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“No futuro, simplesmente ninguém vai conseguir competir sem utilizar IA”

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) volta a reunir o setor para mais um congresso, sob o tema da Inteligência Artificial. Em entrevista ao PUBLITURIS, Pedro Costa Ferreira, presidente da associação, destaca a importância e inevitabilidade da implementação da tecnologia no setor das agências de viagem. De fora não podiam ficar, claro, temas como a atual crise política e alguns dossiers – TAP e aeroporto – que ficam “pendurados” à espera de (nova) decisão.

Victor Jorge
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“No futuro, simplesmente ninguém vai conseguir competir sem utilizar IA”

A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) volta a reunir o setor para mais um congresso, sob o tema da Inteligência Artificial. Em entrevista ao PUBLITURIS, Pedro Costa Ferreira, presidente da associação, destaca a importância e inevitabilidade da implementação da tecnologia no setor das agências de viagem. De fora não podiam ficar, claro, temas como a atual crise política e alguns dossiers – TAP e aeroporto – que ficam “pendurados” à espera de (nova) decisão.

Victor Jorge
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Pela 48.ª vez, a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) organiza o seu congresso anual, desta vez, no Porto, de 30 de novembro a 2 de dezembro. A Inteligência Artificial será o tema central nos três dias. Em entrevista, Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, é claro ao afirmar que “ninguém vai conseguir competir sem utilizar a IA”, salientando que o congresso será um “estímulo” para que o caminho seja iniciado de uma forma estratégica.

Quanto aos dossiers que ficam pendentes, devido à queda do atual Governo e marcação de eleições para 10 de março, Pedro Costa Ferreira, considera que, no caso do aeroporto, “o maior custo é o da não decisão”, admitindo que “quando as circunstâncias fazem com que a decisão seja adiada, essa é a pior notícia para todos nós”. Já no dossier TAP, a opinião do presidente da APAVT é de que, “sem uma decisão do novo aeroporto, [o comprador] tomará enormes riscos e geralmente enormes riscos estão associados a um preço muito menor.

No final da conversa, e tendo apresentado a candidatura a mais três anos à frente da APAVT (2024-2026), ficou uma certeza: “este é o meu último mandato”.

O próximo Congresso da APAVT tem como tema principal a Inteligência Artificial (IA). Que importância tem hoje e poderá vir a ter no futuro esta tecnologia, não só no setor global do turismo, mas especificamente nas agências de viagem.
A importância é decisiva no futuro, mas o momento mais especial é o presente. A forma rápida e meteórica como a Inteligência Artificial se vem impondo faz com que percebamos todos que é um facto que no futuro, simplesmente, ninguém vai conseguir competir sem utilizar a IA.

Mas olha-se para a IA como algo do futuro ou já do presente? Recentemente no Global Summit do World Travel & Tourism Council (WTTC) dizia-se que é já uma inevitabilidade.
Sim, é inevitável. O presente é o momento mais decisivo. Porquê? É o momento da decisão. Eu julgo que hoje, de um modo geral, as empresas em todos os setores ainda não utilizam de forma estratégica a Inteligência Artificial. A utilização de forma estratégica não é um switch off-switch on. É um caminho, é o momento presente, é o momento da decisão entre abraçar a Inteligência Artificial enquanto olhar estratégico ou não se iniciar esse caminho. A Inteligência Artificial não é um salto, é um caminho, é o momento presente, é o momento da decisão.

Uma inevitabilidade
E no turismo, especificamente, neste setor das agências de viagem, as empresas já estão a fazer esse caminho?
Sim e não. Estão a decidir e o congresso tem a ver com isso mesmo. Ou seja, estimular a que esse caminho seja iniciado de uma forma estratégica. As agências de viagens já utilizam a Inteligência Artificial quando utilizam software que inclui IA nas diversas ferramentas. Qualquer motor de busca, neste momento, já utiliza IA, portanto, os agentes de viagens já a utilizam.

Nos chatbots, por exemplo?
Sim, mas não só. A grande diferença é entre utilizá-la, porque utilizam algumas ferramentas que possuem essa tecnologia ou decidir utilizá-la e procurar quais as ferramentas que devem ser utilizadas no dia a dia, aprender como utilizá-las e depois utilizá-las de forma sistemática e metódica. Esta é a diferença entre uma utilização, porque determinadas ferramentas externas já a possuem, ou uma utilização porque que decorre de uma opção estratégica. É essa a grande viragem que se espera no setor.

