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“Vamos assistir a uma recolocação das regras do mercado”

António Trindade, presidente do Grupo PortoBay Hotels, faz um retrato do actual momento turístico do País com a descida do mercado britânico e a recuperação dos destinos concorrentes da bacia Oriental do Mediterrâneo. A aposta nos mercados americanos ou a venda do maior número possível de experiências ao turista são algumas das sugestões apontadas para… Continue reading “Vamos assistir a uma recolocação das regras do mercado”

Raquel Relvas Neto
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“Vamos assistir a uma recolocação das regras do mercado”

António Trindade, presidente do Grupo PortoBay Hotels, faz um retrato do actual momento turístico do País com a descida do mercado britânico e a recuperação dos destinos concorrentes da bacia Oriental do Mediterrâneo. A aposta nos mercados americanos ou a venda do maior número possível de experiências ao turista são algumas das sugestões apontadas para… Continue reading “Vamos assistir a uma recolocação das regras do mercado”

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Raquel Relvas Neto
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António Trindade, presidente do Grupo PortoBay Hotels, faz um retrato do actual momento turístico do País com a descida do mercado britânico e a recuperação dos destinos concorrentes da bacia Oriental do Mediterrâneo. A aposta nos mercados americanos ou a venda do maior número possível de experiências ao turista são algumas das sugestões apontadas para sustentar a resiliência dos destinos portugueses perante um abrandamento.

Com a proximidade à World Travel Market em Londres, como decorreu a performance do mercado britânico este ano nas vossas unidades? E quais as perspectivas para este mercado tendo em conta a entrada em vigor, no próximo ano, do Brexit?

Em termos gerais, tivemos uma relação com o mercado inglês estável e positiva, quer no Algarve, quer em Lisboa e na Madeira. Onde tivemos maior crescimento do mercado inglês foi no Brasil. Em termos de mercado, com algumas mudanças de ranking de protagonismo entre operadores, sentiu-se aqui algum decréscimo da TUI UK, que foi compensada pelo operador inglês que está a apostar mais na bacia ocidental do Mediterrâneo que é a Jet2, actualmente o maior operador inglês para Portugal. Não temos uma situação de crescimento, temos uma situação de manutenção e sendo para nós o mercado inglês o principal mercado, a estabilização é algo bastante positivo.

Em relação às unidades no Brasil, este crescimento do mercado inglês a que se deve?
No Brasil, a relação com a operação turística é muito pequena, ela faz-se sobretudo através das OTA’s e das reservas directas e aí, tivemos, este ano, um aumento de tráfego, quer para o Rio de Janeiro, quer para São Paulo, que inclusivamente não contávamos tanto. Este aumento advém do reconhecimento da nossa marca no mercado inglês sobretudo para destinos mais longínquos e onde efectivamente a notoriedade da marca conta em relação aos mercados de origem. Fomos ganhadores com isso.

Em Portugal, aposta-se muito na diversificação de mercados, como os EUA e o Brasil, para colmatar a descida do mercado britânico. Que visão tem desta aposta?
A evolução dos mercados tem muito a ver com as acessibilidades e tem necessariamente a ver com o que é colocado em relação a cada um dos mercados de origem. Ou seja, a evolução positiva ou negativa dos mercados de origem para cada um dos destinos é que determina necessariamente mais a evolução positiva nas próprias ocupações dos hotéis. E o que acontece? Lisboa foi aqui o grande ganhador, os mercados americano e brasileiro contam-se agora nos top 4 ou 5 em qualquer um dos nossos hotéis em Lisboa. No caso da Madeira e do Algarve, sente-se também aqui um acréscimo, mas evidentemente não se pode estar a falar do mesmo tipo de protagonismo que os EUA e o Brasil têm em Lisboa.

Que desafios se colocam?
É natural e evidente que isto implica uma grande aposta nos mercados alternativos onde haja a possibilidade de crescimento nas acessibilidades. Se não tenho garantido o crescimento de acessibilidades, não posso fazer grandes apostas. Mas há algo que é estratégico quando estamos a falar de mercados não-europeus ou intercontinentais: temos de ter a consciência que estamos numa das pontas da Europa e, evidentemente, aquilo que represento. Na captação de mercado internacional ou intercontinental, temos que ter a consciência que, quer os asiáticos, quer os americanos, sejam eles norte ou sul-americanos, gostam de vir à Europa e percorrê-la ou ter uma experiência europeia. É muito natural que a nossa propensão seja de mais fácil acesso ao mercado dos EUA ou Canadá ou mercado sul-americano, porque entra-se na Europa por Portugal. Quando falamos de conquista do mercado asiático, isto quer dizer que tinhamos que ter uma acessibilidade a Portugal para ir para o Centro da Europa, para voltar para a ponta da Europa para voltar para a Ásia. Um grande desafio que se deveria colocar à própria TAP como elemento da Star Alliance, que em termos de Star Alliance possa efectivamente servir também Portugal, o que, infelizmente, não se tem sentido, por parte de uma Lufthansa, de uma Swiss Air, a vontade de fazer uma aproximação até este extremo ocidental da Europa. Faz sentido um asiático comprar uma entrada pela Europa e naturalmente vem à periferia e depois naturalmente regressa. O que acontece é que as apostas que se fizeram em termos de mercado asiático para vir para este lado, ir ao centro [da Europa] e voltar à periferia, não resultaram. Aliás, vê-se a aposta no mercado chinês com uma companhia chinesa e, infelizmente, não funcionou. Em contrapartida, o que temos é esta capacidade que a TAP tem demonstrado de entrar no mercado norte-americano e isso sim é que é revelador de um crescimento exponencial deste mercado, porque naturalmente a TAP depois, a partir do hub do Porto ou do hub de Lisboa, irradia para a Europa e mantém este regresso às origens através de Portugal. Sou um forte defensor e acredito muito que as nossas duas principais cidades, aqui não só Lisboa, que infelizmente tem o problema de ter o aeroporto esgotado, mas acredito francamente nas alternativas que se possam colocar também no Porto, porque tem efectivamente capacidade de ser um hub suficientemente atractivo no mercado norte-americano. Aqui, evidentemente, com um protagonismo natural da nossa TAP, dado que ela não só consegue trazer clientes a um lado nacional, como distribuir dentro do País e de uma região ocidental, como também servir de hub para a Europa. Levamos à Europa e depois trazemos da Europa para voltar à origem. Em primeiro lugar, tem uma capacidade de crescimento em termos absolutos e em termos relativos, porque o país tinha muito pouca expressão em comparação com outros destinos europeus. Estamos a ganhar um protagonismo dentro de valores normais que qualquer aeroporto europeu se coloca em relação aos EUA.

