Humberto Ferreira| Adicionar a destinos indiferenciados pólos de turismo e cultura especializados
É repetitiva e difícil a promoção de 308 destinos com diferentes objectivos culturais, económicos e desportivos. Portugal deixou de ter 11 províncias, mantendo 18 distritos e duas regiões autónomas e sete entidades de Turismo regional.
Humberto Ferreira
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É repetitiva e difícil a promoção de 308 destinos com diferentes objectivos culturais, económicos e desportivos. Portugal deixou de ter 11 províncias, mantendo 18 distritos e duas regiões autónomas e sete entidades de Turismo regional. As crises financeiras, porém, não afastaram turistas em férias e folgas, mas a escolha de destinos foca mais os eventos, festivais, torneios desportivos, cultura, religião e viagens profissionais, sendo a aviação o meio preferido e Portugal visando o Top-15 destino mundial se tomar medidas de especialização dos seus pólos aliados à cultura, desporto, religião, tecnologia, economia do mar, agricultura e ensino.
AVIAÇÃO 2017 – Sem primeiros-ministros com chama pelo crescimento do Turismo, mar e aviação, perdemos em 1985 as frotas de pesca e mercante, e em 2017 resta-nos a TAP partilhada e a SATA, empresa açoriana com voos regionais e internacionais, mais duas pequenas empresas regionais, e a Euro Atlantic Airways. Ora um país Top-15 precisa de frotas com mais rotas. A TAP é gerida por uma parceria público-privada luso-brasileira com laços na China e EUA, facilitando alianças com empresas do Brasil, China e EUA (nada de mal no Turismo internacional) e integra a Star Alliance.
VARIEDADE – Portugal projecta um cartaz polivalente, desde as melhores praias europeias com as melhores ondas de surf, à vela, natação em águas abertas, motonáutica, torneios de pesca, etc. E atrai largos milhares de católicos para Fátima, Braga e outros santuários e romarias. À mesa vende vinhos, peixe, marisco e gastronomia gourmet e popular, e atrai muitos praticantes de golfe, maratonas, cicloturismo em estrada e ciclovias. Outros preferem ralis e corridas auto (há dois autódromos), ou encontros de motards, ralis aéreos; festivais de balões de ar quente. Os festivais internacionais de música e desportos são bastante populares entre jovens estrangeiros e portugueses. Portugal é um dos melhores destinos para criar amizades. Organizamos excelentes congressos temáticos de topo ou cimeiras como a recente Web Summit, e atraimos estudantes Erasmus, trazendo muitos de volta para mestrados e centros científicos.
FESTAS – Em destaque as dos Tabuleiros em Tomar e das flores de papel em Campo Maior, e a Feira do Cavalo na Golegã, além de outras feiras regionais de queijos, frutas, cogumelos, outros primores agrícolas e peças artesanais.
TURISMO OFICIAL – Acompanhei a reorganização do Turismo em Portugal, após a falhada Primavera Marcelista (1968-1974), seguida da mudança do SNI para o modelo adoptado após 25 de Abril: Turismo-Transportes-Comércio, alterado para o actual molde tutelar de Economia-Turismo. Como os estrangeiros não memorizam tantos destinos seria preferível apresentá-los pelo que os distingue uns dos outros. Como? Mudando as entidades regionais para regiões especializadas nas melhores modalidades de Turismo, mas prezando as respectivas raízes. Basta adicionar a cada região indiferenciada, como «Centro de Portugal», pólos especializados em rotas de gastronomia e vinhos; de artes e restauro de património monumental-artístico, design, moda e calçado, de artesanato, termalismo, tecnologia, música, ensino universitário; e outros pólos litorais: portuários de pesca, mercadorias, cruzeiros, e desportos náuticos, e praias com as melhores estâncias balneares europeias, e excelentes centros de oceanografia, aquacultura, e aquários. Além dos pólos desportivos terrestres, com excelentes campos de golfe, estádios de futebol, pavilhões desportivos, ciclopistas, pistas pedonais para corrida, etc.; não faltando pólos com extensos pomares, vinhas, e olivais, com os mistérios rurais e típicas festas, sem esquecer centros de tecnologia e energia renovável.
VIA NAVEGÁVEL NO DOURO – Bruxelas aprovou a expansão do tráfego fluvial de mercadorias e passageiros no Douro, a cargo da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), apostando numa autoestrada fluvial a ligar o Atlântico a uma extensa zona interior de Espanha, abastecida pelos portos oceânicos da Galiza, Astúrias e País Basco. O Douro e as suas maravilhosas paisagens é valorizado com belos barcos rabelos, veleiros, lanchas de recreio e navios de Turismo. O que sucederá com a sobrecarga das barcaças com mercadorias? O Turismo fluvial movimenta cerca de 800 mil turistas por ano com previsão de um milhão em 2018, aproximando o Douro dos níveis de Turismo nos rios Danúbio, Reno, Mosela, Meno, que admiro pelos castelos e adegas visitadas durante cruzeiros de sete dias. Os cruzeiros no Douro terão 322 km entre Porto e Zamora, se o projecto for concluído pela Galiza, Astúrias, Leão e Castela, em vez dos 210 km actuais. E os operadores fluviais podem aumentar frotas e preços, estes acrescidos da distância e taxas de manutenção da via e apoios portuários. Quanto ao transbordo de cargas para Espanha por via fluvial será mais difícil que pelos portos da Galiza, Astúrias e País Basco. A Grécia opera a frota mercante mundial com mais tonelagem, beneficiando os armadores do registo de navios em paraísos fiscais, o que fomenta o desvio de impostos. A Europa está reduzida às frotas de navios-contentores, cruzeiros e ferries de Itália e Dinamarca.