Entendo que o futuro do setor depende dessa visão, porque não sabemos ainda se vamos ser todos ultrapassados pela Inteligência Artificial. Ninguém de boa consciência pode dizer que sim ou que não, mas todos sabemos que vamos ser ultrapassados por quem utiliza.

Portanto, acho que no momento presente, os agentes de viagens têm duas escolhas: ou tentar ultrapassar a concorrência, utilizando de forma sistemática e metódica a IA, ou simplesmente serem ultrapassados pela concorrência.

De um modo geral, as empresas em todos os setores ainda não utilizam de forma estratégica a Inteligência Artificial

Mas trata-se somente de uma eficiência nos processos ou, de facto, através da IA um agente de viagens consegue oferecer algo mais e algo diferente?
É certo para já, tanto quanto sabemos, e eu julgo que todos vamos aprender muito nos próximos tempos, a IA faz mais rápido, provavelmente, melhor e com menores custos. Tudo o que são tarefas rotineiras, a IA permite que tenhamos todos mais tempo para o foco no cliente, interagir com o cliente e a criar valor. Portanto, desse ponto de vista, a IA simplesmente aumenta a competitividade das empresas.

O que é que a APAVT tem feito para incutir nos associados a necessidade de utilizarem a IA. Recordo-me do papel que a APAVT teve, por exemplo, na questão da sustentabilidade. Que papel desempenham ou podem desempenhar neste campo?
Acho que demos o pontapé de partida como foi com a sustentabilidade. Quando falámos de sustentabilidade num congresso [em Évora] fomos, provavelmente, a primeira associação a falar de sustentabilidade de uma forma metódica e sistemática.

Entretanto, este caminho da sustentabilidade foi feito e, de certa maneira, culminou com uma atuação muito dinâmica este ano, com a certificação de uma série de agências de viagens. E é este caminho que iniciamos agora com a IA.

É o primeiro congresso que assume a IA como tema principal. O que pretendemos é estimular os nossos associados para o tal início de caminho. Portanto, esperamos, até pelas pessoas que convidámos, que tal como em ocasiões anteriores, consigamos ser o tiro de partida de uma interação que permitirá a introdução sistemática da IA nas agências de viagens.

Uma espécie de roteiro para a Inteligência Artificial?
Absolutamente.

Estamos o perante a mesma realidade vivida há 20 anos com o surgimento da Internet e os receios da sua aplicabilidade?
Este receio relativamente a algo que ainda para muitos é desconhecido, é infundado.

E espero que seja, porque não há qualquer razão para ter receio. Naturalmente que é um desafio e quando referi que quem utiliza a IA vai ultrapassar quem não utiliza, o desafio é ter êxito na abordagem da IA, porque quem não tiver êxito, provavelmente vai ficar muito fragilizado no mercado. Mas isso não é uma condição para ter medo. É um desafio normal. Vamos dizer que hoje a IA é uma oportunidade estratégica de negócio muito importante e é, naturalmente, também um risco de negócio se essa oportunidade não conseguir ser realizada.

Hoje a IA é uma oportunidade estratégica de negócio muito importante e é, naturalmente, também um risco de negócio se essa oportunidade não conseguir ser realizada

Mas também estamos a falar de uma tecnologia nova que talvez vá precisar de uma adaptação das pessoas, de novas skills. O setor está preparado com pessoas para implementar-se a IA no dia-a-dia das empresas?
Eventualmente, esse será o desafio do mercado. Julgo que não há razão para dizer que o setor das agências de viagens, desse ponto de vista, é diferente de qualquer outro setor. As pessoas menos novas são pessoas dotadas de mais experiência e, aliás, é algo que as universidades começam a chamar para os debates.

É exatamente nas áreas de inovação que devemos incluir as pessoas menos novas pelo seu fator de experiência. Portanto, se me fala que o setor tem algumas pessoas menos novas, onde me incluo, também é verdade que a experiência nos diz que estas oportunidades são simplesmente de abraçar.

Há que iniciar o caminho e aprofundá-lo, porque é isso que vai ser o futuro. As reservas estão cada vez mais simplificadas, mas o mundo é cada vez mais inesperado. E é quando as coisas são inesperadas que os agentes de viagens têm mais valências, como se viu durante a pandemia.

Para que isso aconteça e essas valências sejam concretizadas, as agências de viagens têm, naturalmente, de se modernizar. E vão, com certeza.

