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Transportes

“Temos trabalhado muito para dinamizar e dar a conhecer a SATA na América do Norte”

Há um ano à frente da SATA, Teresa Gonçalves, presidente do grupo de aviação açoriano, falou com o Publituris sobre a mudança de estratégia, que já está a permitir resultados históricos, nomeadamente nos mercados da América do Norte. As novas rotas e os processos de reestruturação e privatização também foram temas nesta conversa.

Inês de Matos

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Transportes

“Temos trabalhado muito para dinamizar e dar a conhecer a SATA na América do Norte”

Há um ano à frente da SATA, Teresa Gonçalves, presidente do grupo de aviação açoriano, falou com o Publituris sobre a mudança de estratégia, que já está a permitir resultados históricos, nomeadamente nos mercados da América do Norte. As novas rotas e os processos de reestruturação e privatização também foram temas nesta conversa.

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Em 2023, as duas companhias aéreas do Grupo SATA – Azores Airlines e SATA Air Açores – transportaram 2,4 milhões de passageiros, número histórico que, segundo Teresa Gonçalves, presidente do grupo de aviação açoriano, se deve ao crescimento do turismo nos Açores, mas principalmente a uma mudança de estratégia que tem permitido “pôr a SATA no mundo”, principalmente em mercados como o da América do Norte, onde a Azores Airlines, a companhia aérea que realiza os voos para fora dos Açores, tem vindo a reforçar a capacidade e a atrair passageiros.

Apesar desta entrevista ter sido realizada nos primeiros dias de março, quando os resultados financeiros do grupo de aviação ainda não tinham sido publicados, Teresa Gonçalves mostra-se otimista e esperava que eles evidenciassem “uma tendência muito positiva”.

Tudo isto leva Teresa Gonçalves a fazer um balanço positivo do seu primeiro ano à frente da SATA, cujo processo de privatização continua parado e sem perspetivas de retoma.

É CEO da SATA há cerca de um ano. Qual é o balanço que faz destes primeiros meses à frente deste grupo de aviação açoriano?
O balanço é muito positivo, costumo dizer que já estava na SATA antes, era administradora com o pelouro financeiro, tinha a meu cargo dossiers muito importantes, como o da reestruturação e submissão do plano à Comissão Europeia.  Portanto, na verdade sempre estive muito envolvida e já tinha um papel muito importante em termos dos grandes dossiers.

Faço um balanço muito positivo porque conseguimos implementar coisas muito giras e trabalhar internamente com os nossos trabalhadores, dando-lhes formação e criando condições para eles se sentirem bem no trabalho e dar a conhecer a SATA, ou seja, pôr a SATA no mundo.

Portanto, o balanço deste primeiro ano é muito positivo.

Fizemos um trabalho muito forte para dinamizar este mercado [América do Norte], que é muito importante para a SATA porque tem um peso muito relevante nas rotas que operamos – atualmente, representa 23% das nossas rotas e teve um crescimento de 54% face ao ano anterior

Ao longo destes meses, quais foram os momentos mais desafiantes que identifica e porquê?
Os desafios passam sempre pela relação com as pessoas, todas as questões relacionadas com pessoas são sempre um grande desafio e as negociações com sindicatos são muito desafiantes, mas foi também um grande desafio ir para outras geografias, como a América do Norte, e mostrar que existimos, dar-nos a conhecer e falar com os destinos, com os turismos, com os governos e com as autoridades locais para eles saberem que a SATA existe. Isso também foi um grande desafio.

Resultados 2023
Em 2023, as companhias aéreas do Grupo SATA tiveram resultados operacionais positivos, com 2,4 milhões de passageiros transportados, de tal forma que 2023 se tornou no melhor ano de sempre para o grupo. Já se sente responsável por estes resultados?

Claro, claro que sinto, sem dúvida. Este é o resultado de tudo o que temos feito e é o resultado de termos agarrado a oportunidade e termos ido à América do Norte dar a conhecer a SATA. Temos trabalhado muito para dinamizar e dar a conhecer a SATA na América do Norte, nomeadamente em Boston e em Nova Iorque, mas também em Toronto, no Canadá. Portanto, fizemos um trabalho muito forte para dinamizar este mercado, que é muito importante para a SATA porque tem um peso muito relevante nas rotas que operamos – atualmente, representa 23% das nossas rotas e teve um crescimento de 54% face ao ano anterior.

Este é o resultado disso, é o resultado de termos estado mais ativos no mercado, de termos mostrado que existimos e termos uma série de iniciativas com várias entidades.

No Porto, também aconteceu isso, começámos a dinamizar mais ações com as autoridades locais, com um papel mais interventivo e que permitiu criar novas rotas.

Por isso, sim, sem dúvida que já me sinto responsável por estes resultados.

Quais foram as rotas da Azores Airlines ou da SATA Air Açores que, no ano passado, apresentaram resultados mais positivos?
As rotas da América do Norte têm um papel muito expressivo e são rotas muito importantes. Vemos que a SATA estava muito vocacionada para servir a diáspora e uma das coisas de que nos podemos congratular é que, hoje, efetivamente, servimos a diáspora mas servimos também o mercado turístico e esse está a crescer muito. As pessoas já sabem que podem vir, via Açores, para se ligarem ao mundo, seja à Europa ou a África, através de Cabo Verde.

A rota de Cabo Verde também é muito importante e expressiva no nosso mercado de rotas, é importante porque temos esta ligação da América do Norte a Cabo Verde que está sempre muito concorrida e, portanto, claramente estas são as rotas mais importantes.

O turismo nos Açores tem vindo a crescer e a atingir bons resultados. Esse aumento da procura turística pelos Açores também ajuda a explicar os bons resultados da SATA?
Sem dúvida, os Açores são um destino muito importante e que está a ganhar uma preponderância muito especial e isso já tinha acontecido na pandemia, quando os Açores começaram a ser um destino de fuga para quem queria sair, ter paz e ar livre, sem preocupações.

Os Açores são um destino sustentável, que tem ganho constantemente prémios de destino sustentável, de melhor destino aventura ou melhor destino de outra coisa qualquer.

Portanto, tem havido essa aposta e nós temos a sorte de estarmos nos Açores e de conseguirmos conciliar, não só o destino sustentável, mas por outro lado toda a Europa. Podemos levar as pessoas, através da Europa, para todo o mundo. Quase que permite visitar um destino maravilha como os Açores e depois seguir para qualquer parte do mundo.