E quanto ao abrandamento que se está a verificar na hotelaria nacional em termos de dormidas e hóspedes, estamos preparados para esta redução de turistas?
Tenho algum receio que não tenhamos feito o suficiente trabalho de casa. Há um ano e pouco, estive em Maiorca a visitar vários hotéis e produtos, e senti que os hoteleiros das Baleares, assim como os hoteleiros do sul de Espanha e das Canárias, tiveram, não só incentivos, como uma vontade muito grande em requalificar os seus produtos, ao mesmo tempo que as próprias regiões espanholas têm feito grandes apostas na requalificação dos seus micro e macro produtos. Cada uma das zonas tem feito grandes apostas. Nós temos feito, mas não à mesma escala. O português tem, por vezes, alguma propensão de ser demasiado reactivo e de não olhar para a velocidade do mundo a mudar e não se adaptar o suficiente. O que está a acontecer actualmente? Sobretudo a oferta de lazer é sempre superior à procura, historicamente sempre o foi e há um ciclo na história da relação oferta/procura turística que determina quando o Oriente do Mediterrâneo está em crise nós ganhamos muito, quando o Oriente recupera, sobretudo com uma estratégia de preços tremendamente agressiva, nós passamos a sofrer. Quando digo nós, considero sobretudo o mercado ibérico. Espanha e Portugal estão exactamente nesta mesma posição no que diz respeito aos vasos comunicantes dentro do Mediterrâneo. E nós somos, na realidade, um destino mediterrânico, quer em termos continentais, quer a nossa realidade insular, seja Canárias ou Madeira. Os espanhóis têm para o próximo Inverno decréscimos de dois dígitos, nós temos algumas indicações de que vamos ter algum decréscimo em relação ao próximo Inverno e ao Verão de 2019, mas acresce uma outra situação. Além desta competição Oriente/Ocidente, há aqui um outro factor em Portugal que tem necessariamente de contar – isto sem pressupor qualquer inimizades internas – é que as cidades portuguesas estão a ganhar um protagonismo crescente. Ainda há dois ou três dias, a Hosteltur reproduzia um trabalho julgo de uma organização oficial de turismo europeia, onde se referia que, pela primeira vez, na Europa, o tráfego para cidades já era maior do que o tráfego para resorts turísticos, isto quer dizer que há um protagonismo crescente das cidades numa lógica não necessariamente corporativa, mas numa lógica de lazer. Há aqui um factor importante, a estadia média em cidades evidentemente é menor, portanto quando falo em termos de noites, o número de noites em ambiente de resorts ainda continua a ser superior ao número de noites em cidades, mas estes dois factores – vasos comunicantes Ocidente/Oriente e o crescente protagonismo das cidades como centro de lazer – evidente que geram aqui desafio crescente aos resorts tradicionais como o são o Algarve, a Madeira.

E o que fazer perante esses desafios?
Temos que assumir que aumentámos os nossos preços médios, que nos fizeram distanciar dos preços médios da Turquia e do Egipto, porque esses são os grandes concorrentes dos destinos ocidentais. Há um factor de preço médio, e não estamos a falar só do preço médio da dormida, mas o preço médio dos restaurantes, dos bares… Se bem que não tenhamos preços altos, a concorrência é que está com preços manifestamente baixos por dois motivos: pelas necessidades que tiveram, como também pela desvalorização da libra turca. Isto quer dizer, que a competitividade cambial foi sempre um grande argumento utilizado por estes nossos grandes concorrentes da bacia Oriental. (…) Tenho maior instabilidade social, mas quando um hotel de cinco estrelas é vendido pelo preço de um de três estrelas, o cliente de três estrelas quer ir para o cinco e pensa que se houver tiros ou houver guerras elas passam demasiado por cima e vai continuar a desfrutar do seu sol. Há aqui uma política de contenção, de requalificação e, fundamentalmente, de a dita política da ocupação dos tempos livres. É muito importante, quer em termos de resort, quer de cidades, que haja uma agenda suficientemente interessante para colocar no mercado os destinos que oferecem muita coisa durante todo o ano. A criação de atractividade no destino em si, ligado à atractividade do hotel propriamente dito, é algo particularmente importante colocarmos no mercado para prever este decréscimo e, sobretudo, de prevermos a nossa capacidade de recuperação. Prevejo que o ano de 2019 será um ano, fruto desta relação dos vasos comunicantes, que terá uma situação que não é a mais fácil de todas para nós.