A IA é um meio para uma melhor personalização, para a tal experiência diferenciadora que o cliente procura?
Neste momento é como vejo, sendo certo que sendo algo com uma ascensão tão meteórica, é razoável dizer que não sabemos tudo relativamente ao futuro e apenas temos ideias. E é de acordo com essas ideias que vamos agir. Quer do ponto de vista empresarial, quer do ponto de vista da associação. E à medida que a dinâmica se vai processando no mercado, naturalmente que vamos aprendendo e vamos perceber que as ideias estavam certas ou ajustá-las relativamente ao momento.

Mas há alguma barreira ou algum limite que se pode colocar relativamente a essa partilha de dados e não utilizá-los de forma abusiva?
Haverá, mas são questões jurídicas. Julgo que o que acontece no atual mundo, sobretudo quando falamos em tecnologia, é que a tecnologia vai à frente do ordenamento jurídico. E penso que não devemos, por causa da falta de ordenamento jurídico, não utilizar a tecnologia. Outras economias utilizam-na e quem não a utilizar ficará fora do mercado, porque o mercado é global. E evidentemente que esperamos, depois, que o ordenamento jurídico consiga organizar os problemas, nomeadamente da privacidade, sendo certo que sabemos que na Europa o ordenamento jurídico está sempre mais atrasado.

A IA está aí e só agora a Comissão Europeia começa a olhar para algo novo do ponto de vista jurídico. Depois poderá demorar três, quatro, cinco anos. É um processo e vamos ter de ter algum fair play relativamente a este assunto.

Recuperação à vista
Indo agora ao mercado, como estão as agências de viagem em Portugal? É possível afirmar que as agências de viagem já recuperaram ou ainda falta muito para essa recuperação?
Pode dizer-se que algumas já recuperaram, outras não. Em primeiro lugar, uma resposta global a uma pergunta dessas é sempre um pouco difícil, porque a resposta do mercado é assimétrica, dependendo do tipo de negócio que temos, dependendo dos mercados alvo com quem trabalhamos. Há empresas que recuperaram melhor ou que trabalharam melhor e há empresas que trabalharam pior. De um modo geral, tanto quanto se pode respeitar essa assimetria, diria que o ritmo de negócios das agências de viagens este ano é já superior 2019. Provavelmente as agências de viagens terão a melhor demonstração de resultados de sempre. Portanto, desse ponto de vista, já recuperaram a atividade empresarial, já que é superior à atividade antes da pandemia.

Por outro lado, houve perdas avultadas em 2020 e 2021. Portanto, se as demonstrações de resultados vão ser as melhores de sempre, os balanços não vão sê-lo. Não vão ser os melhores de sempre porque estão ainda a cicatrizar.

Em todo o caso, as notícias são muito boas. Toda a gente estará no bom caminho. Uns mais rápido, outros mais lentos. Portanto, estou otimista.

Se tudo continuasse a decorrer como está a decorrer, julgo que em 2024, ou seja, em três anos [2022, 2023 e 2024] conseguiríamos recuperar os balanços de 2019

As ajudas/auxílios por parte do Estado já terminaram. Foram suficientes para que os agentes de viagem conseguissem mais rapidamente encontrar esse equilíbrio nos balanços? Ou era preciso mais?
As ajudas já acabaram. Estamos neste momento em fase de reembolso. De resto, as ajudas não foram suficientes, porque nada foi suficiente. A resposta das empresas teve a ver com ajudas, com perdas grandes e com endividamento quer das empresas, quer dos empresários. Portanto, não foram suficientes, mas foram fundamentais no sentido em que, se não tivessem existido, provavelmente o setor tinha ido abaixo. Da mesma maneira que se não tivesse havido perdas e se não tivesse havido endividamento, o setor tinha vindo abaixo.

Portanto, as ajudas foram bem-vindas, resultaram, tiveram o seu papel. Claro que se fossem superiores tinha sido melhor. Mas o mundo é feito de equilíbrios.

Esperava uma maior consolidação no setor?
Sim e não. Quando as empresas ficam mais frágeis, os movimentos de consolidação aceleram. E desse ponto de vista, quando se olha para uma pandemia, para a fragilidade das empresas, é natural que se espere alguma consolidação. Contudo, esta pandemia foi especial, porque foi global. Ou seja, também os eventuais compradores ficaram mais frágeis ao longo da pandemia e, portanto, desse ponto de vista, não esperava consolidação. Eventualmente, agora, depois da recuperação, ela poderá acontecer.

Mas há uma segunda razão pela qual talvez não tivesse acontecido já uma consolidação por via de fusões e de aquisições, porque, de certa maneira, um aumento da dimensão é feito no mercado por outros instrumentos, nomeadamente, a consolidação da emissão de passagens aéreas, que é uma possibilidade de sermos maiores do que a nossa própria dimensão ou termos acesso a condições melhores do que aquelas que receberíamos com a nossa própria dimensão.

