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Análise

“O Turismo salvou o Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos”

Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

Raquel Relvas Neto
Análise

“O Turismo salvou o Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos”

Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

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Raquel Relvas Neto
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Análise

Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

O Porto tem acompanhado o bom momento do Turismo em Portugal. Como caracteriza o atual momento turístico da cidade do Porto?
Julgo que tem sido um momento de reconhecimento da qualidade do destino, numa altura bastante desafiante do ponto de vista turístico. Como se tem vindo a mostrar nas estatísticas, o melhor momento das taxas de crescimento passou. Hoje o destino Portugal cresce a taxas muito inferiores às que cresceu durante, 2014, 2015, 2016. Isto é evidente, mas o destino Porto e Norte tem tido capacidade de, num momento desafiante, continuar a apresentar taxas de crescimento muito interessantes, não só a nível de dormidas, mas mais significativo no que concerne aos proveitos. É um ponto importante, que é a capacidade que o destino tem tido de requalificar o tipo de turista que vem à cidade e à região. É fundamental, por duas perspectivas: por um lado a questão do que é a diversificação. A cidade está hoje muito menos dependente do tradicional ‘city-break’, do turista que vem cá passar o fim-de-semana. A cidade está também com um peso relativamente relevante do ponto de vista dos turistas não europeus, que são tipicamente turistas com estadas muito mais elevadas, que deixam muito mais dinheiro na cidade.
O momento é desafiante, mas o Porto tem sido capaz de passar bem esse momento e conquistar novos mercados, o que é excelente. O impacto que se deu no sul do país do ponto de vista do turismo alemão, britânico, holandês, que é muito sensível ao preço, é algo que a nós nos passa incólume.

Que mercados têm crescido?
O mercado norte-americano cresceu bastante, o canadiano, o brasileiro, o mercado japonês, da Coreia do Sul, o australiano. E isso é muito bom na nossa perspectiva de desenvolvimento de cidade e desenvolvimento regional.

A cidade tem colocado algumas regras na abertura de novas unidades hoteleiras e Alojamentos Locais, por exemplo, que possam afetar a autenticidade do destino. Como é feita esta gestão sustentável do destino?
A sustentabilidade, na minha perspetiva, é a capacidade de um negócio se manter são por um longo período de tempo. O turismo em cidade é algo relativamente novo. Era tipicamente um turismo de excursão. Hoje, é um turismo de usufruto e de experiência, e resulta de uma enorme revolução, diria fundamental, que é a democratização do transporte aéreo. Esta veio fazer com que as cidades passassem a ser focos enormes do ponto de vista de experiência turística. Julgo que os desafios que temos são os de fazer com que a cidade nunca perca o seu carácter multifuncional.
Esse é o nosso principal desiderato, a cidade tem de ser multifuncional, tem se ser agradável para quem visita, trabalha, estuda e para quem mora. Evidentemente, isto implica regular. Sou absoluto crente na liberdade, sou um liberal por definição, mas não sou um anarquista, é uma coisa bastante diferente. A liberdade tem que ser gerida, no sentido em que ela não pode interferir na liberdade de outrem. Quando estamos a falar da liberdade de alguém, é sempre a liberdade do conjunto, da comunidade. Somos muito apologistas da regulação preventiva. Ou seja, o Porto criou regulamentos próprios para os autocarros turísticos, regulou os tuk tuks na cidade. O Porto não tem trotinetes, que é moda em todo o lado. O Porto não permite, porque a cidade é nossa. Não somos nada apologistas daquela ideia de que porque é moda temos agora de permitir que as pessoas cheguem cá e usem a cidade. Não. Nós vamos ter trotinetes eléctricas e bicicletas eléctricas, vamos ter os meios eléctricos de transporte, uma mobilidade mais inteligente, mas devidamente regulada com base num concurso público internacional. A nossa lógica é que tem que haver um concurso, as pessoas têm de pagar para usar a cidade, para ter aqui os seus meios e a cidade decide os circuitos, onde é que ficam as trotinetes e as ‘dockstations’.
A nossa lógica é muito o princípio de que a sustentabilidade numa cidade é garantir o mínimo de conflito possível. Costumo dizer isto muitas vezes, gerir uma cidade é gerir um grande condomínio. Sabemos que gerir um condomínio é gerir conflitos e o nosso principal papel é procurar atenuar ao máximo os conflitos que existem entre os diferentes usuários da cidade e, por isso, temos que ser muito preventivos nestas questões e somos muito apologistas de uma regulação bastante forte do ponto de vista destas novas tendências, mas que não podem hipotecar aquilo que é a vida na cidade.

Mas há aqui uma relação muito sensível com as entidades privadas?
Não há nada que seja sensível desde que as regras sejam claras. Trabalhei no sector privado, sei muito bem o que é o sector privado, hoje estou no sector público e julgo que é clara a relação entre sector público e privado. O sector público regula, tem que criar a ordem, criar as leis, tem de ser direto e transparente, tem que assegurar que toda a gente tem direito a participar e este é o papel do agente público. A partir daí é fácil, porque basta cumprir as regras, a lei e darmos condições iguais a toda a gente. Julgo que as pessoas aceitam isto, entendem. Não podemos hipotecar o potencial da cidade dizendo “a cidade precisa de trotinetes”. Não, as trotinetes é que precisam da cidade. O poder negocial está do lado da cidade, não está do lado das trotinetes. A cidade não precisa de trotinetes, porque ninguém vai para uma cidade porque tem trotinetes. É ao contrário, as pessoas, que têm trotinetes, têm de se sujeitar às regras da cidade.

Hotelaria

Quantos projetos estão em desenvolvimento na cidade do Porto?
Neste momento, temos em processo de licenciamento na câmara 55 hotéis para 5465 camas. Temos sete unidades de apartamentos turísticos para 633 camas. Depois temos dois turismos de habitação. Estamos a falar em aumentar a capacidade em 6098 camas. É importante dizer que deste total de novas camas de hotéis, 34% são cinco estrelas, 45% são quatro estrelas, estamos a falar de 80% concentrados num segmento muito alto do ponto de vista de qualidade de oferta hoteleira.