O Grupo PortoBay tem operação na Madeira, Algarve e Lisboa. Que leitura é que faz do actual momento de cada um deles?
Os momentos são diferentes. A Madeira, o Algarve e Lisboa vão encarar 2019 com três ambientes diferentes. O primeiro, Lisboa, a crescer a oferta e a ter um aeroporto sem uma capacidade de resposta directa a esse acompanhamento da oferta. O mesmo se passa em relação à Madeira, mas aqui em termos percentuais e relativos, o diferencial será efectivamente superior ao de Lisboa, dado que a oferta para o próximo ano vai crescer muito e não há um aumento de procura para fazer face a este aumento da oferta. Só que a Madeira está numa ilha e Lisboa é uma cidade num continente onde temos outros meios de acesso e onde a própria distribuição dos hubs continentais permite uma distribuição territorial, nomeadamente no caso dos novos mercados ao criar as novas oportunidades não propriamente só europeias, mas as novas oportunidades nacionais ou ibéricas. O que quero dizer com isto, é que há uma captação muito grande em termos de mercado brasileiro e mercado americano para fazer circuitos nacionais ou ibéricos e isto quer dizer que esta distribuição de circuitos por todo o País ou por toda a Península Ibérica permite trazer mais gente e ocupar melhor a oferta. No caso insular, como a Madeira, muito dependente ainda da operação turística, se não há um aumento da procura turística, evidentemente que a oferta ressente-se. No Algarve, a situação em termos de procura é relativamente constante, mas temos que nos preparar para este efeito que já deu os primeiros indícios negativos em 2018 em relação à guerra directa de destinos concorrenciais, destinos de sol e praia com a bacia Oriental do Mediterrâneo. Aqui é onde as acessibilidades da operação turística se colocam numa linha mais directa com a concorrência. Evidentemente, que nós – destinos de sol e praia ibéricos – temos de nos preparar para algum decréscimo, não é propriamente decréscimo. Diria que é uma recolocação do mercado, porque tivemos aumentos grandes de procura, no caso do Algarve, por exemplo, porque houve não só um aumento da procura pelo destino ‘per si’, mas muito também de uma deslocação de tráfego da Turquia, do Egipto e da Tunísia. Vamos assistir a uma recolocação das próprias regras do mercado, da relação oferta e procura do que era há dez anos.

Concretamente Lisboa, um dos desafios que se colocam à cidade e ao País é, sem dúvida, o aeroporto. Uma das soluções que defende é, por exemplo, a Madeira atrair companhias que utilizem novos hubs como Porto e até Barcelona…
O aeroporto de Lisboa tem uma responsabilidade que ultrapassa a própria cidade que serve, dado que é o nosso principal hub de distribuição nacional. Com o crescimento do tráfego consolidado, o tráfego das OTAs, das pessoas que querem ir livres para um destino, o que acontece é que vão-se utilizando cada vez mais os hubs das capitais para depois se distribuírem pelos outros destinos e aqui, invariavelmente, no caso do Algarve, Madeira e dos Açores, isto quer dizer que há um crescimento do mercado que passa por Lisboa. O que acontece é que quando tenho [o aeroporto de] Lisboa “entupido” já não tenho capacidade de abastecer mais Lisboa, nem de distribuir para os outros destinos. Há que encontrar, por parte dos destinos que são servidos por esse hub, as alternativas para ganhar mais protagonismo e aqui é o que eu referia que o Porto e Barcelona são dois aeroportos com capacidade de crescimento, mas sobretudo com capacidade de crescimento com companhias que utilizem hubs nestes aeroportos. Para a Madeira, por exemplo, as alternativas Transavia ou Vueling têm uma capacidade de abastecimento destes destinos maior, dado que utilizam esses aeroportos como hubs e não propriamente uma mera ligação ‘point to point’. Quando abordamos o caso da Ryanair para a Madeira, evidentemente que pode ter uma importância grande, mas a sua relação será muito na lógica do ‘point to point’, quer isto dizer que terá um contributo grande para o turismo nacional para a Madeira, mas um contributo relativo em relação ao outro tráfego internacional, dado que a Ryanair não tem uma política de hubs assente no aeroporto do Porto. Para qualquer viajante é sempre muito mais fácil quando coloca a mala numa origem e mesmo que tenha um hub, tem uma ligação directa de avião, o que não é o caso da Ryanair. O que me permite valorizar companhias como uma Transavia e uma Vueling é a sua capacidade de distribuição através desses hubs. Vou dar um exemplo, a Transavia é, actualmente, uma das companhias que, a seguir à TAP, mais interesse tem para a Madeira. Experimentei isso há três dias, quando vim do Porto para o Funchal num avião que estava a fazer Paris-Porto-Funchal, onde as pessoas vindas de Paris nem saíram do avião. Num avião com 170/180 lugares, 120 destes já eram ocupados por franceses que vinham para a Madeira, mas os outros foram franceses que ficaram no Porto. Isto permitiu que haja uma multi-deslocalização de turistas, com um voo que está a servir vários destinos portugueses.

Na Madeira, no entanto, acrescem ainda os constrangimentos que a TAP tem colocado ao seu desenvolvimento…
A TAP é uma empresa em crescimento exponencial que está a sofrer um impacto do mercado como qualquer outra companhia, que cresce ao ritmo da TAP, vai encontrar no mercado. Julgo que se tem especulado muito em relação a este percurso da Madeira com a TAP. O fenómeno Madeira em relação à TAP deve ser colocado nos mesmos termos em que se coloca em relação a todos os outros destinos da TAP. Temos dois segmentos que têm objectivos diferentes: um são os madeirenses a voar para o continente ou para fora da ilha, outro é o número de turistas que vêm para a Madeira. Não nos podemos esquecer que a TAP é responsável por entre 25% a 30% dos turistas que vêm para a Madeira e mais de 50% dos passageiros da TAP que vêm à Madeira são turistas. A TAP representa o dobro do segundo transportador de turistas para a Madeira. A TAP cresceu e houve aqui uma distribuição de segmentos neste transporte para a Madeira o que evidentemente cria aqui alguns constrangimentos quer em relação aos madeirenses, quer sobretudo aos clientes nacionais que vêm à Madeira, porque a politica do subsídio de mobilidade foi algo tremendamente perverso, foi politicamente incorrecto e aqui só há uma principal crítica a fazer ao modelo errado de atribuição do subsídio de mobilidade, porque não fez compatibilizar duas coisas: o direito dos cidadãos à aplicação do princípio da continuidade territorial com a competitividade das empresas. Quando o madeirense só paga um determinado valor, adianta tudo e depois espera dois meses para poder receber a comparticipação do Estado, ao mesmo tempo, as companhias aplicam as suas tarifas ao nível mais alto que possam efectivamente receber o subsídio do Estado. Aqui quem é o principal lesado na realidade acaba por ser o Estado e os portugueses que queiram vir à Madeira, porque têm preços exorbitantes. Por isso, os critérios da atribuição do subsídio de mobilidade têm que ser revistos o mais depressa possível para conseguirmos reganhar um ambiente de competitividade entre os transportadores para a Madeira e poder abrir, de uma forma melhor e mais eficiente, um mercado que é muito importante para a Madeira, o mercado nacional. Quem são os principais prejudicados são os portugueses que querem vir à Madeira.

