Lisboa cria novos polos turísticos para dispersar turistas e garantir sustentabilidade
Novidades foram anunciadas esta segunda-feira, 10 de fevereiro, durante a apresentação do novo Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa 2020-2024.

Inês de Matos
Nova edição: Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal, DS Travel, Japão e dossier Cruzeiros
Edição digital: Associação de Turismo do Porto e Norte de Portugal, DS Travel, Japão e dossier Cruzeiros
Atrasos e outras perturbações nos aeroportos nacionais afetaram perto de 2M de passageiros no 1.º trimestre, diz AirHelp
Frota de aviões comerciais na Europa Ocidental vai crescer 27% até 2035, indica estudo
Zâmbia acolheu 2º Encontro de Turismo das Nações Unidas para África e Américas
TAP distinguida pela experiência dos passageiros na Europa
Mais de 60 países e regiões presentes na 13.ª Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau
Unidades turísticas do Pacheca Group renovam certificação Biosphere para 2025
Quinta do Quetzal tem nova diretora de Enoturismo
Viagens e turismo criarão 4,5 milhões de novos empregos na UE até 2035
A Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa apresentou esta segunda-feira, 10 de fevereiro, o Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa 2020-2024, documento que apresenta a região de Lisboa como um único destino, mas com diferentes polaridades, algumas das quais novas, que sejam capazes de oferecer experiências inovadoras e permitir uma melhor gestão dos fluxos turísticos.
“Lisboa, enquanto cidade e comunidade capaz de oferecer experiências diversificadas do ponto de vista turístico, tem um horizonte limitado”, considerou Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, durante a apresentação da nova estratégia para o turismo da região de Lisboa, explicando que Lisboa tem, atualmente, uma “crescente necessidade de compatibilizar o turismo com a vida dos residentes” e que, por isso, é “urgente” investir no desenvolvimento destas novas polaridades.
Mas, além de conseguir gerar novas ofertas, Lisboa precisa também, segundo Fernando Medina, de “cuidar e perpetuar o mais possível os efeitos positivos e benéficos do turismo, reduzindo e mitigando os aspetos negativos que resultam da atividade turística. A isto chama-se sustentabilidade”, afirmou o autarca, defendendo que só assim o turismo vai continuar a ser “capaz de melhorar as condições de vida dos portugueses” e ser “compatível com as comunidades nas quais se insere”.
Para alcançar os objetivos, o novo Plano Estratégico para o Turismo da Região de Lisboa 2020-2024 apresenta uma série de novidades, com destaque para a criação de 12 polos turísticos, com diferenciação entre os que já se encontram consolidados, os que estão em desenvolvimento e os que se vão potenciar nos próximos anos.
Nos já consolidados não existem grandes novidades, já que se identificam os eixos Lisboa-Centro, onde está prevista mais regulação e melhor gestão dos fluxos turísticos, com a promoção de novas zonas com potencial turístico, mas também Belém-Ajuda, que vai ver a oferta enriquecida com o Museu do Tesouro Real, enquanto Sintra se vai focar num turismo de maior valor, assim como Cascais, que vai reforçar o posicionamento premium, enquanto a Ericeira se vai afirmar como um destino sustentável de surf.
É nos polos em desenvolvimento e nos polos a potenciar que se encontram as novidades, já que, ao nível dos primeiros, está prevista a criação do Polo Tejo, que vai transformar o rio num ativo turístico, nomeadamente através dos projetos Cais de Lisboa e Rede Cais Tejo, recentemente apresentados, enquanto no polo Lisboa Oriente, além das infraestruturas existentes no Parque das Nações, vai ser ainda explorada a vocação jovem e trendy de Marvila e do Beato. Já o Polo de Mafra vai tirar partido do estatuto de Património Mundial, enquanto o Polo da Arrábida vai focar-se no desenvolvimento do turismo de natureza.
Mas é ao nível dos polos a potenciar para o futuro que se encontram as principais novidades, já que está prevista a criação do Polo Arco Ribeirinho Sul, que se vai dedicar à exploração turística fluvial, dinamizando o acesso ao Tejo, assim como do Polo Reserva Natural do Estuário, que vai oferecer experiências no âmbito do turismo de natureza, ligadas aos atributos da tradição rural e usufruto do rio; e ainda do Polo Costa da Caparica, prevendo-se a qualificação das infraestruturas de acesso às praias e o reforço da oferta de alojamento de qualidade.
Ao nível de produtos, o novo plano afirma o City/Short Break como principal oferta da região de Lisboa, a par do Meetings & Incentives, enquanto o surf, sol e mar, golfe e turismo de natureza surgem como produtos complementares da região, que passa a ter ainda a gastronomia e vinhos, cultura e compras e eventos como produtos qualificadores.
No que diz respeito aos públicos, o plano aposta no marketing focado no visitante individual, famílias e pequenos grupos, uma vez que são estes que melhor integração com os residentes proporcionam.
Nos mercados também há novidades, já que o plano prevê a manutenção dos programas de promoção nos mercados consolidados, como o Reino Unido, Irlanda, Alemanha, Suíça, Áustria, Espanha, França, Itália ou Escandinávia, assim como nos mercados atlânticos de maior crescimento, como EUA, Canadá e Brasil, mas prevê também o lançamento de novas iniciativas promocionais junto dos mercados do Médio Oriente e Ásia, que têm vindo a melhorar a sua performance em Lisboa nos últimos anos.
“O que se propõe é a visão de um destino uno, o destino Lisboa, mas diverso, onde os produtos transversais asseguram a coerência global e os polos – desenvolvidos, em desenvolvimento ou a potenciar – garantem a diversidade e a resposta personalizada a cada uma das realidades”, sintetizou Vitor Costa, presidente do Turismo da Região de Lisboa.