Faltam preencher 85.000 empregos no setor das viagens e turismo em Portugal em 2021, revela WTTC
O WTTC admite que, uma em cada seis vagas, não serão preenchidas no setor das viagens e turismo, em Portugal, neste ano de 2021.

Victor Jorge
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Uma nova análise do World Travel & Tourism Council (WTTC) revela uma significativa escassez de mão-de-obra em Portugal, com 85.000 empregos em falta no setor das viagens e turismo e a necessitarem de serem preenchidos até ao final deste ano.
Os novos números “preocupantes” do WTTC, que representa o setor privado global das viagens e turismo, mostram pela, primeira vez, o impacto “significativo” que a falta de pessoal pode ter na recuperação económica geral de Portugal.
Os dados compilados pela Oxford Economics para o WTTC analisaram a falta de pessoal em Portugal e em outros mercados importantes nas áreas das viagens e turismo, incluindo os EUA, Espanha, Reino Unido, Itália e França, com foco no período entre julho-dezembro de 2021 e 2022.
“Todos os países apresentaram escassez significativa de pessoal, com a procura de emprego a começar a superar a oferta de mão de obra disponível”, refere o WTTC em nota de imprensa.
À medida que as taxas de desemprego diminuem e a procura aumenta, as empresas de viagens e turismo têm lutado para preencher as vagas de emprego disponíveis, com o relatório do WTTC a revelar que o setor, em Portugal, “até um em cada seis empregos no país permanecerá por preencher devido à escassez de mão de obra”.
Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, salienta que “a recuperação económica de Portugal pode ser prejudicada se não tivermos pessoas suficientes para preencher esses empregos com o regresso dos viajantes”, admitindo mesmo que, o não preenchimento destas vagas, poderá “ameaçar a sobrevivência dos negócios” no setor das viagens e turismo em todo o país.
“As empresas que dependem do turismo têm estado a aguentar”, diz Julia Simpson, salientando que “este é apenas mais um golpe ao qual muitos podem não sobreviver”.
O órgão global de turismo também alerta para as recentes reposições das restrições de viagens que diz serem “prejudiciais”, frisando que estas medidas “não impedem a propagação do vírus”. Aliás, o WTTC admite que estas restrições “apenas atrapalham a recuperação do setor e aumentam o problema já significativo com a escassez de mão de obra”.
Salientando a política de emprego implementado pelo Governo português, o WTTC diz que os apoios financeiros “salvaram empresas e empregos em todo o país”.
No entanto, apesar deste apoio tão necessário, “92.000 pessoas que trabalham diretamente no setor das viagens e turismo em Portugal perderam o seu emprego no ano passado”, destaca o WTTC.
O “Relatório de Escassez de Pessoal” do WTTC mostra que, à medida que a procura por viagens começou a se crescer durante o segundo semestre de 2021, especialmente durante os meses de verão devido à flexibilização das restrições, “aumentou a pressão sobre o setor após meses de limitação à atividade e a oferta de trabalho foram incapazes de corresponder à crescente procura de trabalho”.
Daí o WTTC chegar à conclusão que, com este aumento na procura, a escassez de mão de obra deve chegar a 85.000 pessoas, o que equivale a uma em cada seis vagas não preenchidas”.
No próximo ano, espera-se que o mercado de trabalho permaneça “apertado” com uma nova previsão de escassez média de 53.000 trabalhadores, causando mais danos ao setor em crise.
O relatório do WTTC descreve soluções para governos e empresas enfrentarem a crise iminente de escassez de mão de obra, reconhecendo o impacto da políticas de apoio.
Isso inclui a “facilitação da mobilidade laboral e do trabalho remoto, fornecimento de redes de segurança social, qualificação e requalificação da força de trabalho e retenção de talentos e criação e promoção de educação e aprendizagem”, admite o WTTC.
O relatório do organismo de turismo global revelou o impacto “devastador” que a COVID-19 teve no setor de viagens e turismo, com 62 milhões de empregos perdidos em todo o mundo.
O WTTC diz que a falta de pessoal representa um “grande problema” para o setor global de viagens e turismo e, embora as questões de oferta e procura devam ajustar-se gradualmente durante 2022, o problema, provavelmente, “permanecerá e precisa ser resolvido com urgência”.