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Análise

“O Turismo salvou o Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos”

Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

Raquel Relvas Neto
Análise

“O Turismo salvou o Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos”

Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

Sobre o autor
Raquel Relvas Neto
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Ricardo Valente, vereador de Economia, Comércio e Turismo da Câmara Municipal do Porto, recebeu o Publituris nos Paços do Concelho e falou sobre os projetos e futuro da cidade e região.

O Porto tem acompanhado o bom momento do Turismo em Portugal. Como caracteriza o atual momento turístico da cidade do Porto?
Julgo que tem sido um momento de reconhecimento da qualidade do destino, numa altura bastante desafiante do ponto de vista turístico. Como se tem vindo a mostrar nas estatísticas, o melhor momento das taxas de crescimento passou. Hoje o destino Portugal cresce a taxas muito inferiores às que cresceu durante, 2014, 2015, 2016. Isto é evidente, mas o destino Porto e Norte tem tido capacidade de, num momento desafiante, continuar a apresentar taxas de crescimento muito interessantes, não só a nível de dormidas, mas mais significativo no que concerne aos proveitos. É um ponto importante, que é a capacidade que o destino tem tido de requalificar o tipo de turista que vem à cidade e à região. É fundamental, por duas perspectivas: por um lado a questão do que é a diversificação. A cidade está hoje muito menos dependente do tradicional ‘city-break’, do turista que vem cá passar o fim-de-semana. A cidade está também com um peso relativamente relevante do ponto de vista dos turistas não europeus, que são tipicamente turistas com estadas muito mais elevadas, que deixam muito mais dinheiro na cidade.
O momento é desafiante, mas o Porto tem sido capaz de passar bem esse momento e conquistar novos mercados, o que é excelente. O impacto que se deu no sul do país do ponto de vista do turismo alemão, britânico, holandês, que é muito sensível ao preço, é algo que a nós nos passa incólume.

Que mercados têm crescido?
O mercado norte-americano cresceu bastante, o canadiano, o brasileiro, o mercado japonês, da Coreia do Sul, o australiano. E isso é muito bom na nossa perspectiva de desenvolvimento de cidade e desenvolvimento regional.

A cidade tem colocado algumas regras na abertura de novas unidades hoteleiras e Alojamentos Locais, por exemplo, que possam afetar a autenticidade do destino. Como é feita esta gestão sustentável do destino?
A sustentabilidade, na minha perspetiva, é a capacidade de um negócio se manter são por um longo período de tempo. O turismo em cidade é algo relativamente novo. Era tipicamente um turismo de excursão. Hoje, é um turismo de usufruto e de experiência, e resulta de uma enorme revolução, diria fundamental, que é a democratização do transporte aéreo. Esta veio fazer com que as cidades passassem a ser focos enormes do ponto de vista de experiência turística. Julgo que os desafios que temos são os de fazer com que a cidade nunca perca o seu carácter multifuncional.
Esse é o nosso principal desiderato, a cidade tem de ser multifuncional, tem se ser agradável para quem visita, trabalha, estuda e para quem mora. Evidentemente, isto implica regular. Sou absoluto crente na liberdade, sou um liberal por definição, mas não sou um anarquista, é uma coisa bastante diferente. A liberdade tem que ser gerida, no sentido em que ela não pode interferir na liberdade de outrem. Quando estamos a falar da liberdade de alguém, é sempre a liberdade do conjunto, da comunidade. Somos muito apologistas da regulação preventiva. Ou seja, o Porto criou regulamentos próprios para os autocarros turísticos, regulou os tuk tuks na cidade. O Porto não tem trotinetes, que é moda em todo o lado. O Porto não permite, porque a cidade é nossa. Não somos nada apologistas daquela ideia de que porque é moda temos agora de permitir que as pessoas cheguem cá e usem a cidade. Não. Nós vamos ter trotinetes eléctricas e bicicletas eléctricas, vamos ter os meios eléctricos de transporte, uma mobilidade mais inteligente, mas devidamente regulada com base num concurso público internacional. A nossa lógica é que tem que haver um concurso, as pessoas têm de pagar para usar a cidade, para ter aqui os seus meios e a cidade decide os circuitos, onde é que ficam as trotinetes e as ‘dockstations’.
A nossa lógica é muito o princípio de que a sustentabilidade numa cidade é garantir o mínimo de conflito possível. Costumo dizer isto muitas vezes, gerir uma cidade é gerir um grande condomínio. Sabemos que gerir um condomínio é gerir conflitos e o nosso principal papel é procurar atenuar ao máximo os conflitos que existem entre os diferentes usuários da cidade e, por isso, temos que ser muito preventivos nestas questões e somos muito apologistas de uma regulação bastante forte do ponto de vista destas novas tendências, mas que não podem hipotecar aquilo que é a vida na cidade.

Mas há aqui uma relação muito sensível com as entidades privadas?
Não há nada que seja sensível desde que as regras sejam claras. Trabalhei no sector privado, sei muito bem o que é o sector privado, hoje estou no sector público e julgo que é clara a relação entre sector público e privado. O sector público regula, tem que criar a ordem, criar as leis, tem de ser direto e transparente, tem que assegurar que toda a gente tem direito a participar e este é o papel do agente público. A partir daí é fácil, porque basta cumprir as regras, a lei e darmos condições iguais a toda a gente. Julgo que as pessoas aceitam isto, entendem. Não podemos hipotecar o potencial da cidade dizendo “a cidade precisa de trotinetes”. Não, as trotinetes é que precisam da cidade. O poder negocial está do lado da cidade, não está do lado das trotinetes. A cidade não precisa de trotinetes, porque ninguém vai para uma cidade porque tem trotinetes. É ao contrário, as pessoas, que têm trotinetes, têm de se sujeitar às regras da cidade.

Hotelaria

Quantos projetos estão em desenvolvimento na cidade do Porto?
Neste momento, temos em processo de licenciamento na câmara 55 hotéis para 5465 camas. Temos sete unidades de apartamentos turísticos para 633 camas. Depois temos dois turismos de habitação. Estamos a falar em aumentar a capacidade em 6098 camas. É importante dizer que deste total de novas camas de hotéis, 34% são cinco estrelas, 45% são quatro estrelas, estamos a falar de 80% concentrados num segmento muito alto do ponto de vista de qualidade de oferta hoteleira.

