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Opinião

A necessidade premente de inovação no Capital Humano do turismo

Flexibilidade, reconhecimento do mérito, autodeterminação profissional, identificação com os valores da empresa e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, são hoje critérios indispensáveis para atração e retenção do capital humano em qualquer indústria e, o turismo não é exceção.

Opinião

A necessidade premente de inovação no Capital Humano do turismo

Flexibilidade, reconhecimento do mérito, autodeterminação profissional, identificação com os valores da empresa e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, são hoje critérios indispensáveis para atração e retenção do capital humano em qualquer indústria e, o turismo não é exceção.

Sobre o autor
João Silva Santos

O turismo é por excelência um sector que, para além dos recursos geográficos e patrimoniais, tem também no seu core o fator Humano como dimensão estruturante. É importante não esquecer que o conceito de hospitalidade, na sua aceção mais prática, materializa-se sobretudo através da “arte de bem receber” levada diariamente a cabo pelos profissionais da indústria. Nesta medida, o cariz estratégico que a gestão do capital humano representa para o turismo é elevadíssimo.

É, no entanto, um dos sectores a nível mundial que menos atrai profissionais, havendo mesmo por parte daqueles que ainda optam por trabalhar nele, uma elevadíssima taxa de reconversão profissional.

Não é novidade que a competitividade ao nível da valorização dos profissionais, por parte de outros sectores da economia, deixa o turismo num autêntico problema de sustentabilidade. O SUBdimensionamento dos profissionais disponíveis tende a agravar continuamente o problema, visto que as invariáveis longas jornadas de trabalho levam os que ainda existem e resistem até ao seu limite quer físico, quer psicológico.

Se a realidade interna do sector já é por si desafiante, fenómenos globais como a tão falada “great resignation” ou o mais recente “quiet quitting”, transversais a qualquer quadrante sectorial, vêm colocar ainda mais pressão sobre o tema. A necessidade de alinhamento entre os valores de uma organização e os do próprio profissional, que tem levado a drásticas mudanças nos planos de carreira existentes, é um sintoma de desajuste entre a realidade laboral existente e as aspirações das novas gerações. Já o “quiet quitting”, ou a revolta silenciosa de muitos profissionais, que se limitam a fazer o mínimo olímpico para manter o seu posto de trabalho, configura mais um indicador alarmante que nos tem de fazer refletir.

Mais do que progresso tecnológico, que é por definição o braço direito da inovação, urge repensar como olhamos para os modelos de trabalho tradicionais e assumirmos que, em primeira instância, é aqui que a inovação tem de começar. A forma de interação entre a empresa e o profissional tem de refletir valores que são hoje fundamentais para os novos profissionais que chegam ao mundo de trabalho. Flexibilidade, reconhecimento do mérito, autodeterminação profissional, identificação com os valores da empresa e equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, são hoje critérios indispensáveis para atração e retenção do capital humano em qualquer indústria e, o turismo não é exceção.

A tecnologia está à nossa disposição com soluções inovadoras de excelência, mas será sempre apenas um meio para atingir o derradeiro objetivo: a valorização dos profissionais. É premente perspetivar os profissionais da indústria, não como “Recursos” dos quais a organização detém algum tipo de propriedade, mas como verdadeiros parceiros de negócio, fundamentais para o sucesso da empresa. Esta é a verdadeira e urgente inovação a concretizar no sector do turismo.

Sobre o autorJoão Silva Santos

João Silva Santos

CEO da merytu
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