Francisco Calheiros, CEO da ES Viagens, futura Springwater Travel Group, e Martin Gruschka, cofounder da Springwater Capital.
Cai a ES Viagens, nasce o Springwater Travel Group
Grupo vai manter identidade e imagem das marcas comerciais, assim como as participações. Objectivo imediato é devolver a estabilidade às empresas e mercado.
Patricia Afonso
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A Springwater Capital conclui esta semana a aquisição da ES Viagens, oficializando, desta forma, a entrada no mercado português, onde pretende, para já, dar a estabilidade necessária à empresa e ao mercado. Os objectivos a curto e médio prazo passam pela consolidação e crescimento dos vários negócios do grupo, assim como o reforço da internacionalização.
No momento mais imediato, as mudanças visíveis vão acontecer nas denominações sociais da Espírito Santo Viagens (ES Viagens) e a empresa de ‘shared services’ Espírito Santo Consultoria, que passarão a ser denominadas por Springwater Travel Group, sendo que serão mantidas a identidade e imagem das marcas comerciais e participações: TopAtlântico, Carlson Wagonlit, BCD Travell, TA DMC Portugal, Solférias, ATR e King Holidays.
Francisco Calheiros e Miguel Nunes vão manter as funções de CEO e CFO do grupo, respectivamente; enquanto o lugar de COO será ocupado por Mário Machado, que substitui Alexandre Matos, responsável pela última reestruturação do grupo.
Em conferência de imprensa, Francisco Calheiros falou numa “nova etapa” do grupo, que conta com “uma estrutura ágil, eficaz e apta para atrair os quadro mais qualificados do sector.”
Por sua vez, Martin Gruschka, cofounder e managing partner da empresa de capital de risco suíça, explicou que a compra da ES Viagens foi uma “oportunidade” e referiu que a transacção foi realizada de forma muito célere, “em três semanas”, tendo a Springwater sido escolhida entre duas dezenas de players que mostraram interesse no grupo português.
O responsável explicou que “não vai mudar nada”, sendo a prioridade actual devolver a “estabilidade” às empresas e mercado, depois dos últimos meses de “insegurança” no grupo. Martin Gruschka indicou, ainda, que a curto e médio prazo o objectivo é que o futuro Springwater Travel Group (a denominação social será alterada ainda este mês) volte a crescer.
GRUPO VAI FACTURAR 310M€
Já Francisco Calheiros referiu que este crescimento poderá ser feito de forma “orgânica e por aquisições” a nível nacional e internacional, com o grupo focado no “triângulo” formado pelo mercado ibérico, África e Brasil, onde pretende voltar a actuar e está atento a oportunidades.
O CEO disse, ainda, que o desempenho positivo do grupo “esbateu-se” em 2014 devido à situação dos anteriores proprietários, pelo que as contas deste ano deverão fechar com uma facturação na ordem dos 310 milhões de euros, menos 15 milhões de euros do que o estimado.
Ao Publituris, Francisco Calheiros indicou que o decréscimo do lucro foi mais sentido “na parte da exportação” e adiantou que não estão previstos despedimentos ou fechos de balcões. “Neste momento, é mais a expansão do que propriamente a reestruturação”, salientou.
“A grande ideia é tentarmos estabilizar a empresa até ao final do ano, porque não foi fácil, foram quatro meses extremamente complexos. Vamos virar-nos para dentro, já não temos as ameaças, apenas as normais do mercado, e é uma nova era que se está a levantar. Estamos com muitas ‘ganas’ de dar a volta ao texto”, frisou o CEO do Sprigwater Travel Group.