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“Não educamos pessoas, transformamos”

Os recursos humanos no Turismo são um dos principais desafios da indústria em Portugal e no mundo. Carlos Diez de La Lastra, CEO da Les Roches Marbella, defende que tem de se mudar a percepção que se tem da indústria no País, valorizando e investindo nas pessoas. O responsável defende que é através da diferenciação do serviço proporcionado pelas pessoas que trabalham no Turismo, que Portugal vai vingar face à concorrência de outros destinos.

Raquel Relvas Neto
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“Não educamos pessoas, transformamos”

Os recursos humanos no Turismo são um dos principais desafios da indústria em Portugal e no mundo. Carlos Diez de La Lastra, CEO da Les Roches Marbella, defende que tem de se mudar a percepção que se tem da indústria no País, valorizando e investindo nas pessoas. O responsável defende que é através da diferenciação do serviço proporcionado pelas pessoas que trabalham no Turismo, que Portugal vai vingar face à concorrência de outros destinos.

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Raquel Relvas Neto
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Os recursos humanos no Turismo são um dos principais desafios da indústria em Portugal e no mundo. Carlos Diez de La Lastra, CEO da Les Roches Marbella, defende que tem de se mudar a percepção que se tem da indústria no País, valorizando e investindo nas pessoas. O responsável defende que é através da diferenciação do serviço proporcionado pelas pessoas que trabalham no Turismo, que Portugal vai vingar face à concorrência de outros destinos.

Que análise faz do actual momento turístico em Portugal e que impactos tem trazido para a parte da formação de recursos humanos?
Portugal está seguramente no melhor momento turístico da sua história. É um momento crítico, porque o País está numa fase de atingir outro escalão na percepção mundial como um destino turístico distinto. Até agora, Portugal tinha um papel secundário no mercado turístico, mas está a começar a afirmar-se e a aparecer como um destino prioritário para viajar. O crescimento do País a nível turístico é impressionante, é um dos mais altos da Europa, estamos a falar de um crescimento anual de 12% das receitas turísticas e 20 milhões de turistas no ano passado que é o número que o Governo esperava ter em 2020. O crescimento está muito bom, mas o problema é que se cresce no mercado turístico numa altura como esta, onde surgem os concorrentes do norte de África e Este da Europa que oferecem coisas muito parecidas com o que Portugal e Espanha oferecem, que é sol, praia, cultura e segurança e, neste momento, com hotéis que têm preços mais baixos. Portugal tem uma vantagem em relação a Espanha e a outros países da Europa ao ter preços mais caros do que esses países concorrentes, mas para ser capaz de competir e dar valor, a diferenciação vai passar pelas pessoas. Estamos numa indústria de pessoas para pessoas. Se as pessoas que Portugal tem agora não estão qualificadas para serem líderes das novas gerações, com o crescimento anual de 12%, o País não vai ter capacidade de oferecer o nível standard de serviço para poder concorrer [com outros destinos].

Mas já se está a verificar a escassez de recursos humanos até para a procura que temos registado…
É certo, mas tem de se ter duas coisas em conta. A primeira é que este não é um problema local de Portugal, é um problema a nível mundial, o que faz com que Portugal tenha um duplo problema. Mas se existe este problema local e o mercado está com uma situação complicada noutros países, podem atrair talento para o País. O problema é que, segundo um relatório da OMT, Portugal está entre os 25 maiores países em Turismo do Mundo, mas só três têm a capacidade humana, as pessoas necessárias, para os próximos 15 anos de crescimento que tem a indústria e não é nem Portugal, nem Espanha. Isto significa que quando precisamos de pessoas para trabalhar na indústria há três fontes que podes gerir: uma é a formação, em que as escolas e as universidades estão a formar mais e melhores pessoas; a segunda fonte são outros países, quando faltam pessoas cá e Espanha ou França têm menos Turismo pode-se atrair talento; e a terceira fonte é a nível interno, em que a economia [portuguesa] esteja a sofrer e as pessoas queiram mudar para esta indústria. No entanto, não acontece nenhuma destas três coisas.
As escolas e as universidades em Portugal, assim como em Espanha, não estão a fazer um melhor trabalho e o sector público, o Governo, não está a fazer um melhor trabalho para formar as pessoas que a indústria precisa. Os países concorrentes estão também num bom momento turístico, não tão bom quanto Portugal, mas também estão a crescer e a reclamar pessoas para trabalhar na indústria.

Esta situação é também um desafio que se coloca dentro das próprias instituições de ensino. O que é que está a ser feito para tentar responder a esta procura de profissionais para o Turismo?
Há que diferenciar três trabalhos a fazer num país para “empurrar” a oferta de formação turística. A primeira coisa é que o sector público faça um bom trabalho e dê mais dinheiro, recursos e bons projectos para formar a base da indústria. A obrigação da tutela está sobretudo em formar a base da indústria, por uma razão, porque a indústria privada, as grandes escolas não podem fazer investimentos na base de pessoas que não têm um salário muito alto, porque não é rentável. Por exemplo, nós, como escola internacional, temos portugueses, é uma das nacionalidades que mais alunos temos a nível mundial, mas são alunos que querem fazer a diferença em management, em altas posições na direcção de hotéis de cinco estrelas e estão na disposição de fazer um investimento forte para formar-se para a indústria, mas as pessoas que a indústria precisa não só os de altos cargos, são as pessoas de base, como camareiras, cozinheiros, mas que não vão investir essa quantidade [de dinheiro] para formar-se porque os salários não têm esse retorno. É aí que a tutela tem de fazer um bom trabalho e acredito que está a fazê-lo bem. O Turismo de Portugal está a fazer um trabalho muito melhor do que outros países, mais focado e com melhor estratégia do que a maioria dos países. Estou muito optimista quanto a Portugal, porém ainda necessita de tempo, recursos e esforços, mas está num bom caminho. Enquanto escola internacional, uma das razões, porque aqui estamos é, obviamente, porque Portugal tem um crescimento muito forte, precisa de managers e a indústria precisa de portugueses para incorporá-la. Viemos ajudar a que se possam formar.
O país precisa também de melhorar a percepção do Turismo. Na maioria dos países europeus, trabalhar no Turismo já começa a ser considerado como uma profissão muito qualificada. Já há muita concorrência para atingir os melhores talentos, mas em Portugal, a percepção do Turismo é ainda muito baixa, tanto de salários, como de qualificação. Todas as pessoas pensam que para trabalhar em Turismo não faz falta ter formação, o mais grave é que pensam que para trabalhar em management em Turismo tão pouco faz falta ter formação. Se faz negócio isso é suficiente, não precisa de mais. Na minha opinião, isso é uma imaturidade da indústria. Portugal ainda não está ao nível de percepção de valor e de profissionalização da indústria que outros países têm.

Julga que os empresários do turismo português já estão mais sensibilizados para dar a verdadeira importância aos seus trabalhadores?
Obviamente, que não estão. Mas há uma coisa que muitas vezes nos esquecemos: os empresários são empresários e só se movem pelo dinheiro. Mas quando um empresário procura uma mudança de mentalidade e dar mais valor e mais dinheiro é quando percebem que o seu negócio está a sofrer, quando percebem que podem deixar de ganhar dinheiro. Ou podem ganhar mais ou podem deixar de ganhar, isto são duas razões que movem os empresários. Agora, sei de muitos empresários em Portugal que estão a começar a perceber a importância das pessoas. Neste momento, as empresas portuguesas, sobretudo algumas das mais importantes, estão a começar a olhar para a formação e a investir nela. Portanto, isto é como uma espiral, que vai começar com os empresários de grandes empresas, iniciam o movimento de tentar conseguir ficar com as melhores, começa-se a concorrência pela competência, o que faz com que toda a indústria comece a valorizar mais.

O que é necessário para os empresários portugueses motivarem mais os seus trabalhadores?
Tem de se perceber uma coisa muito importante, o dinheiro na indústria turística já não é um problema. Há 20 anos, era um problema, muitas empresas não tinham dinheiro para fazer hotéis suficientes, mas agora há muitos fundos de investimento que estão a deixar de investir dinheiro em Portugal. Investem o seu dinheiro em países como Marrocos, Turquia. Em Portugal, a diferença é feita pelas pessoas. O empresário português deveria viajar mais, observar e perceber o que estão a fazer outros destinos que são mais jovens do que Portugal. Portugal é jovem em Turismo, mas existem outros destinos mais jovens ainda que têm muito mais ambição e que estão a ser muito mais agressivos para atrair talento. A única diferença que pode fazer de Portugal um país líder vão ser as pessoas. Portugal tem muitas oportunidades como destino, há muitas coisas para fazer, mas se não prestar uma boa qualidade no serviço dos hotéis, o preço de Portugal não consegue concorrer com o da Turquia.
Que país vai conseguir atrair mais o novo turista? O país que der mais qualidade, porque em preço eles têm vantagem. O turismo português tem que pensar que uma parte dos 12% do crescimento que teve este ano é muito valiosa e aconteceu porque o País está a fazer bem as coisas, mas também porque outros países estão a ter problemas. Em Espanha está a verificar-se a recuperação dos países do Norte de África e parte desses clientes começam a mudar. Sabe qual o cliente que muda mais? O de baixo perfil. O inglês e alemão de baixo perfil. Se Portugal não tem qualidade, o cliente que vai para lá é esse.
Há um dado muito interessante, as empresas que têm operações na Península Ibérica e também em países como Marrocos, Egipto e Tunísia, estão a perceber que dos clientes que antes estavam nesses destinos a fazer turismo e que vieram para cá por haver maior segurança, uma parte voltou a esses destinos e ficou a parte com maior poder de aquisição, que gastam mais dinheiro. Quando essas pessoas viram o que havia aqui e compararam, deram-se conta que preferem pagar um pouco mais porque têm segurança, mas não só, Portugal tem coisas muito boas, tem muitos serviços, muita cultura e actividades para fazer, além de ter uma sociedade aberta e acolhedora. Tudo isso são valores que os outros países novos concorrentes, não têm. Os europeus sentem-se pouco confortáveis em sociedades um pouco distintas, que não são tão amigáveis, onde não tem segurança, sentem-se chateados nos sítios onde não têm coisas para fazer a não ser estar no hotel. Esses três valores são de se aproveitar para ter um pouco de margem de preço, se quiser continuar a subir tem de se fazer com um extra no serviço e nas pessoas.

Como é que avalia o perfil do trabalhador português no Turismo?
O trabalhador português é muito parecido, obviamente, ao espanhol e italiano em perfil. Os trabalhadores portugueses, espanhóis e italianos comparados com os nórdicos e anglo-saxónicos têm uma diferença muito importante, porque os trabalhadores do sul da Europa são bons directores de hotéis porque têm o dom de saber lidar com pessoas. Sabem tratar de pessoas, são abertos, fazem sorrir, são pessoas que sabem convencer pessoas e isso são competências que fazem com que fiquem confortáveis na função de directores. Já os do norte da Europa, Inglaterra e EUA, acham que são bons directores, porque têm uma cabeça organizada, porque conhecem, fazem esquemas e planos de contingência, são organizados. Ambos estão certos, ambas as características são necessárias para serem bons directores, mas os portugueses, espanhóis e italianos têm de fazer um esforço maior na escola para que percebam a importância da planificação, dos planos de contingência, do trabalho avançado, têm que ter um controlo profissional muito mais rigoroso.
Normalmente, isso acontece com todos, mas entre espanhóis e italianos, os portugueses são muito mais responsáveis e isso são boas notícias. Todos eles sabem que o dom com as pessoas é importante para um manager, mas falta a outra parte. No entanto, os portugueses têm o sentido de responsabilidade um pouco maior do que outros países da Europa.