Que tipo de projectos hoteleiros a autarquia gostava de ter na cidade?
A autarquia não tem poder de ter gosto. Se olharmos para estes projetos que temos licenciado são o típico projeto que existe na cidade do Porto. Estamos a falar de 55 unidades hoteleiras para 5460 camas, isto dá perto de 100 camas, dá uma média de 50 quartos por unidade. Isto é a típica situação na cidade do Porto: o hotel está no centro histórico e vai reabilitar um edifício antigo, portanto, não tem grande capacidade estrutural de ter uma dimensão muito grande.
Não temos nada contra, mas estamos a procurar vender a cidade de maneira diferente. Consideramos que a cidade do Porto, com aquilo que é a nossa visão do ponto de vista multifuncional, precisa de ter, por exemplo, ‘business tourism’, e de facto tem todas as condições. Com o pavilhão Rosa Mota, passamos a ter um equipamento que nos vai permitir entrar num campeonato bastante diferente. A Alfândega do Porto é um equipamento fabuloso e tem ganho uma série de prémios como melhor equipamento da Europa, mas com uma dimensão muito limitada, recebe no máximo 1500 pessoas num congresso. Quando chegamos ao Pavilhão Rosa Mota, ao agora Super Bock Arena, encontramos um equipamento com capacidade que pode chegar às 6 mil pessoas num congresso. Considero que isto abre uma frente diferente em termos de cidade. A nossa leitura é que vai ser possível a cidade ter uma oferta hoteleira de muito maior dimensão e que esta oferta pode acontecer na parte ocidental, seja na Boavista, Ramalde ou também no meio da cidade – Ramalde-Paranhos, ou até na parte oriental da cidade, em Campanhã. Será possível passarmos a ter unidades de muito maior dimensão, em zonas diferentes da cidade.

Que outros projetos relevantes estão em desenvolvimento na cidade para torná-la mais atrativa do ponto de vista turístico?
A cidade está a tornar-se bastante ativa. Temos um conjunto de grandes projetos em curso. O Mercado de Bolhão é o nosso projeto mais emblemático do ponto de vista do que reconfigura a aposta do município no centro de cidade, garantindo um equipamento completamente abandonado, ostracizado, sem rumo nos últimos 20 anos da cidade do Porto. Vamos investir 35 milhões de euros no Mercado do Bolhão. Não é um projeto de fazermos um centro comercial no mercado, mas de mantermos exatamente o caráter do mercado de frescos e legumes da cidade do Porto e com uma área de retalho na sua parte exterior. Este é um projeto muito relevante para voltarmos a ter habitantes no centro da cidade, com uma requalificação muito importante de um equipamento fundamental.
Um projeto relevante do ponto de vista da cidade é terminar o terminal de Campanhã, fundamental para a mobilidade da cidade, para requalificar e criar um hub de transportes, entre metro, comboio e autocarros em Campanhã.
Temos também o projeto de reabilitação do matadouro municipal, junto ao Estádio do Dragão. É um projeto multifuncional com escritórios, uma parte museológica, residências para artistas e um pequeno auditório. É um projeto lindíssimo, que foi a concurso, do arquiteto japonês Kengo Kuma e, no fundo, é fazermos na parte oriental da cidade, o que se fez com a Casa da Música na parte ocidental. Um projeto arquitectónico emblemático com um arquiteto de referência mundial. Estes são os investimentos materiais.
Mas basta olhar para a cidade hoje, o nosso projeto é renascer o Porto. Apresentámos recentemente um
estudo com a Ernest & Young relativamente ao ‘slow’ de investimento e, de facto, o turismo já não é o setor mais importante na cidade. Aquela ideia de que o Porto é só turismo, é um mito. O Porto hoje tem uma força económica incrível, porque é um hub tecnológico relevantíssimo do ponto de vista do país e europeu. O maior investimento é nas áreas do ICT (Information and Communication Techonologies, em inglês) com enorme criação de emprego, muitos jovens na cidade, muitas empresas a virem para o centro da cidade. A cidade é hoje uma cidade aprazível numa lógica multifuncional, seja para turismo, trabalhar ou para estudar.

Relativamente à taxa turística da cidade, de que forma esta está a ser aplicada?
Ao contrário de Lisboa, que utiliza a taxa turística para um Fundo de Desenvolvimento Turístico, que auto-alimenta o turismo, nós temos uma lógica diferente. Temos um conceito de sustentabilidade, de turismo sustentado. A nossa questão foi que a taxa turística tem de servir para mitigar a chamada pegada turística, que tem a ver com o impacto que isto cria na cidade, de limpeza, de património, de segurança até. A taxa turística – que não pode ser consignada, ela é uma taxa, entra no nosso orçamento – tem permitido fazer várias coisas. Por um lado, dar mais meios e mais investimento à área de ambiente do ponto de vista da limpeza de cidade. Tem-nos permitido também a entrega de carros para a Polícia de Segurança Pública (PSP), uma vez que o Estado central não tem dinheiro, por isso o município do Porto vai entregar dez automóveis à PSP para assegurar a segurança da cidade, que para nós é fundamental. Este sentimento de segurança é fundamental para um destino que é turístico.
A cidade do Porto investe a taxa turística em tudo aquilo que seja para fazer duas coisas: para que a experiência turística seja o melhor possível; e, em segundo lugar, para que a cidade tenha a capacidade de lidar com um aumento de pressão do número de pessoas que utilizam a cidade.

Captação de rotas

Recentemente, abriu a rota Porto-Dubai com a Emirates, o que é que ainda está previsto nesta área para o Porto?
É um trabalho que não podemos falar muito, por razões óbvias. É um mercado extremamente concorrencial. Diria que a vinda da Emirates é histórica, por várias razões. Em primeiro lugar, Portugal é minúsculo e a Emirates faz duas ligações diretas para cidades que estão a 45 minutos de distância. Numa altura em que a aviação passa por momentos muito complicados, onde poucas linhas são abertas, muito pelo contrário, são fechadas, a Emirates faz uma ligação quatro vezes por semana Porto-Dubai. Julgo que isto é um reconhecimento claro daquilo que é a qualidade do destino Porto.
Considero que, do ponto de vista de linhas, temos uma sorte, ou não, um mérito enorme, de termos um aeroporto que é ‘state of the art’ em termos de infraestruturas. Foi sempre a nossa guerra, na altura com a TAP, sempre dissemos o mesmo, Portugal tinha e tem uma sorte enorme de ter a capacidade de ter um aeroporto perto de Lisboa com a capacidade que o do Porto tem. Durante muito tempo, a TAP achava que a entrada no país era feita por Lisboa, com as consequências que estão à vista de todos. O aeroporto de Lisboa é considerado o pior do mundo em termos de pontualidade e do Porto também é o oitavo pior do mundo em pontualidade. O Porto não está melhor do que Lisboa, mas Portugal está neste ranking desastroso do ponto de vista de pontualidade e isso tem uma culpa, que se chama TAP. A TAP não conseguiu perceber a visão do país e deixou-se acantonar num conjunto do interesse próprio, que não percebo qual é. Dito isto, o aeroporto do Porto é muitíssimo bem gerido, tem uma qualidade enorme, estamos com perto de 12 milhões de passageiros transportados no ano passado. Temos a capacidade de chegar aos 20 milhões, temos muita margem para crescer, com as novas obras no ‘taxi way’ vamos conseguir aumentar em 66% as frequências de aterragem no aeroporto, o que permite maior eficiência do ponto de vista do aeroporto, o que é relevante.
Estamos muito otimistas, porque hoje o Porto já não é o hub da Ryanair, não estamos completamente dependentes da Ryanair, o aeroporto conseguiu diversificar toda a sua panóplia de companhias e é extremamente importante. É com estes reconhecimentos que a Emirates faz, e outras que certamente farão, abrindo linhas diretas para o Porto, que se demonstra a qualidade do destino.