Que tipo de projectos hoteleiros a autarquia gostava de ter na cidade?
A autarquia não tem poder de ter gosto. Se olharmos para estes projetos que temos licenciado são o típico projeto que existe na cidade do Porto. Estamos a falar de 55 unidades hoteleiras para 5460 camas, isto dá perto de 100 camas, dá uma média de 50 quartos por unidade. Isto é a típica situação na cidade do Porto: o hotel está no centro histórico e vai reabilitar um edifício antigo, portanto, não tem grande capacidade estrutural de ter uma dimensão muito grande.
Não temos nada contra, mas estamos a procurar vender a cidade de maneira diferente. Consideramos que a cidade do Porto, com aquilo que é a nossa visão do ponto de vista multifuncional, precisa de ter, por exemplo, ‘business tourism’, e de facto tem todas as condições. Com o pavilhão Rosa Mota, passamos a ter um equipamento que nos vai permitir entrar num campeonato bastante diferente. A Alfândega do Porto é um equipamento fabuloso e tem ganho uma série de prémios como melhor equipamento da Europa, mas com uma dimensão muito limitada, recebe no máximo 1500 pessoas num congresso. Quando chegamos ao Pavilhão Rosa Mota, ao agora Super Bock Arena, encontramos um equipamento com capacidade que pode chegar às 6 mil pessoas num congresso. Considero que isto abre uma frente diferente em termos de cidade. A nossa leitura é que vai ser possível a cidade ter uma oferta hoteleira de muito maior dimensão e que esta oferta pode acontecer na parte ocidental, seja na Boavista, Ramalde ou também no meio da cidade – Ramalde-Paranhos, ou até na parte oriental da cidade, em Campanhã. Será possível passarmos a ter unidades de muito maior dimensão, em zonas diferentes da cidade.

Que outros projetos relevantes estão em desenvolvimento na cidade para torná-la mais atrativa do ponto de vista turístico?
A cidade está a tornar-se bastante ativa. Temos um conjunto de grandes projetos em curso. O Mercado de Bolhão é o nosso projeto mais emblemático do ponto de vista do que reconfigura a aposta do município no centro de cidade, garantindo um equipamento completamente abandonado, ostracizado, sem rumo nos últimos 20 anos da cidade do Porto. Vamos investir 35 milhões de euros no Mercado do Bolhão. Não é um projeto de fazermos um centro comercial no mercado, mas de mantermos exatamente o caráter do mercado de frescos e legumes da cidade do Porto e com uma área de retalho na sua parte exterior. Este é um projeto muito relevante para voltarmos a ter habitantes no centro da cidade, com uma requalificação muito importante de um equipamento fundamental.
Um projeto relevante do ponto de vista da cidade é terminar o terminal de Campanhã, fundamental para a mobilidade da cidade, para requalificar e criar um hub de transportes, entre metro, comboio e autocarros em Campanhã.
Temos também o projeto de reabilitação do matadouro municipal, junto ao Estádio do Dragão. É um projeto multifuncional com escritórios, uma parte museológica, residências para artistas e um pequeno auditório. É um projeto lindíssimo, que foi a concurso, do arquiteto japonês Kengo Kuma e, no fundo, é fazermos na parte oriental da cidade, o que se fez com a Casa da Música na parte ocidental. Um projeto arquitectónico emblemático com um arquiteto de referência mundial. Estes são os investimentos materiais.
Mas basta olhar para a cidade hoje, o nosso projeto é renascer o Porto. Apresentámos recentemente um
estudo com a Ernest & Young relativamente ao ‘slow’ de investimento e, de facto, o turismo já não é o setor mais importante na cidade. Aquela ideia de que o Porto é só turismo, é um mito. O Porto hoje tem uma força económica incrível, porque é um hub tecnológico relevantíssimo do ponto de vista do país e europeu. O maior investimento é nas áreas do ICT (Information and Communication Techonologies, em inglês) com enorme criação de emprego, muitos jovens na cidade, muitas empresas a virem para o centro da cidade. A cidade é hoje uma cidade aprazível numa lógica multifuncional, seja para turismo, trabalhar ou para estudar.

Relativamente à taxa turística da cidade, de que forma esta está a ser aplicada?
Ao contrário de Lisboa, que utiliza a taxa turística para um Fundo de Desenvolvimento Turístico, que auto-alimenta o turismo, nós temos uma lógica diferente. Temos um conceito de sustentabilidade, de turismo sustentado. A nossa questão foi que a taxa turística tem de servir para mitigar a chamada pegada turística, que tem a ver com o impacto que isto cria na cidade, de limpeza, de património, de segurança até. A taxa turística – que não pode ser consignada, ela é uma taxa, entra no nosso orçamento – tem permitido fazer várias coisas. Por um lado, dar mais meios e mais investimento à área de ambiente do ponto de vista da limpeza de cidade. Tem-nos permitido também a entrega de carros para a Polícia de Segurança Pública (PSP), uma vez que o Estado central não tem dinheiro, por isso o município do Porto vai entregar dez automóveis à PSP para assegurar a segurança da cidade, que para nós é fundamental. Este sentimento de segurança é fundamental para um destino que é turístico.
A cidade do Porto investe a taxa turística em tudo aquilo que seja para fazer duas coisas: para que a experiência turística seja o melhor possível; e, em segundo lugar, para que a cidade tenha a capacidade de lidar com um aumento de pressão do número de pessoas que utilizam a cidade.