Hoje, efetivamente, servimos a diáspora mas servimos também o mercado turístico e esse está a crescer muito

Além dos resultados operacionais, também os financeiros têm vindo a melhorar. Qual é a sua expetativa em relação aos resultados de 2023?
Tenho uma ideia muito clara, mas ainda não posso falar sobre os resultados, mas claramente temos uma tendência muito positiva, o que é muito bom. [Esta entrevista foi realizada poucos dias antes dos resultados financeiros do Grupo SATA serem conhecidos e que vieram mostrar que, apesar de uma melhoria de 8,1 milhões de euros face ao resultado negativo de 32,4 milhões de euros do ano anterior, a Azores Airlines ainda apresentou, no ano passado, um prejuízo de 24,3 milhões de euros].

Reestruturação e privatização
A SATA está, atualmente, em processo de reestruturação ditado pela Comissão Europeia. Qual foi o impacto desta reestruturação no regresso da SATA aos bons resultados?
Sem dúvida que a reestruturação foi positiva. Quando cheguei à SATA, a SATA estava muito debilitada em termos operacionais e financeiros, por isso é que recorremos a um processo de auxílio de Estado junto da Comissão Europeia e foi também por isso que apresentámos um plano de reestruturação para reestruturar o grupo como um todo.

Obviamente que houve aqui um trabalho muito grande e, hoje, podemos dizer que temos uma operação consistente e que temos um produto que é bom para o passageiros, que tem qualidade e o plano de reestruturação permitiu-nos olhar para os mercados onde estávamos e consolidar a nossa presença nesses mercados e, depois, financeiramente também permitiu começar a ter um rumo e a caminhar para o ‘verde’ para podermos ter capacidade de crescer e de avançar para outras rotas e rotas novas, como lançámos agora recentemente.

Foi essa mudança de estratégia, de tentar atrair também os turistas desses mercados, que ditou este caminho de sucesso em que a SATA se encontra?
Foi fundamental porque continuamos a servir a nossa comunidade, e temos isso na nossa missão e nos nossos valores – trazer os açorianos para casa e levar os açorianos para o mundo – mas claramente que era também importante ir buscar todo o outro mercado, que tem um potencial enorme. O mercado norte-americano tem um potencial fora de série, ainda agora estivemos na Califórnia e vimos a dimensão daquele mercado que não acaba, que tem tanto potencial e muito poder de compra.

Portanto, quando fizemos esta viragem e começámos a focar-nos em divulgar a SATA enquanto companhia aérea que leva os turistas para um destino muito bom, sustentável e que até lhes dá a possibilidade de irem para qualquer parte do mundo, na Europa, América ou África, claramente que se abriu um leque de oportunidades que não estavam devidamente exploradas.

A Azores Airlines também está em processo de privatização, que foi parado devido à instabilidade política regional. Já há alguma previsão de quando poderá o processo ser retomado?
Não, a única coisa que sabemos é que o Governo vai assumir funções na próxima semana [4 de março] mas não sabemos mais nada sobre a privatização.

O júri do concurso para a privatização da companhia aérea tinha, no entanto, escolhido a proposta do consórcio Newtour/MS Aviation. O que pensa a administração da SATA da proposta deste consórcio, que conta com a participação de um grande grupo de turismo dos Açores?
Não faço a mínima ideia, temos um processo muito bem montado, com um júri que esteve a analisar todas as propostas, esteve a ver todo o processo e as propostas que foram apresentadas e a SATA, neste momento, está num caminho paralelo. Agora, que o processo foi suspenso, ainda não tivemos acesso ao relatório final, nem outras conclusões e, portanto, neste momento, não me consigo pronunciar.

Sem dúvida que a reestruturação foi positiva. Quando cheguei à SATA, a SATA estava muito debilitada em termos operacionais e financeiros

Vai continuar a liderar a SATA depois da privatização?
Costumo dizer que vou fazendo as coisas no momento em que estou e, neste momento, estou focada em continuar e consolidar a estratégia da SATA e em levar a SATA a todo o mundo, para dar a conhecer a companhia aérea e os Açores. Portanto, é algo em que não penso, que não me preocupa neste momento.

2024
Para o verão de 2024, a SATA conta com várias novidades ao nível de novas rotas. Qual é a expectativa, nomeadamente, para as novas rotas de Londres e Milão, mas também para a rota de Montreal, que até vai começar mais cedo do que estava previsto?
Vamos ter uma série de novidades. Temos Milão, Londres e Faro desde Ponta Delgada, e a expetativa é a melhor.

No caso de Faro, por exemplo, começámos com duas frequências e aumentámos para a terceira ao final de três semana. Portanto, Faro está a correr muito bem.

Milão é uma rota muito apetecível e que tem muita ligação com a América do Norte. Analisámos o potencial destas rotas, até mesmo com o tráfego de ligação e são rotas que, pelo que estamos a ver, estão a correr muito bem.

Montreal é uma rota que já tínhamos, este ano, o que acontece é que vamos iniciá-la dois meses antes. Vamos ter uma frequência de abril a final de maio e, depois, a partir de junho temos quatro frequências, ou seja, uma frequência a mais do que no ano passado e com a vantagem de que vamos fazer a rota à noite e, portanto, quando as pessoas chegam já têm ligação para a Europa e para todas as ilhas dos Açores.

Por outro lado, vamos ter também o Porto com ligação direta à América do Norte, o que é uma novidade porque a rota era sempre via Ponta Delgada e, agora, vai haver uma ligação direta, o que é bastante bom para os passageiros do Porto.

Falou sobre Faro mas queria saber porque decidiu a SATA apostar em Faro, foi com o objetivo de proporcionar um destino de lazer aos açorianos?
É um misto. A SATA em tempos já tinha voado para Faro, antes de eu chegar à companhia aérea, mas depois a rota foi descontinuada. O que acontece é que os açorianos têm uma grande apetência por Faro mas os norte-americanos também e, portanto, vemos isto sempre pelo lado de como conseguimos conjugar os destinos para onde voamos com os destinos que queremos ligar.

Claro que também vamos ter pessoas do Algarve a viajar para os Açores porque se torna mais fácil chegar aos Açores.

O plano de reestruturação permitiu-nos olhar para os mercados onde estávamos e consolidar a nossa presença

Também a operação intra-regional entre a Madeira e os Açores tem vindo a ser reforçada, assim como as ligações desde a Madeira à América do Norte. Qual é o balanço que a SATA faz desta operação na Madeira e qual é a possibilidade de ela vir a aumentar ainda mais no futuro?
Fazemos um balanço bastante positivo, temos trabalhado em conjunto com o Turismo da Madeira para promover e dinamizar estas rotas e o objetivo é continuarmos a trabalhar com eles para vermos ângulos que possamos explorar para dinamizar estas rotas.

