Há muito tempo que a sustentabilidade é uma prioridade nas agendas políticas mundiais, sendo certo que este é um dos caminhos que deve ser adotado pelo Turismo.

A sustentabilidade, como tem sido referido nos últimos tempos, é muito mais do que uma boa gestão ambiental. A sustentabilidade assenta em três pilares de desenvolvimento: económico, social e ambiental. O equilíbrio entre o progresso económico, em harmonia com o desenvolvimento ambiental, e o apoio às comunidades apresenta-se como um compromisso para os agentes de turismo que se pretendem destacar num dos setores que mais coloca em causa estas vertentes. Uma indústria altamente poluente, em que as remunerações são baixas e a autenticidade é constantemente colocada em causa, é a prova desta realidade.

Estes aspetos começam, felizmente, a ser falados e aos poucos alteram-se mentalidades. É inquestionável a importância destas três dimensões para o turismo. O planeta, nós e os nossos, agradecemos! É fundamental falar na sustentabilidade como um todo, já que as três dimensões caminham lado a lado e estão amplamente interligadas.

A forma como vemos o turismo hoje é muito distinta da de há 15/30 anos. Naquela época, os destinos estarem sobrelotados era sinal de sucesso. A atividade turística restringia-se, em muitos casos, a visitar monumentos – turismo cultural ou a pouco mais. Atualmente, o turismo baseia-se em experiências e o contacto com as comunidades locais e a sua identidade são amplamente valorizadas.

Mudar mentalidades é essencial, e essa mudança tem, inevitavelmente, de começar em casa e nas escolas. A transformação deve ser interna e deve começar o mais cedo possível para passar a ser a norma. Para isso, devemos também nós, gerações mais velhas, ser o exemplo. O consumismo deve ser substituído por práticas que nos conduzam à sustentabilidade. Essenciais neste processo são as fontes de energias limpas, produzidas a partir de fontes renováveis, que não libertam gases poluentes e que têm pouco impacto nos ecossistemas, os chamados produtos verdes, a economia circular e a bioeconomia. A economia circular está a ganhar terreno em novos projetos, nomeadamente na hotelaria. A diminuição de desperdícios de resíduos é uma preocupação por parte de algumas empresas do setor que vêm na reutilização, na transformação e na reciclagem uma forma de reaproveitar matérias-primas ou produtos de segunda mão até ao seu esgotamento.

Estes aspetos ambientais e culturais, acrescidos de questões económicas que visam o desenvolvimento dos países e das suas comunidades, estão, assim, na ordem do dia das agendas políticas, como foi referido anteriormente. Mas importa agora passar à ação, pois já são longos os anos que separam o aparecimento deste conceito e os nossos dias. O conceito de sustentabilidade começou a ser delineado na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano realizada em Estocolmo em 1972, e foi usado pela norueguesa Gro Brundtland, política, diplomata e médica norueguesa, em 1987, no Relatório “Nosso Futuro Comum”. Cansados de ouvir falar de sustentabilidade, cabe às presentes gerações passar à ação. O turismo, como atividade vital para o desenvolvimento dos destinos, deve assim começar a sistematizar processos e a certificar destinos e empresas turísticas. Esta sistematização leva à adoção de boas práticas conscientes e inovadoras que, ao envolverem todos os stakeholders, permitem um maior envolvimento de todos. Ao fazermos parte deste processo de mudança seremos responsáveis pela preservação do nosso planeta.

Agir hoje para um melhor amanhã!