Les Roches

Tendo em conta que está a surgir um novo tipo de cliente, de consumidor, de que forma a Les Roches adaptou a sua oferta formativa às novas tendências de mercado?
A primeira coisa que fazemos é saber quem é esse cliente, mas como não somos um hotel e sim uma escola, a nossa obrigação é perguntar aos hoteleiros. Temos sorte de que no campus de Marbella, em Espanha, e na Suíça temos perto de 50 empresas internacionais a cada seis meses a recrutar pessoas. E quando vêm, estamos sempre a perguntar o que estão a precisar, quais as mudanças, os perfis que precisam para trabalhar com eles. Estas perguntas são importantes. Porque estamos a trabalhar para dar as pessoas que as empresas precisam, os perfis que precisam. “Hoje preciso de alguém que saiba gerir bem as redes sociais, ou que tenha toque humano, ou capacidade de inovar, ou um empreendedor”. E a equipa académica trabalha nesse sentido. Há algo muito importante para trabalhar, por exemplo, com as tecnologias. Todos falam nas tecnologias e como estas estão a mudar o mundo. Na minha época, na escola fazíamos programação, depois deixou de ser necessário que as escolas ensinassem isso. Já percebemos que estamos noutra época em que já não faz falta ensinar a programar, ou a utilizar as ferramentas. O que faz falta é ensinar os estudantes, os profissionais a entender nos seus negócios o que precisam e quais das ferramentas que estão disponíveis, são as melhores para o seu negócio. Temos de saber ensinar a seleccionar a melhor tecnologia, não a fabricá-la e a utilizá-la, pois já não é complicada, é ‘user friendly’, mas temos de ensiná-los a seleccionar. Se tem um negócio, qual é o sistema de Revenue Management melhor para utilizar? Qual o sistema de abertura de portas que preciso? Temos que fazê-los ver que, no seu negócio, quais são as questões chaves que são mais críticas e às quais a tecnologia vai dar mais valor. Essa capacidade analítica de entender é muito mais importante agora em tecnologia do que ensiná-la a fazer.

Quais são as mais-valias das escolas Les Roches, tanto para os empresários, como para os estudantes?
Nós transformamos pessoas, não educamos pessoas. Normalmente, as universidades educam pessoas, o que quer dizer que se chega lá, ganha-se mais conhecimento e ‘skills’, nós transformamos, não só como profissionais, mas também como pessoas. O nosso sistema é muito disciplinado, quase como uma academia militar. As pessoas surpreendem-se com o nível de disciplina que temos na escola. É muito internacional, quase como uma pequena NATO, temos 100 nacionalidades no campus todas juntas, a falarem em inglês, e é muito focada para entender a prática, a conexão com o hotel, a realidade da operação e a humildade. Combina-se essas quatro coisas e tem-se uma escola Les Roches.

Sobre o autorRaquel Relvas Neto

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Madeira Rural é lugar de refúgio, bem-estar e hospitalidade

A Madeira Rural – Associação de Turismo em Espaço Rural da Região Autónoma da Madeira, constituída em 2000, tem-se afirmado não só ao nível do alojamento, mas acima de tudo como um lugar de refúgio, de bem-estar e hospitalidade, numa ilha em que estes fatores são a essência da sua oferta turística.

A Madeira Rural, desde a sua fundação, em outubro de 2000, “tem-se afirmado no desenvolvimento de atividades de promoção conjunta e multidisciplinar do Turismo Rural na Região Autónoma da Madeira”, declarou a associação, que acrescenta que ela “não se limita a disponibilizar alojamento. Acima de tudo, é um lugar de refúgio, bem-estar e hospitalidade”.

O centro de reservas online, www.madeira-rural.com, foi a primeira forma de materializar estes esforços promocionais conjuntos. Agora uma segunda fase surgiu, a elaboração de um guia útil para visitantes e residentes, foi-nos informado.

“Esperamos contribuir para um Turismo Rural melhor e mais frutífero, para que a experiência dos hóspedes seja única e as suas expectativas superadas”, indicou a Madeira Rural.

Neste momento a associação sem fins lucrativos, de natureza privada, engloba 34 alojamentos associados, cujas tipologias passam por casas de campo/casas rurais, hotéis rurais, quintas, cottages, villas e moradias turísticas, ou seja, não só oferece alojamentos rurais, como também acolhimento e bem-estar nas ilhas da Madeira e Porto Santo, e representa atividades e serviços de animação.

A Madeira Rural tem vindo a contribuir para o desenvolvimento sustentável do espaço rural, dando prossecução àqueles que são os seus principais objetivos: Coordenar a comercialização e promoção conjunta, publicidade, relações públicas de todos os seus associados; Controlar a qualidade do serviço prestado; Promover a formação profissional dos seus associados; Promover e desenvolver iniciativas de desenvolvimento do TER; Dar a conhecer a oferta de turismo rural da RAM (Madeira Rural), e as atividades de animação turística que contribuem para o seu desenvolvimento (Madeira Outdoor). O seu principal papel tem sido apoiar os seus associados através de reservas que são feitas com esses alojamentos.

Os principais desafios que se colocam a este tipo de turismo na Madeira são, essencialmente, ‘o facto de existirem cada vez mais hotéis na região, o que faz com que sejam concorrência a este tipo de turismo; os preços que os hotéis praticam muitas vezes são bastante competitivos; os custos destes alojamentos para mantê-los em funcionamento e de acordo com a lei’”

Segundo a associação, os principais desafios que se colocam a este tipo de turismo na Madeira são, essencialmente, “o facto de existirem cada vez mais hotéis na região, o que faz com que sejam concorrência a este tipo de turismo; os preços que os hotéis praticam muitas vezes são bastante competitivos; os custos destes alojamentos para mantê-los em funcionamento e de acordo com a lei”. No entanto, revela que tem desenvolvido diversos tipos de projetos com a ajuda da Secretaria Regional do Turismo da Madeira, entre eles a elaboração de eventos de animação turística na Madeira.

A Madeira Rural promove-se através do seu website próprio, das redes sociais, da organização de eventos e através da sua loja em Machico. Os alojamentos que representa têm encontrado eco principalmente entre os turistas estrangeiros, mas também pelos nacionais que, cada vez mais procuram este tipo de turismo.

A atividade dos seus associados teve, em 2022 um balanço positivo, e a associação acredita, que pelo volume de reservas, este ano será ainda melhor, referindo que “a procura pelo Turismo Rural na Madeira tem aumentado.

Durante a pandemia, por parte da Madeira Rural, a procura por este tipo de turismo “foi baixa no início, mas depois começou a aumentar mais para o final”, disse a associação, para acrescentar que “este tipo de turismo era muito procurado pelas pessoas em geral”, pois estavam afastados dos grandes centros.

A Madeira Rural realça que “é uma tendência que se mantém e que tem cada vez mais aumentado”, mas “achamos que ainda não se pode falar em recuperação total, mas estamos a chegar lá”.

Foto crédito: Depositphotos.com
Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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Rota Vicentina é para usufruir por quem vive e quem visita

A Associação Rota Vicentina tem vindo a desenvolver programas e experiências que visam conhecer e sentir aquele território das mais diversas formas.

Em entrevista ao PUBLITURIS, a presidente da direção da Associação Rota Vicentina, Marta Cabral, dá-nos a conhecer aquele território, as suas vivências e as suas mais diversas experiências que proporciona a quem o visita, tendo sempre em conta que o seu usufruto exige a sua preservação.

Como é que podemos caracterizar a Rota Vicentina? O que propõem, em termos de experiências, a quem vos visita?
A Rota Vicentina é uma rede de percursos pedestres e cicláveis, essencialmente autoguiado, que o turista consegue percorrer em total autonomia (com o apoio da muita informação física e digital que temos disponível), mas é também uma rede de oferta de serviços que passa por alojamento, atividades, restauração, etc.

O que esta rede tem para oferecer são programas e experiências para conhecer e sentir a Costa Alentejana e Vicentina das mais diversas formas, sempre a partir daquele que é o conhecimento de quem aqui vive. Seja na forma de fazer o pão, de receber os hóspedes, de passear de barco no Mira ou a caminhar por entre as nossas paisagens, saber interpretá-las e apreciá-las tão plenamente quanto possível.

Qual é o papel da Associação Rota Vicentina?
A associação junta vários empresários e pessoas interessadas no desenvolvimento desta região que é a Costa Alentejana e Vicentina, a partir do prisma do turismo. E o nosso papel é no fundo pensar o próprio desempenho do turismo nesta equação, auscultar as necessidades e procurar concertar uma atuação conjunta, um investimento conjunto, quer dentro da associação quer depois com parceiros externos, públicos e privados.

Valorizar a marca é objetivo
O que é que a Associação Rota Vicentina tem feito para proteger e preservar todos os recursos englobados da Rota?
O nosso esforço para preservar é feito sobretudo no sentido de valorizar e para isso temos de conhecer. O papel da Rota Vicentina passa muito por valorizar a marca e com ela todos esses ativos que no fundo são o património do território: material, imaterial, natural, cultural, social, etc. Na prática procuramos estabelecer ligações entre cada um destes ativos e o mundo turístico, acrescentando-lhe sempre o olhar do caminhante, do turista, mas também da comunidade local, do interesse público.

Que novos projetos estão na calha?
Neste momento não temos nenhum novo projeto na calha, estamos numa fase importante, talvez de viragem da vida da associação, estamos a celebrar 10 anos e estamos focados em mapear aquilo que é o resultado do trabalho da última década, isto por um lado. Por outro lado, queremos verdadeiramente perceber como é que podemos densificar e aprofundar ainda mais esta nossa missão. Em princípio a estratégia não será de criar grandes projetos, mas sim de dar continuidade ao trabalho que fizemos até agora e no fundo encontrar a melhor forma de o fazer, nas dinâmicas dos nossos parceiros, que são muitos.

O que esta rede tem para oferecer são programas e experiências para conhecer e sentir a Costa Alentejana e Vicentina das mais diversas formas, sempre a partir daquele que é o conhecimento de quem aqui vive”

Semana para olhar pela identidade do território
Quais são os objetivos da Semana ID?
A Semana ID é uma mostra dos resultados do trabalho da Rota Vicentina e de toda a sua rede de parceiros, da sua comunidade e deste território, de certa forma é um projecto muito ambicioso e simultaneamente muito simples. No fundo é uma semana em que nós reforçamos o convite a que parceiros e comunidade local mostrem aquilo que é possível fazer na região, numa possível leitura sobre a sua Identidade (ID).

Isto é um trabalho que é feito ao longo do ano através de uma ferramenta que nós temos que é a Agenda Rota Vicentina, mas esta semana tem um foco especial, quer em termos de programação, por ser mais intensa e concentrada, quer depois em termos de divulgação, porque fazemos realmente um esforço adicional para que seja mais fácil de apreender o que é a Rota Vicentina, o que é o território a partir do olhar da Rota Vicentina, daquilo que é o seu manifesto de desenvolvimento para este território, da sua visão de responsabilidade sobre o futuro e do papel do turismo em toda esta dinâmica.

A 3ª edição, tal como as anteriores, em termos de programação cumpriu totalmente as nossas expectativas. Agora estamos a entrar numa nova fase do projeto, estamos já a pensar nas próximas edições vamos querer impactar mais o público, eventualmente poderemos vir a ajustar datas, antecipar a sua promoção e orientar a Semana ID mais numa perspectiva de dinamização turística.

“No meio rural, em particular, o turismo vive da paisagem repleta de beleza, mas com conteúdo: do acesso a uma economia local endógena e inovadora, de uma comunidade de residentes e visitantes consciente e colaborativa”. É uma frase extraída da sua recente declaração. Neste sentido, como é que a rota encara a questão da sustentabilidade em territórios rurais?
Esta para nós é uma questão-chave, e o nosso território é um óptimo exemplo, por ser Parque Natural, mas simultaneamente um território composto por terrenos privados de investimento rural e florestal, onde uma coisa não existe sem a outra.

Sentimos que é fundamental que o turismo comece a olhar para aquilo que é a paisagem como o resultado de um tipo de ocupação e rentabilização do território, que hoje é assim e amanhã pode ser completamente diferente.

Dependendo do estímulo, não apenas económico (mas também económico) que os tais investidores têm, e podem ser grandes investidores, mas em grande parte do território estamos a falar principalmente de microempresários, de economia familiar, de uma prática seja ela rural ou florestal muito ligada às tradições familiares, etc.

A componente económica é incontornável porque as pessoas vivem destes negócios, mas depois há uma série de outras componentes, nomeadamente afetivas, que devem ser tidas em conta e será aqui que o turismo pode ter um papel determinante porque tem a capacidade de juntar as duas coisas: afetos e economia.

Aquilo que a Rota Vicentina tem tentado fazer é pensar essencialmente de que forma é que nós, enquanto comunidade, podemos estimular esta ideia de economia circular e podemos alimentar internamente o tipo de produção, de cultura e de investimento que nos serve e que potencia o valor de cada uma das variáveis deste círculo.

Falta de informação e consciência
A Associação Rota Vicentina tem alertado para a crescente tendência o campismo e caravanismo selvagem nas falésias e praias da costa alentejana. O que se tem feito para sanar a questão?
Mais uma vez acreditamos que muitas vezes o que falta é informação, é consciência. Todos nós somos consumidores de tanta coisa que não é possível controlarmos o contexto de cada uma das coisas que consumimos, de cada um dos serviços que utilizamos.