Da mesma maneira que o crescimento dos grupos de gestão, que é óbvia, é uma realidade, esta já existe nos agrupamentos complementares. Portanto, são tudo meios que não são os mais profundos – as fusões e aquisições -, mas são meios que, de certa maneira, o mercado aprendeu e as micro e pequenas empresas, que são a grande fatia de mercado, aprenderam a conseguir ser maiores com a dimensão que têm.

Consegue-se saber o valor que foi perdido por este setor?
Tive acesso a vários números e estamos a ter uma atualização dos valores por parte da EY. Diria que não andámos longe de perder seis vezes o resultado de 2019. Portanto, ao ritmo de 2019, teríamos de percorrer seis anos para chegar aos balanços de 2019. Não é isso que está a acontecer. Os ritmos de recuperação são francamente superiores, mas perdeu-se muito dinheiro. Os balanços ficaram muito abalados.

Seis anos que podem ser encurtados?
Depende das empresas. Diria que há empresas que já recuperaram. Se tudo continuasse a decorrer como está a decorrer, julgo que em 2024, ou seja, em três anos [2022, 2023 e 2024] conseguiríamos recuperar os balanços de 2019. É algo que ficaremos a saber quando sair o estudo da EY, que versa ainda de 2022, mas que, com certeza, nos vai mostrar alguma recuperação importante em 2023.

É preciso perceber que estamos no melhor ano para o setor e, portanto, admitindo mesmo alguma menor dinâmica em 2024, o percurso é muito bom. Certamente, mais do que qualquer um de nós, a priori, assinaria.

Não sei se esta será a palavra certa, mas algo benéfico que saiu da pandemia foi de facto, a procura do consumidor por agências de viagem por causa da confiança, segurança, no fundo da certeza. Embora tenhamos um conflito na Ucrânia, um conflito agora no Médio Oriente, teme que o consumidor não procure tanto as agências de viagem no futuro?
Não sabemos, mas esse é o desafio do setor. Diria quase que o mundo é um fator positivo para as agências de viagem, porque o mundo está cada vez mais inesperado, mais incerto e esse é o grande valor das agências de viagens. Cada vez mais, e quando algo não corre como previsto, não é necessariamente mau, mas não corre como previsto como o transfer que não apareceu, a ligação foi perdida, a bagagem está perdida, nessa altura toda a gente se lembra das agências de viagens. E é também por isso que na altura da pandemia, onde a incerteza foi total e o inesperado foi absoluto, o market share das agências de viagens mais cresceu. A consolidação deste market share é o grande desafio do setor e, naturalmente, que algumas agências vão conseguir e outras não. Como sempre, e quando regressamos à normalidade, há sempre vencedores e perdedores. Como é que vão conseguir isso? Cada empresa terá o seu plano de negócios. Uns vão apostar mais no preço, outros em serviços de excelência, mas certamente que a qualidade dos recursos humanos, a capacidade financeira, a introdução da Inteligência Artificial, o foco no cliente, isso vai ter de estar sempre presente.

E não há uma razão para estarmos pessimistas, até porque os números, neste momento, são muito animadores. Mesmo na nossa atividade quase que de menor criação de valor, que é a emissão de passagens aéreas, estamos a bater sucessivos recordes em 2023. Portanto, a atividade, a dimensão do setor continua a aumentar. E isso acho que só nos pode criar otimismo.

Agora o trabalho vai ter de ser efetuado. A isso ninguém vai escapar.

Mas a pandemia, o conflito na Ucrânia também trouxe inflação, aumento de custos, preços mais altos, menos rendimento. De que forma é que isso impactou ou está a impactar o setor?
Todas essas condições são condições de incerteza de mercado e a incerteza é inibidora do consumo. Diria que se olharmos para 2023, do ponto de vista da relação com o consumidor e nas vendas, tivemos, na realidade, um lindo dia de sol com um entardecer com algumas nuvens no horizonte. Se vai chover ou não em 2024 é a grande incógnita.

Diria que é expectável que haja alguma redução do consumo em 2024, decorrente de toda esta incerteza. Quer a guerra, quer a inflação e consequente perda de poder de compra, quer a instabilidade política internacional, mas também a instabilidade política nacional, levam-nos a pensar assim. Os momentos de campanha eleitoral são, historicamente, momentos de menor consumo de viagens e, portanto, acho que é expectável pensarmos nalguma redução.