Desafios para 2024
Apesar da aviação, de uma forma global, estar a registar resultados positivos, há no mundo vários desafios que podem impactar negativamente o transporte aéreo. Qual é a opinião da SATA sobre as perspetivas mundiais, será possível continuar a crescer apesar de tantos desafios?
Desde a COVID-19 que nunca mais nada foi igual. Isto é um facto e, por outro lado, temo-nos deparado muito com questões muito ligadas com a falta de capacidade de recursos humanos em geral. É um problema geral que afeta também muito o mundo da aviação e todas as entidades que trabalham na nossa cadeia de valor e isso vê-se quando os aviões começam a atrasar porque vão para manutenção mas não há capacidade de resposta e atrasam meses. Isto tem impacto na operação e temos de alugar aviões para garantir a qualidade do serviço e para garantir que os passageiros ficam com o serviço assegurado. Portanto, isto tem impacto.

Depois, tivemos, em fevereiro de 2022, a guerra da Ucrânia que, parecendo que não, fez os combustíveis disparar e, apesar de, em 2023, termos reparado que houve aqui um decréscimo no preço e de ser expectável que este decréscimo se mantenha em 2024, apesar de não ser muito significativo, o facto é que estamos em níveis onde nunca tínhamos estado.

Portanto, houve aqui, claramente, um salto muito grande e não sei se, algum dia, vamos voltar aos níveis anteriores.

Isto, claramente, tem um custo muito grande que não podemos passar completamente para o passageiro ou seria insustentável.

Mas há mais desafios. Tivemos, por exemplo, uma subida de taxas de juro muito elevada para compensar a taxa de inflação e tudo isto impacta a SATA e os nossos fornecedores. Estamos no fim da cadeia de valor e todos os nossos fornecedores vão tentando incorporar nos seus preços e contratos estes impactos, que eles próprios também sofrem, mas nós, enquanto companhia de aviação e que está no final da cadeia, também não podemos dizer que vamos refletir tudo no preço do bilhete do passageiros ou então qualquer dia deparamo-nos com a situação de que só viajam os ricos. Seria voltar outra vez a uma época em que a aviação era um produto de luxo.

Depois, também acho que temos grandes desafios ao nível da sustentabilidade e isso é pouco falado mas, efetivamente, as companhias de aviação – porque não é só a SATA, são todas – vão ter grandes desafios, nomeadamente na adoção dos combustíveis sustentáveis. A partir de 2025, está imposta pela Comissão Europeia a adoção mínima de 2% e, ao longo dos anos, será aumentada a percentagem de SAF – Combustíveis Sustentáveis para a Aviação que os aviões têm de usar mas o problema é que não há SAF disponível e o que existe é muito caro. Portanto, se não houver aqui um trabalho muito bem feito, com os governos e outras entidades para assegurar que o SAF vai estar disponível e é viável, vemos isto como uma preocupação para a aviação.

[O aeroporto de Lisboa] é algo que esperamos que esteja resolvido em breve, mas não opinamos relativamente ao local, apenas queremos é que seja resolvido, da forma que for melhor para todos mas, acima de tudo, para garantir níveis de pontualidade

A sustentabilidade é, realmente, um desafio para a aviação, atualmente. O que é que a SATA tem vindo a fazer neste âmbito, já há, por exemplo, uma política de sustentabilidade definida?
Em termos de sustentabilidade, a SATA tem feito um trabalho muito grande. Temos três pilares de sustentabilidade e é preciso não esquecer que, quando falamos em sustentabilidade, ela envolve três áreas: a sustentabilidade ambiental, social e a governança.

A SATA tem trabalhado muito e temos uma política de sustentabilidade e, em termos ambientais, temos feito muito trabalho com a IATA e aderido a uma série de iniciativas e certificações para garantir que estamos de acordo com tudo aquilo que é definido pela indústria e melhores práticas, e fizemos a renovação da frota para aviões que poupam combustível. Os nossos aviões, hoje em dia, poupam cerca de 20% do combustível face aos que tínhamos, emitem menos ruído em termos de motores e, portanto, são também melhores para as comunidades locais, e temos ainda apostado em veículos elétricos no aeroporto, bem como em práticas sustentáveis nos nossos escritórios.

Na parte da governança, que para nós é o pilar de tudo, fizemos questão de criar uma área só focada nesta temática porque é daqui que vão sair todas as políticas, regulamentos e todas as formas de trabalhar.

Temos de ter os nossos alicerces bem construídos para podermos trabalhar e acho que fizemos isto da melhor maneira e conseguimos ter, hoje, uma empresa muito bem estruturada e organizada, com tudo muito bem definido.

Depois, temos ainda a parte social, porque olhamos não só para dentro, ou seja, para os nossos trabalhadores, como para a nossa comunidade. E temos feito muita coisa porque a nossa preocupação são as pessoas e achamos que devemos investir em formação e sugeri que se montasse um programa de formação, denominado “12 meses, 12 formações”, mas acabou por ser “12 meses, 15 formações”. Estamos a dar formação em várias áreas, muitas vezes até em áreas da vida comum, explicando o que é, por exemplo, uma taxa de inflação, que impacto tem nas taxas de juro. O objetivo é dar às pessoas formação básica e, por isso, montámos este programa, que tem tido adesão.

E montámos também um programa de saúde mental, que também tem tido muita adesão. No início, achámos que poderia haver alguma relutância das pessoas, mas tem tido muita adesão e, por isso, vamos continuar este programa.

Temos, de facto, uma série de iniciativas e temos uma muito gira e que impacta a comunidade onde vivemos, que é um programa que inclui uma aplicação que calcula os nosso passos diários, que são depois convertidos em milhas, que são doadas a instituições nos Açores, que podem assim voar ou proporcionar experiências.

Portanto, temos tentado desenvolver uma série de iniciativas e, acima de tudo, promover um equilíbrio muito grande entre o trabalho e a vida pessoal, para que as pessoas se sintam bem a trabalhar. E acho que estamos no bom caminho em termos de sustentabilidade.

Desafio vai continuar também a ser o aeroporto de Lisboa, uma vez que continuam a existir muitas dúvidas sobre a escolha da nova infraestrutura. No caso da SATA, há alguma preferência sobre a localização ou sobre o tipo de infraestrutura?
O aeroporto de Lisboa, efetivamente, tem alguns constrangimentos, temos trabalhado muito com a ANA – Aeroportos de Portugal porque operamos em Lisboa com constrangimentos mas em Ponta Delgada também temos bastantes desafios e a ANA tem sido um parceiro da SATA na tentativa de encontrar soluções, uma vez que nas ilhas ainda é mais complicado lidar com os problemas aeroportuários.

