Edição digital
Assine já
PUB

Turismo em tempos de guerra

O jogo do “quente e frio” está agora a escaldar. Como dizia Maquiavel, “a guerra começa quando se decide, mas não acaba quando se deseja.”

Turismo em tempos de guerra

O jogo do “quente e frio” está agora a escaldar. Como dizia Maquiavel, “a guerra começa quando se decide, mas não acaba quando se deseja.”

Guilherme Costa
Sobre o autor
Guilherme Costa

Quem já viu, ou leu, as aventuras de 007 no Casino Royale, saberá que o casino foi baseado no do Estoril e que a história real é até mais fantástica, onde espiões inimigos jogavam às cartas e trocavam informações. É fácil apaixonarmos por uma História romantizada. O mundo estava mobilizado e em chamas, porém, no nosso cantinho, pequenino e convenientemente a agradar a ambos os lados, encontrou-se um refúgio. Um intervalo de paz para aqueles que fugiram do fogo e embarcaram para o outro lado do oceano, e para os afortunados que só procuravam um pouco de paz e praia.

O jogo do “quente e frio” está agora a escaldar. Com propagandas dos dois lados, o que ainda resta é o medo da guerra aberta pois agora temos demasiadas soluções rápidas e finais, mas como dizia Maquiavel, “a guerra começa quando se decide, mas não acaba quando se deseja.”

Lembro-me dos atentados terroristas na Turquia. Lembro-me dos hotéis à venda pouco depois e das praias vazias. Cá abriram-se hotéis como se fossem cabeleireiros, e lembro-me dos braços abertos, das tarifas subidas em flecha e os sorrisos rasgados dos que sentiram os bolsos mais pesados. A nossa erva verde e tranquila tornou-se novamente apetitosa e as vacas voltaram a engordar. O queixume continuou, porque se queria um ruminar mais rápido e a erva verde passou a fardo seco. O serviço piorou, e as margens de lucro melhoraram.

Uma pandemia que pousou aviões e nos fechou em casa teve um efeito tsunami no turismo. Mas aqui toda a gente ficou a perder. As ilhas, ao contrário do desastre natural, encontraram as suas defesas mais fáceis de reforçar contra este desastre sanitário. Todavia, mal sabíamos que o túnel que durou mais de dois anos, acabava num cano de canhão.

O otimismo português que dita que quem morre num acidente de aviação tem sorte por não ficar paraplégico e a quem fica paraplégico que tem sorte por não ter morrido, é o mesmo que acredita que estamos longe e que, se ficarmos pequeninos, ninguém dará por nós. E por sorte, a nossa marca é pacífica e de refúgio.

Sem querer parecer, o anteriormente citado, Maquiavel, “na guerra, há quem chore e há quem venda lenços.” E se soubemos aproveitar “o mal dos outros” anteriormente, que agora também o façamos, e melhor, porque com a seca que estamos a passar, penso que só teremos mesmo fardo seco para oferecer.

Sobre o autorGuilherme Costa

Guilherme Costa

Diretor de marketing e brand strategist
Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2021 PUBLITURIS. Todos os direitos reservados.