Mas estão previstas novas rotas?
Estamos sempre a lutar por ir buscar destinos. O nosso foco é claramente o transcontinental, porque também consideramos que é preciso gerir o destino numa lógica de médio, longo prazo. O mundo tem que se abrir ao Oriente, estamos no Atlântico e consideramos que as linhas do Oriente são fundamentais e por isso é que esta linha para o Dubai é estratégica e fundamental, tal como a linha da Turkish Airlines para Istambul. Consideramos que as ligações intercontinentais para o Porto são importantíssimas. Esta é a nossa aposta estratégica do ponto de vista de linhas, que são linhas que nos liguem a outros continentes.

Futuro

Que objetivos a Câmara Municipal tem delineados para o futuro do Turismo na cidade?
A nossa visão é clara. O turismo foi fundamental para a cidade. O Turismo salvou a cidade do Porto, quem disser o contrário está a mentir com os dentes todos. O turismo não expulsou ninguém da cidade do Porto, não há turistas a mais, há é portuenses a menos. Estamos sempre do lado do turismo.
Consideramos que o Porto é por definição uma cidade livre, é um porto, entram e saem pessoas, é normal, ninguém tem um porto fechado, murado. Somos a cidade das pontes e adoramos receber. Somos uma cidade que reconhece no turismo algo muito positivo, queremos é agora qualificar a oferta turística da cidade. Queremos fazer com que o turismo tenha diferentes segmentos, trazendo o turismo de negócios para a cidade e queremos que os fluxos se diversifiquem.
Queremos trabalhar muito mais numa lógica de região também. Estamos a trabalhar num novo modelo de ligação entre a Associação de Turismo do Porto e a Entidade Regional porque consideramos que a promoção, seja interna ou externa, tem que ter uma estratégia comum. Não entendemos como é que temos duas entidades que depois não têm uma lógica estratégica comum. Esse foi um dos nossos desideratos, o Porto apoiou claramente a candidatura do Luís Pedro Martins para a Entidade Regional, consideramos que estão reunidas as condições para que haja uma aproximação clara do ponto de vista das duas entidades. E também é público que consideramos que isto tem de passar por uma estratégia comum, portanto uma cabeça comum nas duas entidades.

O Luís Pedro Martins poderá assumir as duas entidades?
Claro, essa é a nossa questão. O Porto considera que não faz sentido o Porto ser presidente da promoção externa. Entendemos que os outros municípios da região têm também que assumir responsabilidades do ponto de vista orçamental. O Porto é um destino relevantíssimo, é uma marca importantíssima, como é evidente, e a região tem de ser inteligente para tirar partido da marca Porto, mas temos que ter uma estratégia regional e transversal do ponto de vista do território. Isso beneficia-nos a todos, também beneficia o Porto dentro da nossa estratégia de qualificação, de maior permanência das pessoas na região, de termos uma economia local mais forte. Os desideratos do ponto de vista estratégico são estes.

Sobre o autorRaquel Relvas Neto

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Análise

Crescimento do PIB em Portugal abre boas perspetivas para 2025, diz Outlook da Mastercard

Com as estimativas a darem conta de que a economia portuguesa cresça 1,4%, acima da média de 0,9% da zona euro, o Global Outlook do Mastercard Economics Institute para 2025, refere que “Portugal está preparado para um crescimento resiliente e consolidação do consumo” para o próximo ano.

Publituris

A economia global em 2025 pode acelerar para um crescimento de 3,2%, após um ritmo de 3,1% em 2024, de acordo com o último relatório Economic Outlook 2025 do Mastercard Economics Institute (MEI).

Na Europa, a estimativa é que a trajetória económica enfrente fatores adversos decorrentes de uma política orçamental mais restritiva e da incerteza comercial, mas também ventos favoráveis decorrentes de uma política monetária mais flexível e de sólidos fundamentos para o consumo.

Neste cenário, antecipa-se que o PIB real de Portugal cresça 1,4%, abaixo de Espanha (1,9%) e acima de países como o Reino Unido (1,2%), França (0,8%), Itália (0,7%) e Alemanha (0,6%). Nos países nórdicos, o crescimento deverá aumentar de 1,3% para 1,7% e na Europa Central e de Leste de 1,8% para 3,0%.

“O crescimento do rendimento disponível real – a diferença entre os aumentos salariais e a inflação –, permanecerá positivo, assegurando a continuação da recuperação do poder de compra dos consumidores”, refere a análise da Mastercard.

Assim, segundo os dados avançados pelo MEI, prevê-se que a taxa média de inflação se, em Portugal, se situe nos 1,8%, abaixo de Espanha (2%) e do Reino Unido (2,6%). Já os gastos de consumo reais devem crescer 1,9% em Portugal, acima de outros países europeus como o Reino Unido (1,3%), França (0,8%), Alemanha (0,6%) e Itália (1,1%).

O relatório revela que os portugueses têm mostrado uma “sensibilidade aos preços”, sobretudo no setor do turismo, com a componente de gastos com viagens “cá dentro”, em relação a viagens para o exterior, a crescer 4,6 pontos percentuais (p.p.) no terceiro trimestre de 2024, por comparação com o período homólogo, indicando que “os portugueses viajaram menos para o estrangeiro nos meses de verão”.

Já no setor da restauração, o crescimento de gastos nas opções económicas de alimentação e de fast food foi de 0,2 p.p. nesse período, por comparação com 2023, uma mudança menos pronunciada do que em outros países europeus.

Segundo o estudo, “os consumidores europeus continuam a estar atentos aos preços e estão a optar por produtos e serviços mais económicos do que os de gama alta, um comportamento que deverá inverter-se com a melhoria do poder de compra”. A restauração, a moda ou as viagens são, precisamente, alguns dos setores que oferecem um vasto leque de opções de preços que permitem perceber as principais tendências de consumo.

“O facto de, em Portugal, a sensibilidade aos preços no consumidor estar a começar a desvanecer-se, reflete os fundamentos de um consumo mais forte, resultado de um maior crescimento económico em comparação com outros países europeu”, refere o estudo.

No setor das viagens, observa-se uma “preocupação” dos viajantes europeus com os preços, levando-os a efetuarem a seleção por “destino” – ou seja, alternativas mais baratas ou com menos turistas. Já nas viagens intrarregionais, particularmente dentro da Europa, “as despesas hoteleiras transfronteiriças continuam a dominar”, adverte o MEI.

Maria Antónia Saldanha, Country Manager da Mastercard Portugal, conclui que, “apesar dos desafios resultantes de políticas orçamentais restritivas e incertezas comerciais na Europa, Portugal poderá destacar-se, uma vez que as previsões de crescimento refletem um cenário resiliente no consumo e no mercado de trabalho”.