Captação de rotas

Recentemente, abriu a rota Porto-Dubai com a Emirates, o que é que ainda está previsto nesta área para o Porto?
É um trabalho que não podemos falar muito, por razões óbvias. É um mercado extremamente concorrencial. Diria que a vinda da Emirates é histórica, por várias razões. Em primeiro lugar, Portugal é minúsculo e a Emirates faz duas ligações diretas para cidades que estão a 45 minutos de distância. Numa altura em que a aviação passa por momentos muito complicados, onde poucas linhas são abertas, muito pelo contrário, são fechadas, a Emirates faz uma ligação quatro vezes por semana Porto-Dubai. Julgo que isto é um reconhecimento claro daquilo que é a qualidade do destino Porto.
Considero que, do ponto de vista de linhas, temos uma sorte, ou não, um mérito enorme, de termos um aeroporto que é ‘state of the art’ em termos de infraestruturas. Foi sempre a nossa guerra, na altura com a TAP, sempre dissemos o mesmo, Portugal tinha e tem uma sorte enorme de ter a capacidade de ter um aeroporto perto de Lisboa com a capacidade que o do Porto tem. Durante muito tempo, a TAP achava que a entrada no país era feita por Lisboa, com as consequências que estão à vista de todos. O aeroporto de Lisboa é considerado o pior do mundo em termos de pontualidade e do Porto também é o oitavo pior do mundo em pontualidade. O Porto não está melhor do que Lisboa, mas Portugal está neste ranking desastroso do ponto de vista de pontualidade e isso tem uma culpa, que se chama TAP. A TAP não conseguiu perceber a visão do país e deixou-se acantonar num conjunto do interesse próprio, que não percebo qual é. Dito isto, o aeroporto do Porto é muitíssimo bem gerido, tem uma qualidade enorme, estamos com perto de 12 milhões de passageiros transportados no ano passado. Temos a capacidade de chegar aos 20 milhões, temos muita margem para crescer, com as novas obras no ‘taxi way’ vamos conseguir aumentar em 66% as frequências de aterragem no aeroporto, o que permite maior eficiência do ponto de vista do aeroporto, o que é relevante.
Estamos muito otimistas, porque hoje o Porto já não é o hub da Ryanair, não estamos completamente dependentes da Ryanair, o aeroporto conseguiu diversificar toda a sua panóplia de companhias e é extremamente importante. É com estes reconhecimentos que a Emirates faz, e outras que certamente farão, abrindo linhas diretas para o Porto, que se demonstra a qualidade do destino.

Mas estão previstas novas rotas?
Estamos sempre a lutar por ir buscar destinos. O nosso foco é claramente o transcontinental, porque também consideramos que é preciso gerir o destino numa lógica de médio, longo prazo. O mundo tem que se abrir ao Oriente, estamos no Atlântico e consideramos que as linhas do Oriente são fundamentais e por isso é que esta linha para o Dubai é estratégica e fundamental, tal como a linha da Turkish Airlines para Istambul. Consideramos que as ligações intercontinentais para o Porto são importantíssimas. Esta é a nossa aposta estratégica do ponto de vista de linhas, que são linhas que nos liguem a outros continentes.

Futuro

Que objetivos a Câmara Municipal tem delineados para o futuro do Turismo na cidade?
A nossa visão é clara. O turismo foi fundamental para a cidade. O Turismo salvou a cidade do Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos. O turismo não expulsou ninguém da cidade do Porto, não há turistas a mais, há é portuenses a menos. Estamos sempre do lado do turismo.
Consideramos que o Porto é por definição uma cidade livre, é um porto, entram e saem pessoas, é normal, ninguém tem um porto fechado, murado. Somos a cidade das pontes e adoramos receber. Somos uma cidade que reconhece no turismo algo muito positivo, queremos é agora qualificar a oferta turística da cidade. Queremos fazer com que o turismo tenha diferentes segmentos, trazendo o turismo de negócios para a cidade e queremos que os fluxos se diversifiquem.
Queremos trabalhar muito mais numa lógica de região também. Estamos a trabalhar num novo modelo de ligação entre a Associação de Turismo do Porto e a Entidade Regional porque consideramos que a promoção, seja interna ou externa, tem que ter uma estratégia comum. Não entendemos como é que temos duas entidades que depois não têm uma lógica estratégica comum. Esse foi um dos nossos desideratos, o Porto apoiou claramente a candidatura do Luís Pedro Martins para a Entidade Regional, consideramos que estão reunidas as condições para que haja uma aproximação clara do ponto de vista das duas entidades. E também é público que consideramos que isto tem de passar por uma estratégia comum, portanto uma cabeça comum nas duas entidades.

O Luís Pedro Martins poderá assumir as duas entidades?
Claro, essa é a nossa questão. O Porto considera que não faz sentido o Porto ser presidente da promoção externa. Entendemos que os outros municípios da região têm também que assumir responsabilidades do ponto de vista orçamental. O Porto é um destino relevantíssimo, é uma marca importantíssima, como é evidente, e a região tem de ser inteligente para tirar partido da marca Porto, mas temos que ter uma estratégia regional e transversal do ponto de vista do território. Isso beneficia-nos a todos, também beneficia o Porto dentro da nossa estratégia de qualificação, de maior permanência das pessoas na região, de termos uma economia local mais forte. Os desideratos do ponto de vista estratégico são estes.

Sobre o autorRaquel Relvas Neto

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Quase 60% dos viajantes dizem sentir-se sobrecarregados pelo excesso de opções
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Quase 60% dos viajantes dizem sentir-se sobrecarregados pelo excesso de opções

Um relatório da Travelport revela que 58% dos viajantes sentem-se sobrecarregados pelo excesso de opções, enquanto 56% dizem que as ofertas das companhias aéreas são mais difíceis de entender agora do que eram há 10 anos.

Publituris

A Travelport acaba de divulgar o seu relatório sobre o estado do retalho moderno em 2024. Integrando pesquisas internacionais independentes, comparações entre setores e perceções do consumidor, a manchete do estudo revela que pesquisar e reservar viagens diretamente com os agentes de viagens tornou-se mais demorado e complicado do que nunca.

