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Opinião

Staycation: uma tendência para ficar, uma razão para inovar

À medida que o turismo interno vai ganhando expressão, aos seus benefícios e vantagens soma-se também o que é, simultaneamente, um desafio e uma oportunidade: a necessidade de criação de experiências verdadeiramente únicas, que permitam alargar a oferta turística e cultural a públicos conhecedores do seu destino.

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Staycation: uma tendência para ficar, uma razão para inovar

À medida que o turismo interno vai ganhando expressão, aos seus benefícios e vantagens soma-se também o que é, simultaneamente, um desafio e uma oportunidade: a necessidade de criação de experiências verdadeiramente únicas, que permitam alargar a oferta turística e cultural a públicos conhecedores do seu destino.

Edoardo Canessa
Sobre o autor
Edoardo Canessa

À medida que o conceito de ‘staycation’ ganha cada vez mais adeptos, fortemente impulsionado pela pandemia de Covid-19, torna-se imperativo implementar atividades culturais diferenciadoras, capazes não só de cativar públicos externos, como também de reinventar a experiência que os portugueses têm do seu próprio território.

De acordo com o Observador Cetelem, em 2022, 77% dos portugueses continuam a preferir passar férias em Portugal. Embora a praia seja o destino preferencial, mais pessoas planeiam agora passar férias na cidade (32%), e a maioria dos que fazem férias cá dentro (54%) tenciona permanecer na sua residência principal.

A tendência de passar férias no país de origem, ou mesmo em casa, designada de ‘staycation’, tem vindo a ganhar expressão nos últimos anos, em grande parte devido às restrições provocadas pela Covid-19. A pandemia levou os portugueses a explorar e redescobrir as suas cidades e territórios, dando um novo e positivo impulso ao turismo interno.

Existem várias vantagens associadas a este modelo híbrido. Os mais evidentes são a sustentabilidade e a redução de custos com estadia e viagens, o que permite não apenas economizar, como canalizar o investimento para a fruição de experiências diferenciadas na sua cidade ou região, a que durante o resto do ano não teriam acesso.

O stress associado às viagens também fica de parte, convidando à fruição, ao descanso e ao conforto, num ambiente seguro e familiar, e à redescoberta da sua envolvente, da sua história, atrações, oferta de lazer e património, com um novo olhar.

À medida que o turismo interno vai ganhando expressão, aos seus benefícios e vantagens soma-se também o que é, simultaneamente, um desafio e uma oportunidade: a necessidade de criação de experiências verdadeiramente únicas, que permitam alargar a oferta turística e cultural a públicos conhecedores do seu destino.

Os agentes culturais desempenham aqui um papel essencial, assumindo-se como um fator de atração e retenção não só de públicos externos, mas também de todo o potencial associado ao fomento do turismo interno.

A criação de experiências inovadoras, transversais, inclusivas e impactantes, como os espetáculos imersivos em locais históricos, por exemplo, permite não só proporcionar um olhar diferente sobre pontos de interesse já conhecidos, como também reescrever e estreitar a relação dos habitantes com o seu património histórico e cultural.

A vivência do património pode ser transformada com iniciativas que partam dessa riqueza para construir novas narrativas, novas experiências e novas formas de ocupar, com recurso a tecnologias capazes de criar vivências cada vez mais envolventes, belas e emotivas – e, simultaneamente, protetoras, de baixo impacto, preservando e respeitando a integridade física dos espaços.

Reinventar a relação com o património é uma forma de incentivar à permanência, à redescoberta, à conexão e à fruição. Os espetáculos desenvolvidos no coração dos monumentos e outros locais de interesse cultural, mas que os transcendem, podem ser um apelo à permanência, à descoberta do pretensamente conhecido, contribuindo, assim, para que os portugueses se reconectem com as suas cidades, os seus monumentos, os seus lugares e a sua história, estimulando uma nova forma de turismo que, além de sustentável, tem o potencial de fazer dos portugueses os melhores embaixadores do seu próprio país.

Sobre o autorEdoardo Canessa

Edoardo Canessa

OCUBO | Produtor Executivo
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