Qual o perfil que os profissionais de Turismo elegem?
As aptidões dos candidatos a emprego devem ir, o mais possível, ao encontro daquelas que o mercado de trabalho necessita e procura.E perante um cenário de emprego cada vez mais competitivo, o desafio está lançado: conhecer o perfil profissional mais procurado no sector turístico A soma da formação em turismo com o conhecimento de línguas… Continue reading Qual o perfil que os profissionais de Turismo elegem?
Patricia Neves
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As aptidões dos candidatos a emprego devem ir, o mais possível, ao encontro daquelas que o mercado de trabalho necessita e procura.E perante um cenário de emprego cada vez mais competitivo, o desafio está lançado: conhecer o perfil profissional mais procurado no sector turístico
A soma da formação em turismo com o conhecimento de línguas estrangeiras, experiência profissional prévia, simpatia e boa aparência é a fórmula mágica para a obtenção de um emprego na área do turismo, segundo a opinião de algumas empresas representativas do sector.
“Numa primeira selecção dos candidatos, privilegiamos a experiência profissional e a licenciatura em gestão hoteleira, enquanto que nas entrevistas é mais relevante demonstrar que se partilha dos mesmos valores da empresa, que se tem uma postura adequada e vontade de vencer”, refere o director-geral do Ritz Four Seasons Lisboa, Guilherme Costa.
Muitas empresas turísticas dão preferência a candidatos com referências decorrentes da experiência profissional no sector, que se pretende ser variável entre um e três anos, o que poderá sobrepor-se à própria formação na área. Mas há quem discorde. A Avis é um exemplo. “A experiência profissional para nós não é importante, preferimos sempre pessoas com pouca experiência, para depois poder moldá-las, inclusive não recrutamos pessoal da concorrência”, refere a directora de recursos humanos, Ana Elisa Silva. “A ambição, simpatia, a capacidade para assumir várias responsabilidades, conhecimentos de línguas, uma imagem simpática e cuidada e a escolaridade mínima obrigatória são os factores-chave que formam o perfil ideal de um profissional apto a trabalhar connosco”, defende.
Orientação para o Cliente é exigida
A comunicação é apontada pelas empresas de turismo como a mais importante das artes, especialmente quando exercida em línguas estrangeiras: inglês, francês e alemão são as normalmente exigidas.
Nesta matéria, a responsável pelos recursos humanos do hotel Convento do Espinheiro, Filipa Oliveira, defende que “a fluência em línguas deverá ser comprovada através de diplomas, pois partimos do princípio que a maioria dos candidatos a emprego domina algumas delas mas, depois de contratados, verificamos que a realidade nem sempre é essa”.
Por outro lado, revela-se fundamental que os candidatos a emprego sejam simpáticos e que tenham uma apresentação cuidada, “sem piercings, cabelo pintado e calças rasgadas”, refere a directora de recursos humanos da ES Viagens, Fernanda Barata.
Para Dinis Rodrigues, director geral do Farol Design Hotel, “o mais importante é o sorriso (…) qualquer candidato que queira trabalhar na hotelaria tem de gostar de pessoas”, conclui.
Outros aspectos são valorizados nos candidatos a emprego, como “a disponibilidade para trabalhar por turnos e para deslocações, bem como conhecimentos em Galileu”, no caso do Club 1840, e o facto de se residir no distrito onde a empresa está localizada, como é o exemplo do Convento do Espinheiro.
Estágios são bons aliados
Os estágios profissionais podem ser um bom ponto de partida para a obtenção de um emprego no turismo, segundo apurámos junto de algumas empresas do sector que afirmam preferir contratar estagiários a outros profissionais com mais experiência.
Para a ES Viagens “os estágios são extremamente importantes e necessários, tanto para o próprio jovem poder decidir melhor sobre qual a área em que gostará de trabalhar e para a empresa também poder decidir sobre a sua futura contratação”.
Esta preferência das empresas turísticas pela contratação de estagiários reflecte também a sua predilecção por candidatos jovens. A Melair-Clube de Cruzeiros é um exemplo desta tendência, pois contrata, “na maioria dos casos, jovens entre os 20 e os 30 anos”, refere o director administrativo, Arménio Rodrigues.
O resort Praia D´El Rey costuma também acolher estagiários, normalmente na época de Verão, tornando-os potenciais candidatos a emprego, no caso de estarem a terminar o curso e se existirem vagas. “Consideramos até vantajosa a contratação de estagiários, pois preferimos formá-los e moldá-los do que contratar outras pessoas que trazem experiência, mas também vícios”, refere o director geral, Jorge Almeida.
Formação em turismo precisa-se
Apesar da experiência profissional ser apontada como uma condição importante para um candidato a emprego conseguir ser contratado na área do turismo, a formação revela-se essencial e cada vez mais um factor de selecção de candidatos. Licenciatura, bacharelato e cursos técnicos são normalmente as habilitações requisitadas.
Já o ditado dizia “o saber não ocupa lugar”, por isso, aqui fica a sugestão: investir em formação nunca é demais.
Porém, as empresas turísticas tecem críticas à formação praticada em Portugal, defendendo que as acções não são suficientes e que os planos de estudos não estão adequados à realidade profissional.
“Consideramos necessário haver mais acções de formação dos profissionais do turismo e mais bem divulgadas”, defende Filipa Oliveira.
Segundo Dinis Rodrigues, “precisamos de formadores motivadores”, pois “o problema essencial da formação reside em quem a dá”. O facto das escolas de turismo apostarem essencialmente num ensino teórico é também alvo de críticas por parte dos profissionais do sector.
“Apesar de muitas escolas preverem nos seus planos de estudos estágios em empresas, estes revelam-se de curta duração. É então necessário incluir mais aulas práticas nos próprios planos de estudos das escolas”, defende Jorge Almeida, director geral do resort Praia D´El Rey. Não será então por acaso que o Turismo de Portugal defende que a formação no sector é um eixo estratégico da política de recursos humanos, pois permite reduzir as necessidades de profissionais qualificados e, assim, potenciar a competitividade das empresas turísticas portuguesas. A qualidade de serviço e de recursos humanos é exactamente uma das linhas de desenvolvimento estratégico do PENT, divulgado recentemente na BTL pelo ministro da Economia, Manuel Pinho. “O reforço da qualidade no Turismo implica actuar no serviço ao turista, na qualidade da oferta e na qualidade dos recursos humanos” refere o documento.