Olharia neste momento para 2024, como um mundo tão incerto, como não havendo razão para o setor não ter um resultado positivo global. Mas, provavelmente, não haverá razão para esperar um resultado superior a 2023.

Vai, de certa forma, ao encontro daquilo que disse o presidente da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), Francisco Calheiros, no Dia Mundial do Turismo, que “os portugueses têm menos dinheiro para viajar”.
Acho que é razoável concluir isso, porque o aumento das taxas de juro é tão grande, o aumento dos preços de consumo é tão grande e a dependência dos portugueses das dívidas bancárias para compra de casa é tão importante que é natural que haja uma efetiva perda do poder de compra, apesar dos bons acordos de aumento dos salários que o mesmo presidente da Confederação assinou junto na Concertação Social.

Portanto, sim, acho que o presidente da CTP tem alguma razão e, por isso, é razoável esperar alguma diminuição do consumo neste início do ano.

Os momentos de campanha eleitoral são, historicamente, momentos de menor consumo de viagens e, portanto, acho que é expectável pensarmos nalguma redução

Como é que o setor pode contrariar essa realidade?
É a dinâmica de mercado. Acho que, em primeiro lugar, vai haver sempre um fator da oferta e da procura, que é o fator preço. Quando há um crescimento do mercado, e houve em 2023, há, geralmente, a tradição de se programar, nomeadamente, charters. Portanto, espero mais programação charter e todas as notícias vão ao encontro de mais programação charter. Uma coisa é a programação charter, outra coisa depois são os voos que se fazem. Uma das possibilidades de reação a um eventual menor poder de compra e menor procura é, eventualmente, haver menos operações charter do que aquelas que estão programadas. Mas ainda é cedo para podermos concluir isso.

De crise em crise, espera-se
No dia 7 de novembro tivemos o início de uma crise política em Portugal. Que repercussões é que esta nova realidade tem no turismo e, nomeadamente, no setor das agências de viagem?
A instabilidade política é inibidora do consumo e, portanto, quando as pessoas têm menos certezas relativamente ao futuro, tendem a proteger-se. É perfeitamente normal e verificável em momentos semelhantes em anos anteriores.

Depois tem duas consequências diretas, já que temos dois processos muito importantes que estavam nas mãos do Governo: a construção do novo aeroporto – e vamos dizer isto sem nos rirmos – e a eventual privatização da TAP.

O maior custo é o da não decisão [relativamente ao novo aeroporto] e, portanto, quando as circunstâncias fazem com que a decisão seja adiada, essa é a pior notícia para todos

A construção ou a decisão relativamente á construção?
Sim a decisão sobre a construção e, por outro lado, uma eventual privatização.

A privatização parecia estar decidida, embora não formalizada, porque, entretanto, o Presidente da República teve uma intervenção nesse âmbito. Agora, não apenas não está decidida, como não se tem a certeza que vá ser decidida. Depende, eventualmente, de quem ganhar as eleições. E mesmo quem ganhe as eleições, a decisão pode alterar-se. E já percebemos isso nas últimas declarações, nomeadamente do ex-ministro Pedro Nuno Santos.

Relativamente ao aeroporto não traz nada, traz apenas mais atraso e mais falta de crescimento para o turismo.

O calendário empurra as eleições para dia 10 de março e a formação de um possível Governo para abril ou maio. Quer dizer que, o que seria expectável acontecer relativamente a uma decisão sobre o aeroporto no final deste ano, 2023, será adiada, eventualmente, para o final de 2024. De que forma é que este cenário, de facto, prejudica o turismo em Portugal?
A APAVT está muito alinhada com a Confederação [do Turismo de Portugal] neste assunto. O maior custo é o da não decisão e, portanto, quando as circunstâncias fazem com que a decisão seja adiada, essa é a pior notícia para todos.

A decisão, e já era preciso ser muito otimista para pensar que iria ia ser tomada até ao final do ano, já que a própria Comissão Técnica Independente (CTI) já tinha assumido vários atrasos, agora temos a certeza que os atrasos vão ser absolutamente significativos. E isso é absolutamente demolidor para um país que depende do turismo e um turismo que depende do aeroporto.

A APAVT tem uma localização preferencial ou é tipo construam um aeroporto?
A APAVT está muito alinhada com a CTP neste processo. Penso que não temos de definir um local, até porque não temos conhecimentos para isso. Da mesma maneira que a CTI tem dado “bitaites” sobre uma série de assuntos para os quais não tem competência, a verdade é que esses “bitaites” têm saído um pouco ao lado.

