Partilhar para Construir
Esta crise que estamos a viver veio-nos obrigar a ter de saber reposicionar as nossas agendas.

Saber partilhar é saber dar a conhecer o que pensamos e saber entender o que nos é dado. Como muito bem defende Geoff Mulgan, precisamos de uma nova inteligência coletiva que nos habilite a ser mais competentes naquilo que fazemos e a injetar um maior capital de confiança nos ecossistemas em que nos vivemos. Com esta crise, tudo passou a ser diferente e nada passou a ser igual – cada vez é mais importante que as redes colaborativas mantenham vivo o seu objetivo de ajudar a construir soluções inteligentes para o futuro que aí vem. Só assim se conseguirá que as nossas fileiras económicas – e o turismo é uma delas – possam aspirar a ter uma cadeia de valor sustentada para o futuro que aí vem.
Esta crise que estamos a viver veio-nos obrigar a ter de saber reposicionar as nossas agendas. Este novo tempo não significa que tenhamos de deixar de partilhar ideias ou de participar no espaço público de que nos fala Daniel Innerarity. Pelo contrário. Nunca como agora foi tão importante reforçar a dimensão interpessoal das nossas relações humanas com um sentido muito claro de estar em rede e ter uma atitude positiva para aprender com os outros e partilhar com os outros a nossa visão das coisas e o conhecimento que temos e que deve ser a base de uma reflexão conjunta inteligente sobre os desafios que temos pela frente.
O conhecimento não se constrói por decreto. Passa por um processo colaborativo, em rede, de partilha de ideias e de informação, com o objetivo de ajudar a encontrar novas pistas de abordagem inteligente para um tempo novo que aí vem.
As organizações em que estamos são muito o que nós somos. E apesar desta nova revolução digital que está a alterar a cadeia de valor dos negócios e a agilizar a dinâmica das articulações em rede, a capacidade de antecipar o futuro é algo que continua muito a depender do sentido de oportunidade e de abertura para ser inovador e eficiente. A partilha de informação e de conhecimento deve ser um contexto e um conceito que emerge desta capacidade natural de sermos livres e podermos contribuir com ideias para uma maior qualidade das nossas instituições e uma maior realização individual dos cidadãos. Nós somos muito o que partilhamos e nós vamos continuar a partilhar porque acreditamos no futuro e queremos fazer parte dele.