“Apesar de os agentes de viagens privilegiarem as conexões diretas com o consumidor, o grande volume de opções é imenso para os viajantes, diminuindo a sua confiança no momento de fazer a reserva”, disse Jen Catto, diretora de marketing da Travelport, destacando que “a nossa pesquisa descobriu que, em vez de ficarem animados depois de reservar uma viagem, a maioria dos viajantes fica ansiosa, sem saber se conseguiu obter a melhor oferta. Para o setor de viagens, isso indica que as agências de viagens têm uma necessidade e uma oportunidade cada vez maiores. Sua expertise em comparação de compras ajuda os viajantes a reservar com confiança a melhor opção, de acordo com suas preferências pessoais.”

A Travelport estima que as opções de viagens aéreas passaram de cerca de 500 na classe econômica/executiva em 2010 para mais de 10.000 opções em 2024 (económica, económica plus, flexi-family, executiva, primeira classe etc.). Esse aumento é de 1.900%. Assim, 56% dos viajantes afirmam que as ofertas das companhias aéreas são mais difíceis de entender atualmente do que eram há 10 anos, enquanto 61% também acham que há mais penalidades atualmente ao alterar um voo do que havia há 10 anos, e 66% dizem que há muitas taxas ocultas.

A maioria dos viajantes (71%) às vezes fica ansiosa para saber se conseguiu a melhor oferta depois de reservar a sua viagem, e 42% acham que as ofertas das companhias aéreas ficaram “menos adequadas” ao longo do tempo em relação às suas preferências pessoais.

A maioria dos viajantes (80%) concorda que a comparação de tarifas entre diferentes companhias aéreas é muito demorada, sendo que mais de dois terços (69%) acham que as informações costumam ser restritas em alguns sites de reservas de voos.

Quando se trata de comprar todos os itens da viagem, 60% dos viajantes disseram que passam de uma a quatro horas, em média, planeando, enquanto mais de um terço (36%) passa mais de cinco horas a pesquisar e a comparar opções antes de fazer a reserva.

A maioria dos entrevistados (88%) concorda que seria mais conveniente visualizar todas as opções de voos e tarifas num único sítio, o que provavelmente é o motivo pelo qual mais da metade (54%) disse que normalmente usa um site de comparação para pesquisar informações antes de comprar a sua passagem.

A maioria dos viajantes da geração millennials (70%) e da geração X (64%) costuma recorrer a agências de viagens on-line (OTAs) para fazer reservas, citando como principais motivos as opções e a transparência de preços.

O documento indica ainda que os viajantes estão a recorrer à inteligência artificial (IA) para ter a ajuda de mais do que apenas um chatbot, e as agências dependerão cada vez mais dos seus parceiros de tecnologia para implementar IA e ML (aprendizado de máquina) de formas criativas, como foi o caso da camada de curadoria de conteúdo da Travelport.

Ao reservar voos, os entrevistados disseram que a franquia de bagagem (63%), as políticas de cancelamento e alteração (50%) e a escolha do assento (50%) são os fatores mais importantes na comparação.

“Os agentes de viagens estão continuamente a refinar e expandir as suas ofertas para atender às necessidades e preferências exclusivas dos seus clientes”, acrescentou Catto. “A priorização de parcerias com agências proporcionará um serviço verdadeiramente personalizado aos seus viajantes, e isso tornará a experiência de compra perfeita para todos”, ressalvou.

A amostra da pesquisa consistiu em 1.659 consumidores da Alemanha, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos que fizeram pelo menos um ou mais voos a negócios ou a lazer nos últimos 12 meses.

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Negócios no setor das viagens e turismo caem 12,6% no 1.º semestre de 2024

A atividade global de negócios no setor das viagens e turismo continua em queda. Nos primeiros seis meses de 2024 foram realizados menos 12,6% que em igual período de 2023. A Europa foi a exceção onde o volume de negócios aumentou 11,7%.

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No primeiro semestre de 2024 foram realizados e/ou anunciados, globalmente, 347 negócios no setor das viagens e turismo (incluindo fusões e aquisições, private equity e financiamento de risco), representando uma quebra de 12,6& em comparação aos 397 negócios realizados/anunciados durante o mesmo período de 2023, avança a GlobalData.

A análise do banco de dados de negócios da GlobalData revela que o volume de negócios de M&A (fusões e aquisições) diminuiu 7,4% durante os primeiros seis meses de 2024 em comparação com o período homólogo de 2023, enquanto o número de negócios de financiamento de risco caiu 29,6% na análise do mesmo período. Já o volume de negócios de private equity permaneceu no mesmo nível.

A América do Norte, a Ásia-Pacífico, o Oriente Médio e a África e as regiões da América do Sul e Central testemunharam uma descida anual de 31,7%, 14,5%, 11,1% e 41,7% no volume de negócios durante o primeiro semestre de 2024 em comparação com o primeiro semestre de 2023, respetivamente, enquanto a Europa viu um crescimento anual de 11,7% no volume de negócios.

Da mesma forma, os EUA, China, Austrália e França testemunharam um declínio, na comparação anual, no volume de negócios em 31,5%, 46,4%, 18,8% e 40%, respetivamente, durante o primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período do ano anterior. No entanto, mercados como o Reino Unido, Índia e Japão viram os respetivos volumes de negócios crescerem 7,9%, 12% e 18,2% no período em análise.

Aurojyoti Bose, analista principal da GlobalData, refere que, “apesar de se ter registado um declínio a nível global devido a uma diminuição do sentimento de negociação, a tendência foi mista nos diferentes mercados e regiões, com alguns países a contribuírem para a quebra, enquanto outros registaram uma melhoria da atividade acontecendo o mesmo com os tipos de transações abrangidas”.

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IA confere vantagens diferenciadas às empresas de viagens líderes no mercado

As empresas de viagens líderes no setor do turismo têm 68% mais competências de Inteligência Artificial (IA) do que as concorrentes, segundo o estudo “Building the Travel Company of the Future”, realizado pela Boston Consulting Group (BCG), que também revela seis estratégias baseadas em inovação para as empresas de viagens mais atrasadas nesse domínio ganharem competitividade.