Efetivamente, o aeroporto de Lisboa tem estas condicionantes todas, que todas as companhias aéreas estão a sofrer e que impactam os nossos voos, porque há atrasos que, depois, se refletem nos restantes voos. Mas temos conseguido minimizar o atraso que esteve na origem.

É algo que esperamos que esteja resolvido em breve, mas não opinamos relativamente ao local, apenas queremos é que seja resolvido, da forma que for melhor para todos mas, acima de tudo, para garantir níveis de pontualidade porque os passageiros esperam isso quando começam as suas viagens.

Se tivesse que formular um desejo para o que falta do seu mandato na SATA, o que é que desejaria?
Era que continuássemos no bom trabalho que temos feito, continuarmos a pôr a SATA no mundo porque a SATA é muito pequenina, estava ali no meio do Atlântico e era desconhecida mas, a pouco e pouco, temos conseguido inverter isso. Portanto, o que desejo é que continuemos a fazer o trabalho que temos feito, que penso que é um excelente trabalho.

 

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Sojern lança Guest Experience Solutions na Europa incluindo Portugal

A Sojern, plataforma de marketing digital para profissionais do turismo, anuncia que o seu conjunto de ferramentas Guest Experience Solutions estão agora disponíveis na Europa. O lançamento terá início em Espanha, Itália, Reino Unido e Irlanda seguido de Portugal e França.

Em 2023, a Sojern adquiriu a VenueLytics, plataforma de experiências para o hóspede e incorporou as suas ferramentas como uma extensão da Sojern Travel Marketing Platform, com a designação Guest Experience Solutions (GES).

No seguimento do lançamento inicial, a Sojern está também a expandir as suas Guest Experience Solutions na Europa, incluindo a colaboração com a GETYourGuide, uma plataforma para os viajantes descobrirem e reservarem experiências como walking tours, aulas de culinária local, bilhetes skip-the-line e muito mais em 10 mil cidades.

As Guest Experience Solutions automatizam as comunicações com os hóspedes e, ao mesmo tempo, proporcionam aos hoteleiros uma ideia do sentimento do cliente, libertando o staff para oferecer os detalhes especiais que fazem com que um hotel se destaque dos demais.

Refira-se que, desde 2007 que a Sojern proporciona aos hoteleiros ferramentas para gerar reservas diretas, construir relações leais com os hóspedes e maximizar a receita. Com a incorporação das GES, os profissionais de marketing dos hotéis podem agora interagir com os viajantes antes, durante e depois da sua estadia para otimizar a receita líquida por quarto (RevPAR). As Guest Experience Solutions da Sojern permitem o acesso a ferramentas automatizadas num modelo flexível que se ajusta às necessidades de cada hotel.

As soluções GES incluem o AI Smart Concierge que automatiza mais de 500 respostas a perguntas comuns dos hóspedes via SMS, Facebook Messenger, WhatsApp e Website Chatbot, permitindo que o staff dê prioridade a interações presenciais enquanto reúne dados valiosos sobre os desejos e necessidades dos hóspedes. O AI Smart Concierge gerou um aumento de até 600% no engagement dos hóspedes, uma redução de 65% nas chamadas para a receção e uma redução de 56% nas auditorias de qualidade da marca.

Os dados da Sojern mostram que cada avaliação negativa pode custar a um hotel entre 900 e 4500 euros em receita, ao mesmo tempo que encurta o relacionamento de longo prazo com os hóspedes, assim, o Reputation Manager permite reunir e gerir de maneira eficiente os feedbacks dos clientes. A Generative AI elabora instantaneamente respostas para avaliações de clientes tanto durante a sua estadia, como para clientes online e agiliza o encaminhamento de problemas em tempo real para os membros da equipa. Com o Reputation Manager, os clientes da Sojern aumentaram os seus Net Promoter Scores em 35%, em média, ao longo de três meses.

Por outro lado, está disponível a ferramenta Guest Marketing Suite: Os profissionais dos hotéis podem cultivar relacionamentos com os hóspedes utilizando e-mail, SMS, WhatsApp e chat para interagirem durante toda a jornada do cliente. Através de uma comunicação consistente e personalizada, podem aumentar as reservas diretas, as receitas acessórias e promover a fidelização a longo prazo. Alguns clientes da Sojern geraram mais de 4500 euros por dia a partir de campanhas de marketing por e-mail utilizando o Guest Marketing Suite.

 

 

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Solférias já tem programação de fim de ano no Funchal em conjunto com Sonhando e Exótico

A Solférias, em conjunto com os operadores turísticos Sonhando e Exótico, renovou a aposta na Madeira, dando continuidade a uma tradição de sucesso, e já tem disponíveis as primeiras propostas para o que são considerados um dos melhores destinos de fim de ano do mundo.

A programação de fim de ano 2024/2025 para o Funchal já disponível no mercado oferece um total de quatro voos especiais diretos, sendo dois de Lisboa e dois da cidade do Porto com partidas a 28 e 29 de dezembro.

A oferta dos três operadores turísticos engloba pacotes de quatro noites com opção de alojamento, incluindo ou não a gala da noite de dia 31 de dezembro.

Estas operações especiais conjuntas “são a confirmação não só do sucesso do destino ao longo do ano e muito especialmente nesta época festiva, mas também da importância da colaboração entre operadores e parceiros para disponibilizar atempadamente aos agentes de viagens e viajantes portugueses as melhores e maios competitivas propostas de viagem”, indica a Solférias em nota de imprensa.

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PHC Hotels reforça equipa de marketing com contratação de Idalina Elias

A profissional soma mais de dez anos de experiência em marketing e vendas em empresas como o Hard Rock Cafe Lisboa, The Oitavos e Hotel Cascais Miragem.

A PHC Hotels contratou Idalina Elias para assumir as funções de Marketing Manager para a área de Food & Beverage do grupo nacional de gestão hoteleira.

Recorde-se que o portefólio da PHC Hotels inclui, para além das unidades hoteleiras, os restaurantes e bares dos seus hotéis, nomeadamente o Restaurante Varanda de Lisboa, o Rooftop Bar Mundial e o Capítulo Restaurant & Bar.

Na sua nova função, Idalina Elias terá a cargo a definição e implementação de todos os aspetos das estratégias de marketing, social media, campanhas promocionais, publicidade e ações de ativação de marcas, “garantindo o sucesso e rentabilidade contínuos dos principais outlets do grupo, de forma a atender às necessidades e desejos dos seus clientes, assim como aos objetivos definidos”, como o grupo refere em comunicado.

A profissional conta com mais de dez anos como Sales & Marketing Manager do Hard Rock Cafe Lisboa, tendo ainda integrado a equipa do The Oitavos enquanto Deputy Director of Sales, Events & Conference Manager e Planner. Assumiu também funções como Sales Executive do Hotel Cascais Miragem.