E termina, salientando que o relatório mostra que “os portugueses estão sensíveis ao preço, ao darem prioridade, em alguns casos, a produtos e serviços mais económicos, em vez de opções premium, uma tendência que poderá diminuir gradualmente com o aumento do poder de compra”.

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Análise

Número de expatriados nos EUA atingiu nível mais elevado desde a pandemia

O número de americanos que pretendem fixar residência noutro país tem vindo a aumentar e a Europa é o destino preferido. Até ao final do 3.º trimestre, já mais de 4.100 cidadãos decidiram obter residência ou cidadania num país estrangeiro.

Victor Jorge

Uma recente análise da Astons revela que um grande aumento no número de cidadãos americanos optou por expatriar, com os primeiros três trimestres de 2024 a indicar um número significativamente maior de abandono dos EUA do que foi visto durante todo o ano de 2023.

A Astons analisou dados do US Federal Register que mostram que o número de cidadãos americanos que optaram por obter residência ou cidadania num país estrangeiro, em 2024, registou um enorme aumento, mesmo antes das eleições.

Durante os três primeiros trimestres de 2024, 4.184 cidadãos americanos decidiram obter residência ou cidadania num país estrangeiro, representando um aumento de 28,3% em relação ao número total registado ao longo de 2023 que ascendeu a 3.260.

“Este facto é significativo porque mostra que o número de cidadãos norte-americanos que saíram dos EUA em 2024 já ultrapassou o total anual do ano passado, antes de contabilizar o impacto das eleições nos EUA e a vitória de Donald Trump”, revela a análise da empresa especialista em imóveis, residência e cidadania por meio de investimentos.

Só no terceiro trimestre de 2024, 2.123 cidadãos norte-americanos expatriaram, o que representa o total trimestral mais elevado desde o segundo trimestre de 2020 (2.406), indicando a Astons que o número total de expatriados dos EUA visto em 2024 poderá ultrapassar o total visto em 2020, quando 6.705 cidadãos dos EUA decidiram obter residência ou cidadania num país estrangeiro devido ao impacto avassalador e à disseminação do COVID-19.

À semelhança do que aconteceu com a pandemia de COVID-19, uma das vias utilizadas para sair rapidamente dos EUA, tanto antes como depois das eleições, é a residência por investimento ou Golden Visas.

“Os indivíduos com um elevado património líquido estão cada vez mais a ver o valor de distribuir os seus riscos pessoais e financeiros por várias nações, em vez de protegerem todas as suas apostas numa economia local”, diz a análise da Aston. “Como tal, a residência noutro país dá-lhes a oportunidade de diversificar em vez de limitar as suas oportunidades”.

Além disso, “a perspetiva de um passaporte adicional não americano também está a impulsionar esta decisão, trazendo segurança e liberdade adicionais quando viajam e permitindo àqueles que não podem enfrentar outro mandato de Trump a opção de sair dos EUA por um período de tempo prolongado”, refere ainda a Aston.

A análise mostra, também, que a Europa é uma escolha privilegiada para os cidadãos americanos que pretendem obter uma cidadania ou residência adicional, sobretudo porque pode frequentemente proporcionar acesso à UE e à livre circulação do espaço Schengen.

Atualmente, o país europeu mais popular para os cidadãos americanos que abandonam o país é a Grécia, que, segundo a Astons, é alvo de 50% de todos os pedidos de Golden Visa dos EUA em 2024. Até ao final do ano, o número de titulares de Golden Visa americanos na Grécia deverá ser o dobro do registado em 2023.

Alena Lesina, especialista em cidadania, autorização de residência e investimento imobiliário da Astons, salienta que “estamos a assistir a um aumento do número de cidadãos norte-americanos que utilizam o investimento como meio de obter residência ou cidadania noutros países. Este número tem vindo a aumentar de forma constante ao longo dos três primeiros trimestres deste ano e esta é uma tendência que se reflete no número total de cidadãos americanos que optam por expatriar-se”.

“Assistimos a um aumento significativo da atividade dos cidadãos americanos após as eleições e prevemos que o último trimestre deste ano apenas intensificará as tendências observadas nos primeiros nove meses do ano”, conclui Lesina.

Sobre o autorVictor Jorge

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Gloria Guevara é candidata a secretária-geral da ONU Turismo

A antiga presidente do WTTC e ex-secretária de Estado de Turismo do México, Gloria Guevara, anunciou a sua candidatura a secretária-geral da ONU Turismo, numa altura em que já se sabe que Zurab Pololikashvili, atual líder da agência, vai concorrer a um terceiro mandato.

Inês de Matos

Gloria Guevara, que foi presidente do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), apresentou a sua candidatura a secretária-geral da ONU Turismo, numa candidatura que visa “fortalecer” a organização e “promover o turismo sustentável”.

De acordo com o jornal espanhol Hosteltur, Gloria Guevara é uma reconhecida especialista em turismo, que conta com mais de 35 anos de experiência ao serviço do setor, tendo sido inclusive secretária de Estado de Turismo do México, país que apoia a sua candidatura.

O Hosteltur recorda que, nos últimos anos, Gloria Guevara tem trabalho como assessora especial para o Ministério de Turismo da Arábia Saudita, cargo que aceitou depois de terminar a sua ligação ao WTTC, do qual foi presidente até 2021.

Gloria Guevara é licenciada em Informática pela Universidade Anáhuac e conta com um MBA pela Kellogg School of Management da Universidade Northwestern, tendo passado por vários cargos públicos e em empresas privada ao longo da sua vida profissional.

A especialista em turismo foi secretária de Estado do Turismo do México entre 2010 e 2012, período ao longo do qual foi responsável pela implementação do “Acuerdo Nacional por el Turismo”, estratégia que impulsionou o turismo mexicano e posicionou o país como um destino competitivo no cenário mundial.

Nesta candidatura, Gloria Guevara compromete-se a colocar o setor acima das agendas individuais, a reforçar o papel da ONU Turismo e a promover o turismo sustentável.

Zurab Pololikashvili procura terceiro mandato

Além de Gloria Guevara, também já é público que Zurab Pololikashvili, atual secretário-geral da ONU Turismo, pretende candidatar-se a um terceiro mandato, segundo o jornal The Diplomat in Spain.

O atual secretário-geral da ONU Turismo terá confirmado a sua candidatura depois de regressar da China, onde marcou presença no Global Tourism Economic Forum (GTEF), onde terá aproveitado para recolher apoios à sua recandidatura.

O apoio que Zurab Pololikashvili tem dado ao desenvolvimento sustentável e competitivo dos destinos e à colaboração próxima entre os setores público e privado, assim como a sua liderança próxima e o facto de a ONU Turismo se ter expandido e aberto novas delegações regionais em vários países, terão contribuído para que o responsável tivesse já conseguido reunir o apoio de diversos países.

Zurab Pololikashvili é secretário-geral da ONU Turismo desde 2018, tendo renovado o seu mandato em 2022.