O que a Rota Vicentina tem tentado fazer é consciencializar as pessoas para que o problema não é a prática de caravanismo ou campismo selvagem, o problema é a escala que isto atingiu.

O nosso papel é, tanto quanto possível, a informação, o esclarecimento e a sensibilização.

Quem procura a Rota Vicentina?
O utilizador tipo da Rota Vicentina é o casal alemão, de cerca de 50 anos, com um poder de compra interessante, que procura regularmente destinos de caminhada e que vem no mínimo por uma semana fazer um circuito itinerante ao longo da costa, sendo que este perfil tem depois uma série de derivações. Em primeiro lugar, porque começamos a ter não apenas caminhantes, mas também ciclistas e porque tendencialmente começamos a ter por exemplo segmentos cada vez mais jovens, muitas pessoas a viajar sozinhas, muitas mulheres a viajar sozinhas, as nacionalidades também vão mudando… temos muitos italianos, muitos americanos, canadianos, toda a Europa tendencialmente, e cada vez mais portugueses.

Sentimos que é fundamental que o turismo comece a olhar para aquilo que é a paisagem como o resultado de um tipo de ocupação e rentabilização do território, que hoje é assim e amanhã pode ser completamente diferente”

Preparar territórios de baixa densidade para a procura turística
Como e onde é promovida?
A Rota Vicentina é promovida essencialmente através do apoio dos nossos parceiros nomeadamente a Associação de Promoção Externa do Alentejo e Algarve e o Turismo de Portugal. A promoção acontece nos destinos onde estes órgãos estão presentes no mundo e a Rota Vicentina procura direcionar o tipo de promoção e o tipo de público-alvo em função dos seus objetivos, que não é o de trazer mais pessoas para a Rota Vicentina, mas sim de trazer mais consciência para a forma como o mercado olha para a Rota Vicentina. Genericamente são os países que eu referi anteriormente, toda a Europa, Estados Unidos e Canadá, mas enfim, um pouco por todo o mundo.

Durante a pandemia foram os territórios do interior e de baixa densidade os mais procurados. A tendência mantém-se?
Sim, a tendência mantém-se e acreditamos que vai crescer. Este tema da coesão territorial e dos territórios de baixa densidade tem tido muita atenção por parte de várias entidades, mas na nossa perspectiva tem de ser olhado de uma forma muito mais holística do que tem sido até agora.

Essencialmente precisamos de preparar os territórios de baixa densidade para aquilo que será uma procura turística inevitável e que poderá ser saudável, construtiva, integrada ou poderá ser predatória, como o caso por exemplo dos investimentos imobiliários per si, que podem trazer consumo, mas trazem também muitas vezes um consumo que não concorre para a efetiva valorização integrada do território.

Que desafios se colocam a este tipo de turismo?
Eu diria que muitas das questões que neste momento são mais complexas na nossa sociedade podem ter resposta neste tipo de turismo. Na realidade há um afastamento da sociedade relativamente à relação com a terra e com a natureza. Estar em contacto com a natureza não é só usufruir de um momento numa floresta, é compreender também o funcionamento dessa floresta e quem diz a floresta diz o campo.

O grande desafio é entender a complexidade do que é o turismo rural ou o agroturismo, não se trata de receber hóspedes numa casa que fica situada no campo. Trata-se de integrar realmente a vivência desses hóspedes nessa vida, e isso é algo que sentimos não estar ainda amplamente feito. Há casos muito interessantes mas há muito a fazer, quanto mais não seja porque a ligação à agricultura e à exploração florestal não existe. Nós não temos políticas de integração entre agricultura e turismo por exemplo, e por outro lado a agricultura é vista como um setor económico, mas não é encarada como um setor fundamental para a coesão social das áreas rurais.

Tudo o que envolve o turismo rural e natureza é constituído por empresas pequenas. Que apoios têm tido?
Eu diria que há sempre programas de incentivos, de facto não são muito atrativos para as empresas com menor dimensão porque a complexidade burocrática tem um peso considerável e desse ponto de vista podemos melhorar, no entanto, aquilo que nós verificamos é que essa não é a maior dificuldade…

A grande questão a meu ver é a falta de uma maior integração das políticas públicas ao nível do ordenamento do território. É frequente as empresas investirem num determinado sentido e de um momento para o outro aperceberem-se que o Estado está a investir num outro sentido que contraria o investimento que elas fizeram, ou demora demasiado tempo a reagir a determinados fenómenos e desafios com impactos enormes. É fundamental e determinante este alinhamento entre aquilo que é o investimento privado, as políticas públicas e o ordenamento do território, uma estratégia verdadeiramente integrada para os territórios onde as empresas estão a investir, isto seria talvez o apoio que as empresas mais apreciariam.

Sobre o autorCarolina Morgado

Carolina Morgado

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Portugal tem vasta oferta e aposta na autenticidade no Turismo Rural e Experiências

Com as mudanças no modelo de consumo ocorridas a partir da globalização, quando o consumidor passou a ter acesso a qualquer produto de qualquer lugar, a sua necessidade se voltou para a satisfação de novidades que estimulem seus sentidos e sentimentos. Hoje produtos e serviços precisam de despertar emoções únicas e fazer sentido. É aqui que surge um turismo baseado na experiência, que proporciona momentos de prazer que permanecerão na memória, fazendo com que o cliente desenvolva uma ligação emocional com o serviço, com o destino e permita que quem o proporciona se diferencie da concorrência aos olhos do consumidor.

Com a globalização e os avanços tecnológicos, ficou fácil ter acesso a informações de qualquer natureza. É possível visitar os destinos antes mesmo de chegar. Todos os serviços podem ser vistos e avaliados antes de serem usados, uma vez que as escolhas são totalmente influenciadas pelas opiniões de outros turistas que já os utilizaram. Neste cenário, é fundamental se diferenciar através de ofertas de vivências exclusivas e memoráveis.

Esta mudança no comportamento do consumidor deu origem à economia da experiência, quando o serviço deixa de ser apenas a prestação de um serviço comum como uma refeição ou um passeio turístico para ser a oferta de uma experiência memorável que gera emoção.

No litoral ou no interior, nos centros urbanos ou nos territórios de baixa densidade, com mais ou menos adrenalina, esta forma de o turismo se diferenciar pelo envolvimento do cliente a partir de experiências significativas, permite não só atraí-lo como fidelizá-lo.

A Organização Mundial do Turismo (OMT) destacou, numa das suas análises que o turista de hoje deseja “viajar para destinos onde mais do que visitar e contemplar fosse possível também sentir, viver, emocionar-se e ser personagem de sua própria viagem”.

Este conselho visa orientar os empreendedores da cadeia produtiva do turismo a adaptarem-se a essa tendência mundial, pensarem nas suas práticas e identificarem como incrementar os seus negócios, transformando os seus serviços em experiências memoráveis para o cliente.

Assim, o turismo de experiência é um nicho de mercado que apresenta uma nova forma de fazer turismo, onde existe interação real com o espaço visitado. Esta prática turística está relacionada com as aspirações do homem moderno, cada vez mais conectado e em busca de experiências que façam sentido. É uma maneira de atingir o consumidor de forma mais emocional.

A ideia é estimular vivências e o engajamento em comunidades locais que geram aprendizados significativos e memoráveis, por colocar o foco na riqueza de emoções, proporcionadas que pelo lado mais genuíno das coisas, lugares e povos. Não se trata apenas de seguir o mapa, mas encontrar tesouros.

“Experiências by…”Centro
O “Experiências by…” é um projeto que foi apresentado pela Turismo Centro de Portugal há cerca de dois anos, mais concretamente em julho de 2021. Trata-se de um projeto editorial, em que seis figuras reconhecidas dos portugueses assumem o papel de curadores em várias áreas. Dessa forma, dão a conhecer percursos, viagens, memórias e recordações pelo território do Centro de Portugal.

“É um projeto de sedução, que pretende seduzir os portugueses através dos olhos dos curadores, mas é também um projeto de posicionamento e divulgação daquilo que é o Centro de Portugal”, destacou Pedro Machado, presidente da TCP, para esclarecer que o conceito surgiu no seguimento do trabalho desenvolvido pela entidade turística regional, “de afirmação desta região como destino de primeira escolha para os portugueses e de referência para os turistas internacionais”.

O “Experiências by…” consiste em sugestões de experiências, percursos, viagens, memórias e recordações. São roteiros únicos, construídos por cada um dos curadores, por segredos e encantos da região Centro de Portugal.

O conceito, de acordo com Pedro Machado, foi construído em redor de seis eixos agregadores: Gastronomia e Vinhos; Turismo Espiritual; Lifestyle e Inspiracional; Cultura; Natureza e Bem-Estar; e Turismo Desportivo e Ativo.

Neste caso, a Turismo do Centro desafios os seis curadores, todos com ligação à região, a escolherem os locais que consideram mais marcantes, em cada uma das áreas. São escolhas pessoais, que refletem a sensibilidade dos respetivos curadores, e que se afastam assim dos tradicionais roteiros normalizados.

Com as sugestões dos curadores foram criados vários instrumentos de comunicação: seis roteiros temáticos e seis vídeos.

Os roteiros e vídeos que resultaram deste processo foram disponibilizados gratuitamente nas várias plataformas da Turismo Centro de Portugal, através do site da entidade, das suas redes sociais, do seu podcast “Aqui Entre Nós”, mas também com brochuras individuais para publicação online e impressa.

O responsável regional explicou que os curadores foram escolhidos “por terem origem ou conexões familiares e/ou sentimentais à região Centro de Portugal – e também por serem especializados em cada um dos vários produtos turísticos”.

No que diz respeito à Gastronomia o curador escolhido foi o Chef Diogo Rocha, detentor da única Estrela Michelin da região, atribuída ao restaurante Mesa de Lemos. No projeto “Experiências By…”, Diogo Rocha focou-se nas tradições gastronómicas e produtos-chave das oito sub-regiões do Centro de Portugal, propondo um percurso relacionado com produtos certificados, receituário tradicional, mercados municipais, locais de comércio tradicional local, eventos associados à temática e restaurantes de referência.

Na apresentação do projeto, Diogo Rocha explicou que tentou “selecionar comidas e vinhos que sejam representativos da região Centro”, embora sabendo que “esta é uma região que tem muita coisa, especialmente no que toca à mesa”. “Com o roteiro que proponho, quero provocar em que nos visita a vontade de conhecer. Estou muito entusiasmado com a oportunidade de apresentar um projeto que orgulhe a região”, disse.

No âmbito da participação de Diogo Rocha, foi também publicado o livro “Uma Viagem-Romance pela Gastronomia e Vinhos do Centro de Portugal” e foi produzido um documentário com o mesmo título.

Como o título do livro e do documentário indica, o chef Diogo Rocha presenteia-nos com um percurso pelo melhor que a região Centro de Portugal tem para oferecer a nível da gastronomia e dos vinhos.

Na temática do Turismo Espiritual o curador escolhido foi o escritor Afonso Cruz, que propõe um percurso relacionado com percursos de peregrinação, lugares de culto e lugares que convocam à espiritualidade, enquanto para o Turismo Lifestyle e Inspiracional a curadora é a modelo e apresentadora Iva Lamarão, que convida para um percurso relacionado com as tendências da vida contemporânea.

“É um privilégio integrar este projeto, porque a região Centro diz-me muito. Fiquei muito feliz por poder dar o meu contributo para um roteiro que entusiasme as pessoas a visitar a região e a conhecer alguns cantinhos que me são queridos. É um roteiro agradável e que espero que desperte a curiosidade para que quem não conhece vir descobrir esta zona tão bonita do país”, sublinhou Iva Lamarão.

No que se refere ao Turismo Cultural a cantora e compositora Rita Redshoes foi a curadora escolhida e apresenta um percurso relacionado com a oferta cultural da região.

“As minhas sugestões são pontos estratégicos, com os quais tenho uma ligação emocional e cultural, pois contribuíram para a munha carreira artística. Penso que vão aguçar a curiosidade das pessoas em visitarem um território tão bonito como este”, disse Rita Redshoes na apresentação.

O quinto tema tem a ver com Turismo de Natureza e Bem-Estar da responsabilidade de Pedro Pedrosa, empresário especializado em desporto de natureza. Como curador, sugere um percurso relacionado com o património natural com condições de visitação, paisagens e lugares que convocam à contemplação, a prática de trilhos e percursos.

“É difícil fazer escolhas, uma vez que o Centro de Portugal tem tudo numa só região. Somos privilegiados, porque em duas horas vamos do mar até ao ponto mais alto de Portugal continental e temos uma diversidade de paisagens e uma autenticidade das pessoas que já é rara. Vale mesmo a pena pegar numa bicicleta ou numas botas, deixar o carro e deixar-se levar pela natureza no Centro de Portugal e é isso que proponho no roteiro”, explicou Pedro Pedrosa.