“Estamos confiantes que a Idalina Elias acrescenta à PHC Hotels uma visão mais comercial da restauração como um todo. A experiência comprovada, o seu percurso de e a sua paixão pela excelência tornam-na na pessoa ideal para liderar a nossa estratégia de marketing”, afirma Miguel Andrade, diretor-geral de operações da PHC Hotels.

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Vila Real de Santo António passa a contar com novo posto de turismo

A Região de Turismo do Algarve (RTA) e o Município de Vila Real de Santo António inauguraram esta segunda-feira, 13 de maio, o novo Posto de Turismo de Vila Real de Santo António, no dia em que se assinala o 248.º aniversário da fundação do município.

Desta forma, o concelho de Vila Real de Santo António volta a reintegrar a rede de Postos de Turismo da RTA após sete anos, “preenchendo a lacuna deixada pelo encerramento do Posto de Turismo em Monte Gordo, em 2017, devido às obras do Programa Polis”, como referido em nota de imprensa.

O novo posto de turismo, localizado na Rua Conselheiro Frederico Ramirez, no centro histórico de Vila Real de Santo António, vai operar sob uma gestão partilhada entre a RTA e o município, com o objetivo de “oferecer informações turísticas abrangentes e servir como ponto de venda para produtos locais e centro de promoção turística do município e da região”.

“É com enorme satisfação que celebramos a inauguração do Posto de Turismo de Vila Real de Santo António, marcando o regresso do concelho à rede de Postos de Turismo da RTA, que no último ano realizou perto de 400 mil atendimentos nos seus 20 postos distribuídos por toda a região. Esta expansão da rede de Postos de Turismo não melhora apenas a acessibilidade à informação turística, como também fortalece a identidade e a economia local”, declara o presidente da RTA, André Gomes.

Na última semana, também os Postos de Turismo de Armação de Pêra, no concelho de Silves, e de Aljezur abriram em novas localizações. Com novas instalações e “melhores condições de atendimento”, o Posto de Turismo de Aljezur funciona agora no Espaço +, na rua da Escola, em Igreja Nova. Já o posto de Armação de Pêra reabriu localizado temporariamente no Largo da Fortaleza, junto à Ermida de Santo António das Areias, enquanto decorrem as obras de requalificação do antigo Casino de Armação de Pêra.

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Comissão oferece aos jovens 35,500 passes de viagem gratuitos “DiscoverEU”

Este verão, milhares de jovens voltarão a viajar gratuitamente por toda a Europa, graças ao programa DiscoverEU.

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No total, foram disponibilizados 35.500 passes de viagem. Para o fazer, os jovens nascidos entre 1 de julho de 2005 e 30 de junho de 2006 tiveram de preencher um questionário com cinco perguntas sobre a UE e uma pergunta adicional no Portal Europeu da Juventude. Os candidatos selecionados receberão um passe de comboio gratuito para viajar na Europa por um período máximo de 30 dias entre 1 de julho de 2024 e 30 de setembro de 2025.

O convite esteve aberto a candidatos da União Europeia e de países associados ao programa Erasmus +, incluindo a Islândia, o Listenstaine, a Macedónia do Norte, a Noruega, a Sérvia e a Turquia. Os titulares de bilhetes podem planear os seus próprios itinerários ou inspirar-se nos itinerários existentes. Por exemplo, podem descobrir uma rota lançada no ano passado, centrada nas cidades e nos locais, tornando a União Europeia “bela, sustentável e inclusiva”, em consonância com os princípios do Novo Bauhaus Europeu.

Os participantes podem também beneficiar da Rota Cultural DiscoverEU, uma iniciativa do Ano Europeu da Juventude 2022 que combina vários destinos culturais, incluindo arquitetura, música, arte, teatro, moda e design. Os participantes podem visitar as Capitais Europeias da Cultura que figuram na Lista do Património Mundial da UNESCO, sítios da Marca do Património Europeu ou localizações do Prémio Cidade Acessível, que são cidades que ultrapassaram e não só para se tornarem mais acessíveis a todos.

“A iniciativa DiscoverEU é muito mais do que apenas um bilhete”, refere a Comissão Europeia. Os participantes receberão igualmente um cartão de desconto com mais de 40.000 possibilidades de desconto em transportes públicos, cultura, alojamento, alimentação, desporto e outros serviços nos países elegíveis. Além disso, as agências nacionais Erasmus + organizam reuniões de informação antes da partida e as agências nacionais de todos os países Erasmus + preparam as reuniões DiscoverEU, com programas de aprendizagem com a duração de um a três dias.

A inclusão social é uma das principais prioridades do programa Erasmus +, pelo que os participantes com deficiência ou problemas de saúde recebem apoio nas suas viagens. Desde outubro de 2022, as agências nacionais Erasmus + implementaram a Ação de Inclusão DiscoverEU, permitindo que as organizações que trabalham com jovens com menos oportunidades se candidatem a uma subvenção. Esta ação presta apoio adicional aos participantes, como financiamento adicional e a possibilidade de viajar com acompanhantes. Mais de 250 projetos foram adjudicados pelas agências nacionais Erasmus + desde o primeiro convite à apresentação de propostas, em outubro de 2022, estando a decorrer dois convites à apresentação de propostas da ação de inclusão neste ano.

Embora a iniciativa DiscoverEU incentive viagens sustentáveis por caminho de ferro, estão disponíveis disposições especiais para os jovens das regiões ultraperiféricas, dos condados e territórios ultramarinos, das zonas remotas e das ilhas.

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Lisboa é a segunda cidade europeia com mais congressos em 2023

De acordo com o ranking ICCA – International Congress and Convention Association, Lisboa foi a segunda cidade europeia com mais congressos, em 2023. Nos países analisados, Portugal surge em 9.º lugar.

Victor Jorge

A cidade de Lisboa surge em segundo lugar no ranking ICCA – International Congress and Convention Association, relativamente às cidades europeias que mais congressos realizaram, em 2023, ficando atrás somente de Paris.

Segundo os números avançados pelo ranking ICCA, Lisboa foi palco de 151 congressos, sendo que a nível europeu, Paris recebeu 156 eventos.

A nível mundial, somente Singapura se intrometeu entre Paris e Lisboa, tendo recebido 152 eventos ao longo do ano 2023.

Quando comparados todos os países do mundo analisados pelo ranking ICCA, Portugal aparece em 9.º lugar, com 303 congressos realizados durante o ano 2023, ficando atrás de EUA (690), Itália (553), Espanha (505), França (472), Alemanha (463), Reino Unido (425), Japão (363) e Países Baixos (304).