A estada média em Portugal é um dos indicadores que mais desafios tem causado. Como poderemos melhorá-la?
Julgo que esta aposta tem de correr transversalmente em relação a todos os outros mercados. Tenho que mostrar aquilo que na realidade são as capacidades que cada destino possa oferecer e se por um lado, a Madeira e o Algarve, fruto do peso da operação turística, é muito tradicional a estadia de uma ou de duas semanas, em termos de cidade tendencialmente a estadia é mais curta. Esta aposta no aumento da estadia média não é propriamente dos resorts portugueses, porque esses já têm uma estadia média relativamente confortável, é sobretudo nos destinos urbanos. Para isso há que saber o que é que na cidade, e à volta desta, pode criar uma complementaridade na estadia. Isto que dizer, em primeiro lugar, levar às diferentes origens o que cada uma destas zonas tem para oferecer e a proliferação de acções de ocupação de tempos livres que faça o cliente ter uma estadia maior. E convenhamos uma coisa, em termos urbanos, o efeito que esta realidade pode ter é enorme. Se tenho, por exemplo, uma estadia média de oito dias num resort na Madeira ou Algarve, se aumentar um dia estou a aumentar sensivelmente 10% da minha ocupação, mas se a minha estadia média de Lisboa ou do Porto for de dois dias e conseguir ter mais um dia, estou a aumentar 50% a minha ocupação hoteleira sem precisar de mais um cliente. Convenhamos, quer em Lisboa quer no Porto, os arredores de cada uma das cidades já têm tanto para oferecer que facilmente permitem criar experiências. As ofertas das experiências são suficientemente atractivas para desencadear este aumento.  Trago esta minha preocupação do aumento da estadia média já de há muitos anos, aliás, quase desde que comprámos o hotel em São Paulo. São Paulo tem vindo a confirmar a sua passagem de estadia média de dois para três noites com a criação de eventos urbanos, animação urbana, que fez com que as pessoas naturalmente comprassem mais um dia de estadia. São os eventos culturais, de animação popular, são os ambientes de incentivo, tudo isto feito numa lógica de conjugação entre os responsáveis da cidade e cada um dos protagonistas hoteleiros, alojamento local, agentes de viagem, nesta promoção de que dois ou três dias não são suficientes. A criação desta mentalidade virada para vender o maior número de experiências possível é que é fundamental. Porquê? Porque além de aumentar a estadia média, vai mudar um pouco os objectivos das viagens. Quando estávamos a falar do tráfego intercontinental, um americano está preparado para fazer o corrido todo da Europa. Se logo no primeiro ponto forem criados factores de atractividade suficientes, ele vai alterando o seu próprio modelo de férias. Pensa: “Este ano não vou ser ‘globetrotter’ por dez cidades europeias, mas há uma ou outra cidade à partida que me oferece tantas experiências que me permitirá passar da minha experiência europeia para a minha experiência ibérica ou para a minha experiência portuguesa, porque tenho factores de atractividade suficientes para me ocupar esse tempo”.

De uma forma geral, como perspectiva o próximo ano para Portugal ao nível do Turismo, vamos continuar a crescer?
Diria ao contrário, julgo que Portugal será suficientemente resiliente para ultrapassar alguns ambientes que em termos internacionais se poderão colocar negativos em relação à bacia ocidental do Mediterrâneo. O ‘boom’ de recuperação de toda a bacia Oriental, e aí eu incluo também a Grécia, os números que aparecem agora para o Inverno e para o próximo Verão, fazem com que nós só não desceremos se formos muito resilientes. Quando olho para todo o espectro nacional, vejo o Algarve directamente na concorrência com esta bacia Oriental, Lisboa sem uma capacidade de crescimento fruto do aeroporto, o Porto a crescer e a Madeira com estes problemas estruturais que estamos a ultrapassar, que são sobretudo de uma desadaptação entre procura e oferta.

Grupo PortoBay
Quais deverão ser os resultados do grupo este ano?
Este ano, apesar de termos tido a obra de construção das suites junto do The Cliff Bay, a situação foi mínima, o Algarve apresentou um muito ligeiro decréscimo em relação ao ano passado. Mas em termos globais, vamos atingir, quer em termos de ocupação, quer em termos de receitas, quer muito provavelmente em termos de resultados finais, os mesmos números de 2017. Não conto ter uma variação de resultados superior a 2% para cima ou para baixo.

No início do próximo ano vamos ter novas unidades no grupo?
As ‘Les Suites at The Cliff Bay’ vão abrir, o nosso hotel no PortoBay Flores vai abrir e pode ser que eventualmente dentro de algumas semanas possamos ter novidades. Vamos apresentar o novo PortoBay Old Town que está em fase final de projecto, comprámos a quinta e estamos actualmente a desenvolver o projecto para dentro de 24 meses ter a nossa oitava unidade na Madeira.

*Entrevista publicada na edição impressa de 26 de Outubro.

Sobre o autorRaquel Relvas Neto

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AHETA: Ocupação por quarto no Algarve em outubro acima do 2022, mas ainda abaixo do 2019

Em outubro as unidades de alojamento no Algarve registaram uma subida de 4,8 pontos percentuais na taxa de ocupação quarto face ao mesmo mês do ano anterior, anuncia a AHETA.

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Os dados provisórios da AHETA, referentes a outubro, indicam que, no Algarve, a taxa de ocupação quarto nas unidades de alojamento foi de 72,7%, 4,8pp (pontos percentuais) acima da verificada no mesmo mês de 2022, mas ainda 2,3pp abaixo da registada em outubro de 2019.

A Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve revela ainda que os mercados que mais contribuíram para a subida homóloga verificada foram o alemão, com +1,7pp, o irlandês, com +0,6pp, e o norte americano, com +0,5pp.

