Dois anos em que (quase) tudo mudou
Portugal e aquilo que diferencia o nosso destino – o bom acolhimento, a segurança, a inclusão – permanece exatamente na mesma. Assim como o nosso objetivo de liderar o turismo do futuro.
O mundo mudou nos últimos dois anos, ainda mais nas últimas semanas. Mas nem tudo está diferente. Portugal e aquilo que diferencia o nosso destino – o bom acolhimento, a segurança, a inclusão – permanece exatamente na mesma. Assim como o nosso objetivo de liderar o turismo do futuro.
O turista mudou e passou a valorizar um turismo mais previsível e confiável, em que custo, conforto e segurança passaram a ser primordiais na tomada de decisão em viajar. Hoje, mais do que nunca, a palavra-chave é confiança: viajar sem restrições e para um destino seguro.
É aqui que Portugal acrescenta valor. Somos o 4.º país mais seguro do mundo (Global Peace Index 2021) e, durante toda a crise pandémica, esforçámo-nos em reforçar a confiança de quem nos visita com o selo Clean & Safe que promove Portugal como um destino seguro, numa atuação concertada e o envolvimento de todas as empresas do setor, apelando à responsabilidade de cada uma. Fomos designados como exemplo a seguir pela Organização Mundial do Turismo e o primeiro destino a receber a classificação de Safe Destinations pela WTTC.
Graças a uma estratégia centrada nas pessoas (turistas, cidadãos e colaboradores do setor), de apoio às empresas e foco na retoma, o nosso destino conseguiu posicionar-se como um exemplo, a nível internacional, na gestão da pandemia e suas consequências no setor.
A mobilização de inúmeros recursos para apoiar empresários e empreendedores atingiu o objetivo da grande maioria das empresas se manter viável, porque o turismo continua a almejar ser um dos principais, senão o principal, motor de crescimento económico no nosso país. Os apoios disponibilizados, as campanhas de promoção do destino focadas na transparência e na confiança e a aposta na qualificação e na capacitação dos recursos humanos do setor contribuíram, entre 2020 e 2021, para a manutenção de 40.000 postos de trabalho e para a formação de mais de 75.000 pessoas.
Nesta fase, importa continuar a apostar nas necessárias condições de confiança e de segurança a uma procura turística nacional e internacional que, naturalmente, assume um novo patamar de exigência para as suas deslocações.
Os resultados de 2021 demostram estarmos no caminho certo: atingimos 50% das receitas de 2019, conforme os objetivos. Queremos retomar a rota de crescimento pré-pandemia até 2023.
Mas esta é também a ocasião para retomar a atividade de forma ainda mais forte, mais segura e sustentável. Se há uma ‘lição’ a retirar desta crise sem precedentes é, sem dúvida, a de que o futuro do turismo passa necessariamente pela sustentabilidade, nas suas várias vertentes.
Para isso, temos de reforçar a aposta no rumo que iniciámos em 2017 quando inscrevemos, na Estratégia Turismo 2027 (ET27), a sustentabilidade como um dos vetores estratégicos para o desenvolvimento do setor. Uma visão que reforçámos ao lançar o Plano Turismo + Sustentável 20-23. Um plano ambicioso, consensualizado entre parceiros públicos e privados e que se espera seja a matriz para a construção de um novo turismo.
Em maio de 2021 lançámos o plano de ação “Reativar Turismo. Construir Futuro”, alinhado com os objetivos da ET27 e com o objetivo de reforçar o posicionamento e competitividade de Portugal enquanto destino turístico sustentável e seguro.
Num esforço conjunto, envolvendo todos os protagonistas do setor, esta é a ambição de todos e a oportunidade de elevarmos o turismo para um outro patamar de desenvolvimento. Mas é, sobretudo, a oportunidade de gerar efeitos multiplicadores na economia nacional e de a fazer crescer, de modo sustentável, para outros níveis de riqueza.
O empenho do Turismo de Portugal neste objetivo concretiza-se, também, em outras iniciativas recentes. Aderimos ao Global Sustainable Tourism Council (GSTC) e ao Pacto Português para os Plásticos, mantendo uma participação ativa no World Travel & Tourism Council (WTTC) e na European Travel Comission (ETC). Muito recentemente, em fevereiro deste ano, passámos também a fazer parte da Organização Internacional de Turismo Social (ISTO), uma organização internacional, sem fins lucrativos, que promove o turismo acessível e responsável reunindo stakeholders dos setores do turismo social, sustentável e solidário de todo o mundo.