A eleição do próximo secretário-geral da ONU Turismo vai ser decidida em 2025, prevendo-se que o Conselho Executivo da organização reúna entre 28 e 30 de maio do próximo ano e que, dessa reunião, saia um nome que será depois levado à Assembleia Geral, que está marcada para novembro de 2025, na Arábia Saudita.

 

 

 

 

Sobre o autorInês de Matos

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Análise

Redução da carga fiscal é prioritária para empresários para crescimento económico em Portugal

Segundo o Barómetro Kaizen, além da redução da carga fiscal, também o investimento em inovação e tecnologia é apontado como um dos principais fatores para o crescimento económico em Portugal.

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Num contexto de crescimento económico global incerto, as empresas portuguesas enfrentam desafios para garantir competitividade e impulsionar o desenvolvimento, num país onde o ritmo de crescimento permanece baixo. Embora investir em inovação e aumentar a eficiência operacional sejam estratégias apontadas para enfrentar os desafios internacionais, os líderes empresariais sublinham, também, medidas domésticas para acelerar o crescimento.

No mais recente Barómetro Kaizen, que inquiriu mais de 220 gestores de empresas que representam, no seu conjunto, mais de 35% do PIB de Portugal, a redução da carga fiscal é apontada por 77% e o investimento em inovação e tecnologia por 61%, emergindo como essenciais, visando fortalecer tanto a resiliência das empresas, como o potencial de Portugal no cenário internacional.

Outro dos tópicos discutidos neste barómetro foi a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2025, com 83% dos inquiridos a referem que este não parece ter medidas com impacto relevante, em relação às necessidades das suas empresas e, apenas, 14% afirma que as medidas contribuem positivamente para o crescimento da sua organização.

Ainda no contexto macroeconómico, os empresários manifestaram-se de forma positiva, relativamente à descida das taxas de juro, pela Fed e pelo BCE, com 50% a afirmar que este decréscimo terá um impacto positivo nos seus custos de endividamento.

Os empresários portugueses também opinaram relativamente à inflação, acreditando que as previsões são realistas e que a inflação continuará a mostrar uma tendência decrescente até ao próximo ano.

Adicionalmente, há um otimismo moderado no setor empresarial, com 61% dos gestores a afirmarem que esperam cumprir ou até ultrapassar os objetivos definidos para 2024 nas suas empresas, salientando o barómetro que este dado “sublinha a capacidade das organizações se ajustarem aos desafios e capitalizarem as oportunidades, mesmo num panorama económico em constante transformação”.

Num cenário de crescente protecionismo, com as estimativas do FMI a apontarem para um impacto de 6% no PIB global, caso as tarifas comerciais entre os EUA, Zona Euro e China subam para 10%, as empresas enfrentam desafios de competitividade e acesso a mercados. Questionados sobre como enfrentar este ambiente, os líderes empresariais nacionais destacam a importância de investir em inovação e aumentar a eficiência operacional (59% cada), bem como, diversificar os mercados (40%), para garantir resiliência e crescimento.

Ao abordar o crescimento e a competitividade das empresas portuguesas, o tema do financiamento revela-se essencial, especialmente num contexto onde o aumento da presença de private equity no tecido empresarial português poderia oferecer novas oportunidades de expansão. No entanto, a maioria dos líderes empresariais (73%) não considera esta forma de investimento uma opção relevante para os seus planos de crescimento.

Em vez disso, muitos optam por estratégias mais tradicionais: 61% aponta o financiamento bancário como a sua principal via de suporte, enquanto 31% afirma não recorrer a financiamento externo para expandir. “Estas escolhas refletem uma abordagem de crescimento mais conservadora, mas sublinham, também, uma preferência por estruturas de capital que mantenham maior controlo e autonomia, uma questão que parece subjacente à necessidade de preparar as empresas para desafios internos e externos, com soluções de crescimento sustentáveis e ajustadas à realidade do mercado português”, frisa o documento.

Transformação digital e sustentabilidade como pilares para o futuro
Há, no entanto, dois pilares que aparecem assinalados como relevantes para o crescimento futuro das empresas em Portugal, observando-se uma abertura significativa à inovação tecnológica e à integração de princípios ESG na estratégia empresarial. “A transformação digital é vista com grande potencial disruptivo, especialmente em áreas como automação de processos (70%) e análise preditiva (62%), indicando uma aposta clara em ferramentas de Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML), para otimizar operações e antecipar tendências de mercado”.

Em paralelo, os líderes empresariais manifestam um compromisso crescente com os objetivos ESG, embora ainda parcial em alguns casos: 42% afirma um alinhamento total com estes objetivos, enquanto 47% reconhece um alinhamento parcial. Estes resultados demonstram um percurso evolutivo, onde a inovação e a responsabilidade ambiental e social caminham juntas, refletindo uma visão de crescimento sustentável e adaptável aos desafios do presente e do futuro.

Produtividade, novos mercados e melhoria da força de vendas e customer journey
Para cumprir e garantir a continuidade desta trajetória de crescimento em 2025, os inquiridos afirmam que as suas maiores apostas serão no aumento de produtividade (59%), entrada em novos mercados/geografias (45%) e, por fim, na melhoria da força de vendas e da customer journey (40%).

“O foco no aumento da produtividade como estratégia de crescimento principal reflete a crescente necessidade das organizações em fazer mais com menos, num cenário global de maior incerteza e competitividade”, refere o barómetro. Independentemente do setor, o sucesso “exige uma abordagem holística que equilibre processos técnicos com fatores humanos e culturais, assegurando o compromisso de toda a organização”, adianta ainda o documento da Kaizen.

Em segundo plano, a entrada em novos mercados e geografias reflete uma ambição de expansão global, essencial para diversificar fontes de receita e mitigar riscos associados à concentração nos mercados tradicionais. Neste contexto, a agilidade organizacional torna-se essencial, não só para responder rapidamente às dinâmicas específicas de cada mercado, mas também para ajustar modelos de negócio e estratégias comerciais. Em paralelo com a expansão internacional, a melhoria da força de vendas e da customer journey foi também destacada. Fica evidente o reconhecimento de que o crescimento sustentável depende de uma abordagem centrada no cliente. Garantir uma experiência diferenciada ao longo de toda a jornada, desde a prospeção até à fidelização, é fundamental. Para isto, é importante mapear a jornada do cliente, identificando pontos de fricção e oportunidades de melhoria, sempre com foco na criação de valor. A estrutura e capacitação das equipas de vendas devem sustentar a visão da jornada do cliente.

“O mundo enfrenta desafios que exigem inovação, sustentabilidade e cooperação global. Ao longo dos anos, temos assistido à evolução dos programas de melhoria contínua, desde os primeiros círculos de qualidade focados em objetivos específicos e equipas dedicadas, até à integração de toda a cadeia de valor. Mais recentemente, o foco deixou de estar apenas na eficiência operacional para incluir áreas como inovação e crescimento, fundamentais para qualquer organização que aspira liderar no seu setor. Acreditamos que há sempre oportunidades para melhorar, e o nosso compromisso reflete-se na capacitação contínua dos colaboradores. Num cenário internacional fragmentado e de complexidade crescente, o equilíbrio entre resiliência e transformação tornou-se essencial”, conclui António Costa, CEO do Kaizen Institute.