Já por zonas geográficas, no mês em análise, as maiores subidas face ao outubro do ano anterior tiveram lugar nas zonas de Monte Gordo / Vila Real de Santo António (+13,7pp), Carvoeiro / Armação de Pêra (+12,6pp) e Tavira (+8,0pp).

Quanto à estadia média, foi contabilizada 4,5 noites, 0,6 acima da ocorrida no mês homólogo de 2022. Por sua vez, as estadias médias mais prolongadas foram as dos mercados dinamarquês, com 7,1 noites e neerlandês, com 6,5, refere a AHETA.

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Jon Arriaga assume direção geral do grupo DIT em Portugal

A direção geral da DIT Portugal passa a ser assumida por Jon Arriaga, após saída, de forma voluntárias, de Paulo Lages, no passado dia 1 de novembro, anuncia o grupo de gestão de agências de viagens.

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A par da IV convenção DIT Gestion, que decorreu na cidade espanhola de Cádiz, de 1 a 5 de novembro, Jon Arriaga anunciou que esta decisão foi tomada para demonstrar que o projeto DIT Portugal é e será para continuar a crescer como até aqui, afirmando também que a sua presença no nosso país vai ser cada vez mais constante mostrando a todas as agências do grupo uma proximidade muito grande.

Na ocasião, Jon Arriaga, que acumula o cargo de CEO da DIT Gestión, deixou também uma mensagem de agradecimento e empenho de Paulo Lages pelo projeto DIT Portugal e desejar-lhe toda a sorte no seu futuro profissional e pessoal, ao mesmo tempo que informou que Rúben Nunes irá manter toda a direção comercial do grupo em Portugal, assegurando que toda a equipa que fazia parte da rede no nosso país irá se manter cada vez mais motivada e unida.

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L’AND Vineyards e Valverde Santar Hotel & SPA integram a rede Relais & Châteaux

A Relais & Chatêaux integrou este mês dez novos membros na sua rede internacional, entre os quais os portugueses L’AND Vineyards e Valverde Santar Hotel & SPA.

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Pela primeira vez, o Egito junta-se também ao leque de destinos propostos pela Relais & Châteaux que este ano já passou a integrar mais 27 unidades hoteleiras, “sempre com o propósito de sublimar, transmitir e preservar o património gastronómico, cultural e ambiental de cada região”, como indica em nota de imprensa.

Na lista de dez novos membros, além dos hotéis portugueses mencionados, estão incluídos o Al Moudira Hotel, em Luxor (Egipto); Cap Maison Resort & Spa, em Santa Lúcia; Château de la Gaude, em Aix-en-Provence (França); Fogo Island Inn, em Terra Nova (Canadá); Palazzo Ripetta, em Roma (Itália); o restaurante La Tanière***, no Québec (Canadá); Casa Chameleon at Las Catalinas, (Guanacaste, Costa Rica) e o Catalochee Ranch, na Carolina do Norte (Estados Unidos).

“É com enorme satisfação que acolhemos estas dez novas unidades no seio da rede Relais & Châteaux, que vêm completar a nossa oferta atual. No total, 27 novos membros integraram a associação em 2023, demonstrando o dinamismo da nossa rede e a nossa constante preocupação em consolidar a qualidade e a diversidade da experiência do cliente nas nossas propriedades. Partilhamos com cada um deles a mesma visão: tornar o mundo num lugar melhor pela gastronomia e pela hotelaria”, afirma Laurent Gardinier, presidente da Relais & Châteaux.

L’AND Vineyards explica a sua estratégia de “posicionamento e internacionalização”

Situado em Montemor-o-Novo, o Relais & Châteaux L’AND Vineyards está integrado num edifício contemporâneo caraterizado por linhas brancas, cujos interiores modernos foram projetados pelo arquiteto brasileiro Márcio Kogan. O edifício foi pensado para “tirar o máximo partido da beleza natural” envolvente, razão pela qual as suites deste estabelecimento têm “tetos retráteis que permitem contemplar as estrelas a partir da cama”.

Pormenores como “tapetes tecidos à mão provenientes da região de Reguengos-de-Monsaraz e pisos de ardósia ou em madeira de eucalipto”, com inspiração no artesanato local, foram incluídos para envolver os hóspedes neste ambiente alentejano. A oferta fica completa com  seis hectares de vinha biológica e a possibilidade de frequentar cursos de enologia ou de criar as suas próprias garrafas com rótulos personalizados no Wine Club; o restaurante Mapa; uma piscina exterior infinita e um spa de enoterapia com produtos da Vinoble.

Marta Passarinho, diretora geral do hotel, explica que “o L’AND tem vindo a desenvolver uma estratégia de posicionamento e internacionalização que passou por investimentos consideráveis em novas Suites, em melhorias de paisagismo e na área da gastronomia, nomeadamente com a integração do novo chef-executivo David Jesus, no restaurante Mapa”.

“Entrar no universo Relais & Châteaux é integrar uma cultura de hospitalidade que já partilhamos e com a qual nos identificamos totalmente. É também uma oportunidade de nos associarmos a um grupo de pessoas cujo trabalho é reconhecido internacionalmente e que nos ajudará a explorar mercados alargados que valorizam o nosso conceito de hospitalidade e experiências exclusivas”, refere a diretora hoteleira.

As 44 suites do Relais & Châteaux L’AND Vineyards, das quais sete são villas, têm preços que variam entre os 400 e os 750 euros. No restaurante Mapa, de 50 lugares, a refeição ronda os 85 euros, enquanto no café Viagem, de 40 lugares, é cerca de 50 euros.

Valverde Santar Hotel & Spa, uma unidade integrada numa casa senhorial do século XVII

Já o Relais & Châteaux Valverde Santar Hotel & Spa localiza-se na Vila de Santar, no concelho de Nelas. Recentemente inaugurado numa típica casa senhorial do século XVII, parcialmente pertencente à família real portuguesa, este hotel é fruto de um projeto de recuperação que durou quatro anos.

