residentes portugueses no continente. “Por cá, sempre pensámos nele na perspectiva do ilhéu que tem de poder ir ao continente mas e a inversa por que não se aplica? O território não é o mesmo? Um cidadão de Beja, por exemplo, paga menos portagem para lá chegar do que um nascido em Lisboa?”
“Para podermos aplicar este preceito constitucional sem “rebentar” com as contas públicas, há que fazer um exercício diferente, fugindo do actual modelo cujos principais problemas se centram na excessiva burocratização do processo e, na prática, por consubstanciar um apoio escondido às companhias aéreas que operam a linha, que tendencialmente se encostam no tecto máximo do preço, que muito custa aos cofres do Estado”, explicou. E fundamentou o benefício desta prática, referindo que passa pelo “aumento notório do número de pessoas abrangidas, que pagariam para vir à Madeira um valor teoricamente bastante mais reduzido”.
*No Funchal a convite da APAVT