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Tourist visiting Spain

Análise

Portugueses fazem retrospectiva das suas viagens de 2024 à Preply e já olham para 2025

Num recente estudo levado a cabo pela Preply, os turistas portugueses de todas as regiões do país refletiram sobre as suas viagens realizadas ao longo do ano que está a terminar, e fizeram as suas expectativas para 2025.

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Os dados divulgados pela Preply, plataforma que, para compreender as experiências turísticas da população no ano que está prestes a terminar, pediu a inquiridos de Norte a Sul que partilhassem as suas retrospectivas anuais de viagens, bem como as expectativas no que toca a fazer as malas em 2025. Para este estudo foram entrevistados 400 portugueses residentes em todas as regiões do país.

Ao longo do levantamento, seis em cada 10 inquiridos pela especialista em idiomas disseram estar a encerrar 2024 menos stressados graças ao hábito de viajar, que também os ajudou a fortalecer as suas relações pessoais, expandir o conhecimento cultural e, ainda, aumentar a autoconfiança, enquanto, os seus planos para os próximos doze meses, nesse sentido, podem ser resumidos num único objetivo: relaxar e descansar, dentro ou fora do país.

Entre a maioria dos inquiridos pela plataforma, oito em cada 10 disseram ter viajado pelo menos uma vez durante o ano, no geral por lazer (89%), para 62,9% deles, viver boas experiências enquanto viajantes nos últimos doze meses reduziu os seus níveis de stress consideravelmente, cooperando para dias de maior bem-estar, mesmo perante desafios.

Os efeitos positivos, de toda a forma, se estendem a outras áreas, sobretudo considerando a quantidade de inquiridos que relataram também terem se tornado pessoas com mais conhecimento cultural (57,7%), autoconfiança (26,9%) e proximidade com os seus relacionamentos pessoais (47,4%) graças aos dias passados fora de casa em 2024, sem contar todos os ganhos no que se refere à capacidade de adaptação a outras realidades (24,9%).

Por outro lado, segundo a maioria dos inquiridos, a preparação levou em conta as mais diversas ferramentas — das plataformas de reservas online (65,4%), ao Youtube (15,2%), blogs e sites de viagem (35,6%) e, claro, as redes sociais (23,5%), que os ajudaram a recolher dicas e contornar possíveis imprevistos.

Ao serem indagados sobre possíveis surpresas, muitos inquiridos não só se mostraram positivamente impactados por certas localidades, como fizeram questão de eleger os três destinos nacionais que mais excederam suas expectativas: Porto (13,4%), Aveiro (11%) e Braga (10,7%) — distritos que, seja pelo custo-benefício, acolhimento da população local ou experiências fora do comum, revelaram-se muito melhores do que o esperado.

Entretanto, provando que os portugueses desejam aproveitar ao máximo as folgas e férias para novas experiências turísticas, quando questionados pela Preply, 84,5% partilharam ter a meta principal de viajar para outros países, parcela mais expressiva que à de respondentes cujo objetivo será visitar novos lugares dentro de Portugal (47%).

Independentemente do destino escolhido, tanto o tipo de viagem quanto a sua finalidade parecem aproximar-se entre os mais diversos viajantes: para o ano que vem, a maioria dos inquiridos espera embarcar rumo a praias paradisíacas (55,4%), cidades históricas (55,6%) e destinos de natureza e aventura (37%), em todas elas com o intuito de relaxar e descansar (79,7%), viver experiências únicas e marcantes (42,7%) e, ainda, explorar novas culturas (50%).

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Do “Green Washing” ao “Green Hushing”

A poucos dias do final da COP29, a DoGood People alerta para o facto de haver cada vez mais empresas a optarem por não comunicar as suas práticas de sustentabilidade, o que pode prejudicar a transparência e a confiança dos stakeholders.

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Um novo fenómeno global – “Green Hushing” – parece estar a surgir no mundo empresarial, alerta a DoGood People, salientando que são cada vez mais as empresas que optam por manter em silêncio as suas práticas sustentáveis, visto terem receio do escrutínio público e de serem acusadas de praticar “Green Washing”.

Enquanto o “Green Washing” é uma ação deliberada para influenciar os consumidores, levando-os a pensar que uma determinada empresa é sustentável através da comunicação de uma narrativa falsa ou incoerente, o “Green Hushing” é uma “escolha intencional” de não comunicar verdadeiras práticas responsáveis, com o objetivo de evitar acusações de “Green Washing”.

Com a grande maioria das empresas a considerar que a comunicação de objetivos sustentáveis é relevante para o sucesso comercial, a solução corporativa de ESG que visa otimizar o envolvimento e impacto dos colaboradores na estratégia das suas empresas, alerta que, ainda assim, “muitas empresas estão a considerar manter estrategicamente o silêncio sobre as suas ações e outros progressos em questões de sustentabilidade”.

De acordo com o “Net Zero Report 2024”, um estudo da South Poul, o fenómeno é cada vez mais comum, sendo que 44% das empresas afirmam que a comunicação sobre ações de sustentabilidade é cada vez “mais desafiante”. Por consequência, 58% dessas empresas revela a intenção de reduzir a comunicação sobre esta temática.

Embora seja um fenómeno discreto, esta estratégia pode “prejudicar a transparência e a confiança dos stakeholders, enfraquecendo o impacto positivo que a comunicação de práticas sustentáveis poderia gerar”, admite a DoGood People. Além disso, dificulta a criação de benchmarks e a partilha de boas práticas entre setores, essencial para a evolução sustentável global.

Para responder a este desafio, “há que dar importância à construção de uma estratégia de sustentabilidade ao mais alto nível das empresas, integrada nos seus planos de crescimento e não apenas iniciativas levadas a cabo por um departamento isolado”, frisa a consultora.

Assim, quando a narrativa de sustentabilidade de uma empresa está ligada à sua estratégia de negócio, princípios e valores corporativos, ela torna-se transversal a toda a organização e aos seus stakeholders. “Tudo isto contribui para o aumento da confiança interna, mas também externa, o que reduz a vulnerabilidade a acusações de ‘Greenwashing’”, conclui a DoGood People.

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Turismo europeu regista forte desempenho no terceiro trimestre

No terceiro trimestre deste ano, o turismo europeu registou um aumento de 7% nas chegadas de estrangeiros e mais 5% nas dormidas face ao mesmo período de 2023, revela European Travel Commission. No seu relatório “Tendências e Perspectivas do Turismo Europeu” publicado esta quinta-feira, a ETC dá conta do bom desempenho de Portugal que subiu 19% de julho a setembro.

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Lançado esta quinta-feira, o relatório da ETC “Tendências e Perspectivas do Turismo Europeu” do terceiro trimestre de 2024, realça o desempenho dinâmico do turismo europeu durante o período de verão, apesar da ainda elevada inflação de serviços, que afetou tanto as empresas de turismo como os viajantes, e fornece uma análise abrangente dos últimos desenvolvimentos macroeconómicos e turísticos da região.