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Estas organizações têm ainda capacidade de oferecer aos seus profissionais 45% mais vantagens diferenciadas, em comparação com as restantes, fatores que lhes permitem ter melhores profissionais, mais eficiência operacional, prestar um serviço de excelência ao cliente e ter um melhor desempenho no mercado, indica o estudo, baseado em inquéritos a 725 executivos de empresas de todas as geografias e abrangendo 24 setores.

O setor do turismo, à semelhança da maior parte das indústrias, está a mudar à medida que as preferências dos consumidores se vão alterando. Atualmente, as viagens são frequentemente planeadas com base na recomendação de influencers das redes sociais, avaliações online ou em anúncios personalizados apresentados por algoritmos. Neste contexto, a concorrência no setor das viagens e as capacidades necessárias para manter a competitividade estão a ser redefinidas.

Apesar das rápidas transformações, o estudo revela que o setor das viagens é um dos mais inovadores e dos mais bem preparados para o futuro. As empresas líderes nesta indústria atingem resultados superiores face às restantes, melhorando a experiência do cliente, a excelência comercial, a inovação operacional e os custos e a resiliência. A sua vantagem em relação à concorrência é particularmente acentuada em duas áreas: no domínio da IA e na diferenciação de gestão de recursos humanos. Primeiro, oferecem vantagens diferenciadas para colaboradores, apostando na melhoria das suas competências e em benefícios como remuneração acima da média e oferta de horários flexíveis para atraírem e reterem os melhores profissionais. Esta estratégia cria vantagens competitivas, considerando que o talento se traduz na oferta aos clientes na forma de uma melhor experiência na reserva e na realização de viagens.

Em paralelo, os líderes neste setor implementam análises avançadas de dados e IA em toda a cadeia de valor. Ao otimizarem a sua cadeia de fornecimento e oferecerem hiperpersonalização, combinam com sucesso capacidades e talento humano e tecnologia avançada, obtendo vantagem face à concorrência.

Entretanto, para se adaptarem às novas exigências dos consumidores, conseguirem cumprir com os objetivos de crescimento e alcançarem as empresas mais inovadoras e líderes de mercado, as empresas de viagens mais tradicionais e mais atrasadas na implementação de inovação devem investir em novas tecnologias, nomeadamente em IA Generativa, de modo a conseguirem personalizar a oferta, criar valor acrescentado e crescer de forma sustentada, observa a análise.

Nesta linha, a BCG recomenda seis ações para as empresas do setor ganharem competitividade, que passam por: alinhar liderança e objetivos; desenvolver estratégias diferenciadas; estabelecer um modelo operacional ágil; criar uma cultura orientada para a inovação; implementar plataformas tecnológicas modernas; apostar na Inteligência Artificial.

Desta forma, ao cultivar práticas superiores de gestão de pessoas e uma cultura baseada na inovação, as empresas de viagens mais atrasadas podem alcançar os líderes do setor e responder melhor às necessidades e preferências dos consumidores, mantendo-se competitivas.

 

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Viagens empresariais ressurgiram acompanhadas de novas tendências e exigências

As viagens empresariais ressurgiram mais fortes do que nunca, mas acompanhadas de novas tendências e exigências por parte das empresas e dos colaboradores que viajam. Isto é confirmado pelos dados registados pela Consultia Business Travel, empresa especializada na gestão integrada e no aconselhamento das viagens empresariais.

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A Consultia Business Travel, que apresenta uma radiografia das viagens empresariais, revela novas necessidades por parte das empresas e preferências na experiência de viagem por parte do colaborador. Bleisure, digitalização e controlo são as novas tendências.

Se por um lado, 82% dos trabalhadores querem combinar trabalho e lazer devido a uma necessidade de equilibrar a vida profissional e pessoal, a gestão de despesas de viagens empresariais é prioridade número um para as empresas, enquanto estas exigem, cada vez mais, soluções que permitam aos seus funcionários uma maior escolha e controlo sobre as suas viagens, garantindo simultaneamente uma maior segurança durante as mesmas.

De acordo com os dados da Consultia Business Travel, uma das principais tendências entre os viajantes de negócios é a viagem bleisure, ou seja, viagens que combinam elementos de negócios e lazer, com 82% dos colaboradores a valorizar este tipo de viagem. A razão reside na necessidade crescente de um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. De facto, quando se trata de atrair e reter os melhores talentos, cada vez mais colaboradores valorizam outros atributos para além do salário. É por isso que o bleisure não é apenas uma tendência, mas sim uma estratégia vencedora, pois permite que os funcionários tenham algum tempo livre durante uma viagem empresarial, fazendo com que se aumente a produtividade, a motivação e a lealdade dos colaboradores.

Para este caso, refira-se que o Destinux permite o carregamento de diferentes políticas de viagem para a mesma pessoa, possibilitando a implementação de uma política de bleisure para viagens empresariais. Desta forma, o colaborador que viaja pode prolongar a sua viagem empresarial e ter algum tempo de lazer. Assim, a empresa garante que as políticas corporativas são cumpridas e, ao mesmo tempo, o colaborador obtém o benefício da flexibilidade pessoal.

De facto, a gestão de despesas voltou a surgir como uma prioridade das empresas. Os custos ocultos (como a falta de integração com os sistemas empresariais; a aprovação manual de viagens e a recolha manual de recibos) podem ter um impacto significativo na rentabilidade e produtividade de uma empresa. Por este motivo, as empresas estão a recorrer cada vez mais a soluções tecnológicas integradas, à automatização de processos e à otimização das políticas de viagem, a fim de obterem um maior controlo sobre as despesas totais.

Neste sentido, com o lançamento do Destinux, a solução SaaS da Consultia Business Travel, as empresas têm oportunidade de resolver todos os problemas administrativos, financeiros e de serviço relacionados com a gestão das viagens de negócios das empresas.

Finalmente, as empresas exigem um serviço que permita aos seus colaboradores uma maior variedade de escolha e controlo sobre as suas viagens, garantindo-lhes ao mesmo tempo uma maior segurança durante as mesmas. Perante esta necessidade, a solução integral Destinux, da Consultia Business Travel, oferece um serviço de atenção humana através de um Personal Travel Assistant, um profissional com nome e apelido que permite aos colaboradores resolver possíveis dificuldades ou qualquer incidente durante a sua viagem. Para a empresa, esta solução oferece conetividade com sistemas e empresas de segurança internacionais, como a SOS International, o que proporciona à empresa a tranquilidade de poder atuar em caso de necessidade.

