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Opinião

Igualdade de género: reflexão no aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Apesar de o turismo ser uma indústria global em crescimento, a representatividade e a equidade de oportunidades para mulheres ainda permanecem como áreas negligenciadas.

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Igualdade de género: reflexão no aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Apesar de o turismo ser uma indústria global em crescimento, a representatividade e a equidade de oportunidades para mulheres ainda permanecem como áreas negligenciadas.

Sílvia Dias
Sobre o autor
Sílvia Dias

No último artigo que escrevi sobre este tema, encerrando 2022, manifestei a minha preocupação pela ausência de avanços significativos no que concerne à igualdade de género, em particular no mundo laboral. Um ano volvido, a minha perceção mantém-se e a inquietação cresceu pois creio que, ao analisarmos o panorama atual, 2023 apresenta retrocessos evidentes ao nível dos direitos essenciais.

No dia 10 de dezembro, assinalou-se o 75.º aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos e António Guterres, Secretário-Geral das Nações Unidas, sublinhou que a igualdade de género permanece “um sonho distante”. Uma realidade tristemente confirmada pela atribuição, no mesmo dia, do Prémio Nobel da Paz à ativista iraniana Narges Mohammadi, que luta, entre outras causas, contra o uso obrigatório do hijab, e que está presa há cerca de dois anos.

A coincidência entre esta data emblemática e o momento em que escrevo este artigo levou-me a procurar os factos que alimentam a minha perceção diária, em particular no sector do turismo, no entanto, também neste campo existem diversas lacunas, pois os estudos existentes são diminutos e relativamente genéricos, no entanto, são suficientes para consubstanciar a problemática: de acordo com dados do World Travel & Tourism Council, as mulheres representam apenas 23% dos comités executivos na indústria. Num sector, no qual mais de 50% da mão-de-obra é feminina, esta falta de representatividade na liderança reflete-se num poder de decisão limitado e menos oportunidades para que as mulheres possam contribuir para o crescimento e inovação do setor. Há ainda referência a um estudo da McKinsey & Company que refere que o avanço na igualdade de género na indústria do turismo poderia refletir-se num adicional de 240 mil milhões de euros à economia global até 2025, o que reflete bem a disparidade salarial à data.

Apesar de o turismo ser uma indústria global em crescimento, a representatividade e a equidade de oportunidades para mulheres ainda permanecem como áreas negligenciadas. A falta de progresso nesse sentido é um sinal alarmante de que as estruturas profundamente enraizadas da desigualdade não foram desafiadas o suficiente.

É crucial que as organizações e os líderes do setor do turismo reconheçam a importância de criar ambientes inclusivos e oportunidades equitativas para mulheres. Avanços reais exigem compromisso, políticas progressistas e um esforço coletivo para erradicar os obstáculos que limitam o progresso das mulheres no mundo laboral e em todas as esferas da vida. Este é um apelo para uma ação unificada e contínua, não apenas para reconhecer, mas para promover ativamente a igualdade de género em todas as facetas da indústria do turismo e no mundo em geral.

A celebração do aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos deveria ser um lembrete para o nosso compromisso inabalável com a igualdade. No entanto, a situação de Narges Mohammadi destaca a luta constante enfrentada por mulheres em todo o mundo e merece reflexão e ação.

 

Sobre o autorSílvia Dias

Sílvia Dias

Head of Marketing & Sustainability
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