Na listagem da ICCA existem, no entanto, mais cidades portuguesas, com o Porto a surgir na 23.ª posição, com 68 eventos; Coimbra, na 143.ª posição, com 16 eventos; Cascais no 161.º lugar, com 14 eventos; Aveiro no 248.º lugar, com 8 eventos; Braga, na 270.ª posição, com 7 eventos; e Faro na 332.ª posição, com 5 eventos.

Para a diretora-executiva do Turismo de Lisboa, Paula Oliveira, “este ranking fornece informações valiosas sobre as tendências emergentes e os destinos mais procurados pelos organizadores de congressos em todo o mundo, pelo que estamos muito otimistas com a procura durante este ano. Lisboa tem uma localização privilegiada, boas acessibilidades e infraestruturas, bem como profissionais de excelente qualidade, pelo que acreditamos que iremos continuar a ser uma referência mundial para a organização de congressos associativos.”

O ranking mundial ICCA 2023 considera os congressos em destinos que demonstram excelência em infraestruturas, serviços de apoio, acessibilidade e capacidade de sediar eventos de escala internacional.

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“Não podemos ir atrás do preço, mas sim da qualidade”

O almoço com o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, decorreu no Hotel NH Sintra Centro. A finalizar o segundo e último mandato, o presidente da vila histórica admite que “o turismo tem duas vertentes indissociáveis: a económica e a cultural”. Em qualquer uma, segundo Basílio Horta, “só poderá haver um vencedor: Portugal”.

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A história política de Basílio Horta começa bem antes de ter dado entrada no Largo Dr. Virgílio Horta, morada oficial da Câmara Municipal de Sintra. Nestas “Conversas com o Presidente” do jornal Publituris, o objetivo não era, contudo, recuar tanto no tempo, mas focar a conversa agradável durante o almoço no tema do Turismo e como este é visto por quem lidera os destinos da Câmara Municipal de Sintra, vila que, com os seus quase 400.000 habitantes, segundo o últimos Censos (2022), representando 13,37% do total metropolitano e 19,82% do total da Grande Lisboa, se espalha por perto de 320 quilómetros quadrados, e é um dos pontos obrigatórios de visita a residentes e não residentes de e em Portugal.

E o tema Turismo começou por ser, desde logo, visto por dois prismas – o económico e o cultural – ambos considerados de “vital importância”, mas que terão de ter um denominador comum: Portugal.

“O turismo é, desde sempre, caracterizado por um enorme dinamismo e força agregadora”, refere Basílio Horta, salientando que “são várias as atividades económicas que estão associadas ao turismo”. Por isso, frisa, “só por este lado, o setor do turismo tem um papel importantíssimo no desenvolvimento económico da localidade, da região e do país”.

Mas, ao mesmo tempo, em concelhos como o de Sintra, e em outros também, a dimensão cultural é “enorme”. “Sintra tem uma oferta cultural muito grande e de altíssima qualidade histórica. Basta a sua serra, que é realmente um património da humanidade, à qual juntamos a tradição, a história, os palácios, os monumentos, as quintas, as praias maravilhosas, para Sintra ter uma oferta muito diversificada e de alta qualidade”. No fundo, segundo Basílio Horta, “uma oferta turística que interessa ao país e que responde, cada vez mais, ao objetivo de captar o turismo de valor acrescentado”.

O turismo é, desde sempre, caracterizado por um enorme dinamismo e força agregadora

E quem passa por Sintra, admite, “é um turista muito desenvolvido culturalmente e isso, por norma, significa visitantes com rendimento mais elevado e com maior capacidade para gastar no local, que sabe muito bem o que quer e gosta. E aqui em Sintra encontra, de facto, algo que não encontra noutros sítios”.

Um problema chamado mobilidade
Para o presidente da Câmara, além das praias, onde apesar da água mais fria, “o turista gosta de estar em contacto com o Atlântico, de estar à vontade na praia, mas ao mesmo tempo gosta de visitar museus e palácios únicos como o Palácio da Pena ou a Regaleira. Ou seja, é um turismo que não é de massas”.

Apesar de caracterizar o turismo em Sintra como não sendo de massas, há, no entanto, a questão de saber como é que os próprios locais encaram este fenómeno. Aí Basílio Horta divide a população de Sintra entre a que vive nas zonas históricas e a restantes, já que se trata, efetivamente, de um concelho enorme. Nas zonas históricas, admite que o turismo é acolhido com “alguma preocupação óbvia”, uma vez que, quem mora em Sintra, escolheu Sintra “por razões específicas de alguma intimidade, de alguma qualidade”, fazendo referência, por exemplo à Regaleira que, em 2023, teve mais de um milhão de visitantes.

Mas Sintra foi visitada por mais de cinco milhões de pessoas no ano passado, o que é “um número considerável”, embora saliente que os números pré-Covid ainda não foram atingidos.

Neste aspeto, a mobilidade, principalmente, na vila histórica é “um dos problemas a considerar e que dificulta demasiado a vida a quem vive e quem quer visitar Sintra. É uma questão, por mais que queremos resolver, não é fácil e terá sempre impactos indesejáveis, dependente de quem analisa a situação”. Contudo, sabendo que não será no mandato que termina em 2025 que esta situação se resolverá, Basílio Horta considera que este “este ordenamento terá de ser feito, mas de forma planeada, uma vez que poder-se-á tomar decisões irreversíveis e que prejudicarão todos”.

“Chegar a Sintra é fácil, com as atuais vias de acesso. O problema começa quando nos queremos mover dentro da vila”, frisando o presidente da Câmara que, “para os autocarros turísticos esta é uma grande dor de cabeça”.

Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra
Foto: Frame It

Para alojar os milhões de turistas que passam anualmente por Sintra é preciso, também, existir uma oferta hoteleira que, por altura da tomada de posse de Basílio Horta, em 2013, não era inaugurado um novo hotel há cerca de 30 anos. “Sintra era, de facto, visto como um local de passagem, algo que mudou drasticamente nos últimos tempos. Agora, é um local para se ficar. Há uma maior e melhor oferta hoteleira e com o fenómeno do Alojamento Local verificou-se, de facto, uma maior apetência por parte dos visitantes em ficar em Sintra”, refere Basílio Horta, admitindo que “passou a haver uma forma diferente de fazer oferta turística”.

Sintra tem uma oferta turística que interessa ao país e que responde, cada vez mais, ao objetivo de captar o turismo de valor acrescentado

O presidente da Câmara não se foca, contudo, somente em Sintra, já que “à volta, nas outras freguesias, existe uma oferta muito variada e desconhecida, embora reconheça que existe alguma ‘timidez’ em visitar certos e determinados locais”.