Reforçámos esta vertente com o lançamento do Programa Empresas Turismo 360, uma iniciativa que fará com que o relatório de sustentabilidade, com a definição clara de compromissos ambientais, sociais e de governança, seja uma ferramenta de apoio ao crescimento e ao desenvolvimento das empresas do setor do turismo.
Hoje, mais do que nunca, também a aposta na inovação é fundamental: não apenas para aumentar a visibilidade do destino, como para maximizar a experiência turística. E se há setor de atividade que está a liderar a incorporação de mudanças e tendências disruptivas, nomeadamente tecnológicas, é sem dúvida o turismo. O Turismo de Portugal tem procurado abrir caminho nesta área ao ser um dos membros fundadores do NEST – Centro de Inovação em Turismo que tem feito um trabalho notável para posicionar ainda mais Portugal como líder global de inovação promovendo o uso da tecnologia na cadeia de valor do turismo.
Ser líder do turismo do futuro implica posicionar Portugal como um destino sustentável, com um território coeso, inovador e competitivo, um país que valoriza as profissões turísticas e atrai talento
Continuamos, igualmente, focados na formação de profissionais, com o objetivo de valorizar os nossos recursos e as profissões do setor, aumentando a atratividade do mesmo. Só assim conseguiremos continuar a fazer de Portugal um destino e uma marca de excelência, que cria valor a todos quantos nos visitam. Porque liderar o turismo do futuro é, também, fazer do turismo uma atividade que gera emprego durante todo o ano, que preserva o território, o ambiente e os seus recursos, que valoriza as culturas e as comunidades e contribui, decisivamente, para o desenvolvimento económico do país.
Precisamos que o turismo seja uma área profissional com futuro, com perspetivas de carreira e potencial de desenvolvimento pessoal e profissional únicos. O programa “Formação + Próxima”, que descentraliza a formação do Turismo de Portugal, e leva-a além das 12 escolas de turismo que já temos, reflete precisamente este objetivo de levar, a cada ponto do território, a resposta às necessidades do mesmo, fazendo-a à medida das necessidades de cada região. O objetivo, já para 2022, é o de formar mais de 75 mil pessoas.
Parece-nos significativo que, neste momento, a Europa dê uma resposta sólida com medidas que estabilizem e reforcem o setor do turismo nas próximas décadas, quer no novo modelo de negócio, quer nas mudanças de comportamento dos consumidores. Neste sentido, o caminho deverá ser o da sustentabilidade e descarbonização da indústria, em linha com o Acordo Verde Europeu. Um setor mais digitalizado na oferta de produtos e serviços e, ao mesmo tempo, com condições para atrair e reter talento, valorizar a formação e a dinâmica de evolução dos trabalhadores do setor.
Queremos que o turismo volte a ser um dos principais motores da economia nacional. Agora, de uma forma ainda mais sustentada e sustentável. E ser líder do turismo do futuro implica posicionar Portugal como um destino sustentável, com um território coeso, inovador e competitivo, um país que valoriza as profissões turísticas e atrai talento. Um destino para visitar, investir, viver e estudar. Um país inclusivo, aberto e criativo, que se destaca como uma referência na produção de bens e serviços distintivos e diferenciadores, para a atividade turística à escala mundial.
No plano “Reativar o Turismo. Construir Futuro” existem os necessários mecanismos para sermos bem-sucedidos nesta missão. São mais de seis mil milhões de euros para apoiar as empresas do setor, gerar confiança e garantir condições de segurança sanitária, ajudar a promover e a gerar negócio e, finalmente, construir o futuro.
A força da aposta é proporcional à ambição e aos objetivos. Apesar de o turismo ter travado a fundo em todo o mundo, estamos prontos para voltar a acelerar e, por isso, mantemos o objetivo estratégico que traçámos há quatro anos: ultrapassar os 27 mil milhões de euros de receitas turísticas em 2027. Os objetivos são claros: promover o turismo ao longo de todo o ano e em todo o território, através do apoio ao investimento, da capacitação das empresas, da qualificação dos recursos humanos e da aposta na acessibilidade aérea e na mobilidade sustentável, áreas fundamentais para incentivar a competitividade do destino.