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Opinião

Sustentabilidade no Feminino

Como a sustentabilidade no turismo é um caminho incontornável e assumido com crescente consciência pelos agentes do setor, espero que a desigualdade que ainda grassa na liderança das empresas turísticas seja rapidamente eliminada.

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Sustentabilidade no Feminino

Como a sustentabilidade no turismo é um caminho incontornável e assumido com crescente consciência pelos agentes do setor, espero que a desigualdade que ainda grassa na liderança das empresas turísticas seja rapidamente eliminada.

Ana Jacinto
Sobre o autor
Ana Jacinto

Longe de mim querer ser fundamentalista feminista e muito menos feminista. Defendo, obviamente, a igualdade entre homens e mulheres, mas não qualquer tipo de superioridade, quer por parte de homens, quer por parte de mulheres.

E quero deixar clara esta minha posição porque vou lançar uma questão que, à primeira vista, pode ser entendida como uma defesa intransigente da mulher, apenas por ser mulher, mas não, leiam com atenção.

Depois de tantas décadas, até séculos, as mulheres continuam hoje sub-representadas, especialmente em cargos de liderança, e Portugal não foge à regra. Apesar de as mulheres representarem cerca de 51,5% da nossa população, ainda estamos longe de ver essa percentagem em cargos governativos e de liderança nas empresas.

A questão fica ainda mais difícil de entender quando verificamos que, há mais de 30 anos, Portugal regista mais mulheres licenciadas do que homens, e que nos doutoramentos a tendência não é diferente.

Se é verdade que o empoderamento feminino abriu portas para que a mulher pudesse conquistar cada vez mais espaço e triunfar em áreas que lhe eram vedadas, não é menos verdade que continuamos a ter menos mulheres quando o grau de responsabilidade aumenta.

E veja-se o exemplo do nosso Parlamento. Em 2022, viu serem eleitas 84 mulheres em 226 deputados. Se olharmos para o governo, excluindo o primeiro-ministro, temos 18 ministros e 9 dos quais mulheres (aqui estamos bem), mas dos 41 secretários de Estado temos apenas 12 secretárias de Estado. Ao nível local, em 308 municípios, temos somente 32 presidentes de câmara mulheres. Os dados já foram piores e temos países europeus que ficam atrás de nós, mas também temos quem fique à frente e o que nos interessa é estar no ”pelotão dos melhores”.

Até aos nossos dias, Portugal nunca conheceu uma Presidente da República, e apenas teve uma primeira-ministra, e durante um breve período, e este é um retrato que pode ser extrapolado para muitas outras áreas.

Numa altura em que tanto se fala de sustentabilidade, e não me refiro apenas a questões ambientais, mas sim ao nível do ESG (acrónimo de Environmental, Social and Governance), que abrange as áreas ambientais, sociais e de governança, é cada vez mais urgente que os seus princípios e boas-práticas sejam aplicados, desde a sociedade, às empresas.

E as políticas de diversidade de género são mais do que um requisito para estarmos em conformidade com a agenda ESG, sendo que, empresas com maior presença de mulheres em boards, cargos executivos e de liderança têm melhores resultados no cumprimento destes objetivos. Não sou eu que o digo, mas estudos que o comprovam

E como a sustentabilidade no turismo é um caminho incontornável e assumido com crescente consciência pelos agentes do setor, espero que a desigualdade que ainda grassa na liderança das empresas turísticas seja rapidamente eliminada.

Dia 8 de março, celebramos uma vez mais o Dia da Mulher. Vamos apostar nas mulheres para que chegue o dia em que esta celebração já não faça mais sentido. Sejamos homens ou mulheres, o que importa são as competências.

Sobre o autorAna Jacinto

Ana Jacinto

Secretária-geral da AHRESP
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