Portanto, A APAVT não quer escolher uma localização, nem tem competência para o efeito.

Agora temos a certeza que os atrasos [Aeroporto e TAP] vão ser absolutamente significativos. E isso é absolutamente demolidor para um país que depende do turismo e um turismo que depende do aeroporto

Mas esses “bitaites” são contraproducentes?
Evidentemente, se a CTI tem um mandato que é escolher a localização do aeroporto e opina sobre uma série de questões relativamente às quais é óbvio que não tem razão e que não tem conhecimento, julgo que não.

Se são contraproducentes? Claro que sim, mas em relação ao aeroporto, como o custo maior é o da não decisão, o que gostaríamos é que a decisão apontasse para a solução que fosse mais fácil colocar em prática, que fosse mais rápida operacionalizar.

Aparentemente, essa solução é a do Montijo, até porque é a única que tem um documento de impacto ambiental. Por outro lado, e paralelamente, pelas mesmas razões, julgo que urge que as obras do Aeroporto da Portela, aquelas que vão melhorar as condições de operacionalidade, sejam iniciadas e sejam desenvolvidas.

Eventualmente, até são as mais urgentes?
São as mais urgentes, porque são as únicas que, neste momento, podem dar uma resposta mais rápida, que ainda assim são obras para três anos. Mas são as mais rápidas e que são as que estão mais prontas a devolver qualquer coisa à sociedade. Por isso, sim, são as mais urgentes.

Há, contudo, quem defenda que, com as alterações climáticas, investimento que está a ser feito ou vai ser feito, supostamente, na ferrovia, com um novo paradigma do setor da aviação, que eventualmente Portugal não necessitaria de um novo aeroporto. Como é que se responde a essas posições?
Com dificuldade. Uma coisa é absolutamente óbvia e factual: todos sabem a quantidade de slots que estão a ser recusados e a fila de espera que há no aeroporto para slots de long haul e que são de grande mais-valia económica. Portanto, é evidente que o aeroporto continua a ser uma peça fundamental para o futuro do turismo, nomeadamente no long haul, algo que é o grande desafio do turismo português e aquele que vai permitir maior gasto por turista, que vai permitir mais território turístico, que vai permitir menos sazonalidade.

Tudo isso vem do long haul que é o que tem crescido mais e aí um novo aeroporto será sempre importante para a captação desses voos long haul. Até porque já se percebeu que, se para uma série de aspetos a nossa condição geográfica é absolutamente lateral, para a aviação, a nossa condição geográfica é o coração de uma série de fluxos e, portanto, está numa posição geográfica fantástica e cheia de mais-valias. Por isso, desse ponto de vista, acho que fica respondido e não faz sentido discutirmos o assunto por esse prisma.

O outro dossiê é a TAP. A APAVT defende a privatização da TAP?
A APAVT nunca comentou a estrutura de capital social da TAP, quer quando ela foi privatizada, quando foi nacionalizada ou salva, quer agora que está a ser estudada a sua reprivatização.

Ainda assim, a TAP e qualquer projeto económico precisa de crescer. Se a TAP não crescer, a TAP vai acabar por morrer. O crescimento vai necessitar de capital. Se não houver capital, não vai conseguir haver crescimento e o Estado não pode lá meter mais capital quer por condições de tutela europeia, quer até por condições políticas.

Julgo razoável dizer-se que capital privado pode ajudar a todo este problema de crescimento e de consolidação da TAP.

Outra coisa é dizer que a fatia tem de ser total, tem de ser mínima ou tem de ser média. Isso são questões que, penso, pertencem ao próprio processo de privatização e que será decidido.

A TAP e qualquer projeto económico precisa de crescer. Se a TAP não crescer, a TAP vai acabar por morrer. O crescimento vai necessitar de capital. Se não houver capital, não vai conseguir haver crescimento

Mas Portugal beneficiaria se o Estado ficar com uma quota na TAP?
Não sei. Portugal beneficiaria ter uma TAP com independência e gestão privada, com garantias de algumas valências económicas para o país.

À frente delas todas, o hub com capacidade de resiliência, isto é, de reação a momentos muito inesperados. Portugal beneficiaria disso. Se isso implica a existência de uma menor ou maior fatia do Estado na TAP, julgo que são os políticos e os empresários, eventualmente interessados na privatização, que poderão esgrimir entre eles e poderão decidir.

