SET: “Temos de liderar o futuro”
As metas da Estratégia de Turismo 2027 prevêem que Portugal chegue às 80 milhões de dormidas e 26 mil milhões de euros em dez anos.

Raquel Relvas Neto
A Estratégia de Turismo 2027 foi apresentada, esta quarta-feira, na BTL, que decorre até domingo na FIL, em Lisboa. As metas propostas para os próximos dez pela nova estratégia propõem-se a duplicar as receitas turísticas, passando de 12,7 mil milhões de euros em 2016 para 26 mil milhões de euros em 2027 e estimular a procura turística no País e nas várias regiões, aumentando o número de dormidas de 53,5 milhões (2016) para 80 milhões.
Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, realça que “desta vez não podemos deixar-nos ficar para trás e assumimos que temos que liderar o futuro nas várias áreas, sendo o Turismo uma peça-chave para que isto aconteça”.
A ET2027, tendo sido “construída por todos e para todos” e que serve também para “perceber o que temos de fazer para não perder a corrida”, como explicou a governante, pretende responder aos desafios e concorrência de outros destinos, mas também assume “claras opções para o próximo quadro comunitário 2021-2027”.
Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, esclareceu que esta foi “uma estratégia pensada, partilhada e discutida durante quase um ano. Apresentámos uma série de activos estratégicos que consideramos como os mais importantes que nos diferenciam face à concorrência, aqueles onde temos mais hipóteses de concorrer com todos os restantes destinos mundiais do ponto de vista de posicionamento do país como destino turístico”. E explica: “Foram definidos cinco eixos estratégicos que são aqueles onde vamos actuar todos, no sentido de melhorar os recursos humanos; melhorar a conectividade e as acessibilidades; melhorar o usufruto do nosso território, portanto, a preservação do território. Fundamentalmente, estes são os eixos onde vamos apostar”.
No plano social, esta estratégia define assim três metas: alargar a actividade turística a todo o ano, propondo-se chegar em 2027 a diminuir o índice de sazonalidade de 37,5% para 33,5%; aumentar as habilitações dos profissionais do Turismo, duplicando o nível de qualificações do ensino secundário e pós-secundário de 30% para 60% e assegurar que o Turismo gera um impacto positivo nos territórios em que a actividade turística acontece.
Definem-se também metas ambientais relativas à gestão da energia, água e resíduos, por parte das empresas do Turismo.
O presidente do instituto público referiu que o plano de acção conta com iniciativas para os próximos três anos. Luís Araújo acredita que “o trabalho que vai ser feito ao longo destes dez anos claramente renderá frutos e trará grandes benefícios para o País”.
Por sua vez, Ana Mendes Godinho concluiu, defendendo que “o Turismo pode ser muito mais, vai ser muito mais, porque estamos todos a pensar a longo prazo, acreditamos que estamos a fazer o melhor para aquele país que estamos a deixar aos nossos filhos”.