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Viagens e turismo serão uma indústria de biliões de dólares até 2027

Embora tenham demorado três anos para o setor global de viagens e turismo recuperar totalmente após a COVID-19, todo o mercado acelerou o ritmo de crescimento sólido e está a caminho de atingir um novo marco.

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De acordo com dados apresentados pela Stocklytics.com, a indústria global de viagens e turismo deverá faturar 927 mil milhões de dólares em receitas este ano, 8,3% mais do que em 2023. Este número crescerá 14% e atingirá mais de um bilião de dólares em 2027.

Quatro anos após a chegada da COVID-19, parece que o setor das viagens e do turismo nunca caiu de joelhos, com pessoas em todo o mundo a gastar milhares de milhões de dólares em viagens e férias. Embora a inflação tenha aumentado significativamente os preços do alojamento e dos serviços turísticos, mais de dois mil milhões de pessoas gastarão o seu dinheiro em hotéis, cruzeiros e pacotes de férias este ano, mais 200 milhões do que antes da pandemia.

Com o aumento dos preços e o número crescente de utilizadores, espera-se que todo o mercado registe receitas brutas de 927 mil milhões de dólares em 2024, ou 8,3% mais do que no ano passado. Embora a taxa de crescimento anual caia para menos de 4% nos próximos anos, as viagens e o turismo ainda atingirão um novo marco e tornar-se-ão uma indústria de biliões de dólares.

De acordo com o Statista Market Insights, as pessoas em todo o mundo gastarão 1,03 biliões de dólares em férias e viagens em 2027, ou 14% mais do que este ano. Quase metade desse valor, ou seja, 494 mil milhões de dólares, virá dos hotéis, o maior segmento do mercado. As férias organizadas representarão outros 30% da receita total, o que corresponde 331 bilhões de dólares. Embora os dois setores representem quase 80% da receita total do mercado em 2027, o campismo e os cruzeiros continuarão a ser os segmentos de crescimento mais rápido.

Dados do Statista mostram que o mercado global de camping continuará a crescer ao ritmo de 7,28%, o dobro da indústria hoteleira, e atingirá 60 biliões de dólares em receitas até 2027, acima dos 48 biliões de dólares deste ano. A indústria de cruzeiros segue com uma subida de 5% anualmente, correspondendo a 35 biliões de dólares em receitas em 2027, mais 5 biliões de dólares do que se estima para este ano.

Numa comparação global, a Europa continuará a ser o maior mercado mundial de viagens e turismo, gerando 303 mil milhões de dólares, ou quase um terço da receita total em 2027. A China e os Estados Unidos seguem-se com 223 mil milhões e 217 mil milhões de dólares, respetivamente.

A pesquisa Statista também revelou que todos os segmentos da indústria de viagens e turismo assistirão a um crescimento substancial de utilizadores nos próximos três anos.  Os hotéis alcançarão mais de 1,36 mil milhões de utilizadores em 2027, acima dos 1,26 mil milhões deste ano, segundo as previsões.

O número de pessoas que utilizam alugueres por temporada deverá crescer em 63 milhões e atingir 921 milhões nos próximos três anos. Seguem-se férias organizadas com 580 milhões de utilizadores em 2027, contra 557 milhões este ano. As estatísticas mostram que o mercado de camping verá cerca de 90 milhões de novos consumidores neste período, elevando a contagem total para mais de 371 milhões, enquanto os cruzeiros seguem com um aumento de 32 milhões de utilizadores até 2027.

No geral, espera-se que o mercado de viagens e turismo registe mais de meio milhar de milhões de novos consumidores nos próximos três anos, elevando o seu número total para 2,25 mil milhões.

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EUA, Espanha, Japão, França, Austrália são as maiores economias turísticas do mundo

Um estudo do Fórum Económico Mundial que as economias turísticas mais prósperas do mundo são os Estados Unidos, seguidos de perto pela Espanha, França, Japão e a Austrália, depois a Alemanha e o Reino Unido completam o ranking. Entre os dez primeiros, encontramos também a China, a Itália e, finalmente, a Suíça.

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“Introduzido pela primeira vez em 2022, o Índice de Desenvolvimento de Viagens e Turismo (TTDI) avalia e mede a gama de fatores e políticas que permitem o desenvolvimento sustentável e resiliente do setor de viagens e turismo, que por sua vez contribui para o desenvolvimento de um país”, está escrito no relatório do FEM, organizador anual do Fórum Económico de Davos.

Este ranking, composto por cinco dimensões, divididas em 17 subcategorias e 102 indicadores, tem em conta o ambiente geral do país (clima de negócios, segurança), políticas que afetam o setor do turismo, infraestruturas, recursos e sustentabilidade ambiental do turismo.

O estudo do Fórum Económico Mundial aponta para desenvolvimentos favoráveis ​​no setor do turismo a nível mundial. “Espera-se que a indústria do turismo global recupere dos níveis baixos da pandemia de Covid-19 e exceda os níveis observados antes da crise”. Isto, segundo o estudo, deve-se em parte a “um aumento significativo da procura em todo o mundo, bem como ao aumento do número de voos disponíveis, à maior abertura internacional e ao aumento do interesse e investimento em sítios naturais e culturais”, indica o índice.

“As economias de alto rendimento da Europa e da Ásia-Pacífico continuam a dominar” o ranking, no qual figuram 119 países de todo o mundo, sublinha o FEM num comunicado de imprensa. Na verdade, entre as 30 primeiras, existem 26 economias de rendimento elevado, das quais 19 estão na Europa, sete na Ásia-Pacífico, três na América e uma (Emirados Árabes Unidos) na região do Médio Oriente e Norte de África (MENA).