A organização lembra que os preços dos voos internacionais na Zona do Euro caíram em julho e tiveram um ligeiro aumento em agosto, mas a inflação em relação ao alojamento e pacotes de férias continuou a superar a inflação geral de serviços. Previsões recentes sugerem que os turistas devem gastar 13,7% a mais em toda a Europa em 2024 em comparação a 2023, e atingir 719,7 mil milhões de euros, com a Europa Ocidental respondendo por 74% desse total. No entanto, a incerteza económica, as tensões geopolíticas e o aumento dos custos de viagem representam riscos significativos para a recuperação sustentada da Europa em 2024.

Mais da metade dos destinos europeus reportados nesta análise excederam os níveis de chegadas estrangeiras de 2019, com quase um terço aumentando mais de 10%. Os destinos do sul do Mediterrâneo mostraram um desempenho particularmente forte, liderados pela Sérvia (+34%) e Malta (+32%) – ambos de uma base menor – seguidos por Portugal e Grécia (cada um +19%). A Turquia, (+16%) está a enfrentar uma concorrência maior de outros destinos do Mediterrâneo, pois os viajantes preocupados com o orçamento são dissuadidos pelo aumento dos preços. Montenegro (+14%) também teve um bom desempenho, enquanto a Espanha (+11%) atingiu números recordes este verão, apesar dos protestos de turismo excessivo.

A ETC considera ainda que a recuperação é mais lenta nos países bálticos, Finlândia, Roménia e Eslováquia, onde os declínios em relação aos níveis de 2019 variam de 24% a 11%. No entanto, dados anuais em muitos países dentro dessas sub-regiões fornecem uma perspectiva promissora, sugerindo que a recuperação está a progredir, embora a um ritmo mais lento do que em outras áreas.

Olhando para o desempenho da indústria, a procura por viagens aéreas europeias aumentou 3,4% nos meses de verão, apesar de interrupções como problemas de segurança cibernética e greves. Interrupções frequentes no tráfego aéreo durante o verão envolvendo vários países europeus diferentes provavelmente prejudicaram a recuperação em toda a região. Estatísticas recentes relataram que quase 40% dos passageiros na Europa neste verão sofreram atrasos ou cancelamentos.

No entanto, para a European Travel Commission, o desempenho do alojamento continua forte, com a receita por quarto disponível (RevPAR) em hotéis europeus a aumentarem 5,9% ano a ano. Os destinos do sul e do Mediterrâneo estão a ter o maior crescimento nas diárias, impulsionados pela procura robusta, apesar do aumento dos preços. Assim, os alugueres de curto prazo aumentaram 11% em agosto de 2024 em comparação a 2023, principalmente em França e Itália, representando aproximadamente 479 mil unidades.

O relatório também examina a crescente preocupação com a superlotação, destacando a distribuição desigual dos fluxos turísticos pela Europa. Embora o aumento do turismo tenha influenciado positivamente as economias europeias, os destinos populares estão mais uma vez a enfrentar restrições de capacidade e pressão ambiental, particularmente durante as temporadas de pico em 2024, lembrando a organização europeia que “em resposta a esses desafios contínuos, alguns países e cidades têm implementado medidas para se tornarem mais resilientes ao aumento contínuo esperado nos volumes de turistas. Essas medidas visam reduzir o fluxo de turistas em áreas concentradas, espalhar os turistas para outros destinos pelo país e maximizar o valor que eles recebem do turismo”, observa o relatório, para aplaudir os esforços que têm sido feitos para promover destinos menos conhecidos, com o objetivo de redistribuir os fluxos turísticos e aliviar a pressão sobre pontos turísticos superlotados. Dados recentes indicam que as chegadas em destinos emergentes estão a subir, embora de uma base menor.

A tendência ascendente do setor das viagens na Europa é apoiada por grandes eventos, melhor conectividade aérea, particularmente da China, ressalva a ETC que a recuperação pré-pandêmica é lenta, mas constante, na Europa Central e Oriental devido aos impactos contínuos da guerra na Ucrânia.

Comentando sobre a publicação deste relatório, o presidente da ETC, Miguel Sanz, realçou que “os viajantes continuam a priorizar as férias, mesmo diante do aumento dos custos, destacando o papel essencial das viagens em suas vidas”.

Após considerar um verão movimentado, o responsável sublinha que “a Europa está abordar ativamente as restrições de capacidade em pontos turísticos populares, redistribuindo os visitantes para destinos mais diversos”, concordando que “o nosso objetivo é aliviar a pressão sobre áreas sobrecarregadas e garantir que os benefícios económicos do turismo sejam compartilhados de forma mais equitativa”, até porque “o turismo europeu não se trata apenas de recuperação; precisamos evoluir para garantir um futuro sustentável”, concluiu.

 

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Mercado turístico português valeu 17,1MM€ em 2023, revela a Informa D&B

O volume de negócios agregado dos principais setores turísticos em Portugal (hotelaria, transporte aéreo, agências de viagens, operadores turísticos, transporte rodoviário de passageiros e rent-a-car) atingiu os 17,1 mil milhões de euros em 2023, o que equivale a um crescimento de 20% face ao ano anterior, revela uma análise da Informa D&B.

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No mercado de serviços turísticos, de acordo com a análise, os estabelecimentos hoteleiros e as agências de viagens a retalho são os que apresentam uma atomização mais elevada. No final de 2022, o número de empresas que geriam estabelecimentos hoteleiros rondava as 4.500, tendo sido responsáveis por um volume de emprego conjunto de cerca de 63.800 trabalhadores. O Algarve é a região com maior concentração desta atividade, com quase 29% das camas disponíveis, seguindo-se Lisboa, o Norte e o Centro, respetivamente com perto de 21%, 18% e 14%. Por sua vez, o setor de agências de viagens a retalho era constituído por 2. 235 empresas, que empregavam cerca de 9.200 pessoas.

A Informa D&B diz ainda que a grande maioria das empresas turísticas portuguesas concentra a sua atividade numa única atividade, embora se destaquem alguns grupos turísticos com maior diversificação. A estrutura empresarial do setor tende para a concentração de todas as atividades, devido ao crescimento dos grandes operadores, apoiado principalmente pelas aquisições e fusões de outras empresas, e pelo encerramento de pequenas empresas não rentáveis.

O estudo dá ainda conta que o número de hóspedes nos estabelecimentos hoteleiros rondou os 30 milhões em 2023, que representa um aumento de 13% face a 2022, enquanto as dormidas totalizaram cerca de 77,2 milhões, mais 11%. O aumento das dormidas registou a maior subida entre a população estrangeira, com um crescimento de 15%. Assim, as previsões apontam para a continuação do crescimento deste mercado, embora a um ritmo inferior ao dos anos anteriores.

