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Opinião

Com inteligência, sem artifícios

Já todos percebemos que, como em quase tudo na vida, também a IA pode ser usada para o bem e para o mal, cabendo-nos a nós humanos a inteligência (natural) de saber usá-la em nosso proveito, regulá-la e impor-lhe limites.

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Com inteligência, sem artifícios

Já todos percebemos que, como em quase tudo na vida, também a IA pode ser usada para o bem e para o mal, cabendo-nos a nós humanos a inteligência (natural) de saber usá-la em nosso proveito, regulá-la e impor-lhe limites.

Ana Jacinto
Sobre o autor
Ana Jacinto

Companheira de todos os dias, a tecnologia há muito que é indissociável da nossa vida, pessoal, e especialmente, profissional. Ainda no campo da tecnologia, e agora remetendo-me para os tempos mais recentes, temos sido confrontados com uma nova “realidade virtual”, sem percebermos ainda muito bem o seu alcance e as suas virtudes ou desvirtudes. Falo, naturalmente, da IA, que é o mesmo que dizer Inteligência Artificial.

Já todos percebemos que, como em quase tudo na vida, também a IA pode ser usada para o bem e para o mal, cabendo-nos a nós humanos a inteligência (natural) de saber usá-la em nosso proveito, regulá-la e impor-lhe limites. E isto a propósito do papel que queremos que a IA tenha no mundo do trabalho, para que não seja vista como uma ameaça, gerada pelo receio de que o trabalho humano passe a ser substituído pelo digital, mas antes possa ser entendida como uma ferramenta que otimiza o nosso trabalho e a nossa produtividade, em conclusão, seja uma oportunidade.

A discussão é transversal às mais diversas atividades económicas e o Turismo não é exceção, mas há que desmistificar receios, e há dados que me inspiram alguma tranquilidade.

Em 2017, a consultora PwC apresentou o estudo “Explorar a revolução da IA”, que previu um crescimento de 15,7 triliões de dólares (15.700 000 000 000!) da economia mundial até 2030, graças aos contributos da aplicação da IA. Este é um número absolutamente estratosférico e que pode, mesmo nos dias de hoje, pecar por defeito, dada a evolução que esta matéria conhece a cada milésimo de segundo. Deste numeral prossigo para outro importante dado da análise da consultora, relativo à produtividade do trabalho, com reflexo nos números do PIB, partindo-se do pressuposto de que a produtividade melhora com o investimento nas novas tecnologias.

Perante estas conclusões, de quem há muito já estuda o impacto da tecnologia de ponta com base em estatísticas oficias das economias mundiais, torna-se evidente que devemos estar atentos e alertas, mas não alimentar a ideia, sem mais, de que a IA e as tecnologias em geral são uma ameaça à estabilidade do emprego. Nesta matéria, o que penso ser determinante é, como sempre no mundo da tecnologia, sabermos adaptar-nos à constante evolução.

Porquê insistir no número de postos de trabalho que podem desaparecer, em vez de pensarmos nas novas oportunidades que a IA pode propiciar? É que se, em 2020, o Fórum Económico Mundial revelou que a força de trabalho automatizada poderia acabar com 85 milhões de empregos, no mesmo relatório, o organismo apontou que a revolução robótica criará 97 milhões de novos postos de trabalho. E não se pense que o Turismo está fora desta equação porque, neste número, incluem-se, entre outras áreas, as que exigem gestão, aconselhamento, comunicação e interação, e o Turismo é tudo isso.

O contacto com o cliente, a empatia com ele, escolher a loiça e os talheres indicados para compor a melhor mesa ou tratar dos lençóis para deixar a cama imaculada da forma como o cliente mais deseja, são tarefas que dificilmente vão dispensar o toque e a força do trabalho humano.

Por outro lado, e com os devidos alertas de segurança e proteção de dados que a IA envolve – tema que daria “pano para mangas”, suficiente para outro artigo –, também a recolha de informações sobre os gostos e preferências dos turistas numa base de dados digital dá a possibilidade ao estabelecimento de responder, na perfeição, na hora de bem receber e servir.

Quero com tudo isto dizer que alimentar os receios da destruição de emprego pode, provavelmente, resultar numa perda de tempo. Empregadores e trabalhadores têm mais a ganhar se olharem para além do horizonte, não considerando que toda a Inteligência Artificial é um processo engenhoso ou enganador para se resolver ou obter algo, e que é uma das definições do substantivo ‘artifício’ no dicionário. A Inteligência Artificial é o oposto. Saibamos usá-la e não tenho dúvidas de que será uma grande aliada no crescimento das nossas empresas e da força do trabalho feito por Pessoas.

Sobre o autorAna Jacinto

Ana Jacinto

Secretária-geral da AHRESP
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