Adeturn, história de uma morte (tardiamente) anunciada
Há histórias muito mal contadas e a da Associação para o Desenvolvimento do Turismo da Região Norte (Adeturn) é uma delas. Criada em 1992 tinha como associados a Comissão de […]

Ruben Obadia
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Há histórias muito mal contadas e a da Associação para o Desenvolvimento do Turismo da Região Norte (Adeturn) é uma delas.
Criada em 1992 tinha como associados a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, Área Metropolitana do Porto (AMP), Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal (ERTPNP), Pólo do Douro, Ana-Aeroportos de Portugal, Administração dos Portos de Douro e Leixões, Associação Empresarial de Portugal, entre outros.
Cabia a este organismo a promoção externa da região, com mais de metade do seu orçamento a ser assegurado pelo Turismo de Portugal mediante prévia contratualização por objectivos.
Em Junho deste ano os associados reunidos em assembleia-geral da Adeturn aprovaram a sua dissolução e pedido de insolvência, tendo nomeada uma comissão liquidatária. Em Julho, notícias vindas a lume davam conta de um passivo de 1,2 milhões de euros, mas a notícia desta semana de um diário de economia dava conta que as dívidas já somavam 2,3 milhões de activos.
Entretanto, a assembleia de credores da Adeturn foi adiada para 29 de Janeiro, isto porque ainda está a decorrer o período para a reclamação de créditos. O que, traduzido para miúdos, quer dizer que a dívida tem fortes probabilidades de crescer. À cabeça dos credores apresenta-se já o Porto Convention Bureau, exigindo o pagamento de cerca de meio milhão de euros.
A história dos factos é esta, mas pelo meio há muitas outras “estórias” que cheiram realmente mal e que são caso de polícia e não de editorial.
Mas o que realmente me espanta neste descalabro é que, que eu saiba, não tenha ainda sido deduzida acusações aos responsáveis por este afundanço. Não sei quem são mas tendo em conta que estão em causa dinheiros, instituições e fins públicos é o mínimo que se exige.
Também não deixo de estranhar o papel do Turismo de Portugal nesta história, já que esta entidade, além de contratualizar objectivos e verbas, deveria ter-se certificado do seu cumprimento.
Resumindo, temos ao que parece mais de dois milhões de euros (e a crescer) de dívidas do turismo da Região Norte para explicar. Mais do que encontrar credores, preocupa-me que não se fale em encontrar responsáveis.
Que se faça daqui um exemplo!