Nos espaços comuns e nos quartos, “o mobiliário de época e os quadros de antigos mestres coabitam sob os tetos pintados ou apainelados”, como referido em comunicado. No restaurante da unidade, Memórias, o chef Luís Almeida propõe uma cozinha moderna inspirada nas receitas tradicionais da região, onde integra produtos sazonais.

Créditos: Bruno Barbosa

“O grupo Valverde Living está muito satisfeito com a aliança estabelecida entre a Relais & Châteaux e o Valverde Santar Hotel & Spa. Vai ser certamente uma parceria de enorme sucesso, devido ao facto de as condições naturais do projeto Santar se coadunarem perfeitamente com os standards da associação. O destino Santar/Viseu irá ser reforçado internacionalmente e a riqueza que oferece em termos de hotelaria, gastronomia e vinhos e jardins será seguramente muito valorizada”, refere Adélia Carvalho, COO do grupo Valverde Living.

Com um total de 20 quartos, dos quais oito são suites, as unidades de alojamento do Valverde Santar Hotel & Spa variam entre os 450 e os 650 euros por noite, cujo restaurante gastronómico inclui 38 lugares.

Créditos: Bruno Barbosa
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Costa norte da Madeira aumenta oferta de alojamento

A pouco e pouco, e no âmbito da descentralização da oferta turística na Madeira, também a costa norte da ilha tem vindo a aumentar a oferta de alojamento. Desta vez foi a “Casas do Calhau Miúdo” que acaba de nascer no município do Seixal.

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Numa visita que fez à nova unidade de alojamento, o presidente da Região Autónoma da Madeira, Miguel Albuquerque, elogiou as “Casas do Calhau Miúdo”, localizadas no Seixal, sublinhando ser o que se pretende para garantir uma melhor oferta turística na costa norte, diferenciada.

O presidente do Governo Regional relevou ser aquela zona uma das mais bonitas da Madeira, frisando ainda a oferta de qualidade disponibilizada pelas “Casas do Calhau Miúdo”, para realçar tratar-se de um projeto diferenciado.

Miguel Albuquerque, na nota publicada na página oficial do Governo da Madeira, defendeu que “o que nós precisamos é de, gradualmente, ter melhor oferta, sobretudo no norte da Madeira, para um desenvolvimento turístico também diferenciado, sobretudo para o Turismo de Natureza”.

O projeto contemplou a recuperação de dois imóveis já existentes no local: uma habitação unifamiliar e um palheiro. Estes foram convertidos em duas unidades de alojamento – Casa do Mar e Casa da Pedra e um anexo de apoio com receção e espaço lúdico.

A oferta prevista é de três quartos (com capacidade para acolher nove pessoas) e apresenta-se como um projeto turístico direcionado ao mercado do turismo de desporto de natureza, principalmente das atividades ligadas ao mar.

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Terceiro trimestre de 2023 traz resultados “históricos” ao grupo Hotusa

O grupo dá conta que no terceiro trimestre deste ano, de julho a setembro, atingiu um Ebitda de 71 milhões de euros, uma subida de 15% em relação ao terceiro trimestre de 2022.

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O grupo Hotusa registou os “melhores resultados da sua história” no terceiro trimestre de 2023, que constituiu o “melhor terceiro trimestre dos seus 46 anos de atividade”.

Em nota de imprensa, o grupo dá conta que no terceiro trimestre deste ano, de julho a setembro, atingiu um Ebitda – lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização – de 71 milhões de euros, uma subida de 15% em relação ao terceiro trimestre de 2022, o seu melhor registo até à data. No terceiro trimestre deste ano, o volume de negócios foi de 427 milhões de euros.

Estes números elevaram os valores acumulados anuais, ou seja, de janeiro a setembro de 2023, a “máximos históricos” na empresa, com as receitas a subirem para os 1.064 milhões de euros, mais 27% do que em 2022, e o Ebitda para os 146 milhões de euros, mais 36% do que no ano passado.

No mesmo documento, o grupo garante que “as contas da empresa superam confortavelmente, em todos os parâmetros, os resultados do último exercício pré-pandémico”.

“O setor demonstrou a sua força e a nossa empresa está a atravessar um excelente momento. Por isso, apesar das dificuldades e adversidades que se vislumbram no contexto internacional, encaramos o futuro com grande otimismo e estamos preparados para enfrentar o que vier em 2024”, assegura o presidente do Grupo Hotusa, Amancio López Seijas.

Com 46 anos de história, o grupo Hotusa opera em mais de 130 países e conta com 5.000 colaboradores, sendo que o seu volume de negócios ultrapassou os 1,2 mil milhões de euros em 2019.

Após a integração das suas duas empresas de serviços hoteleiros, a empresa está organizada em três unidades de negócio: serviços hoteleiros, integrados sob a égide da Keytel; distribuição, que opera como Restel e comercializa mais de 125.000 estabelecimentos à escala mundial; e a área de exploração hoteleira, Eurostars Hotel Company, com um portfólio de mais de 250 unidades em 19 países.

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Nova SBE Westmont Institute of Tourism & Hospitality conta com nova direção académica

Graham Miller assume desde setembro deste ano a direção académica do Westmont Institute of Tourism & Hospitality, da Nova SBE, sendo que a contratação do profissional decorre num momento em que a instituição aposta numa nova equipa executiva.

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O professor de Sustainable Business Graham Miller integrou a equipa da Nova SBE como professor, assumindo também o cargo de diretor académico do Westmont Institute of Tourism & Hospitality.

Detentor da Cátedra em Turismo & Hospitalidade do Instituto Rodrigo Guimarães, em parceria com a Nova SBE, Graham Miller desenvolve investigação na área do turismo. Em nota de imprensa a Nova SBE refere que “o Instituto Rodrigo de Guimarães apoia esta Cátedra para promover a reputação e o desenvolvimento da investigação na área do Turismo e Hospitalidade em Portugal, promover o conhecimento de ponta com impacto para o setor e ainda atrair talento, que contribua para o desenvolvimento do sector através da investigação e educação”.

