Aqui Portugal em direto: gentrification, street meals, sports, music, and taxes
Turiscópio por Humberto Ferreira.
Humberto Ferreira
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Espera-se de cada governo melhorias e mudanças, tal como de cada navio, hotel, estância, ou modelo de avião, mas a economia e a política continuam às avessas. O Governo debate, em Bruxelas e Lisboa, o Orçamento para 2016, tendo adiado para Julho a baixa do IVA na restauração, num complexo mix de 13% e 23%. As boas novas vêm do Mar, com o acordo entre a estiva e operadores no porto de Lisboa; e a abertura de Bruxelas para a revisão das quotas de pesca de sardinha, etc.
COMPLICADEX – Por outro lado, o turismo exige medidas simples, não o complicado Iva na restauração: imagine-se uma família de turistas estrangeiros a lanchar numa esplanada em Lisboa, Douro ou Algarve: os filhos pedem gelados e sumos, a mãe não resiste a um chá com bolos típicos, e o pai a marisco e cerveja. O melhor é pagar a conta sem saber a razão desta tabela, uma vez que o sector não quer aplicar 23% em unidades de quatro e cinco estrelas, e 13% em unidades de uma a três estrelas.
EMPRESÁRIOS E CLIENTES DOMÉSTICOS – Esqueçam a baixa de preços na restauração, pois este ano aumenta tudo: a luz, gás, água, alimentos, bebidas, transportes, impostos, e taxas.
Quanto ao Turismo 2016 sabe-se que o orçamento do TP para promoção totaliza 5,5 milhões. Incluírá a parte dos privados?
AVIAÇÃO PÚBLICA EM EXTINÇÃO – Tenho destacado o pioneirismo de Portugal e da TAP nas rotas intercontinentais.
Factor valioso para a TAP capitalizada e mais dinâmica do que as extintas empresas aéreas públicas europeias, com excepção das que se ligaram aos três grupos europeus: LH, AF-KL, e IAG (BA-IB). A única empresa pública aérea lucrativa em 2015 foi a Finnair, sem comparação à TAP.
Se Portugal continuar na Zona Euro insistirá na reversão da privatização da TAP? Sem privatizar as empresas congéneres com gestão regional?
TENDÊNCIAS – Não há regiões turísticas promovidas como: Norte e Centro da Europa, da Escócia, ou da Alemanha, e as iniciais de West Coast são impróprias! Mas tanto privados como dirigentes centrais e regionais do Turismo de Portugal descartam as nossas marcas centenárias: Minho, Trás-os-Montes; Beiras, Estremadura; Estuário do Tejo, Costa de Cascais-Sintra; Sado-Setúbal; etc. Vá-se lá saber a razão?
O Turismo é autónomo na Madeira e Açores, mas não significa que a promoção AQUI PORTUGAL ignore esses 11 destinos insulares na promoção internacional.
Na divulgação do novo pacote Bleisure (mix de práticas desportivas, negócios, e visitas a rotas nas novas potências vinícolas), a África do Sul anuncia o reconhecimento das mais antigas vinhas do mundo (de 1720), enquanto a nossa Real Companhia Velha tem 260 anos (desde 1756).
Ora o TURISMO DE PORTUGAL promove-se em estanques núcleos regionais, sem uma entidade horizontal que articule os múltiplos interesses que compõem a variedade e qualidade do nosso parque turístico de recursos naturais e tangíveis, aliás ainda sem um inventário online.
Em 29 de janeiro, li no VISIT PORTUGAL textos com um dado sobre o salário mínimo que vigorou até 2015. E nada sobre a baixa do IVA na restauração? A motivação para se visitar uma cidade depende mais de novidades e eventos desportivos, artísticos, culturais, tradicionais, religiosos, ou profissionais. Valha-nos a Madeira com a melhor agenda de eventos.
GENTRIFICAÇÃO – A crescente reabilitação nas metrópoles europeias virou «gentrification» com a reabilitação de antigas zonas pobres em zonas residenciais e de lazer para a classe média, animadas com estudantes e jovens nacionais e estrangeiros, mas sujeitas a indesejáveia ruídos noturnos. Alfama, Bairro Alto e Cais do Sodré, entre outros bairros, lideram esta tendência, com a crescente resistência de antigos moradores contra a invasão das «24 hours’ Street Mobs», levando a CML a reduzir horários no 1º semestre de 2016 de restaurantes, bares, e similares.
As cidades de Berlim (onde o processo teve início depois da reunificação da Alemanha em 1990), Lisboa, Porto, e Barcelona são exemplos práticos da gentrificação, que alastrou aos EUA e Canadá. Vivi a decadência e auge dos anos 50 em Londres, Liverpool, e Glasgow e agora assisto à gentrificação de Lisboa com as queixas dos antigos habitantes contra turistas ruidosos e as antigas lojas fechadas.
PROMOÇÃO – Há quem prefira discutir futebol, política, ou artes e quem aprecie conhecer novos navios, portos, cruzeiros, aviões, hotéis, centros de congressos. Assino newsletters nacionais e internacionais sobre estes temas, mas entristece-me a habitual ausência de artigos sobre Portugal.
Até nos portais Visit Portugal: Visit Lisboa: Porto and the North of Portugal: Algarve: Madeira: Azores: escasseiam novidades.
Mas quem escapa a experiência da Rua do Amor no Cais do Sodré, entre multidões de jovens a beber cerveja e gritar pela noite fora, com «selfies» e vídeos, que abundam nas redes sociais e portais turísticos?
É certo: há largos milhares de jovens praticantes de «Street Food, Street Music, Street Sports, e Street Parties». Mas será neste padrão de turistas, em que apostam até 2020: a nossa hotelaria, restauração gourmet, e promotores de animação cultural?