Algarve e Porto e Norte promovem complementaridade de destinos na FITUR
Os dois destinos juntaram-se, à semelhança do que o Porto e Norte e o Centro fizeram em 2016 também na Fitur, para promoverem-se de forma mais incisiva no mercado interno alargado – Espanha.
Raquel Relvas Neto
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Na FITUR, que decorre em Madrid até dia 22, a Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal voltou a promover-se num stand à parte do Turismo de Portugal, tendo contado na edição deste ano com a parceria da Região de Turismo do Algarve.
Os dois destinos juntaram-se, à semelhança do que o Porto e Norte e o Centro fizeram em 2016 também na Fitur, para promoverem-se de forma mais incisiva no mercado interno alargado – Espanha.
“A nossa presença hoje na principal feira de turismo da Europa é uma demonstração clara que é possível fazer promoção turística com dois destinos para fortalecer claramente a marca Portugal”, começa por justificar Melchior Moreira, presidente da ERT do Porto e Norte de Portugal. A participação conjunta tem um objectivo comum, indicou: “Aumentar a estada média do turista em Portugal e nas duas regiões”.
Também Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve, ressalva a importância desta participação conjunta num dos principais mercados emissores para Portugal, defendendo ainda que “pela proximidade, esta é uma feira em que todas as regiões deviam ter um espaço para promoverem os seus produtos, a sua oferta, porque o espaço que temos no stand de Portugal é apenas para distribuir informação, mas aqui temos outra possibilidade [de promoção]”. “O que fazemos aqui é vender imagem e notoriedade e com tudo isso criamos emprego. Não venho fazer negócio, vimos é criar condições para que os empresários façam negócio”, justifica, exemplificando os vários empresários das respectivas regiões que se juntaram e recorreram ao stand para promoverem os seus negócios.
Questionados sobre o facto de estarem à margem do stand do Turismo de Portugal, Melchior Moreira frisa: “Em termos promocional vestimos uma camisola apenas: o verde e o vermelho, que é a marca Portugal. É evidente que não nos podemos esquecer que olhando para o mapa de Portugal há um conjunto de regiões e de marcas regionais que são fortíssimas e que alavancam claramente a marca Portugal”. O responsável defende ainda que no caso da Fitur, que engloba a promoção no mercado interno alargado, “todas as regiões deviam ter um espaço próprio de afirmação turística nesta feira”. E ressalva: “Quem tem hoje, com responsabilidades políticas, seja em termos nacionais ou regionais, uma visão de divisão neste espaço, chamo que essas pessoas têm mentalidade de minifúndio, que não é o que pretendemos. O que pretendemos é ter escala e alavancar com estas marcas regionais a marca Portugal”.
ANT defende mais autonomia e financiamento para as regiões
A promoção conjunta e a união de esforços dos dois destinos serviu também para que ambos os responsáveis reclamassem mais financiamento para as ERT’s investirem em promoção no mercado interno e interno alargado.
Desidério Silva, que é também presidente da Associação de Turismo Nacional (ANT), explicou que a Lei 33/2013 “dá-nos obrigações e competências e dessas obrigações enquanto presidentes das ERT’s devemos qualificar e estruturar produto, ou seja, preparar uma oferta qualificada em cada região, e depois em função disso promovermos e valorizarmos uma região. Depois há dois pilares fundamentais, que têm a ver com a nossa autonomia e o nosso financiamento. Neste momento temos uma autonomia limitada e um financiamento quase irreal. Daqui podem analisar e perceber a dificuldade que temos em qualificar e em promover. Estas são as componentes mais fortes daquilo que são os nossos problemas”.
Por sua vez, o presidente do Porto e Norte de Portugal considera que “no futuro este modelo em relação às agências tem de ser repensado. Todos percebemos qual a importância que o Turismo tem na economia portuguesa (…), não podemos ficar alheios ao Turismo a à explosão do Turismo,” acrescentando que “para nós participarmos nestas feiras e apresentarmos as marcas regionais tem que haver financiamento. Hoje não há financiamento para fazer promoção turística em Portugal”. Melchior Moreira refere que as entidades regionais tiveram dificuldade em cumprir o contrato com o Turismo de Portugal na sua contribuição para a promoção externa no modelo 4-1-1: “As entidades regionais que põem um euro na promoção externa, tiveram grande dificuldade em cumprir o contrato que fizeram com o Turismo de Portugal porque não tiveram dinheiro”.
“Temos de encarar definitivamente esta realidade do Turismo, não basta apenas nos regozijarmos que somos os campeões do Turismo em termos europeus, tivemos resultados brilhantes não só em 2015, 2016 e 2017 terá ainda resultados excelentes, mas quando olhamos internamente para a promoção, devo dizer que hoje não temos apoio para fazer promoção interna e promoção externa em Portugal”, salienta.
O responsável sugere que “temos que ir claramente aos fundos comunitários, negociar em blocos financeiros para as marcas regionais. Nós não queremos onerar ainda o Orçamento de Estado nessa fasquia, mas há um conjunto de meios financeiros que o Governo pode colocar ao dispor das regiões através de fundos comunitários”.
*Em Madrid, a convite da Fitur.