Graham Miller, que integra a nova equipa executiva do Westmont Institute of Tourism & Hospitality desde setembro de 2023, dará continuidade ao trabalho de posicionamento do instituto como um “centro de conhecimento de referência internacional, assumindo o compromisso de promover a excelência académica através da expansão das fronteiras da investigação”, como apontado em nota de imprensa.

“Estou entusiasmado com esta oportunidade de integrar o Westmont Institute for Tourism and Hospitality. Estas indústrias são muito importantes economicamente para Portugal e o seu impacto estende-se muito além da sociedade e do ambiente do país”, afirma Graham Miller, acrescentando estar “motivado por poder trazer uma perspetiva internacional para o instituto, dando oportunidade de conectar todas estas indústrias com as questões mais globais”.

A instituição avança em comunicado que a chegada de Graham Miller à Nova SBE é acompanhada “de uma nova equipa executiva, experiente, dinâmica, com uma compreensão profunda do cenário evolutivo do sector e com uma visão de futuro”, que promete guiar “o caminho do Westmont Institute of Tourism & Hospitality na criação de novos horizontes com base na inovação, nas práticas sustentáveis e na colaboração”.

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Líbere Hospitality Group inaugura primeiro ativo em Lisboa

O Líbere Lisbon Príncipe Real, localizado junto ao Miradouro de São Pedro de Alcântara, disponibiliza 22 apartamentos com um quarto, com capacidade máxima para quatro pessoas. O objetivo do grupo passa agora por apostar em cidades como Porto, Coimbra, Évora e Faro.

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O Líbere Hospitality Group inaugurou o seu primeiro ativo em Lisboa, o “Líbere Lisbon Príncipe Real”, uma propriedade de apartamentos de curta e média duração localizado junto ao Miradouro de São Pedro Alcântara.

Com estes novos apartamentos, a empresa espanhola pretende exportar o seu conceito HospitalityTech para Lisboa, “uma das cidades mais atrativas em Portugal para os turistas, com 2,7 milhões de hóspedes alojados em hotéis e alojamentos turísticos” refere a empresa, ancorando-se nos dados registados pelo INE.

Localizado num edifício de cinco andares, o “Líbere Lisbon Príncipe Real” disponibiliza 22 apartamentos com um quarto, com capacidade máxima para quatro pessoas, sendo que alguns deles têm terraço ou varanda, com vista para o rio Tejo. Aqui pretendeu-se “manter-se o estilo das casas tradicionais portuguesas, com o branco como cor base das divisões”. Elementos como “a madeira, a ráfia, o vime e o rattan, juntamente com toques de cor típicos das suas cerâmicas e azulejos, são os materiais com maior destaque”.

Em maio deste ano, o Líbere Hospitality Group anunciou a incorporação dos seus gestores de negócios para Portugal e Itália, Pedro Silvestre e Niccolò Pravettoni, respetivamente, “como ponto de partida para o seu plano de internacionalização”, que agora toma forma com esta recente abertura.

O modelo de negócio do Líbere Hospitality Group utiliza tecnologia para “proporcionar uma experiência autónoma e flexível aos hóspedes, bem como uma maior rentabilidade operacional aos proprietários de imóveis”.

“No Líbere Hospitality Group vamos continuar a crescer e a exportar o nosso modelo de negócio para todo o Sul da Europa. A entrada em Portugal com o ativo ‘Príncipe Real’, em Lisboa, marca o ponto de viragem para iniciar novas operações noutros países europeus”, afirma Pedro Silvestre, responsável pelo desenvolvimento de negócio em Portugal.

“Ao trazermos o nosso modelo para Portugal, e especificamente para a capital lisboeta, estamos a contribuir para aumentar e melhorar a oferta de alojamento turístico. Além disso, o destino reúne vários fatores que justificam este novo ativo: a grande oferta cultural e de lazer, bem como uma localização privilegiada, com excelentes ligações, e um vasto conjunto de infraestruturas. Para além da capital, apostamos no Porto como segunda cidade principal e também em cidades como Coimbra, Évora e Faro”, conclui Silvestre.

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Vila Galé confirma saída de Gonçalo Rebelo de Almeida

A saída do administrador Gonçalo Rebelo de Almeida deveu-se à “existência de diferentes visões para o futuro do grupo”, confirmou fonte oficial da Vila Galé.

Inês de Matos

A Vila Galé confirmou na tarde desta quinta-feira, 2 de novembro, a saída do administrador Gonçalo Rebelo de Almeida devido à “existência de diferentes visões para o futuro do grupo”.

A informação da saída de Gonçalo Rebelo de Almeida foi veiculada esta quinta-feira pela Ambitur, publicação dedicada ao setor do turismo, e foi já confirmada por fonte oficial da Vila Galé.

“A saída de Gonçalo Rebelo de Almeida da Vila Galé foi motivada pela existência de diferentes visões para o futuro do grupo relativamente à restante administração”, confirmou fonte oficial do grupo de hotelaria ao Publituris.

Recorde-se que Gonçalo Rebelo de Almeida era administrador da Vila Galé desde 2013, cargo que desempenhou até à saída e depois de 10 anos ao serviço do grupo de hotelaria, onde foi também diretor.

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Guestcentric implementa soluções de última geração na Details Hotels & Resorts

A Guestcentric, empresa de soluções de vendas e marketing online para hotéis, associa-se à Details Hotels & Resorts, num momento chave para a cadeia hoteleira algarvia, em que aposta nas vendas online, e no seu crescimento em vários mercados internacionais.

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No âmbito desta colaboração, a Guestcentric implementou o seu conjunto de soluções de última geração – incluindo a sua plataforma premiada de design web – em oito unidades da Details Hotels & Resorts, numa estratégia que envolve a renovação da sua imagem de marca e identidade online, garantindo ao cliente uma experiência envolvente e intuitiva de navegação e compra no site.

Para complementar esta transformação, o motor de reservas multi-propriedade da Guestcentric simplifica o processo de reserva, permitindo aumentar a quota de mercado do canal de vendas diretas do grupo.

