A Economia da Competência
A internalização e adoção por parte dos atores do conhecimento de práticas sustentadas de racionalização económica, aposta na criatividade produtiva e sustentação duma plataforma de valor com elevados graus de permanência é decisiva.

Portugal vai ter de apostar muito rapidamente na implantação de uma verdadeira Economia da Competência como resposta à presente crise. Discutir e avaliar hoje a dimensão estrutural da aposta da transformação de Portugal numa verdadeira Economia da Competência é de forma clara antecipar com sentido de realismo um conjunto de compromissos que teremos que ser capazes de fazer para garantir o papel do nosso país num quadro competitivo complexo, mas ao mesmo tempo altamente desafiante. Uma Economia da Competência é um dos fatores centrais para dinamizar novas soluções estratégicas para a nossa economia e sociedade, num tempo global complexo e exigente que esta crise veio acelerar.
Tem de se ser capaz de reforçar junto dos jovens uma capacidade endógena de reação empreendedora perante os desafios de mudança suscitados pela sociedade em rede; os instrumentos de modernidade protagonizados pelo digital são essenciais para se desenvolverem mecanismos autosustentados de adaptação permanente às diferentes solicitações que a globalização das ideias e dos negócios impõe. Esta nova dimensão da educação configura desta forma uma abordagem proativa da sociedade abordar a sua própria evolução de sustentabilidade estratégica e a crise que estamos a viver veio tornar clara a necessidade de também nesta matéria sermos competentes em termos de uma nova visão para o futuro.
Os centros de competência do país (Empresas, Universidades, Centros de I&D) têm de ser orientados para o valor. O seu objetivo tem de ser o de induzir de forma efetiva a criação, produção e sobretudo comercialização nos circuitos internacionais de produtos e serviços com valor acrescentado susceptíveis de endogeneizar massa crítica no país. Só assim a lição de Michael Porter entra em ação. A internalização e adoção por parte dos atores do conhecimento de práticas sustentadas de racionalização económica, aposta na criatividade produtiva e sustentação duma plataforma de valor com elevados graus de permanência é decisiva. Precisamos neste contexto de um verdadeiro contrato de competência.