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Opinião

Restrições no Porto sim, mas com distinções e criando condições

Não podemos meter todos os operadores de transporte turístico no mesmo saco, até porque os serviços realizados são diferentes; e há uma importante distinção a fazer entre eles e bastante relevante para este caso.

Opinião

Restrições no Porto sim, mas com distinções e criando condições

Não podemos meter todos os operadores de transporte turístico no mesmo saco, até porque os serviços realizados são diferentes; e há uma importante distinção a fazer entre eles e bastante relevante para este caso.

Jorge Nogueira
Sobre o autor
Jorge Nogueira

O turismo tem crescido muito no Porto e ainda bem. Mas crescer implica planear e organizar.

Diariamente são transportados centenas de turistas em autocarros de turismo de e para a cidade do Porto. Turistas estes que vindo em circuito permanecem na cidade dois ou três dias. São turistas que ficam em hotéis de 4 e 5 estrelas, a maior parte deles seniores. Tem elevado poder de compra e vão aos restaurantes da cidade provar a gastronomia local. Vão a museus. Contratam guias locais. Compram lembranças para os filhos, netos, empregada, … fazem mexer a economia local.

Outra coisa são os mochileiros que vem num voo lowcost, dormem no sofá, almoçam umas sandes. À noite vão para a Ribeira ou Clérigos beber cerveja e fazer barulho. Estes deslocam-se de TVDE (sem zonas de restrição).

Que tipo de turismo queremos para o Porto? Qual o que aporta maior valor à cidade? O primeiro ou o segundo?

Posto isto, não podemos meter todos os operadores de transporte turístico no mesmo saco, até porque os serviços realizados são diferentes; e há uma importante distinção a fazer entre eles e bastante relevante para este caso.

Importa então distinguir os serviços efetuados em autocarros de turismo. Por um lado, temos as viagens organizadas por agências de viagens com grupos fechados e, portanto, homogéneos, em que todos os passageiros ficam no mesmo hotel, são da mesma nacionalidade e do mesmo operador turístico. Por outro lado, temos as excursões diárias organizadas pelas empresas de animação turística, com partidas da baixa da cidade compostas por turistas individuais, com passageiros vindos de vários hotéis, hostels e alojamentos locais, de diversas nacionalidades, que compram bilhetes individualmente na internet em vários sites de vendas tipo Tripadvisor, com saídas garantidas e com partida e chegada dos Aliados, Lapa, Bolsa, Batalha e Sé. Estas excursões de um ou meio dia, principalmente para o Douro, mas também para o Minho e Fátima em grupo aberto constituídas por turistas individuais, tem-se multiplicado nos últimos anos e por vezes causam constrangimentos de tráfego nessas zonas em determinados horários.

Então, não nos parece que sejam os serviços ocasionais em autocarro com grupos fechados que estejam a causar transtornos no trânsito, mas sim estas excursões apelidadas de ocasionais, mas que são verdadeiramente regulares, que é preciso disciplinar e regulamentar.

Porque não atribuir licenças aos operadores de animação turística para que possam trabalhar sem sobressaltos e possam realizar tranquilamente este tipo de excursões?

Porque não utilizar o desativado terminal rodoviário do Campo 24 de Agosto ou a Garagem Atlântico na Rua Alexandre Herculano como central para estas excursões? Criar um “terminal turístico” onde autocarros, minibus, carrinhas de 9 lugares, tuktuks e jipes pudessem operar na legalidade e em segurança e também com uma maior comodidade para os turistas pois trata-se de um local abrigado e servido por transportes públicos.

As muralhas da cidade já foram derrubadas há muito tempo. Agora é necessário construir pontes. Substituir o desconhecimento, a impreparação e a precipitação por diálogo construtivo entre o município e todos os players do turismo da cidade. Todos são importantes. Não queremos mais limitações, burocracia e custos.

Sobre o autorJorge Nogueira

Jorge Nogueira

Economista e CEO & Founder da Iberobus
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