Finalmente, Turismo Desportivo e Ativo, Teresa Almeida, ex-campeã mundial de bodyboard, é a curadora deste produto e desafia para um percurso relacionado com o património natural, associado à oferta de atividades desportivas.

“Este projeto permite dar sugestões especializadas aos potenciais visitantes da região, permitindo assim promover especificamente determinados produtos turísticos e potenciando a circulação das pessoas pelo território do Centro de Portugal”, apontou Pedro Machado, reforçando que, como, em muitos casos, são sugestões menos óbvias, “o projeto cumpre a função de promover destinos menos conhecidos, mas que reúnem potencial de atratividade turística”. Por outro lado, por não se cingir a apenas uma temática, o projeto “Experiências By…” comprova que “a diversidade de oferta é um dos grandes trunfos do Centro de Portugal. Esta região tem muito para oferecer na Gastronomia, no Turismo Espiritual, no Lifestyle e Inspiracional, na Cultura, na Natureza e Bem-Estar e no Turismo Desportivo e Ativo”, reconheceu.

Este produto tem como público-alvo “todos aqueles que querem conhecer e visitar a região Centro de Portugal, a maior e mais diversificada região turística nacional. Mais concretamente, o projeto é direcionado para o mercado nacional”, defendeu.

Picos de Aventura
Tiago Botelho, coordenador comercial da Picos de Aventura revelou-nos que o ano passado começou de forma positiva, mas sempre com um pouco de incerteza, uma vez que ainda estávamos em contexto de pandemia. No entanto, com a chegada da primavera e com o abrandamento das medidas relacionadas com a Covid-19, “começamos a notar um aumento da procura dos nossos serviços e das viagens. Podemos dizer que, a partir desse momento, foi o nosso melhor ano de sempre, em termos de resultados da empresa”.

Para este ano de 2023, “já estamos a ter indícios de que será igualmente positivo a nível de procura e de resultados. Toda a tendência de procura indica esse caminho e estamos confiantes”, disse.

2022 foi um ano muito especial na história da Picos de Aventura, por coincidir com o seu vigésimo aniversário. Tiago Botelho faz um balanço deste percurso de 20 anos, que considera “bastante positivo”. No contexto do arquipélago Açores, “são poucas as empresas de animação turística que alcançaram esta longevidade e tem o legado da Picos de Aventura”, refere, para destacar que “desde o nosso início e até ao presente, passamos várias fases e por vários desafios, os quais tentamos sempre superar e fazer mais e melhor”.

O responsável aponta que “a Picos de Aventura é mais que uma empresa de animação turística, é um motor de partilha e atuação local, seja pelas nossas parcerias com as entidades ligadas a nossa atividade, à sustentabilidade e preservação das espécies, à comunidade local, através dos nossos programas cientifico-pedagógicos. Acima de tudo, sentimos que, atualmente, a Picos de Aventura é uma referência no mercado do turismo dos Açores”.

A Picos de Aventura encontra-se a operar em duas ilhas dos Açores, São Miguel e Terceira, oferecendo várias atividades, de mar e de terra, para todos os gostos e idades. As atividades que têm mais procura, segundo o seu coordenador comercial, são o whale watching, a natação com golfinhos, o canyoning, os passeios guiados em carrinha e os trilhos. “As pessoas que nos procuram são, essencialmente, aquelas que desejam conhecer as nossas ilhas de forma mais ativa, e sim, fazer atividades à medida, sendo que somos especialistas em grupos e incentivos”, revelou.

Acrescentou que oferecem um vasto leque de atividades que se desenrolam durante todo o ano. No entanto, a sazonalidade é inerente ao destino e à própria atividade turística. “Durante a época mais baixa, procuramos ter sempre alternativas e soluções que vão ao encontro das necessidades dos nossos clientes”.

Face à grande concorrência que existe nos Açores para este tipo de atividades, Tiago Botelho realça que “estamos atentos, mas não é o nosso foco. O nosso foco é o nosso cliente e a experiência que este tem com a Picos de Aventura e com os Açores, que queremos que seja memorável e única. Estamos empenhados em fazer o nosso trabalho dentro dos padrões de excelência que a Picos de Aventura definiu para si própria e que vão muito além do que é a norma nos Açores. A Picos de Aventura diferencia-se pela qualidade do serviço prestado ao cliente e o conhecimento e profissionalismo da nossa equipa”.

Este ano de 2023 a perspetiva é continuar a rota de crescimento, que passa também pela “aposta na melhoria continua dos nossos canais de venda para que possamos sempre criar mais valor aos nossos clientes”.

Em termos de novos projetos, o coordenador comercial da Picos de Aventura avançou que “estamos a finalizar um projeto de investimento que visa a renovação de frota de barcos e equipamentos de canyoning, duas atividades do nosso portefólio com grande procura em mar e terra, respetivamente. Investiremos também em novos equipamentos de paddle e bicicletas, bem como um barco de apoio para reforçar o nosso centro de atividades das Furnas e dotar as operações de equipamentos mais modernos, mas também de maior segurança”.

A empresa vai investir na primeira carrinha elétrica “para assim iniciarmos um processo de teste da operacionalidade e transformação de frota. Simultaneamente, iremos reforçar a aposta na imagem da empresa, com novo fardamento e equipamentos de captação fotográfica e de vídeo, que melhor retratem o serviço que prestamos. Adicionalmente, apostamos em hidrofones para melhorar a experiência do cliente durante as atividades de whale watching”.

Em conjunto, todos estes projetos de investimento permitirão, conforme disse o responsável, que “terminaremos 2023 com fortes melhorias a nível de qualidade e serviço de excelência pelo qual somos reconhecidos. Estamos a encerrar um ciclo e, no final do presente ano, iniciaremos uma nova fase com discussão interna de onde queremos posicionar e que projetos queremos desenvolver num horizonte 2030”.

HIPPOtrip
As experiências que o HIPPOtrip oferece são, de facto, três em um, como realça a sua coordenadora operacional, Alexandra Silvestre, pois trata-se de “um autocarro que se transforma em barco com muita animação a bordo durante o percurso, acrescentando que “o humor e boa disposição são sempre uma boa maneira de quebrar barreiras e passar mensagens” sobre a cidade de Lisboa. “De forma leve e simples”, disse.

Quando esta empresa de animação turística estava em velocidade de cruzeiro, “a pandemia obrigou a um exercício muito difícil de redução de pessoal e de custos”, explicou a responsável, para contar que “o recomeço embora não tivesse sido do zero, obrigou a um esforço bastante complexo, mas ao mesmo tempo trouxe novos procedimentos internos e formas de olhar o negócio que acabaram por beneficiar tanto o cliente como os funcionários”.

Chegados a maio de 2023, Alexandra Silvestre confessa que já se pode falar em recuperação, mas “ficou a fatura por pagar. O que levará o seu tempo”.

Quem procura mais esta empresa que anima diariamente a cidade de Lisboa nos seus percursos que percorrem as principais artérias da capital e depois desce com alguma adrenalina para as águas do Tejo, num passeio bem diferente? A responsável disse-nos que, “felizmente temos um tecido nacional muito curioso e fiel. Estamos perto dos 55% de estrangeiros, 45% de nacionais”.

O HIPPOtrip trabalha o ano inteiro, parando apenas no dia 25 de dezembro e 1 de janeiro, com viagens regulares às 10h, 12h, 14h e 16h (acrescentando as 18h durante o verão). Os adultos pagam 30 euros e as crianças e seniores 18 euros.  Trabalha com muitas agências de viagens e diferentes parceiros preferenciais. Atualmente, e para já, mantendo o foco em Lisboa, estão três anfíbios a circular e mais dois em fase de homologação.

Além disso a empresa disponibiliza, também na capital, o conceito “HippoSpeed”, passeios de lancha rápida, de margem a margem, em 50 minutos de pura adrenalina, que funciona de junho a outubro com saídas regulares da Estação Fluvial Sul e Sueste assim como das Docas, oferecendo também passeios personalizados mediante marcação.

JustCome
Toda a oferta da JustCome está disponível no site da empresa, que oferece cerca de 20 atividades diferentes, trabalhando em exclusividade no território das Montanhas Mágicas, com enfoque no Arouca Geopark.

O proprietário da empresa, Pedro Teixeira, explicou que “dividimos as nossas atividades em dois grupos – de touring cultural e paisagístico, seja a pé ou em jeep, e dentro desta área tentamos cobrir aquilo que são os principais locais de interesse neste território. Em todos estes tours criamos interesses em vários temas, desde história, biodiversidade, fenómenos geológicos, e juntamos a gastronomia local”.

A outra atividade é na área da aventura “em que ao longo do ano vão diferenciando. Somos referência no rafting no Rio Paiva, uma atividade que acontece só durante o inverno, e que é a nossa génese”, destacou Pedro Teixeira, acrescentando que, depois, “durante o verão a oferta aumenta, em termos de caminhada aquática e canyoning”.

Quem procura este operador turístico recetivo e agente de animação turística “é um pouco de tudo. Diria que 50% de nacionais e 50% de estrangeiros”, revelou o responsável, indicando que apesar de haver uma grande concorrência na região, lida com isso de forma pacífica, mas “o conceito da nossa empresa é muito específico porque vamos para além da animação turística, ou seja, agregamos serviços para além das nossas atividades, como alojamento, experiências gastronómicas, visitas a centros de interpretação ou a museus. Assim, tentamos sempre que os nossos clientes, consoante o seu perfil, escolham mais do que uma atividade. Neste conceito, somos diferenciadores, mas trabalhamos com várias empresas do ramo e vice-versa”.

A JustCome dá-se a conhecer de diversas formas, quer através da internet ou de parceiros, informando que as atividades que desenvolve foram desenhadas para serem operacionalizadas a partir de duas pessoas, depois podem ir às 50/60, tendo já tido grupos de mais de 100 pessoas, nas áreas do incentivo e do teambuilding.

Sobre os constrangimentos e desafios que se colocam a uma empresa deste género, Pedro Teixeira realçou que “na nossa atividade temos por vezes algumas necessidades de infraestruturas como balneários e facilidades de acesso por uma questão de segurança, porque trabalhamos ligados à natureza dispersa no território, o que não é a mesma coisa que num parque de aventura onde se constroem as infraestruturas para aquele determinado local”.

Outro desafio é a mão-de-obra que é muito específica. “A maior parte da nossa mão-de-obra somos nós que a formamos internamente e é um processo longo”, referiu o proprietário da empresa, que faz um balanço positivo do ano passado. Depois do Covid, e assim que “voltámos a poder trabalhar, a trajetória de crescimento tem acontecido e com aumento do público internacional, nomeadamente do centro da Europa, dos EUA e do Brasil, gente de todas as idades. O inverno foi interessante, uma época pouco baixa e muito associada ao rafting, porque foi um ano bom de caudais, e que a procura existiu. Portanto, vamos ter um ano positivo”.

Em termos de novidades, Pedro Teixeira destaca o lançamento, o ano passado, do river tubing, que consiste em descer o rio numa boia insuflável, própria para o efeito que dá a sensação de parque aquático, e que tem tido “uma adesão fantástica”.

 

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África do Sul, um país diverso que os portugueses devem descobrir

A última edição da Africa’s Travel Indaba, uma das maiores feiras de turismo sul-africanas, que decorreu em Durban, mostrou ao mundo a oferta deste país conhecido pelos safaris mas que tem muito para oferecer. Apesar dos turistas lusos serem ainda poucos, a África do Sul está de braços abertos para receber os que queiram conhecer um país diverso, genuíno e que prima pela hospitalidade.

Inês de Matos

No regresso ao formato tradicional e aos números pré-COVID, a mais recente edição da Africa’s Travel Indaba, que decorreu em Durban, deu a conhecer mais de 350 produtos turísticos, muitos dos quais têm a África do Sul como cenário. Este país africano, que se distingue pela natureza, é conhecido pelos safaris para ver os mais famosos animais africanos, mas tem muito mais para ver e conhecer, uma vez que conta com uma cultura diversa e uma rica história, onde Nelson Mandela continua a ser uma das principais referências.

A oferta turística sul-africana esteve, como não poderia deixar de ser, em destaque na mais recente edição da feira, que contou com perto de mil expositores, entre cadeias de hotelaria, companhias aéreas, destinos e operadores turísticos, além das entidades oficiais de turismo locais, numa ampla mostra do potencial deste país africano, que conta com uma vasta comunidade portuguesa mas onde os turistas lusos são ainda escassos.