Mas os dossiês estão interligados. Ou seja, uma boa privatização da TAP poderá surgir somente depois de decidida a localização do aeroporto?
Isso parece-me evidente. Se a principal questão é de crescimento, se qualquer privado, quando entrar na TAP, terá de ter um projeto estratégico de crescimento e se esse crescimento depende tanto de um novo aeroporto, parece-me evidente e seria para mim absolutamente tranquilo que houvesse primeiro uma decisão para o novo aeroporto e depois uma decisão para a privatização da TAP. Até porque, quem comprar a TAP, sem uma decisão do novo aeroporto, tomará enormes riscos e geralmente enormes riscos estão associados a um preço muito menor.

E parece-me razoável que o país mereça, a haver uma privatização total ou parcial, que o preço seja o maior e melhor possível.

A APAVT também tem tido algumas reuniões com a TAP. Estamos num período de colaboração positiva entre a APAVT e a TAP?
Ah, sim, estamos. Os momentos são sempre críticos, porque a TAP é o maior fornecedor do setor e o setor é o maior cliente da TAP.

Por isso, é uma relação que tem de funcionar bem?
Digamos que é um casamento atribulado, porque a importância é muito grande. Mas é uma relação relativamente à qual todos temos de ter muito cuidado, porque é um casamento importante. Os dois membros do casal têm de ter um cuidado grande para não haver divórcio.

Hoje a relação é muito boa, porque é muito próxima e muito franca. E essa é e são necessidades absolutas da relação. Agora, os assuntos são difíceis. A TAP tem vários canais de venda. Portanto, os interesses são quase que, naturalmente, conflituantes, mas são legítimos e compatíveis. E é nessa compatibilidade que o trabalho tem sido realizado.

A introdução do NDC por parte da TAP é um projeto de grandes consequências para o mercado. E há duas maneiras de o fazer: sem diálogo, e, provavelmente, isso prejudicará muito a TAP e o setor, ou com diálogo, e isso, provavelmente, ajudará muito a TAP e o setor. Esse diálogo está a existir. Existe confiança pessoal na gestão da TAP e penso que também existe da gestão da TAP nos dirigentes da APAVT. Esse diálogo está a decorrer de forma positiva. E mais do que isso, vai ter efeitos positivos.

Mas numa eventual privatização da TAP, como é que a APAVT olha para uma possível colaboração futura?
Como incerteza. Mas o mercado é incerteza.

Relativamente a esta instabilidade política, espera ter um ministro do Turismo no próximo governo?
Não espero nada e não é importante para mim. Espero ter um ministro capaz de representar o turismo ou um secretário de Estado com capacidade política para o fazer.

Ao contrário de muitas outras pessoas do setor, nunca achei importante o posicionamento de ser um secretário de Estado ou um ministro. Achei mais importante que o ministro da tutela tenha capacidade de decisão e capacidade de influenciar o primeiro-ministro. Isso sim é importante e já tivemos – poucos – ministros.

Tivemos bons ministros da Economia com uma visão para o setor que depois, com uma boa relação com um bom secretário de Estado, que conheça bem o sector e saiba transmitir as preocupações ao ministro, a coisa pode correr bem.

Um último esforço
Apresentou, recentemente, a recandidatura à presidência da APAVT para um mandato de três anos.
Sim, 2024 a 2026.

É absolutamente certo (…) este é o meu último mandato

Porquê?
A decisão foi demorada, mas a resposta é simples. Em primeiro lugar, a decisão não é individual, é uma decisão coletiva, sempre ponderada. Em segundo lugar, foi demorada, mas é uma decisão simples. Na realidade, chegou-se à conclusão que, depois de uma intervenção muito próxima e muito forte, num momento muito inesperado que foi a pandemia, devíamos acompanhar também os processos de consolidação que envolvem, neste momento, dossiers de grande melindre.

A nova diretiva europeia das viagens organizadas vai estar em discussão nos próximos três anos. A introdução da Inteligência Artificial, a gestão da introdução do NDC da TAP, a competitividade fiscal internacional, a mobilidade das cidades são temas que vão continuar a serem falados no turismo enquanto tivermos êxito no turismo.

Há processos importantes, há um momento de recuperação …

Deixaria um trabalho inacabado se não se recandidatasse?
Digamos que será coerente continuar os processos de consolidação relativamente à recuperação. Foi isso que foi decidido.

Porque linhas é que esta nova presidência irá pautar-se nos próximos três anos?
Não me adiantaria demasiado, porque a linha principal é a descentralização que, aliás, já começámos neste mandato. E sendo a linha principal a descentralização, julgo que a resposta tem de ser coletiva, ou seja, da direção.

