“Queremos reforçar o compromisso com os portuenses e com o ambiente”
A comemorar o 10.º aniversário, o SEA LIFE Porto faz um balanço positivo da sua atividade e espera chegar, este ano, ao visitante 2,5 milhões, segundo Rui Ferreira, diretor do SEA LIFE Porto.
Inês de Matos
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A comemorar o 10.º aniversário, o SEA LIFE Porto faz um balanço positivo da sua atividade e espera chegar, este ano, ao visitante 2,5 milhões, segundo Rui Ferreira, diretor do SEA LIFE Porto.
O SEA LIFE Porto está a comemorar 10 anos. Como vai ser assinalado o aniversário?
Numa altura em que as problemáticas ambientais estão em cima da mesa e é urgente mudar mentalidades, o SEA LIFE Porto optou por celebrar o 10.º aniversário com as Semanas da Sustentabilidade e Conservação, programação 100% dedicada ao planeta. O ambiente e, principalmente, a poluição dos oceanos são uma das maiores preocupações do grupo e, no Porto e em Portugal, fomos uma das primeiras organizações a lançar o desafio das limpezas de praia.
Para comemorar o 10.º aniversário, realizámos a maior limpeza de praia de sempre do Porto, a 8 de junho, onde tivemos 1800 voluntários, e organizámos ações de plogging, conceito que trouxemos da Suécia e que combina o jogging com a recolha de lixo (“plocka upp” em sueco).
Além disso, podemos destacar a exposição Mar de Plástico, realizada em parceria com o CIIMAR e a palestra “As Cores que Protegem os Nossos Oceanos”, ambas a decorrer no SEA LIFE Porto.
Ao longo desta década, que momentos marcantes se podem destacar na história do SEA LIFE Porto?
Todos os anos, o SEA LIFE Porto é palco de momentos emblemáticos que atraem milhares de visitantes. Em dezembro temos o mergulho do Pai Natal no túnel subaquático, que já é tradição. É um dos momentos mais bonitos, pela reação das crianças fascinadas com o Pai Natal azul e o mergulho junto de tartarugas e tubarões.
Outro momento marcante foi a chegada da tartaruga-verde gigante Marisa (em homenagem à cantora portuguesa), pois é uma das criaturas mais representativas dos oceanos. Foi salva por pescadores com lesões permanentes, o que levou o SEA LIFE a iniciar uma campanha de recolha de fundos para construir um Centro de Recolha e Salvamento de Tartarugas Loggerhead em Zakynthos, Grécia, que acolhe a maior concentração desta espécie no Mediterrâneo.
Não podemos esquecer ainda o Polvo Paulo, muito popular pelas suas profecias nos jogos de futebol da seleção nacional. Mas gostaria de destacar a última limpeza de praia, a 8 de junho, como um dos momentos mais memoráveis. Temos vindo a aumentar progressivamente o número de voluntários inscritos nas limpezas, mas a verdade é que esta superou as nossas expetativas. Foi gratificante ver a sociedade, famílias e amigos das mais variadas idades, a cooperarem para um mundo melhor. Foram limpos 2,7 quilómetros de praia no Porto, que se traduziram em 400 quilos de lixo. A maior limpeza da história da cidade.
E como correu a operação durante estes anos, quantos visitantes recebeu o espaço e de que nacionalidades é a maioria dos visitantes?
Em dez anos, contabilizamos mais de dois milhões de visitantes. Ao contrário do que se possa pensar, até porque o panorama nos outros aquários do grupo Merlin Entertainments a nível internacional é diferente, quem mais nos visita são os portugueses. Depois, podemos destacar a visita de espanhóis e franceses. Mas nos anos recentes temos visto aumentar o número de diferentes nacionalidades, pois acompanhamos o impacto do turismo no Porto.
Ao longo destes anos, a cidade do Porto mudou bastante. Como olha o SEA LIFE Porto para este ‘boom’ turístico na cidade e qual foi o impacto deste crescimento ao nível do número de visitantes?
O Porto tornou-se “fashion” e, por isso, não para de atrair novos turistas que escolhem a cidade como destino de férias. Este ‘boom’ é interessante e importante para a dinamização da cidade, que realmente hoje é muito mais atrativa do que há dez anos. No entanto, é necessário garantir que a mesma não perde o ADN, como já aconteceu com algumas cidades europeias. Um crescimento sustentável é importante para que o Porto continue fiel ao que o torna único. Mas sem dúvida que este “boom” foi positivo e, para nós, refletiu-se na atração de muitas famílias internacionais. Em 2018 tivemos o melhor ano de sempre, com um crescimento de 15% nos visitantes e de 20% na receita em comparação com 2017.
Novidades e ambiente
Estão previstas novidades, nomeadamente ao nível da área expositiva ou conteúdos?
Estamos a concluir a segunda fase de investimento na expansão do parque exterior. Para este ano estão preparadas algumas surpresas, com a chegada de novas criaturas já no verão. No entanto, é cedo para revelar as novidades. Só podemos prometer que as famílias portuenses vão adorar.
E qual é a expetativa do SEA LIFE Porto para este ano, nomeadamente face ao número de visitantes?
Desde 2015 que, ano após ano, superamos a dois dígitos o número de visitantes anuais, o que é um excelente indicador. Se tudo correr bem como neste primeiro semestre, tudo indica que vamos continuar a poder alcançar este objetivo. Para este ano, esperamos o visitante 2.500.000.
O SEA LIFE Porto tem vindo também a apostar na sustentabilidade ambiental. O que é que está previsto?
A sustentabilidade é um dos nossos pilares e, no futuro, queremos reforçar o compromisso com os portuenses e com o ambiente. Temos como máxima sermos agentes de mudança e sensibilizar o máximo número de famílias para que a mudança seja radical.
Esta relação que estamos a criar com a comunidade, possível através da consistência das nossas ações e com a organização de iniciativas como o plogging, faz-nos acreditar que estamos num bom caminho e que desempenhamos um papel fundamental na região.
Este ano, temos ao terceiro sábado de cada mês ações de plogging, que acontecem sempre em zonas diferentes do Grande Porto (os locais são escolhidos mediante feedback e conselhos dos participantes) e voltaremos a ter mais uma limpeza de praia.