“Portugal é um mercado importante mas não é um dos nossos principais mercados”, disse ao Publituris Lidia Martinuzzi, representante em Itália da reserva Mala Mala, uma das maiores reservas naturais privadas da África do Sul, que se localiza à entrada do Parque Nacional Kruger, um dos parques africanos mais procurados para a realização de safaris.

De acordo com a responsável, os poucos portugueses que visitam esta reserva fazem-no aquando das visitas a amigos e familiares que residem no país, daí que Lidia Martinuzzi admita que “há muitos portugueses que vivem na África do Sul e, por isso, há muitas viagens étnicas”.

Mesmo com as viagens étnicas, Portugal representa “um mercado pequeno” e, apesar da responsável reconhecer a qualidade dos turistas lusos, o certo é que, por toda a África do Sul, são ainda poucos os destinos habituados a receber turistas provenientes de Portugal.

Pequeno mas importante
É verdade que Portugal representa um mercado reduzido para a África do Sul, mas como refere Lidia Martinuzzi, tem potencial. “Acreditamos que existe potencial para aumentar os fluxos. Portugal não é importante pelos números mas sim pela qualidade do turismo”, explicou a representante da reserva Mala Mala em Itália, numa opinião partilhada por grande parte das regiões sul-africanas com quem o PUBLITURIS foi falar.

Portugal é um mercado importante, mas não é um dos nossos principais mercados”, Lidia Martinuzzi, reserva Mala Mala

Na província de Eastern Cape, onde se localiza a cidade de Port Elizabeth, os turistas portugueses não são assim tão raros, mas, como explicou Mpho Makoko, representante da agência de turismo e parques de Eastern Cape, procuram essencialmente os parques e reservas que permitem ver os Big 5 – leão, leopardo, búfalo, elefante e rinoceronte -, ou seja, os animais que toda a gente procura quando realiza um safari. “Temos muitos turistas internacionais, incluindo também portugueses. Temos muitos turistas internacionais nas reservas naturais”, explicou a responsável.

Onde os turistas portugueses também já são habituais é na província de Western Cape, onde se localiza a Cidade do Cabo, de longe o mais conhecido dos destinos turísticos sul-africanos e onde, segundo Masonele April, Leisure Tourism Intern do Cape Town & Western Cape Tourism Promotion, a maior parte dos “visitantes é internacional”. “Os portugueses visitam muito a Cidade do Cabo e também gostam de realizar atividades”, indicou a responsável.

Junto à Cidade do Cabo fica ainda o Robben Island Museum, atração turística que resulta da antiga prisão onde Nelson Mandela e muitos outros presos políticos da altura do Apartheid estiveram encarcerados. Neste museu, o número de visitas de portugueses também não é vasto, mas já representa alguma coisa, segundo Yolanda Mdutyana, representante do museu, que explicou ao Publituris que o Robben Island Museum recebe uma “grande variedade de turistas”, uma vez que este local representa “um testemunho histórico”, que conta toda a história desta ilha descoberta pelos portugueses no século XV mas que, desde sempre, foi usada como local de punição e encarceramento.

Robberg Nature Reserve, landscape wonderful beach and indian ocean waves, Garden route, plettengerg bay. South Africa

Em Gauteng, outra das províncias sul-africanas, conhecida essencialmente pelas cidades de Joanesburgo e Pretória, Mputle Dikobe, representante do turismo de Gauteng, também reconhece que os turistas portugueses são ainda poucos, apesar de admitir que Portugal é um mercado prioritário. “Tenho de ser honesta e dizer que ainda não temos muitos turistas portugueses. Mas Portugal é um dos mercados prioritários para nós e reconheço que temos de nos focar mais na promoção de Guateng no mercado português porque sabemos que há potencial”, afirmou a responsável, explicando que Guateng é procurada essencialmente pelos turistas portugueses mais jovens. “Vemos que há muito interesse pela África do Sul, especialmente entre os viajantes mais novos, como os millennials. Estes viajantes querem aventura e uma série de experiências que Guateng pode oferecer”, revelou Mputle Dikobe.

Já na província de North West, conhecida igualmente pelos safaris e atividades aquáticas numa vasta zona de costa, os portugueses também não costumam ser muitos. Segundo Nthabiseng Manonyane, representante do Turismo de North West, Portugal representa “números pequenos” para esta região sul-africana, mas nem por isso deixa de ser um mercado interessante. “Não é um grande mercado, não diria que temos muitos turistas portugueses mas tenho a certeza que há vários e que são importantes”, disse a responsável ao Publituris, num testemunho semelhante ao que chega também da região de Northern Cape, província conhecida por incluir parte do deserto do Kalahari. “Não temos muito turismo proveniente de Portugal. Atualmente, já estamos a receber pessoas de Portugal que nos visitam especificamente pelo deserto do Kalahari. São turistas que querem visitar diferentes locais no Kalahari, mas a percentagem de portugueses é, de facto, baixa”, explicou Bettie Papier, representante da autoridade de turismo de Northern Cape.

Diversidade é principal atrativo
A África do Sul é conhecida mundialmente por ser um país privilegiado para a realização de safaris. O Parque Nacional Kruger é o parque sul-africano mais conhecido para a observação de animais, mas por todo o país existem diversas reservas públicas ou privadas onde também é possível realizar esta atividade que, apesar de ser a mais conhecida, está longe de ser a única atração sul-africana. É que a África do Sul é um país tão diverso, seja a nível natural ou cultural, que o difícil é mesmo escolher que destinos visitar ou que atividades realizar.

Por isso, perguntámos às várias províncias sul-africanas porque devem os portugueses escolher a sua região para visitar. E as respostas foram tão diversas quanto a oferta turística do país.

Se na reserva Mala Mala, Lidia Martinuzzi elege os animais africanos, nomeadamente os Big5 e o facto desta reserva permitir a realização de safaris sem que se encontrem outros veículos pelo caminho, na província Eastern Cape o apelo é pelos Big7. “Esta zona também é conhecida pelos Big 7, ou seja, além dos Big 5, também temos o tubarão-branco e as orcas”, indicou Mpho Makoko, destacando também o vasto calendário de eventos que a Nelson Mandela Bay, em Port Elizabeth, recebe anualmente, assim como as atrações naturais, a exemplo do Hole in the Wall, junto a Coffee Bay, um buraco que a força das ondas escavou numa rocha e que, segundo a responsável, é considerado uma das maravilhas desta região.

De Eastern Cape para Western Cape, a província da Cidade do Cabo, os turistas podem seguir pela Garden Route, rota que liga as duas regiões e que passa por algumas das mais belas praias e paisagens da África do Sul.

Nesta região sul-africana e além da Cidade do Cabo, que segundo Masonele April, “toda a gente quer conhecer”, existem muitas outras atrações e atividades para realizar, nomeadamente de aventura, às quais a região está a dedicar, este ano, um maior esforço de promoção. Mas, nesta região, atividades como o hiking, assim como as experiências culturais,nomeadamente em Kwha ttu, na West Coast, onde é possível aprender mais sobre o povo Sun, nativo da África do Sul, são também ex-libris.

Os portugueses visitam muito a Cidade do Cabo e também gostam de realizar atividades”, Masonele April, Cape Town & Western Cape

Uma vez nesta região, é fácil dar um pulinho à Robben Island, a prisão que hoje é um museu e onde Nelson Mandela esteve encarcerado por mais de duas décadas e que, segundo Mncedisi Siswana, antigo preso político de Robben Island, deve ser visitada pelo relato que encerra sobre a evolução do homem. “Os portugueses devem visitar a Robben Island porque, de certa forma, representa a evolução do homem ao longo dos séculos e a forma como os homens se têm tratado uns aos outros. E é uma pena porque parece que não temos aprendido nada”, lamentou Mncedisi Siswana, que é atualmente um dos antigos presos políticos desta prisão sul-africana que guiam os turistas nas visitas à ilha.

Um relato sobre a evolução da espécie humana mas a nível arqueológico é também o que se pode encontrar na província de Gauteng, onde se localiza o local histórico Cradle of Humankind, considerado o local com maior concentração de fósseis hominídeos do mundo. Mas esta região da África do Sul prima também pela aventura e atividades na natureza, eventos, turismo de compras, assim como pela autêntica gastronomia sul-africana. “Os portugueses devem visitar Gauteng pela diversidade. Somos uma província multicultural, multigeracional, excitante e que gosta de receber. Também temos uma comida fantástica, oferecemos a cozinha autêntica africana”, descreveu Mputle Dikobe, sublinhando que o povo desta região adora “receber as pessoas e envolvê-las na sua cultura, dando-lhes uma experiência autêntica”.

Autenticidade é ainda o que promete North West, que está focada em promover os seus “belos cenários naturais, o património cultural, assim como as grandes experiências de safari”. É que também nesta região os safaris são reconhecidos, nomeadamente na Madikwe Game Reserve.

De resto, toda a região merece ser conhecida, até porque, como explicou Nthabiseng Manonyane, a província está dividida em quatro distritos e todos eles têm algo para apreciar. “Na zona de Ngaka Modiri Molema District temos muitas atrações naturais, com belas paisagens intocadas. No distrito de Dr Kenneth Kaunda District podemos encontrar mais locais de aventura e atividades aquáticas”, resumiu a responsável, convidando os turistas portugueses a visitar a região “para experienciarem a bela África do Sul e a bela província de North West, que tem um povo fantástico, o mais hospitaleiro da África do Sul”, além de uma “excelente meteorologia”.

Já na região de Northern Cape a grande atração é o Kalahari, daí que muita da oferta desta região esteja agregada ao conhecido deserto. “Em Northern Cape temos o Kalahari Transfrontier Park, várias reservas naturais, como a Witsand Nature Reserve, o Mokala National Park, a época das flores em Springbok e muitas atividades. Temos também o povo nativo Sun do Kalahari, que é o povo verdadeiro do mato na África do Sul”, explicou Bettie Papier, defendendo que os portugueses devem visitar esta região pela “experiência única e autêntica” que ali podem encontrar. “Oferecemos uma experiência cultural em que é possível sentir verdadeiramente o que é viver no mato. Os turistas podem ficar a conhecer as histórias antigas do povo Sun e do Kalahari”, acrescentou Vinkie van der Westhuizen, do turismo de Northern Cape, realçando também a “vista única para as estrelas”, que só o deserto pode oferecer.

Motivos não faltam para que os portugueses visitem a África do Sul, mas, como referiu ainda Lidia Martinuzzi, “seria mais fácil aumentar as reservas se houvesse mais voos”. É que, depois da COVID-19, a oferta aérea tem demorado a voltar ao que era no passado, dificultando o trabalho dos operadores turísticos.

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Desafios de toda a África em debate

A Africa’s Travel Indaba, uma das maiores feiras de turismo da África do Sul, levou a debate alguns dos principais desafios que impedem o crescimento turístico do país e de todo o continente africano: os vistos turísticos e a reduzida oferta de voos. No final, ficou a certeza de que é preciso fazer mais para resolver problemas antigos, que tardam em conhecer solução.

Inês de Matos

No cargo de ministra do Turismo da África do Sul desde março, foi com uma conversa com Patricia De Lille que Richard Quest, o conhecido jornalista da CNN, abriu o debate sobre o futuro do turismo africano, na última edição da Africa’s Travel Indaba, uma das maiores feiras de turismo da África do Sul, que decorreu em Durban.

Por isso, ninguém se admirou que o debate tenha começado pelos problemas que dizem respeito ao turismo sul-africano, aos quais Patricia De Lille garante estar a dar resposta, começando por mudar os protagonistas mas também a estratégia que tem guiado o turismo do país. “Aceitei ser ministra do turismo porque é uma oportunidade para limpar o turismo sul-africano. E isso é exatamente o que está a ser feito”, garantiu a governante, que chegou ao cargo depois de um escândalo que envolvia o investimento por parte do Turismo da África do Sul de muitos milhões de dólares no patrocínio de um clube de futebol inglês, num negócio que enraiveceu o país, ainda a braços com a recuperação pós-Covid e que cronicamente se queixa da falta de verbas para promoção.

Depois de anos a ganhar credibilidade como autarca da Cidade do Cabo, Patricia De Lille foi escolhida para pôr ordem na casa e levar o turismo sul-africano a um patamar superior. Para isso, pede a colaboração do setor privado e garante que está a trabalhar para resolver alguns dos seus problemas, como a atribuição de licenças. “Há muitos operadores turísticos que precisam de licenças para operar mas o governo demora uma eternidade para lhes conceder essas licenças. Isso é algo que já desbloqueámos”, garantiu.