“Os resultados destacam que as economias de rendimento elevado continuam geralmente a beneficiar de condições mais favoráveis ​​para o desenvolvimento do turismo e das viagens”, observa o relatório, para acrescentar que são ajudados “por ambientes de negócios propícios, mercados de trabalho dinâmicos, políticas de viagens abertas, fortes infraestruturas de transporte e turismo e desenvolvimento favorável de locais naturais, culturais e outros”. No entanto, “os países em desenvolvimento registaram algumas das maiores melhorias nos últimos anos”, como é o caso da China, que este ano consolidou a sua posição no top 10 (8º).

Superado o choque da pandemia de Covid, os profissionais do turismo enfrentam hoje muitos outros desafios. “Sejam os crescentes riscos macroeconómicos, geopolíticos e ambientais, o aumento do escrutínio das suas práticas de sustentabilidade ou o impacto das novas tecnologias digitais, incluindo big data e inteligência artificial”, enumera o relatório. Mas também “escassez de mão de obra”. Questões que poderão mudar a face do turismo global no futuro.

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Portugueses planeiam fazer férias em família, na praia e em regime de tudo incluído, revela a Revolut

O “Revolut Travel Report”, que apresenta dados sobre as preferências dos europeus quando se trata das férias, revela que Portugal continua a ser o destino preferido, sendo Espanha o país preferido dos portugueses para férias na Europa, e o Brasil, no que diz respeito a paragens mais longínquas.

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No caso dos portugueses, os resultados do estudo da Revolut, aplicação financeira global utilizada por mais de 40 milhões de clientes em todo o mundo e mais de 1,2 milhões de clientes em Portugal, revelam que a maioria irá fazer as suas férias de verão entre julho e agosto e que pretendem ficar pelo país. Para viagens fora de portas Espanha e Brasil são os destinos preferidos dentro e fora da Europa, respetivamente.

Os portugueses planeiam fazer férias em família, férias na praia e em regime de tudo incluído. No entanto, ainda que sejamos um povo muito ligado ao desporto, principalmente ao futebol, 1% admite ir de férias para acompanhar algum tipo de evento desportivo, indica a análise.

A aplicação perguntou a mais de 15 mil pessoas em 15 países, incluindo mil em Portugal, sobre os seus planos de viagem para o verão e, tal como os portugueses, os europeus também planeiam ir de férias para a praia (45%) e em família (33%).

A conclusão do estudo mostra que a maioria planeia as suas principais férias durante os meses de agosto (36%) e julho (19%). Setembro, que tem sido visto como o mês predileto para quem quer fugir às enchentes de verão, surge em terceiro lugar no pódio, com 13%. O mês dos arraiais, das sardinhas e das festas de rua é também o preferido de 7,8% dos portugueses inquiridos. Para quem gosta de relaxar com pouca gente à volta, os melhores meses para férias são outubro, que reúne 2,7%, dezembro 2% e novembro 1,4%, enquanto 7% dos inquiridos afirmaram não ter planos para fazer férias em 2024.

A análise dá ainda conta que 56% dos portugueses confirmam que “o que é nacional é bom” continua a ser verdade, uma vez que preferem passar as suas férias grandes no próprio país. No entanto, 2 em cada 10 pessoas inquiridas também afirmaram que optariam por umas férias na Europa. Sem surpresas, Espanha é o país mais escolhido pelos portugueses (10%), seguido de Itália (4,3%) e França (2,9%). Quando se trata de viajar para fora da Europa, 8,2% admitem fazê-lo este ano e o destino preferido é o Brasil (2,2%).

Por outro lado, fazer férias no próprio país é algo a que os europeus estão habituados – e até planeiam fazê-lo este ano. Quase metade dos europeus inquiridos admite ficar no país. Os croatas (72%) e os gregos (70%) são os que mais preferem ficar “em casa”, enquanto os suíços (21%) e os austríacos (25%) são os que menos o fazem.

Quanto aos europeus que preferem sair do país, Itália (5,3%), Grécia (4,4%), Espanha (4,3%), Croácia (2,9%) e França (2,3%) são os destinos preferidos. Para os que querem viajar para fora da Europa, os EUA (0,9%), o Egito (0,8%) e a Tailândia (0,5%) são os preferidos.

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Negócios no turismo voltam a cair no 1.º quadrimestre de 2024

De acordo com os dados avançados pela GlobalData, os negócios no setor das viagens e turismo continua em baixa nos primeiros quatro meses deste ano.

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A atividade de negócios do setor das viagens e turismo caiu 13,5% em janeiro-abril de 2024, face a igual período de 2023, avançam os dados da GlobalData.

O setor das viagens e turismo registou 217 negócios – fusões e aquisições (M&A), private equity e negócios de financiamento de risco – durante janeiro-abril de 2024, em comparação com o anúncio de 251 negócios durante o mesmo período do ano anterior.

Aurojyoti Bose, analista principal da GlobalData, salienta que a atividade de negócios no setor das viagens e turismo permaneceu “moderada”, devido às condições de mercado “incertas e às tensões geopolíticas em curso”, destacando o facto de “várias economias importantes, incluindo os EUA e a China, terem registado um declínio anual no volume de negócios”.

A análise da GlobalData revela que o número de negócios anunciados nos EUA e na China diminuiu 26,4% e 57,1% durante janeiro-abril de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023. Outros mercados importantes, como França, Japão e Itália, também registaram um declínio anual no volume de negócios. Já o volume de negócios para o Reino Unido, Coreia do Sul e Espanha permaneceu o mesmo.

De resto, de acordo com os dados da consultora, a maioria das regiões registou uma atividade de negócios moderada. O volume de negócios na América do Norte, Ásia-Pacífico, Médio Oriente e África e América do Sul e Central registou um declínio, enquanto na Europa se manteve praticamente inalterado.

Bose conclui que se assinalou uma “situação mista para diferentes tipos de negócios, com as fusões e aquisições a registarem um declínio, enquanto o volume de negócios de private equity apresentou melhorias durante janeiro-abril de 2024.”

