Viagens internacionais deverão crescer 50% em 2023, diz MoneyTransfers
A MoneyTransfers antevê um forte crescimento das viagens no ano de 2023. Contudo, nem todas as geografias deverão registar o mesmo tipo de evolução, com o grande destaque a ir para a região da Ásia-Pacífico.
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A MoneyTransfers.com analisou uma série de dados da indústria de viagens para concluir que 2023 deve ser o ‘ano das férias’, já que as previsões mostram que as viagens internacionais deverão aumentar 50% no presente ano. Depois de três anos de incertezas causadas pela pandemia de COVID-19 e, mais recentemente, pelo aumento da inflação e do custo de vida, tudo indica que as viagens voltarão este ano, diz a empresa.
“A indústria estava, compreensivelmente, atrasada em relação ao resto da economia por algum tempo”, apontando os relatórios que, “embora o Produto Interno Bruto (PIB) global na América do Norte seja 20% maior do que em 2019, o índice das viagens só agora está a regressar ao ponto em que estava antes da pandemia”.
No entanto, o relatório da MoneyTransfers considera que esta realidade poderá “mudar” com o crescimento previsto das viagens internacionais, com alguns analistas a sugerirem que o crescimento da indústria pode “superar o do PIB mundial combinado em 2,7%”, sendo a causa para este fator “o retorno dos turistas da Ásia-Pacífico ao mercado”.
A abertura da Ásia-Pacífico
Como resultado de rígidos controlos de fronteira e restrições de viagens, a indústria asiática de viagens sofreu um grande golpe durante a pandemia. A pesquisa mostra que a receita do turismo na região da Ásia-Pacífico caiu quase 60% em 2020, mais do que em qualquer lugar do mundo.
Mas a previsão é que as perspetivas sejam diferentes em 2023, já que os especialistas preveem que a contribuição da indústria de viagens para a economia geral da região possa crescer “mais de 70%”. Uma análise mais aprofundada dos dados revelou que, entre 2022 e 2032, “quase dois terços dos empregos criados na indústria estarão na região da Ásia-Pacífico”.
No entanto, isso contrasta com as previsões de que o crescimento do PIB na China possa não ir além dos 4,7%, com alguns analistas a avaliarem esta realidade poderá constituir uma recessão em comparação com o crescimento económico historicamente forte do país.
Nem todos crescem ao mesmo ritmo
Embora haja otimismo para a recuperação da indústria de viagens em todo o mundo, e particularmente na Ásia, onde os efeitos da pandemia foram sentidos com mais força, nem todos os sinais apontam para uma recuperação total em 2023.
Pesquisas adicionais mostram que, embora a indústria deva crescer cerca de 30% em 2023, “fatores globais podem impedi-la de atingir níveis pré-pandémicos”.
A invasão russa da Ucrânia é, por exemplo, um fator “significativo” para retardar a recuperação do setor na Europa, principalmente no Leste Europeu. As previsões mostram que os números do turismo na Europa Oriental não recuperarão antes de 2025. As despesas com turismo na Europa Oriental, em 2023, devem atingir cerca de 1,13 biliões de dólares (perto de 1,5 biliões de euros), e as chegadas devem atingir a marca de 200 milhões – ficando aquém dos níveis pré-pandêmicos.
O turismo em África, por sua vez, estará “em alta”, antevê o relatório. No entanto, os relatórios previam que o crescimento do setor diminuiria, com sua contribuição para o PIB do continente em 20,5%, retornando apenas aos níveis pré-pandémicos em 2024.
De facto, com base em viagens transfronteiriças globais nos últimos anos, os dados analisados pelo MoneyTransfers.com sugerem que 2025 pode ser o ano em que se declare “um retorno aos números pré-Covid”. “Houve mais de 1,5 mil milhões de viagens internacionais em 2019, em comparação com 389 milhões em 2020 – e prevê-se que as viagens internacionais cheguem a 1,46 mil milhões dentro de dois anos”.