Outro dos pontos destacados por Basílio Horta é o facto do concelho ser um dos maiores em número de licenciamentos de moradias, salientando que “continua a haver um crescimento enorme de licenciamentos, o que demonstra que, quem vem visita Sintra, também pretende morar aqui”, contrariando, um pouco, a história de habitação massiva. “Em 70 quilómetros quadrados, temos 300 mil pessoas. Hoje, não é esse modelo de desenvolvimento que queremos para Sintra”.

Empresas não trazem só negócio
Mas não é somente a parte populacional e habitacional que Basílio Horte destaca. “Há também um grande desenvolvimento empresarial. Nós na Derrama [taxa que incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas, sendo fixada anualmente, pelos municípios, no valor máximo de 1,5%] tivemos um aumento enorme desde 2013. Passámos de pouco mais de três milhões de euros, em 2013, para 14 milhões nos dias de hoje”, revela o presidente da Câmara. “Isto é um reflexo da implantação de muitas empresas no concelho, o que leva a mais alojamento, mais hotelaria, mais serviços”.

Outros dos aspetos no qual Sintra tem registado uma forte evolução é no ensino universitário, com vários pólos a instalarem-se no concelho, casos do ISCTE e da Faculdade de Medicina, bem como a Base Aérea N.º 1, localizada na Granja do Marquês, próximo da Serra de Sintra. “Tudo isto traz valor a Sintra e é visível uma mudança qualitativa muito grande no concelho”, admitindo Basílio Horta que “esta mudança vai aprofundar-se no futuro”.

Qualidade, qualidade, qualidade
Regressando ao turismo, as visitas a Sintra têm no mercado nacional uma forte componente, crescente desde a pandemia, mas é no mercado internacional, com maior poder de compra e gasto, que Basílio Horta incide o destaque. “Cada vez mais espanhóis, brasileiros, árabes, ingleses, bem como norte-americanos, mercado de grande importância, nos visitam, mas também o mercado asiático, embora ainda se mantenha muito fechado, estão a procurar os encantos de Sintra e isso reflete-se na ocupação dos hotéis que tem vindo a crescer”.

Daí coloca-se a questão: e que desafios são colocados ao turismo em Sintra para o futuro? A resposta sai rápida e assertiva: “não só manter, mas aumentar a qualidade da nossa oferta. Não podemos ir atrás do preço, mas sim da qualidade. Só isso nos poderá diferenciar”, frisando que essa qualidade não pode ser limitada à oferta hoteleira, mas, também, “à manutenção dos nossos monumentos”. “E o turismo não pode ser de tal maneira intenso que acabe por deteriorar a oferta turística, porque isso seria gravíssimo e prejudicial a todos”, considera.

Além dos monumentos, Basílio Horta refere, igualmente, a importância da Parques de Sintra que “está sempre entre os melhores do mundo no que diz respeito à conservação”, frisando que a Parques de Sintra – Monte da Lua “é um parceiro indispensável da Câmara”.

Foto: Frame It

O “eu” Basílio
A nível pessoal, se houve algo que nunca passou pela cabeça de Basílio Horta foi ser presidente da Câmara de Sintra. “Fui praticamente tudo o que um político pode ser: deputado, ministro, embaixador, magistrado do Ministério Público, diretor-geral da Confederação da Indústria Portuguesa, presidente da AICEP, professor, mas presidente de Câmara foi algo que nunca me passou pela cabeça vir a ser”, admitindo, contudo, que “não queria acabar a minha carreira política sem ter uma experiência de autarca”.

Sou viajante que gosta de bons hotéis, bons restaurantes e bons museus. Deem-me estas três componente e sou um turista feliz

Passando do autarca para o turista, Basílio Horta identifica-se como um “viajante que gosta de bons hotéis, bons restaurantes e bons museus. Deem-me estas três componente e sou um turista feliz”.

Daí impor-se a pergunta, qual o melhor hotel, restaurante e museu que visitou? Nos hotéis, o destaque vai para o Hotel Hassler, em Roma; nos restaurantes a Casa Nicolasa, em San Sebastian; enquanto nos museus a resposta é tripartida: Hermitage, em São Petersburgo; Louvre, em Paris; e Prado, em Madrid.

Para finalizar a conversa realizada no Hotel NH Sintra Centro, a viagem que falta fazer: Antártida, considerado um “destino ímpar, de difícil realização, mas que poderá ainda acontecer”.

Quanto a conselhos, não o de Sintra, mas ao sucessor que sairá das eleições autárquicas de setembro/outubro de 2025, Basílio Horta é lacónico: “O meu sucessor não precisa dos meus conselhos e, seguramente, fará melhor do que eu”.

Um olhar para Sintra

O almoço com o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Basílio Horta, realizou-se no NH Sintra Centro. Localizado no centro de Sintra, o hotel de quatro estrelas NH Sintra Centro, anteriormente Tivoli Sintra, fica a apenas a uma curta distância dos mais famosos monumentos e palácios históricos de Sintra. Situado no centro da vila, junto ao Palácio Nacional de Sintra, e localizado entre a Serra de Sintra e o mar, o hotel não poderia ter uma melhor localização para explorar a cidade considerada património mundial da UNESCO.

Entre as atrações mais próximas, é possível visitar o Palácio da Pena e o Palácio de Monserrate. A partir da varanda do lobby do hotel, é possível avistar o Castelo dos Mouros, a Quinta da Regaleira e, num dia de sol, consegue-se até ver o mar.

Com 77 espaçosos quartos, espalhados por oito andares, todos os quartos foram renovados em 2023, dispondo de varandas ou de terraços com vistas deslumbrantes. Estão disponíveis quartos comunicantes, quartos adaptados e suites.

A ementa do almoço oferecido pelo Hotel NH Sintra Centro:
Entradas: Carro de acepipes
Prato principal: Arroz de peixes da nossa costa
Sobremesa: Pêra bêbeda e Arroz-doce
Vinho: Esporão Reserva Branco 2022

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Movimento de passageiros na Europa aproxima-se da pré-pandemia com maior contribuição de voos internacionais

De acordo com dados recentes da ACI Europe, em março de 2024, o número de passageiros na Europa registou uma subida assinalável, fazendo com que a entidade estime que este ano se ultrapasse os níveis pré-pandemia.

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A movimentação de passageiros na Europa registou, em março de 2024, um aumento de 10,2% face a igual mês de 2023, com a ACI Europe a prever que no final deste ano se ultrapasse os níveis de 2019.

Os dados revelam que este crescimento foi essencialmente conseguido pelo aumento do número de passageiros internacionais, que cresceu 11,7% no terceiro mês de 2024 face a igual mês do ano passado, enquanto os passageiros domésticos, ou seja, europeus, também registou uma evolução, mas mais pequena (+5,6%).