Este é um país lindo, é um continente lindo, mas o mundo não sabe nada sobre nós, somos nós que temos de ir lá fora vender este país e este continente”, Patricia De Lille, ministra do Turismo da África do Sul

Por enquanto, Patricia De Lille diz estar concentrada na recuperação económica e turística da África do Sul, país que foi fortemente afetado pela COVID-19, mas mostra-se ambiciosa e diz que pretende “elevar o perfil” do turismo sul-africano, assim como o seu orçamento. “Este é um país lindo, é um continente lindo, mas o mundo não sabe nada sobre nós, somos nós que temos de ir lá fora vender este país e este continente”, acrescentou, defendendo a necessidade de “aumentar o reconhecimento da marca” turística sul-africana.

Vistos continuam a ser problema
O aumento de notoriedade da marca turística da África do Sul é, por isso, uma das prioridades da ministra, mas não é a única, uma vez que, segundo a governante, o presidente sul-africano também traçou a agilização de vistos turísticos como uma das prioridades para o mandato de Patricia De Lille. “Muitos países já estão cobertos pelo e-visa, em que o turista pode pedir o visto desde o conforto da sua casa. Estou a instar todos os países africanos para que cheguem a uma visão homogénea no regime dos vistos para que os africanos se possam movimentar livremente por todo o continente”, explicou a governante, revelando que está a trabalhar com todo o governo sul-africano e com 20 outros países africanos para tornar realidade esta intenção. “Acredito que se as pessoas se puderem candidatar online, tudo vai ser mais rápido”, afirmou Patricia De Lille, defendendo ainda o reforço dos recursos humanos para processar os pedidos, uma vez que, atualmente, “essa verificação demora demasiado”.

A questão dos vistos é, aliás, um problema comum a praticamente todo o continente africano, como ficou patente no debate que se gerou de seguida e que contou também com a participação de George Mothema, CEO of the Board of Airlines Representatives of Southern Africa; Blacky Komani, Chair of the Tourism Council of South Africa; e Elcia Grandcourt, Regional Director da Organização Mundial do Turismo (OMT).

Depois das respostas de Patricia De Lille, Richard Quest quis saber porque não adota a África do Sul, assim como o continente africano, um sistema que facilite a atribuição de vistos a quem já possua outros tipos de vistos, como o ESTA, nos EUA, ou o visto não Shengen, na União Europeia, aproveitando o facto da verificação de segurança já ter sido realizada para acelerar o processo. “Tenho de concordar consigo, se quem já tem esses vistos já foi verificado, porque precisa de outro visto para vir à África do Sul?”, questionou Blacky Komani, que acredita, no entanto, que a ministra sul-africana vai ser capaz de levar o processo a bom-porto.

Opinião idêntica manifestou George Mothema, que defendeu que esta é uma das principais razões que levam as companhias aéreas a hesitar em voar para África. “As companhias não querem voar para cá por isso. Poderiam ter muito mais passageiros mas não têm porque as pessoas não têm acesso aos vistos”, denunciou, concordando que o principal travão ao avanço da medida continua a residir nas preocupações de segurança dos vários países, num ponto que foi ainda reforçado por Elcia Grandcourt, que sugere, no entanto, que os países mais atrasados olhem para o que os outros estão a fazer. “Há países que não exigem visto e, por isso, se olharmos para o que está a ser feito em todo o continente, podemos ter uma ideia do que está a funcionar ou não. Não precisamos de inventar novamente a roda, mas temos de avançar e facilitar, envolvendo os diferentes ministérios e partes interessadas”, afirmou.

As companhias não querem voar para cá por isso. Poderiam ter muito mais passageiros mas não têm porque as pessoas não têm acesso aos vistos”, George Mothema, Board of Airlines Representatives of Southern Africa

Voos e o sonho adiado do mercado único africano
Apesar da demora na atribuição de vistos ser um problema que continua a atrasar o desenvolvimento turístico da África do Sul e do continente africano, este debate mostrou que este está longe de ser o único, já que África continua a ser uma das regiões do mundo com menor oferta de voos e onde o mercado único de aviação continua a ser uma miragem.

“Continuamos a falar da criação de um mercado africano único de aviação, mas precisamos avançar nessa questão, que data de 1998 ou 1999”, denunciou George Mothema.

De acordo com o responsável, há muito que as companhias aéreas africanas colaboram com a ICAO – Organização Internacional da Aviação Civil nesta questão, o que tem dado poucos mas alguns frutos. “África está a dar passos rumo a esse caminho, ainda ontem o ministro de Moçambique disse que o país já avançou para os vistos online. Portanto, lentamente, estamos a ver que os países começam a perceber a importância de se abrirem e de facilitarem a entrada de visitantes, é isso que ajuda ao desenvolvimento do turismo”, lembrou, explicando que também a OMT “está a tomar as rédeas desta questão e a liderar os passos necessários para implementar esse mercado único em África”.

Richard Quest lembrou também que tem sido essa falta de colaboração entre os vários países africanos que tem impedido a criação de um céu aberto em África e de uma companhia aérea pan-africana, capaz de voar para todo o continente, numa opinião partilhada por George Mothema, que defende que é necessário “continuar a trabalhar afincadamente para abrir os céus em África”, até porque, acrescentou Patricia De Lille, não é fácil lidar com a fragmentação que ainda existe. “Temos de lidar com a fragmentação, até na África do Sul temos províncias a fazer coisas diferentes”, lamentou a governante, que acredita, no entanto, no potencial do continente africano. “África é um mercado em crescimento e uma companhia aérea olha para o crescimento antes de decidir começar a voar para um destino”, lembrou, defendendo que é preciso “convencer as companhias a voar” para os países africanos.

Temos de olhar de forma diferente para cada país, porque cada um tem diferentes níveis de desenvolvimento. Não podemos comparar a África do Sul com países que ainda estão no início do seu desenvolvimento turístico”, Elcia Grandcourt, OMT

E o protecionismo? Para Richard Quest este é um dos problemas que levam a que as companhias hesitem em voar para África, uma vez que a “primeira coisa em que os países pensam é em proteger o seu próprio mercado”. “Tem razão, por isso concordei consigo quando disse que não estamos a dar um tiro no pé, estamos a dar tiros nos dois pés. Precisamos de olhar para estes problemas que infligimos a nós próprios e corrigi-los para nos podermos mostrar ao resto do mundo”, admitiu a ministra.

Mais critico mostrou-se George Mothema, para quem o protecionismo que existem em África “limita o número de companhias aéreas e dita preços mais altos”. “Essa é uma das razões pelas quais defendemos a abertura dos céus em África, também para garantir que existe uma competição saudável e que mais companhias entram no mercado, o que vai criar preços mais convidativos”, explicou, defendendo que “o céu aberto deve ser uma realidade porque vai permitir que as companhias aéreas entrem e participem no mercado africano”.

Richard Quest quis, depois, saber se os participantes concordariam com a criação de um mercado único africano semelhante ao europeu, em que as companhias aéreas podem realizar voos entre os vários países, numa ideia com a qual George Mothema, enquanto representante das companhias aéreas que operam na África do Sul, disse estar “totalmente de acordo”.

Já Blacky Komani preferiu abordar a perspetiva dos consumidores, defendendo que é preciso encontrar um modelo que sirva as necessidades dos consumidores, o que, segundo Richard Quest, não serve de desculpa, uma vez que, se as decisões tivessem em conta as necessidades dos consumidores, a questão do mercado único africano já teria sido resolvida.

Como resolver a discórdia que existe?
Os problemas são muitos e variados, mas há atores que têm força para impulsionar a sua resolução, a exemplo da OMT. Por isso, o moderador deste debate perguntou, de seguida, a Elcia Grandcourt que papel pode este órgão das Nações Unidas desempenhar para que se encontrem soluções. “O nosso papel enquanto OMT é pressionar e encorajar a sua resolução, mas, ao mesmo tempo, continuamos a ver que é necessário trabalhar com estes países nas suas estratégias, este é o tipo de apoio que podemos trazer”, explicou a responsável, defendendo ainda o envolvimento da União Africana como forma de acelerar a resolução destas questões, apesar de considerar que o grande problema se encontra no facto de os países africanos estarem em diferentes níveis de desenvolvimento turístico. “Temos de olhar de forma diferente para cada país, porque cada um tem diferentes níveis de desenvolvimento. Não podemos comparar a África do Sul com países que ainda estão no início do seu desenvolvimento turístico”, lembrou Elcia Grandcourt.

Se quem já tem esses vistos [ESTA ou não Schengen] já foi verificado, porque precisa de outro visto para vir à África do Sul?”, Blacky Komani, Tourism Council of South Africa

Certo, mas também não é preciso seguir o ritmo do mais lento, acrescentou Richard Quest, num comentário que mereceu a concordância do painel, a exemplo de George Mothema, que pediu liberdade para que as “companhias aéreas possam chegar a um determinado destino e realizar conexões para outros destinos”.

Já Patricia De Lille lembrou que apesar de lentos, a África do Sul tem feito progressos na atração das companhias aéreas, como prova a operação da United Airlines que permitiu levar diretamente Richard Quest dos EUA até à Africa do Sul. “Precisamos reconhecer o progresso que já fizemos. O Richard pôde voar para a África do Sul diretamente dos EUA, com a United Airlines. Isso é progresso que alcançámos nos últimos 20 anos. Atualmente, é possível voar desde 50 destinos diretamente para a África do Sul, para a Cidade do Cabo e Joanesburgo. Nos últimos cinco anos, temos voos diretos, portanto, temos progresso e isso permite que os passageiros tenham ligações mais convenientes”, explicou, considerando, por isso, que “há uma melhoria” na oferta.

Mas a governante diz também ser “a primeira a reconhecer que é preciso fazer mais para crescer” e, por isso, comprometeu-se a continuar a trabalhar para que, na próxima Africa’s Travel Indaba seja possível apresentar boas notícias. “Quando voltarmos para a próxima Indaba, é importante mostrar o que alcançámos e os problemas que conseguimos resolver”, disse, considerando que o país tem “negligenciado o setor do turismo” mas que isso está a mudar, uma vez que este setor traz oportunidades não apenas para as grandes cidades, mas também para as pequenas localidades e regiões mais desconhecidas da África do Sul. “Há muitas oportunidades para o mercado doméstico mas também para o internacional. Temos destinos e alojamentos fantásticos mas que continuam à espera da chegada dos turistas”, concluiu.

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Edição Digital: Fotorreportagem da festa dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards, Enoturismo, CTI e Ryanair

A última edição do mês de julho traz a fotorreportagem da festa dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards 2023, um dossier sobre o Enoturismo, os fatores críticos da CTI relativamente ao novo aeroporto para a região de Lisboa e uma conversa com Elena Cabrera da Ryanair sobre os 20 anos da companhia em Portugal.

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A próxima edição do jornal PUBLITURIS, a última do mês de julho, traz um resumo fotográfico do que foi a noite dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards 2023, evento que se realizou no passado dia 6 de julho no Montebelo Mosteiro de Alcobaça Historic Hotel.

174 nomeados resultaram em 22 vencedores, com o prémio “Belmiro Santos” a ser entregue a José Manuel Antunes, numa noite que contou com a presença de mais de 400 pessoas.

O “Dossier” desta edição é dedicado ao Enoturismo, segmento que a nível nacional e internacional está considerado como um dos de maior potencial de crescimento no setor do turismo.

O PUBLITURIS foi conhecer três propriedades do grupo Terras & Terroir, com personalidades distintas, de norte a sul do país, entrevistou Maria João Almeida, presidente da Associação Portuguesa de Enoturismo (APENO), Sara Silva, presidente da Direção da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA), André Villa de Brito, sommelier e tour guide, e visitou, durante a VI edição do Concurso de Vinhos do Algarve, dois produtores com oferta enoturística no Algarve.

Nos “Transportes”, damos conta da apresentação do Relatório de Fatores Críticos para a Decisão da localização do novo aeroporto para a região de Lisboa pela Comissão Técnica Independente (CTI). Se os fatores críticos já estão definidos para estudar a nova localização da infraestrutura, agora só falta mesmo escolher qual será a melhor localização.

Ainda nos “Transportes”, o jornal PUBLITURIS esteve à conversa com Elena Cabrera, Regional Manager Ryanair Portugal. Se a companhia tem motivos de sobra para celebrar em Portugal, para além de assinalar o 20.º aniversário desde o início da operação em território nacional, também é verdade que está a registar um verão “muito bom”, com a taxa de ocupação 4% acima da média global da transportadora irlandesa.

