Um novo desígnio para o (nosso) turismo
Leia a opinião por Pedro Machado, presidente do Turismo Centro de Portugal.
Publituris
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Jean-Claude Juncker foi recentemente agraciado com o doutoramento honoris causa pela Universidade de Coimbra. Na sua intervenção da tarde, num plenário a que tive a oportunidade de assistir, a par do Comissário Europeu Carlos Moedas e do primeiro-ministro António Costa, ficamos a saber pela voz do próprio das 10 Prioridades da Comissão Europeia, no âmbito do Estado da União.
1. Um novo impulso para o emprego, o crescimento e o investimento, “a minha primeira prioridade como presidente da Comissão, será reforçar a competitividade da Europa e estimular o investimento para a criação de emprego”. À semelhança do quadro europeu, também Portugal continua a ganhar dinamismo, o crescimento, a estabilidade e a confiança dos mercados ditaram um aumento significativo na criação de novos postos de trabalho que, no nosso país, no terceiro trimestre de 2017, segundo o INE, só na restauração e bebidas criou mais de 53.000 postos de trabalho o que representa um aumento de 18%. Ponto crítico no processo de crescimento do nosso Turismo, a qualidade e número dos recursos humanos e respetivos serviços prestados são, a nosso ver, o ponto crítico do processo de sustentabilidade da atividade turística na próxima década.
2. Um mercado único digital conectado, “considero que temos de aproveitar as grandes oportunidades oferecidas pelas tecnologias digitais que não conhecem fronteiras”. Num tempo em que as ferramentas digitais, a distribuição e os processos de decisão são cada vez mais alavancados em meios digitais, a tecnologia facilita a nossa vida em casa, no trabalho, em viagem, no lazer e, cada vez mais, promove uma economia baseada em dados. O Turismo não é indiferente a esta realidade e evolução e, por isso, também aqui não podemos descurar a criação de competências e emprego na área digital que permitirá formar milhares de trabalhadores em Portugal e na Europa.
3. Uma união de Energia resiliente, dotada de uma política visionária em matéria de alterações climáticas. Em Paris, a União Europeia, comprometeu-se em reduzir em 40% as emissões até 2030. Trata-se de acelerar os processos no domínio da inovação que permitam mais energia limpa e a renovação de edifícios e transportes historicamente ineficientes. Percebamos os impactos desta revolução e da capacidade de novos postos de trabalho que pode gerar e do volume de investimento que pode libertar em matérias de poupança nos custos da energia.
4. Um mercado interno mais aprofundado e mais equitativo, dotado de uma base industrial reforçada, “o mercado interno da Europa é o seu melhor trunfo nestes tempos de crescente mundialização”. Entre outros, a livre circulação de trabalhadores, constituirá um pilar fundamental para o nosso mercado interno onde os princípios essenciais consistem em garantir que o mesmo trabalho realizado no mesmo lugar, deve ser remunerado da mesma forma e que as mesmas contribuições sociais devem proporcionar as mesmas prestações.
5. Uma União Económica e Monetária mais aprofundada e mais equitativa. O euro é a segunda moeda mais utilizada no mundo e representa igualmente um quarto das reservas mundiais de divisas. Não tenho, neste artigo, o espaço suficiente para abordar as 10 prioridades enunciadas e também não procurei sintetizá-las tanto que substituísse alguma essência destas 5 primeiras pela simples enumeração das 10. Julgo ter deixado no leitor, impressão suficiente, de um quadro europeu que, revigorado e solidificado permitirá assegurar o “sonho europeu” e criar um dos melhores mercados para o futuro do nosso Turismo.
*Por Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal
Artigo publicado no Publituris de 24 de Novembro.