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Redes sociais influenciam viagens dos portugueses, diz estudo da eDreams

Quase metade dos portugueses já viajou para um destino que não tinha considerado visitar graças à influência das redes sociais, revela um estudo da eDreams, predominante entre as faixas etárias mais jovens – a grande maioria dos inquiridos entre os 25-34 anos (56%), 18-24 anos e 35-44 anos (53% para ambos).

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A agência de viagens online eDreams acaba de divulgar os resultados do mais recente estudo que encomendou a uma empresa independente de estudos de mercado, desta vez sobre o impacto das redes sociais na escolha dos destinos dos viajantes. Neste caso, a empresa apurou que praticamente metade (49%) dos portugueses já viajou para um sítio que antes não tinha considerado, graças à influência das redes sociais, sendo que, a grande maioria dos inquiridos entre os 25-34 anos (56%), 18-24 anos e 35-44 anos (53% para ambos) já passou por esta realidade.

Já em sentido contrário, a grande maioria dos inquiridos mais velhos nunca visitou destinos novos por ter sido motivado a isso pelas redes sociais (55-64 anos – 66% e 65 ou mais anos – 89%). Neste ponto, foi possível também perceber que as mulheres portuguesas foram ligeiramente mais influenciadas pelas redes sociais para escolher novos destinos (51% vs. 47% dos homens).

A análise conclui igualmente que os portugueses são bastante mais influenciados pelas redes sociais na escolha de novos destinos de viagem do que outros países – de facto, a média global na resposta a esta questão foi de apenas 37% (vs 49% entre os inquiridos nacionais).

A eDreams quis também perceber se os portugueses já tinham ficado desiludidos com um destino ao vivo, em relação ao que tinham visto anteriormente nas redes sociais, mas a maior parte (62%) dos viajantes diz não ter se ter sentido defraudado nesse sentido. Esta resposta está também em linha com a média global (66%) do estudo da empresa.

Finalmente, em relação à questão das razões que levam os viajantes a partilhar conteúdos de férias nas suas redes sociais, para a maioria dos inquiridos, a principal motivação é guardar memórias das suas experiências (53%), mas também porque querem levar os seguidores a descobrir novos lugares (13%). É de destacar também que 20% dos portugueses diz não fazer publicações sobre as suas férias, em especial os inquiridos com idade superior a 55 anos (40%).

No caso daqueles que publicam conteúdos sobre as suas férias, 29% indicaram que, mesmo que ficassem desiludidos com as suas férias, estariam algo propensos a publicar sobre elas. Aqueles que não publicariam conteúdos sobre as suas férias caso estas os desiludissem dizem que agiriam assim para não influenciar as outras pessoas a visitar locais que as vão desapontar (38%) ou porque desejam ser autênticos nas redes sociais (32%).

Estes dados resultam de um inquérito realizado a nove mil consumidores a nível mundial, levado a cabo pela empresa de investigação independente OnePoll para a eDreams ODIGEO. O inquérito foi realizado em sete países, incluindo Alemanha, Espanha, EUA, França, Itália, Portugal e Reino Unido. A amostra portuguesa foi composta por mil indivíduos, todos adultos que tenham ido de férias nos últimos cinco anos.

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Turismo com mais de 4.000 reclamações desde o início do ano

Em vésperas das comemorações do Dia Mundial do Turismo, o Portal da Queixa revela que o setor do turismo em Portugal foi alvo de mais de 4.00 reclamações desde o início do ano. Os principais alvos são sites de reservas de viagens, questões relacionadas com reembolsos, cobranças indevidas e companhias aéreas.

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O setor do turismo foi alvo de mais de 4000 reclamações desde o início do ano, verificando-se uma subida de 22%, face a período homólogo do ano anterior, revela uma análise do Portal da Queixa por ocasião do Dia Mundial do Turismo, assinalado a 27 de setembro.

Os consumidores queixam-se, sobretudo, dos sites de reservas de viagens e das companhias aéreas, com a cobrança indevida, os problemas com o reembolso motivam as principais ocorrências registadas este ano.

De acordo com os dados analisados, entre 1 de janeiro e 22 de setembro deste ano, o Portal da Queixa recebeu 4.079 reclamações relacionadas com o setor do turismo, o que compara com as 3.344 queixas do ano passado.

A análise efetuada à categoria “Hotéis, Viagens e Turismo”, revela que o maior número de reclamações registado, este ano, é dirigido às categorias: Sites de Reservas de Viagens (46,1%) e Companhias Aéreas (20,5% das queixas).

Em terceiro lugar estão os Sites de Reservas de Alojamento (10,4%). Seguem-se os Marketplaces – Viagens, Produtos e Serviços (6,7%) e as Agências de Viagens a acolher 5,9% das reclamações. Já os Hotéis e Cadeias Hoteleiras somaram 4,9% e os Aeroportos geraram 2,7% das ocorrências.

Entre os principais motivos de reclamação dos consumidores dirigidos ao setor de turismo estão: a cobrança indevida (29,1%) e os problemas com o reembolso (16,1%), seguindo-se ainda a falta de qualidade do serviço/hospedagem (8,6%); os problemas com o cancelamento da reserva (7,4%) e a dificuldade no apoio ao cliente (5,2%).

Entre as companhias aéreas, a TAP ganha o pódio de mais reclamada, acumulando cerca de duas centenas de reclamações, desde o início do ano.

Numa altura em que a privatização da empresa está a ser negociada – e cuja operação financeira deverá arrancar após a discussão do Orçamento do Estado para 2025 – as principais queixas contra a companhia aérea portuguesa denunciam problemas relacionados com o reembolso (33%); dificuldades com o cancelamento/alteração de voo (13,6%); problemas com bagagem danificada (13,1%) e bagagem extraviada (9,7%) e mau atendimento ao cliente (9,1%).

Sobre a performance da TAP no que se refere à resolução dos problemas reportados pelos consumidores, a marca regista baixos indicadores: com um Índice de Satisfação (IS) avaliado pelos consumidores em 15,2 (em 100); a taxa de resposta é de 11,3% e a taxa de solução de 12,4%, resultando uma reputação “Insatisfatória”.

Apatia dos reguladores e falta de apoio ao cliente
Segundo aponta Pedro Lourenço, fundador do Portal da Queixa, “a reputação do setor tem sido colocada em causa pela falta de apoio ao cliente, pela desorganização e incapacidade de resolução, bem como pela desinformação e pela apatia dos reguladores”.

“Constatámos que as reclamações dirigidas aos vários intervenientes do setor do Turismo têm vindo a aumentar, desde os agentes de viagens, sites de reservas, companhias aéreas e as cadeias hoteleiras, pelos mais variados motivos, contudo, muitos consumidores apontam a desinformação e a falta de apoio ao cliente como principais motivos, o que revela a desorganização e incapacidade de resolução de problemas, colocando em causa a confiança e a reputação do setor”.

“Infelizmente, continuamos a assistir à apatia dos reguladores, que são impotentes face às ofertas publicadas na internet, nomeadamente nas reservas em plataformas digitais, que devem ser combatidas através de ações que incrementem a literacia digital dos consumidores”, conclui Pedro Lourenço.

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