Além da opinião do Conselho Editorial no Check-in, as opiniões desta edição pertencem a Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Pol Clavell (Flappin), Ana Jacinto (AHRESP), André Villa de Brito (sommelier e tour guide) e Pedro Valle Abrantes (Trypor), e Luiz Marques (Universidade Lusófona).

Leia aqui a nova edição.

A equipa do PUBLITURIS deseja-lhe umas boas férias!

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Workshop de Turismo Religioso regressa a Fátima em fevereiro de 2024

Com a realização, este ano, da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa e Fátima, a ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima decidiu adiar a realização do XI Workshop Internacional de Turismo Religioso, que devia acontecer em outubro de 2023, mas que foi reagendado para fevereiro do próximo ano.

Inês de Matos

Habitualmente organizado a cada ano, o Workshop Internacional de Turismo Religioso (WITR), que decorre em Fátima e conta com uma vertente dedicada à herança judaica na Guarda, não vai ter lugar este ano, passando para os dias 22 e 23 de fevereiro de 2024, confirmou ao Publituris Purificação Reis, presidente da ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima, que anualmente organiza os eventos.

Ao Publituris, a responsável explica que a decisão de não realizar a iniciativa este ano se ficou a dever a “diversos fatores”, com destaque, desde logo, para a realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que vai passar por Lisboa e Fátima, entre 1 e 6 de agosto. “A realização, em agosto de 2023, da Jornada Mundial da Juventude e a vinda do Papa Francisco a Fátima, absorvem as atenções dos empresários do setor e também dos operadores turísticos, que ficam mais envolvidos na operação turística e com menos disponibilidade para participação em ações de promoção e venda”, explica a responsável.

Por outro lado, acrescenta Purificação Reis, a JMJ vai motivar uma forte “divulgação e promoção”, nomeadamente por parte dos media nacionais e estrangeiros que vão marcar presença no evento, da qual Fátima também vai tirar partido, pelo que não se justificava a realização deste Workshop num ano em que os olhos já vão estar postos na oferta de turismo religioso nacional.

Adiamento para coincidir com congresso
Mas há mais motivos que explicam o adiamento do XI Workshop Internacional de Turismo Religioso para fevereiro de 2024. De acordo com a responsável, a passagem da iniciativa para o segundo mês do próximo ano permite também o regresso ao “calendário pré-pandemia, no qual o WITR se realizava na semana imediatamente anterior à BTL, permitindo otimizar as viagens dos operadores que, assim, podem ainda participar na BTL”. Desta forma, explica a presidente da ACISO, “todos os Hosted Buyers presentes no WITR, terão oportunidade, caso assim o desejem, de participar na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL)”.

Por outro lado, o adiamento do evento para fevereiro de 2024 permite que o WITR venha a coincidir com o Congresso Internacional de Turismo Religioso e Sustentável, que a ACISO, o Município de Ourém e a Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal estão apostados em captar para Fátima no próximo ano. “O adiamento do XI Workshop Internacional de Turismo Religioso veio permitir a realização conjunta dos dois eventos, aumentando a duração e o impacto dos mesmos”, sublinha também Purificação Reis, sem adiantar, por enquanto, mais pormenores sobre os planos para a realização simultânea dos eventos.

Depois, acrescentou ainda a responsável, houve também outras questões que pesaram na decisão de adiar a iniciativa, a exemplo da “dificuldade de acesso a financiamento”, uma vez que, explica ainda a responsável da ACISO, este é “um ano de mudança de quadro comunitário de apoio”, pelo que também estes argumentos “pesaram para este adiamento”.

Certo é que, em 2024, o XI Workshop Internacional de Turismo Religioso vai estar de regresso a Fátima e à Guarda, estando o site do evento já online com a nova data, mas sem mais informações sobre o programa previsto.

 

Curiosidades

JMJ – A realização, em Lisboa e Fátima, da Jornada Mundial da Juventude, entre 1 e 6 de agosto, foi um dos motivos que levaram ao adiamento do XI Workshop Internacional de Turismo Religioso.
Congresso – Outro dos motivos apontados para o adiamento da iniciativa é a realização, em simultâneo, do Congresso Internacional de Turismo Religioso e Sustentável, que a ACISO, o Município de Ourém e a ARPT do Centro de Portugal estão apostados em captar para Fátima.
Financiamento – Este ano, o quadro comunitário de apoio mudou, pelo que este também é um dos motivos que levaram ao adiamento do Workshop Internacional de Turismo Religioso.

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JMJ: Os caminhos do turismo religioso em 2023 vêm dar a Portugal

Entre 1 e 6 de agosto, Lisboa e Fátima recebem a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um grandioso evento que promete trazer à capital portuguesa mais de um milhão de peregrinos. Apesar de não ser um evento de turismo, vai ter um impacto direto no setor, esperando-se que venha também a contribuir para dar a conhecer ao mundo a oferta de turismo religioso nacional.

Inês de Matos

No início de agosto, todos os caminhos da fé vão dar a Lisboa e a Fátima, destinos que vão ser palco da JMJ, evento de grandes dimensões que promete trazer o Papa Francisco a Portugal, assim como mais de um milhão de peregrinos, números que tornam este no maior evento que o país vai receber, este ano, e que terá, certamente, um impacto também no setor do turismo, apesar de não se tratar de um evento de natureza turística. “Não é um evento de turismo, nem destinado a promover o turismo, é um evento de natureza espiritual e religiosa e, por isso, não se pode contabilizar, em termos de custos e benefícios, como um evento turístico”, diz ao Publituris Vitor Costa, presidente da Região de Turismo de Lisboa (RTL) e diretor-geral da Associação de Turismo de Lisboa (ATL).

Mas, apesar de não ser um evento de turismo religioso, a JMJ vai, como admite Vitor Costa, ter também um impacto no turismo da capital, nomeadamente ao nível da hotelaria e serviços. “Certamente vamos ter a cidade cheia e a região, em termos do alojamento e, com certeza, também dos serviços, tendo em conta o número de pessoas que é esperado. Portanto, nesse aspeto, terá um efeito positivo”, afirma o responsável, explicando, contudo, que a RTL não consegue prever qual será o verdadeiro impacto do evento, uma vez que, por não ser um evento de turismo, não foram realizados estudos que permitam prever os reais benefícios para o turismo da capital.

Onde Vitor Costa não tem dúvidas de que o impacto deste evento vai ser fundamental é ao nível do mediatismo da capital portuguesa, com o responsável a defender que a JMJ “deverá vai ter um efeito na imagem e projeção internacional de Lisboa”. “Se correr bem, como esperamos, poderá ter realmente um enorme impacto mediático. O impacto deste evento será sempre grande em termos mediáticos porque toda a comunicação social vai cá estar, as pessoas vão partilhar muita coisa nas redes sociais, como fotografias de Lisboa e outras referências à cidade. Portanto, Lisboa e o país, porque este evento ultrapassa Lisboa, vão ter ainda mais projeção internacional”, explica o presidente da RTL.

Se correr bem, como esperamos, poderá ter realmente um enorme impacto mediático. O impacto deste evento será sempre grande em termos mediáticos porque toda a comunicação social vai cá estar”, Vitor Costa, presidente da RTL

Vitor Costa reconhece que Lisboa conta já com um grande prestígio na organização de eventos internacionais, nomeadamente depois da Expo’98 e do Euro2004, ainda que a cidade nunca tenha recebido um evento destas dimensões. “Se correr bem, a reputação será ainda melhor, mas, sem dúvida, que só a simples realização do evento vai ter um impacto internacional grande”, diz o responsável.

A RTL não foi diretamente chamada a participar na organização da JMJ e apenas está a organizar o evento que vai ter lugar no Terreiro do Paço e que será o mais pequeno no âmbito da JMJ, mas vai aproveitar a ocasião para lançar uma campanha de comunicação, de forma a convencer os peregrinos a regressarem à capital portuguesa depois do evento. “Esta campanha está em preparação e, no fundo, é uma campanha de promoção feita às pessoas que já cá estão. É algo fora do normal porque normalmente fazermos estas campanhas nos mercados internacionais, mas vamos aproveitar para ver se aumentamos esse efeito de longo prazo e para ver se as pessoas, no futuro, regressam a Lisboa em férias ou para visitar a região”, explicou Vitor Costa, revelando que esta campanha custa cerca de 150 mil euros e que o investimento realizado pela RTL no evento da JMJ no Terreiro do Paço ronda os 600 mil euros.

Impacto “fortíssimo” também em Fátima
O impacto da JMJ no turismo lisboeta só não será maior, acrescenta Vitor Costa, porque o turismo religioso deixou de ser, em 2012, com a reorganização das regiões de turismo e a passagem de Fátima para a região Centro de Portugal, um produto estratégico para a capital. “Já não temos o principal ativo religioso que temos em Portugal, que é Fátima, que passou a pertencer ao Centro de Portugal. Portanto, evidentemente que o turismo religioso não é, para nós, um segmento quantitativamente muito relevante”, explica o responsável, revelando que a RTL continua, no entanto, a associar-se aos eventos de turismo religioso que decorrem no país, mas não da forma como acontecia no passado. “Participamos em pré e pós-tours, mas não temos oferta para podermos ser um destino onde possamos eleger o turismo religioso como estratégico”, indica.

Mas o certo é que a JMJ deverá ter um impacto direto em grande parte do país, a começar, desde logo, por Fátima, destino que conta com o santuário mais conhecido do país e onde o turismo religioso assume, segundo Purificação Reis, presidente da Direção da ACISO – Associação Empresarial Ourém-Fátima, que anualmente organiza os Workshop Internacionais de Turismo Religioso, uma importância central, desde logo porque, neste destino, “diretamente e indiretamente, a atividade económica é maioritariamente dependente do turismo”.

A vinda do Papa Francisco a Fátima, no âmbito da JMJ, fortalece a divulgação da mensagem de Fátima pelo mundo e, naturalmente, promove o turismo religioso e também Fátima como expoente máximo do turismo religioso em Portugal”, Purificação Reis, presidente da ACISO

Fátima partilha a realização da JMJ com Lisboa e, neste destino, a expectativa aponta para um impacto prolongado, tal como aconteceu por ocasião do Centenário das Aparições de Fátima, que também trouxe o Papa Francisco a Portugal e a Fátima. “Prevemos que, tal como aconteceu com o Centenário das Aparições de Fátima, em que o impacto foi fortíssimo no ano do centenário, mas se fez sentir também nos anos seguintes e apenas foi abruptamente interrompido pela pandemia, também a vinda do Papa Francisco no âmbito da JMJ colocará Fátima e Portugal na memória das pessoas que, movidas pela fé ou pelo interesse cultural, irão planear as suas viagens nos próximos anos”, refere.

Segundo Purificação Reis, “a vinda do Papa Francisco a Fátima, no âmbito da JMJ, fortalece a divulgação da mensagem de Fátima pelo mundo e, naturalmente, promove o turismo religioso e também Fátima como expoente máximo do turismo religioso em Portugal”.

Onde o evento já está a ter efeito é na hotelaria de Fátima que, segundo Purificação Reis, tem expectativas “muito animadoras”, esperando-se “um franco aumento do fluxo turístico e que este tenha impacto no aumento da estadia média em Fátima”.

Mais concreto é Alexandre Marto, CEO do Fatima Hotels Group, grupo de hotelaria que conta com dez unidades de alojamento em Fátima, e que diz ao Publituris que a JMJ vai “um impacto nas taxas de ocupação antes, durante e depois da JMJ”.

Estou convicto de que será um grande impulsionador”, Albino Viana, diretor-geral dos Hotéis Bom Jesus

Neste grupo de hotelaria de Fátima, a procura fez-se notar logo assim que começaram a sair “as primeiras notícias sobre a escolha de Lisboa como palco para a JMJ”. “Alguns dos hotéis já estão completos, outros ainda estão em vendas, mas estamos muito otimistas”, revela o CEO do Fatima Hotels Group, explicando que a maioria dos hóspedes durante a realização do evento serão de nacionalidade norte-americana, mas também europeus de vários países e brasileiros.

Impacto muito além de Lisboa e Fátima
O impacto da JMJ em Fátima já era esperado, até porque, devido ao Santuário, às Aparições da Virgem e aos Pastorinhos, Fátima é atualmente o principal destino de turismo religioso do país e, segundo Alexandre Marto, tem a expetativa de que “o número de noites registadas superará, este ano, um milhão”, muito por culpa também da JMJ.

Mas o impacto deste evento será muito maior, até porque, como refere Purificação Reis, como o próprio nome indica, este será um evento de “âmbito mundial”. “Há toda uma grande divulgação e promoção do país que recebe a JMJ, que terá impacto em 2023, naturalmente, mas também nos anos seguintes”, indica a responsável.

