Viagens para fora caem 89,5%, cá dentro descem 53,3% no 1.º trimestre
As viagens, para fora e cá dentro, registaram uma quebra nos primeiros três meses de 2021. A utilização do online no processo de organização atingiu o valor mais baixo dos últimos anos.

Victor Jorge
Agência de Viagens El Corte Inglés já está em Guimarães
Lusanova promove formação sobre o Brasil em parceria com a TAP
Incerteza global não impacta viagens na Europa e Portugal continua a ser um dos destinos preferidos
Turismo sustentável e economia circular em análise na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar
Celebrity Cruises apresenta novo restaurante e opções de entretenimento do Celebrity Xcel
KIPT CoLab lança Barómetro Estatístico para o setor do Turismo a 26 de maio
LovelyStay celebra 10 anos de operação com bons resultados e acelera expansão internacional
CPLP apoia candidatura do Campo do Tarrafal a Património da Humanidade
Maior Legoland do mundo abre em Xangai em julho
Turismo no Porto confirma crescimento em 2024
No 1.º trimestre de 2021, os residentes em Portugal realizaram 1,6 milhões de viagens, correspondendo a uma quebra de 57,6% face a igual período de 2020 e menos 57,4% relativamente ao 4.º trimestre do ano passado, avançam os dados mais recente do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Analisados os meses de janeiro e fevereiro, ou seja, um período ainda pré-pandémico, as variações homólogas registaram decréscimos de 67,9% e 71,8%, respetivamente. Já em março, em que as variações homólogas já incidem sobre o primeiro mês de 2020 em que a pandemia se começou a fazer sentir fortemente em Portugal, registou-se o primeiro aumento dos últimos 12 meses, +23,9% (-42,6%, -65,2% e -61,2%, respetivamente, nos meses de outubro, novembro e dezembro) devido exclusivamente às viagens efetuadas em território nacional.
No que diz respeito às viagens efetuadas por residentes ao estrangeiro, o INE indica uma quebra de 89,5% face ao período homólogo de 2021 e de 90,3% face ao último trimestre de 2020. Representando 3% do total (2,6% no 4.º trimestre de 2020), foram 46,8 mil as viagens turísticas com destino ao estrangeiro, registando-se decréscimos de 85,6%, 94,5% e 81,8% respetivamente em janeiro, fevereiro e março.
Já em território nacional, as viagens, no 1.º trimestre de 2021, corresponderam a 97% das deslocações efetuadas (97,4% no 4.º trimestre de 2020), o que corresponde a um decréscimo de 53,3% (-53,2% no 4.º trimestre de 2020) face ao período homólogo (variações de -65,5% em janeiro, -68,5% em fevereiro e +32,9% em março), mostram os dados do INE.
No 1.º trimestre de 2021, e similarmente ao verificado no 4.º trimestre de 2020, a “visita a familiares ou amigos” foi a principal motivação para viajar, tendo correspondido a 750,7 mil viagens (-48,8% face a igual período do ano anterior; -57,7% no 4.º trimestre de 2020), passando a sua representatividade para 47,3% do total (+8,1 p.p. face ao 1.º trimestre de 2020).
Já o motivo “lazer, recreio ou férias” correspondeu a 415,8 mil viagens realizadas (-72,7%), representando 26,2% do total (-14,6 p.p. face ao 1.º trimestre de 2020), enquanto as viagens por motivos “profissionais ou de negócios” (227,3 mil) aumentaram em 1,7 p.p. o seu peso relativo no 1.º trimestre de 2021 (14,3% do total).
deslocações nacionais, a “visita a familiares ou amigos” constituiu o principal motivo para viajar no 1º trimestre de 2021 concentrando 48,2% do total (741 mil viagens), já nas deslocações ao estrangeiro as viagens por razões “profissionais ou de negócios” estiveram associadas à realização da maioria das viagens (33,8 mil viagens; peso de 72,1%; 29,2% no 1.º trimestre de 2020). As viagens por motivos de “lazer, recreio ou férias” perderam preponderância tanto nas deslocações efetuadas internamente (2.º principal motivo, com um peso de 26,8%; -12,6 p.p. face ao peso em 2020) como nas deslocações ao estrangeiro (3.º principal motivo, peso de 7,0%; -44,3 p.p.).
Menos online e mais noites
No que diz respeito às viagens com marcação prévia de serviços, os dados do INE mostram que 9,7% recorreram a esta solução no 1.º trimestre de 2021 (-24,3 p.p.), atingindo 69,5% (-21,9 p.p.) no caso de deslocações com destino ao estrangeiro. Já nas viagens em território nacional, a marcação antecipada de serviços ocorreu em 7,9% dos casos (-18,4 p.p.).
A internet foi utilizada no processo de organização de 4,7% das deslocações (-20,9 p.p.), valor mais baixo dos últimos anos, tendo este recurso sido opção em 38% (-38,2 p.p.) das viagens para o estrangeiro e 3,7% (-15,1 p.p.) das viagens em território nacional.
Num contexto de redução do número de dormidas, aumentou o peso relativo do “alojamento particular gratuito” e diminuiu o peso dos “hotéis e similares”.
Assim, nas deslocações realizadas no 1.º trimestre de 2021, diminuiu o peso relativo das dormidas em “hotéis e similares” em 15,7 p.p. para 5,5% do total. O “alojamento particular gratuito” manteve-se como a principal opção de alojamento (88,7% das dormidas), aumentando o seu peso no total (+14,8 p.p.).
Quanto ao número médio de noites por turista registou, no 1.º trimestre de 2021, cada turista residente dormiu, em média, 7,16 noites nas viagens turísticas realizadas (+53%), verificando-se a duração média mais elevada nas viagens realizadas em janeiro (9,70 noites).
Finalmente, a proporção de residentes que realizou pelo menos uma deslocação turística no 1.º trimestre de 2021 foi de 6,1%, refletindo um decréscimo de 11,4 p.p. face ao mesmo período do ano anterior. No mês de março, registou-se a maior proporção de residentes que viajaram (3,8%) sendo o único mês que registou uma subida nessa proporção face ao período homólogo. (+0,2 p.p.; -7,4 p.p. em janeiro e -8,3 p.p. em fevereiro).