Edição digital
Assine já
PUB
Opinião

Turismo … afinal é importante!

Os resultados positivos do Turismo em 2022 não caíram do céu, nem resultam de uma “reinvenção” momentânea.

Opinião

Turismo … afinal é importante!

Os resultados positivos do Turismo em 2022 não caíram do céu, nem resultam de uma “reinvenção” momentânea.

Vítor Neto
Sobre o autor
Vítor Neto

Ainda bem!

São da maior importância política as recentes afirmações (partindo dos resultados de 2022) do Ministro da Economia e do Mar, sobre o papel relevante do Turismo na Economia.

Não podemos ficar indiferentes e muito menos deixá-las cair no esquecimento. Mais vale tarde do que nunca.

Importa recordar que já em setembro o Ministro, partindo da perspetiva de um forte crescimento das receitas externas em 2022, afirmou que era necessário «acabar com o preconceito» em relação ao setor, e valorizou o modelo de sucesso do Turismo para criar diferentes dinâmicas no processo de desenvolvimento noutras áreas da economia.

É evidente que o Ministro constatou quanto é importante o peso do Turismo na economia nacional, nomeadamente no contributo para o PIB (mais de 15%), para o saldo positivo da balança comercial, que só é positiva graças às receitas externas geradas pelo Turismo (22 mil milhões de euros em 2022, superando em 20% o valor de 2019) e para que as exportações de Bens e Serviços possam representar 50% do PIB. Sem esquecer o papel da atividade turística no desenvolvimento regional, na ação de milhares de empresas e na criação de emprego. No quadro de uma economia diversificada e sustentável, pois, como tenho defendido, “nós não temos turismo a mais… temos é os outros setores a menos”.

As afirmações políticas do ministro são muito importantes pois responsabilizam o ministro e animam-nos para o futuro.

Os resultados positivos de 2022
Para além das receitas geradas pelos turistas internacionais que nos visitaram e que superaram não só os valores de 2020/2021, como os de 2019, outros índices, como o número total de hóspedes (26,5 milhões) e de dormidas, (69,5 milhões), são significativos e muito próximos de 2019.

Os resultados positivos do Turismo em 2022 não caíram do céu, nem resultam de uma “reinvenção” momentânea, vêm na sequência de várias décadas de evolução positiva, acompanhando a dinâmica internacional. Resultam de uma oferta de qualidade, de uma imagem positiva e de uma estrutura económica sólida, com empresas dinâmicas e profissionais qualificados.

Não é por acaso que em 2019 Portugal já ocupava, a nível mundial, a 15.ª posição como destino de turistas internacionais e a 20.ª posição em termos de receitas externas.

Não se trata, pois, de uma habilidade de ocasião. Nem Portugal está isolado. Importa assinalar que a OMT refere que a recuperação do Turismo a nível mundial foi de 63% em relação a 2019 e que na Europa foi superior, foi na ordem dos 80%, valor que Portugal ainda superou.

As perspetivas para 2023
Os fatores de fundo de incerteza gerados pela crise, mantêm-se.

Para além da energia, outras emergem e são ameaçadoras e incertas, como a inflação e as taxas de juro, mas também os riscos de recessão nalguns países, como o Reino Unido e a Alemanha, que são os nossos principais mercados. Com um palco de fundo: a incerteza sobre a evolução e sérios riscos de agravamento da guerra na Ucrânia.

O desafio é claro: por um lado, temos os fatores que permitiram os resultados positivos de 2022, que são animadores, pois demonstraram a vitalidade das nossas estruturas, por outro, temos de estar preparados para enfrentar a evolução das incertezas.

Na minha opinião, mesmo neste quadro incerto, nós temos condições para colocar como objetivo para este ano a consolidação e o reforço dos resultados de 2022. Vamos ter de trabalhar muito para o conseguir.

Perspetivas da OMT para 2023
A OMT (Barómetro jan. 2023) considera que o Turismo a nível mundial possa em 2023 atingir 80-95% dos resultados de 2019, podendo a Europa superar esses valores e atingir, e mesmo exceder, os resultados de 2019. A OMT sublinha ao mesmo tempo a importância do turismo interno na recuperação do setor.

A OMT não deixa de confirmar os fatores de maior peso negativo na recuperação do Turismo: a evolução da envolvente económica, incluindo a alta inflação e as taxas de juro; os preços na energia, na alimentação e no transporte aéreo; os riscos de recessão. Tendo como pano de fundo a continuação das incertezas derivadas da guerra na Ucrânia.

Temos uma batalha muito exigente à nossa frente.
Estamos de acordo com o ministro da Economia e do Mar: o Turismo é importante no quadro da Economia nacional.
Temos de trabalhar muito para o consolidar e fazer crescer.
Empresas. Profissionais. Governo.

Sobre o autorVítor Neto

Vítor Neto

Empresário e ex-secretário de Estado do Turismo
Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2021 PUBLITURIS. Todos os direitos reservados.