Ao otimizar a tecnologia inovadora da Guestcentric, a Details Hotels & Resorts consegue aumentar o seu alcance e melhorar de forma significativa a experiência online dos seus hóspedes nacionais e internacionais.

Através desta parceria, a Guestcentric e a Details Hotels & Resorts comprometem-se a colaborar de perto, assegurando o crescimento contínuo da rentabilidade dos hotéis, através do aumento da receita direta. Ambas as entidades mostram-se decididas a revolucionar a atuação comercial na hotelaria, ao estabelecer novos patamares, em termos de presença online e de satisfação dos hóspedes.

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Não residentes da América do Norte ditam novas subidas de hóspedes e dormidas em setembro

Em setembro, as unidades de alojamento turístico nacionais contabilizaram 3,2 milhões de hóspedes e 8,2 milhões de dormidas, números que, segundo o INE, voltam a traduzir crescimentos face a igual mês de 2022 e de 2019, essencialmente por culpa dos não residentes, com destaque para os mercados do Canadá e EUA.

Inês de Matos

Em setembro, as unidades de alojamento turístico nacionais contabilizaram 3,2 milhões de hóspedes e 8,2 milhões de dormidas, números que voltam a traduzir crescimentos face a igual mês de 2022 e de 2019, essencialmente por culpa dos não residentes, com destaque para os mercados do Canadá e EUA.

Segundo a estatística rápida relativa ao mês de setembro, publicada esta terça-feira, 31 de outubro, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o total de hóspedes cresceu 9,0% e 9,2% face aos meses homólogos de 2022 e 2019, enquanto o total de dormidas subiu 6,7% e 7,7%, respetivamente.

Segundo o INE, “o crescimento das dormidas ficou a dever-se ao aumento nos mercados não residentes”, que apresentaram um crescimento de 11,3%, para 5,9 milhões de dormidas, uma vez que as dormidas de residentes até registaram um decréscimo de 3,3%, somando 2,3 milhões.

Apesar disso, o INE realça que, face a 2019, “observou-se uma aceleração das dormidas, com crescimentos de 5,7% nas dormidas de residentes e de 8,5% nos não residentes”, tendência que se manifestou também no acumulado do terceiro trimestre do ano, quando as dormidas aumentaram 3,2%.

No terceiro trimestre, as dormidas aumentaram 3,2%, com o INE a atribuir o crescimento às dormidas dos não residentes, que foram as que mais contribuíram “para este crescimento”, pois este indicador apresentou um aumento de 7,2%, enquanto as dormidas de residentes apresentaram um decréscimo de 4,4%.

No que diz respeito aos não residentes, o destaque vai para os mercados da América do Norte, principalmente para o Canadá e EUA, que “voltaram a destacar-se pelos crescimentos expressivos” de 23,7% e 33,7% face ao ano anterior, respetivamente, representando 9,7% e 3,4% do total de dormidas de não residentes.

Em comparação com o mesmo mês de 2019, os crescimentos destes mercados foram ainda mais significativos e chegaram aos 73,3% e 46,8%, respetivamente.

Apesar disso, o mercado britânico voltou a ser o mais representativo, com 20,4% do total das dormidas de não residentes em setembro, tendo mesmo registado um aumento de 6,9%, naquela que, segundo o INE, foi a “maior variação dos últimos seis meses”.

No mercado alemão, que representou 12,4% do total, houve um crescimento de 13,8% em setembro, enquanto o mercado espanhol (8,3% do total) “inverteu a trajetória de descida dos dois meses anteriores, com um aumento de 1,4% nas dormidas”, indica o INE.

Já os mercados sueco e finlandês foram, segundo o INE, os únicos a registar decréscimos, caindo 11,2% e 9,4%, respetivamente, bem como 23,6% e 19,2% numa comparação com igual mês de 2019.

O INE diz que os crescimentos das dormidas foram comuns a todas as regiões do país, mas os maiores crescimentos foram apurados no Norte (+13,5%), Centro (+12,3%) e RA Açores (+9,8%), ainda que a maior concentração de dormidas tenha ocorrido no Algarve, com 29,2% do total das dormidas, seguindo-se a AM Lisboa (24,1%) e o Norte (17,2%).

Pelo contrário, as dormidas de residentes apresentaram, em setembro, decréscimos no Algarve (-16,9%), na RA Madeira (-11,4%) e na RA Açores (-3,2%), sendo que, no caso deste indicador, os maiores aumentos observaram-se no Norte (+5,2%) e no Centro (+5,1%).

Já as dormidas de não residentes cresceram em todas as regiões, neste caso, com destaque para o Centro (+21,8%), o Norte (+18,3%), a RA Açores (+16,6%) e o Alentejo (+15,7%).

Em setembro, a estada média ficou nas 2,60 noites, decréscimo de 2,1% face a setembro do ano passado, tendo a descida sido registada em todas as regiões, exceto no Norte (+0,1%), enquanto os valores mais elevados observaram-se na RA Madeira (4,75 noites) e no Algarve (4,02 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,77 noites) e no Alentejo (1,88 noites).

No caso dos residentes, a estada média foi de 2,09 noites e diminuiu 3,9%, enquanto a dos não residentes ficou nas 2,88 noites, decrescendo 2,6% face ao mesmo mês do ano passado.

Já a taxa líquida de ocupação-cama nos estabelecimentos de alojamento turístico foi de 57,3%, aumentando 1,0 p.p. em setembro, o que aconteceu depois decréscimos em três meses consecutivos, enquanto a taxa líquida de ocupação-quarto nos estabelecimentos de alojamento turístico foi de 69,2%, num aumento de 1,3 p.p..

As taxas de ocupação-cama mais elevadas registaram-se na RA Madeira (74,1%) e na AM Lisboa (65,1%), mas foi no Norte e na RA Madeira que se registaram os maiores aumentos (+2,9 p.p. e +2,8 p.p.), enquanto na AM Lisboa este indicador diminuiu 0,7 p.p. Face a setembro de 2019, a taxa de ocupação-cama decresceu 0,3 p.p. e a taxa líquida de ocupação-quarto aumentou 1,0 p.p.

 

 

 

 

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