Assim, o número de fusões e aquisições e de financiamento de risco diminuiu 9,4% e 31,7%, respetivamente, durante janeiro-abril de 2024 em comparação com janeiro-abril de 2023, enquanto o volume de negócios de private equity cresceu 37,5%.

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Turismo mundial deverá valer 11,5 biliões de euros, em 2032

Segundo contas da Custom Market Insights, o valor do turismo a nível global deverá atingir, em 2032, os 11,5 biliões de euros, com uma taxa de crescimento média anual na ordem dos 3,7%.

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Depois do World Travel & Tourism Council (WTTC) ter avançado, no mais recente Economic Impact Research (EIR), que o valor da indústria do turismo a nível global deveria atingir os 14,8 biliões de euros, em 2034, com um peso de 11,4% no Produto Interno Bruto (PIB) mundial, a empresa de estudos de mercado Custom Market Insights (CMI) vem revelar que, em 2032, a indústria do turismo deverá gerar um valor de 11,5 biliões de euros, depois de, em 2023, ter atingido os 8,3 biliões de euros.

Segundo a CMI, “os principais intervenientes, como a Expedia, a Airbnb e as cadeias de hotéis, influenciam o mercado, enquanto tendências como as viagens sustentáveis, a transformação digital e as experiências locais moldam a sua trajetória” para a empresa, o mercado é “sensível às condições económicas, aos acontecimentos geopolíticos e às crises sanitárias.

Considerando que se trata de um setor “dinâmico” que evolui continuamente, impulsionado pelas “preferências dos consumidores, pelos avanços tecnológicos e por considerações ambientais, desempenhando um papel vital nas economias globais e no intercâmbio cultural”, a CMI aponta alguns fatores que irão moldar as oportunidades futuras para e no setor.

Transformação digital: A integração de tecnologias avançadas, incluindo plataformas de reserva online, aplicações móveis e experiências virtuais, melhora a experiência geral do viajante, simplificando e personalizando o processo de reserva e de viagem.

Aumento dos viajantes de classe média: O crescimento da classe média, particularmente nos mercados emergentes, alimenta o aumento da procura turística, uma vez que mais pessoas podem pagar viagens domésticas e internacionais, impulsionando o mercado global.

Turismo sustentável e experimental: A mudança para experiências de viagem sustentáveis e experienciais reflete a alteração das preferências dos consumidores, com os viajantes a procurarem destinos e atividades autênticos, amigos do ambiente e culturalmente imersivos.

Globalização e conetividade: A melhoria das infra-estruturas de transporte e o aumento da conectividade através de companhias aéreas e plataformas digitais contribuem para a globalização do turismo, tornando diversos destinos mais acessíveis a um público mais vasto.

Turismo de saúde e bem-estar: A crescente atenção dada à saúde e ao bem-estar representa uma oportunidade para o mercado do turismo. Os viajantes procuram destinos e experiências que promovam o bem-estar, incluindo retiros de spa, resorts de bem-estar e atividades centradas na natureza.

Turismo gastronómico: O turismo gastronómico oferece uma oportunidade para o setor do turismo capitalizar o interesse crescente pela gastronomia. Os viajantes dão cada vez mais prioridade a destinos conhecidos por experiências culinárias únicas, cozinhas locais e eventos relacionados com a comida, contribuindo para o crescimento deste segmento de mercado de nicho.

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Páscoa em março acelerou crescimento da atividade turística

Os bons resultados da atividade turística em Portugal verificados em março foram influenciados pelo efeito de calendário do período de férias da Páscoa, que este ano se repartiu entre março e abril, enquanto em 2023 se concentrou apenas em abril, realçam dados do INE conhecidos esta segunda-feira.

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De acordo com o INE, em março último, o setor do alojamento turístico registou 2,3 milhões de hóspedes e 5,7 milhões de dormidas, correspondendo a crescimentos de 12,2% nos hóspedes (+7,1% em fevereiro) e 12,8% nas dormidas (+6,4% no mês anterior). No período em análise, as dormidas de residentes cresceram 10,3%, correspondendo a 1,6 milhões, enquanto as de não residentes subiram 13,8%, totalizando 4,1 milhões.

De entre os estrangeiros que visitaram o nosso país durante o mês de março, o INE indica que o britânico foi o principal mercado emissor em março, tendo registado um crescimento de 9,3%, seguido da Alemanha, que cresceu 12,1%, e da Espanha, que registou o maior crescimento entre os principais mercados no mês analisado, com uma subida de +47,5%. No grupo dos 10 principais mercados emissores, que representaram 75,6% do total de dormidas de não residentes em março, destacaram-se ainda o irlandês, canadiano e norte americano pelos crescimentos mais significativos, +30,7%, +27,5% e +23,9%, respetivamente, face ao mesmo mês do ano anterior.

Já no que diz respeito às regiões, todas registaram acréscimo de dormidas, com maior expressão no Oeste e Vale do Tejo (+29,4%), Centro (+23,1%) e Alentejo (+21,0%). As subidas mais modestas tiveram lugar na Região Autónoma da Madeira (+4,1%) e na Grande Lisboa (+8,9%). As dormidas de residentes apresentaram crescimentos em todas as regiões, com exceção da Região da Madeira (-12,9%) e da Grande Lisboa (-2,4%).

A ocupação nos estabelecimentos de alojamento turístico aumentou em março, para 42,2% e 51,7%, nas taxas líquidas de ocupação cama e ocupação quarto, respetivamente.

Quando o INE analisa os resultados do primeiro trimestre de 2024 conclui que as dormidas aumentaram 7,1%, +3,9% nos residentes e +8,7% nos não residentes, enquanto os hóspedes cresceram 7,7%.

Nos primeiros três meses deste ano, entre os 10 mercados com maior número de dormidas, destacaram-se os crescimentos dos mercados canadiano (+24,2%), polaco (+22,7%) e norte-americano (+18,1%), enquanto os mercados francês e brasileiro registaram os maiores decréscimos (-8,3% e -4,5%, respetivamente).

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