Tal como a presidente da ACISO, também Alexandre Marto acredita que, devido à JMJ, a “procura terá uma extensão que ultrapassará Lisboa, Fátima e espalhar-se-á por Portugal e até Espanha”.

Segundo o CEO do Fatima Hotels Group, no âmbito deste evento, a “exposição mediática será extraordinária” e vai trazer benefícios a todo o país, pelo que, sublinha o responsável, a boa organização do evento é “uma responsabilidade para todos”.

Apesar de ser o principal e mais conhecido destino de turismo religioso nacional, Fátima não é o único local associado a este tipo de turismo em Portugal. Rumando a Norte, encontramos Braga, também conhecida como a Cidade dos Arcebispos e que também espera um impacto positivo, com o aumento da procura turística associado à JMJ.

A procura terá uma extensão que ultrapassará Lisboa, Fátima e espalhar-se-á por Portugal e até Espanha”, Alexandre Marto, CEO Fatima Hotels Group

Ao Publituris, Albino Viana, diretor-geral dos Hotéis Bom Jesus, grupo hoteleiro com cinco unidades de alojamento localizadas junto ao Santuário do Bom Jesus do Monte, local que foi classificado pela UNESCO como Património da Humanidade em 2019, explica que a JMJ, por ser “um grande evento e com a presença do Papa”, vai ter certamente “repercussão positiva no mercado religioso”, nomeadamente “no imediato e no próximo ano”, devendo atrair essencialmente maior procura por parte do mercado italiano. “Estou convicto de que será um grande impulsionador”, acrescenta Albino Viana.

Por enquanto, indica o responsável, a JMJ já está a ter reflexo na procura pelos Hotéis Bom Jesus, onde o turismo religioso representa cerca de 30% da ocupação anual, e que têm já “vários grupos de participantes confirmados para antes e depois das jornadas”.

E o efeito deste evento pode ser ainda mais potenciado tendo em conta o público que vai atrair, os jovens, que serão, segundo Purificação Reis, os turistas do amanhã. “Este evento é uma enorme oportunidade de dar a conhecer o país e, de forma especial, Fátima e a região Centro de Portugal. Os jovens participantes na JMJ que tiverem uma boa experiência nesta visita vão querer voltar, sozinhos ou em família, para descobrirem mais deste fantástico território”, defende a responsável, numa opinião partilhada também por Alexandre Marto, que defende igualmente que a JMJ será “uma oportunidade extraordinária para apresentar Portugal a um conjunto enorme de pessoas que estão a iniciar a sua “vida turística” apenas agora”. “Serão pessoas que certamente irão regressar, e serão pessoas que irão publicitar a boa experiência que Portugal oferece. É agora importante não falharmos em proporcionar essa boa experiência”, conclui.

E, mais polémica menos polémica, o certo é que a JMJ já colocou Lisboa, Fátima e o país nas bocas do mundo, e que, este ano, todos os caminhos da fé vêm dar a Portugal.
 

Curiosidades

Quando? – A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) vai decorrer entre 1 e 6 de agosto de 2023.
Onde? – O evento reparte-se entre Lisboa e Fátima. A capital recebe a maioria das iniciativas, mas Fátima vai ter um programa com visitas ao Santuário, workshops e propostas de oração.
Como? – A JMJ é organizada pela Igreja Católica, em colaboração com o Estado português e a Câmara Municipal de Lisboa.

Fotos créditos: Depositphotos.com
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Edição Digital: Os vencedores dos Portugal Travel Awards 2023, 20 anos GEA, dossier projetos na Hotelaria, entrevista FLY Angola

Esta edição do jornal Publituris está diferente. A partir de hoje, o Publituris surge com um novo layout, mais moderno e atual. Nesta edição, conheça, igualmente, os vencedores dos Portugal Travel Awards 2023. Mas há muito mais!

Publituris

O jornal PUBLITURIS que chega esta sexta-feira, 7 de julho, aos leitores está repleto de novidades. Para começar, estreamos um novo layout, da responsabilidade de uma das mais conceituadas agências criativas – SOLID DOGMA.

Com esta “nova cara“, queremos acompanhar o dinamismo do mundo atual e, particularmente, do setor do Turismo, bem como seguir as tendências na apresentação de conteúdos.

A edição faz, naturalmente, capa com os vencedores dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards 2023, nesta que foi a 18.ª edição destes prémios.

Os vencedores dos Publituris Portugal Travel Awards 2023 são:

TAP – Melhor Companhia de Aviação
easyJet – Melhor Companhia de Aviação Lowcost
Europcar – Melhor Rent-a-Car
Solférias – Melhor Operador Turístico
Top Atlântico – Melhor Rede de Agências de Viagens
MSC Cruzeiros – Melhor Companhia de Cruzeiros
Vila Galé Hotéis – Melhor Cadeia Hoteleira
W Algarve – Melhor Hotel de Cinco Estrelas
Octant Lousã – Melhor Hotel de Quatro Estrelas
Vila Vita Parc Resort & Spa – Melhor Hotel Resort
Memmo Príncipe Real – Melhor Boutique Hotel
Bairro Alto Hotel – Melhor Hotel de Cidade
NAU Salgados Palace – Melhor Hotel MICE
Martinhal Sagres Beach Family Resort Hotel – Melhor Hotel de Praia
São Lourenço do Barrocal – Melhor Turismo Rural
Herdade da Malhadinha Nova – Melhor Enoturismo
Quinta do Lago – Campo Sul – Melhor Campo de Golfe
Zoomarine – Melhor Parque Temático e Diversões
Picos de Aventura – Melhor Empresa de Animação Turística
Marina de Vilamoura – Melhor Marina
Cabo Verde – Melhor Destino Internacional
Centro – Melhor Região de Turismo Nacional
José Manuel Antunes – Prémio “Belmiro Santos”

Parabéns aos vencedores!

Para além deste destaque aos vencedores dos PUBLITURIS Portugal Travel Awards 2023, esta edição do jornal entrevistou Jaime Quesado, economista e gestor, a propósito do lançamento de um novo livro manifesto: “Nova Competitividade”. O PUBLITURIS quis saber se Portugal é, de facto, competitivo e que papel está reservado ao turismo neste esfoço rumo a esta “nova” competitividade.

Na “Distribuição”, o grupo GEA fez o balanço de 20 e diz que os tempos e o mercado mudaram. Contudo, as premissas e as bases continuam a ser as mesmas, mas agora é preciso dar outros serviços e apostar na tecnologia e no fornecimento de ferramentas que permitam aumentar a produtividade das suas agências de viagens associadas. O grupo está, no entanto, de os olhos postos no aumento do ticketing, através do TravelGea, que deverá traduzir-se este ano em 35 milhões de euros.

Nos “Destinos”, António Jorge Costa, presidente do IPDT comentou para o PUBLITURIS os resultados globais desta edição do Barómetro. O setor do turismo estima que 2023 seja o melhor ano de sempre, e o grau de confiança dos empresários é muito elevado, com perspetivas de crescimento turístico em todos os indicadores. As previsões são avançadas na 69.ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT, mas nem tudo são rosas. A escassez de recursos humanos (disponível e qualificada), pode comprometer a atividade de algumas empresas e, até, travar a expansão de negócios.

No “Dossier”, dedicado aos Projetos na Hotelaria, os players que atuam no mercado mantêm os planos de abertura mesmo com conjuntura desfavorável. A inflação, a guerra na Ucrânia e a disrupção de cadeias de abastecimento que ela provocou são responsáveis por um maior clima de incerteza que pode pôr em causa alguns dos projetos de hotelaria previstos para território nacional. Até 2025, há 150 aberturas de hotéis previstas e, apesar de ser normal que existam atrasos, o certo é que, por enquanto, não há grandes desvios a assinalar.

Nos “Transportes”, Belarnicio Muangala, CEO da FLY Angola, dá a primeira entrevista a uma publicação do trade em Portugal. Nascida em 2018, a FLY Angola veio preencher um vazio deixado por 11 companhias que operavam até esse ano e que desapareceram. Agora, admite Belarnicio Muangala, “estamos a ter a oportunidade que outros operadores não tiveram no passado”.

Ainda nos “Transportes”, a Air France/KLM promoveu uma masterclass dedicada ao SAF – Sustainable Aviation Fuel, no fim da qual ficou a certeza de que, apesar de caro e ainda escasso, este tipo de combustível é mesmo uma das principais soluções para cumprir a meta de descarbonizar a aviação até 2050.

Nesta edição, além do Pulse Report, numa parceria entre o PUBLITURIS e a GuestCentric, as opiniões pertencem a António Jorge Costa (presidente do IPDT); Sílvia Dias (Head of Marketing & Sustainability da Savoy Signature); Guilherme Costa (diretor de Marketing da Sem Rumo); Susana Mesquita (coordenadora da Licenciatura em Turismo do ISAG – European Business School); e Diogo Correia (Junior Seo Off-site at Selectra).

Leia aqui a nova edição e desfrute deste “novo” PUBLITURIS!

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Edição Digital: Entrevista à vereadora do Turismo da Câmara do Porto, YOU Tour Operador, International Pairs World Final e Açores

A última edição do mês de junho do jornal Publituris faz capa com uma entrevista à vereadora do Turismo da Câmara Municipal do Porto. Além disso, damos a conhecer a YOU Tour Operador, falámos com os responsáveis do International Pairs Golf por causa da final organizada em Portugal, e dedicamos o dossier aos Açores.

Publituris

A última edição do mês de junho do jornal Publituris faz capa com uma entrevista à vereadora do Turismo da Câmara Municipal do Porto. A nova estratégia para o turismo da cidade Invicta foi o mote para a conversa, na qual Catarina Santos Cunha explicou ao Publituris os pormenores e objetivos deste plano, que visa a descentralização e a qualificação da oferta. Além da nova estratégia, a conversa abordou também as novas ligações aéreas e os desafios do Alojamento Local.

Além de destacarmos ainda os 174 nomeados nas 22 categorias dos Publituris Portugal Travel Awards 2023, cujos vencedores serão conhecidos no dia 6 de julho, a partir das 19h00, no Montebelo Alcobaça Mosteiro Historic Hotel, em Alcobaça, fomos conhecer a YOU Tour Operador.

Empresa com sete anos de existência, que, segundo a diretora de Operações, Elisabete Pedrosa, assume que tem continuado o seu caminho, à sua maneira, e a crescer em volume de vendas, à sua medida e de forma consistente, apostando em oferecer ao mercado produtos feitos à medida, que vão para além dos tradicionais pacotes de viagens.

Nos “Destinos”, além da entrevista à vereadora do Turismo da Câmara Municipal do Porto, falamos com Armandr Scholz, Managing Diretor do International Pairs Golf, e Daniel di Pietro, Portugal Licensee do International Pairs, a propósito da final que se realizará ao longo de cinco dias em campos de golfe de Óbidos.

Se para Armandt Scholz, eventos deste tipo trazem oportunidades de negócios nos setores da hospitalidade, alimentos e bebidas, retalho, transporte, turismo, patrocínios, publicidade e serviços, já Daniel di Pietro refere que, depois de apresentadas as hipóteses, “o organizador não teve muitas dúvidas em avançar, pois Portugal responde na perfeição aos requisitos para o sucesso do evento”.

A final decorre de 6 a 10 de novembro nos campos Royal Óbidos Spa & Golf Resort e Bom Sucesso Resort.

O “Dossier” desta edição do jornal Publituris tem os Açores como tema, região que está a trabalhar para ter turismo todo o ano em todas as ilhas. Pretende-se com esta estratégia para o setor e com um alinhamento adequado entre a oferta, a procura e a promoção externa, potenciar o desenvolvimento económico em todo o território. Se a estruturação da oferta já permite a prática da atividade turística um pouco por todas as ilhas, com resultados positivos, a sazonalidade do destino continua a ser um problema. Para colmatar essa dificuldade e permitir uma época alta mais alargadas, os Açores criam novos produtos para ter turismo o ano inteiro.

A convite da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) e da Direção Regional do Turismo, o jornal Publituris visitou duas ilhas – Ilha Terceira e Graciosa – para demonstrar que nelas se pode fazer turismo o ano inteiro.

Para fechar o “Dossier”, o Publituris falou ainda com dois players – Turangra e Viagens Melo – que nos mostraram os Açores pelos olhos de quem os comercializa.

Finalmente, as opiniões desta edição pertencem a Jaime Quesado (Economista e Gestor); Ana Jacinto (AHRESP); Amaro F. Correia (Docente); e António Paquete (Economista).

Leia aqui.

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