Face aos números avançados, verifica-se que a movimentação de passageiros na Europa ficou somente 1,5% abaixo dos resultados obtidos em igual mês de 2019, embora se verifique que nos passageiros internacionais o volume já exceda o ano pré-pandémico (+2,7%), enquanto a movimentação de passageiros doméstico ainda esteja 13,2% abaixo do mesmo período de 2019.

Já no que diz respeito aos números referentes ao primeiro trimestre de 2024, estes mostram valor quase idênticos aos de março, com uma subida de 10,2% relativamente ao mesmo período do ano anterior, ficando somente a 1,3% dos resultados de 2019.

Olhando para o futuro, Olivier Jankovec, diretor-geral da ACI Europe, salienta que “revimos em alta a nossa previsão de tráfego para o ano inteiro e vemos agora os volumes de passageiros em 2024 a exceder os volumes pré-pandémicos (2019) em +3,2% – em vez dos +1,4% anteriormente avançados”.

Para Jankovec, “isto reflete as perspectivas positivas para a época de verão, com a procura a manter-se forte, uma vez que os consumidores continuam a dar prioridade às viagens, apesar das tarifas aéreas muito mais elevadas. Isto também reflete a expansão sustentada, mas seletiva, da capacidade das transportadoras de custo ultra baixo, bem como o facto de as maiores transportadoras de serviço completo estarem finalmente a aproximar-se dos seus níveis de capacidade pré-pandemia.”

O diretor-geral da ACI Europe adverte, contudo, que “o mercado continua muito fragmentado em termos de desempenho do tráfego, com apenas 43% dos aeroportos europeus a recuperarem os volumes de passageiros anteriores à pandemia”.

Os aeroportos da União Europeia lideraram esta dinâmica de crescimento, com uma subida de 11,5% face ao mês de março de 2023, enquanto as restantes infraestruturas registaram uma subida de 2,8% face a igual período de 2023.

Quando comparado com os movimentos de passageiros de 2019, os aeroportos de Portugal aparecem em destaque, com uma subida de 23,1%, só suplantado por Malta (+32,5%), mas á frente de Grécia (+19,6%), Polónia (+19,2%) e Espanha (+14,5%).

Do lado inverso, a Eslováquia é quem regista pior performance (-34,9%), seguida da Eslovénia (-27,8%) e Suécia (-27%).

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Digitalização de vistos Schengen facilitará as viagens, admite ETC

Os responsáveis da ETC referem que a digitalização do pedido de visto Schengen facilitará as viagens para o respetivo espaço, admitindo que será um fator de mudança tanto para os viajantes como para os Estados-Membros.

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Com o processo de digitalização dos pedidos de visto Schengen a decorrer, os responsáveis da European Travel Commission (ETC) admitem que o processo tornará mais fácil e conveniente a entrada de estrangeiros no bloco Schengen.

Foi durante o Arabian Travel Market (ATM) 2024, que decorreu no Dubai de 6 a 9 de maio, que Teodora Marinska, Head of Public Affairs da ETC, sublinhou que os estrangeiros que precisam de um visto para entrar no espaço Schengen muitas vezes não conseguem encontrar vagas disponíveis devido à elevada procura, referindo que “há alturas em que os estrangeiros pedem um visto numa embaixada de um país Schengen apenas porque sabem que o procedimento é mais fácil e devido à falta de marcações no país que pretendem visitar”.

Tendo isto em conta, Marinska afirmou que a digitalização do processo será um fator de mudança, uma vez que proporcionará “um procedimento sem descontinuidades para os requerentes de visto e atribuirá automaticamente marcações”. Assim que o pedido de visto Schengen for digitalizado, os requerentes, exceto os que se candidatam pela primeira vez, poderão completar todos os procedimentos online numa única plataforma.

Uma vez que os requerentes já não terão de se deslocar fisicamente a uma embaixada ou consulado, a digitalização reduzirá significativamente os custos, uma vez que apenas terão de pagar os emolumentos do visto.

Além disso, quando o processo de candidatura estiver totalmente online, os requerentes deixarão de ter de recolher e imprimir diversos documentos.

Na plataforma, poderão carregar cópias eletrónicas dos seus documentos de viagem e outros documentos comprovativos e pagar os emolumentos.

Tal como as autoridades da UE explicaram, para além dos requerentes de primeira viagem, as pessoas cujos dados biométricos são inválidos e as que possuem um novo documento de viagem terão de se apresentar fisicamente para apresentar o pedido.

No entanto, uma vez que o processo será efetuado online, as pessoas que precisem de se apresentar no consulado, na embaixada ou no centro de vistos não ficarão sujeitas a longos períodos de espera.

Todos os requerentes de visto terão também a opção de indicar na plataforma se pretendem que o seu pedido de visto seja processado por um determinado Estado-Membro.

Uma vez concluído todo o processo pelos requerentes e pelas autoridades competentes dos Estados-Membros de Schengen, os requerentes serão informados da decisão sobre o seu pedido através da mesma plataforma.

Os vistos serão emitidos em formato digital e sob a forma de um código de barras 2D, e serão assinados criptograficamente.

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ÉvoraWine une vinho, gastronomia e cultura

Maior evento de vinhos da região alentejana ocorre na Praça do Giraldo, em Évora, a 24 e 25 de maio

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Aquele que é considerado o maior evento de vinhos do Alentejo está de regresso com uma programação cheia de novidades. A 9.ª edição do maior evento vínico do Alentejo realiza-se nos dias 24 e 25 de maio, na Praça Giraldo, em Évora, e vai juntar vinhos e sabores alentejanos aliados à cultura e tradições regionais e promete colocar o evento no mapa, estimando receber cerca de 8 mil visitantes nacionais e estrangeiros.

Os amantes da região e de vinho vão contar com mais de 200 vinhos de cerca de 40 produtores de todo o Alentejo. O evento que reúne o Alentejo de norte a sul, no centro de Évora, surgiu pela primeira vez em 2014 e pretende dar a conhecer o melhor da região – desde o vinho ao turismo, passando pela cultura e pela gastronomia.

Este ano, o evento conta com uma melhoria significativa, com o alargamento do espaço do mesmo, ocupando toda a área disponível da Praça do Giraldo, o que vai permitir que visitantes tenham uma melhor experiência e possam, junto dos produtores, partilhar saberes e sabores do Alentejo e degustar os néctares em prova. Nesta 9ª. edição, foram realizadas parcerias que vão permitir aos visitantes fazer as refeições no recinto e degustar os pratos típicos alentejanos.

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