E devemos provavelmente deixá-la para quando nos apresentarmos antes das eleições. Até porque, é absolutamente certo e tem a legitimidade de ser a primeira vez que o digo, porque nunca enganei ninguém a este respeito, este é o meu último mandato.

É preciso uma renovação?
Absolutamente. E as circunstâncias fizeram com que essa renovação não fosse feita antes. Não vou fazer nenhum sacrifício, mas vou fazer um esforço. E é preciso que as pessoas entendam que, mesmo para pedir esforços, há um limite e o meu limite é o próximo mandato.

Quando é que vamos ter uma decisão sobre o “Dia Nacional do Agente de Viagens” da APAVT? Parece haver aqui conflito relativamente a este processo.
Não detetei nenhum conflito. Parece-me um processo relativamente pacífico. É um processo que, uma vez mais, a instabilidade política nacional o vai fazer atrasar um pouco.

Do ponto de vista político, tem a importância de dar mais visibilidade aos agentes do ponto de vista económico. É algo que pretendemos fazer para estimular o negócio e, portanto, a data não é para nós algo com um grau de liberdade infinito. Deve inserir-se no plano de negócios das empresas uma boa data para dar boas campanhas e depois o resto são tramitações políticas que, uma vez mais, neste momento ficaram um pouco atrasadas, porque naturalmente vamos ter outro Parlamento e, portanto, vamos ter de reiniciar o diálogo.

Esteve à frente da APAVT quando o setor do turismo teve anos de crescimento e bons anos de crescimento. Passou por uma pandemia viu ou vê o mundo com dois conflitos armados – Ucrânia e Médio Oriente – inflação, quebra nos rendimentos dos portugueses, agora, uma crise política. O que o preocupa mais para os próximos três anos?
Acima de tudo, a guerra, porque voltou com significado e ultrapassa todas as nossas outras preocupações, até pela sua dimensão humana.

Em segundo lugar, a inflação, porque é inibidora do turismo e porque é muito injusta, já que afeta mais as classes baixas.

Em terceiro lugar, um mundo que é cada vez mais intolerante, porque isso é inibidor do consumo.

Em quarto lugar, uma instabilidade política internacional que se parece adensar e cujas eleições nos Estados Unidos da América e a evolução política noutros países não permitem ser muito otimista e que também ela própria ajuda à intolerância e inibe o turismo, inibe o consumo e inibe a qualidade de vida. Tudo isso preocupa-me.

Portanto, preocupam-me mais as externalidades do que a capacidade do setor de as confrontar.

O setor está vivo e de boa saúde, com recordes de volume de negócio, com uma capacidade de intervenção raramente vista na nossa história e, portanto, não me preocupa a nossa capacidade de intervenção. Preocupa-me, sim, o mundo em que vivemos.

E como é que uma associação como a APAVT pode minimizar essas preocupações?
Preparando os seus associados o melhor possível, quer com informação, quer com formação, com certificação, com uma boa gestão dos conflitos com o consumidor através do Provedor, bem como com uma boa representação do setor nas várias instâncias políticas.

Vai concorrer às próximas eleições. Olhando para todo este percurso, como é que o Pedro Costa Ferreira gostaria de ser recordado como presidente da APAVT?
Gostava de deixar a APAVT com uma grande visibilidade e, portanto, capaz de estimular a relação dos consumidores finais com as agências de viagens, de uma grande capacidade de intervenção e capaz de defender, efetivamente, o setor das agências de viagens junto das várias instâncias.

E muito respeitada pelo procedimento ético da nossa atuação e pelo facto de sermos e continuarmos a ser, espero, uma associação completamente independente de qualquer instância política ou partidária.

Eu, a única coisa que espero é que recordem que tive uma grande disponibilidade para o trabalho e que fui obcecado pelo diálogo e pela tentativa de concertação de interesses.

Sobre o autorVictor Jorge

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January 19, 2023, Brazil. In this photo illustration, the TAAG Linhas Aéreas de Angola logo is displayed on a smartphone screen. It is the national airline of Angola, having its headquarters in Luanda

Aviação

TAAG retoma este ano voos entre Luanda e Praia, via São Tomé

O presidente da TAAG revelou que, entre julho e setembro, a companhia aérea de bandeira angolana vai receber novos aviões, o que permite retomar uma rota abandonada em 2016, na altura com a justificação de que as ligações não eram rentáveis.

A TAAG – Linhas Aéreas de Angola vai retomar, ainda este ano, os voos entre Luanda, capital angolana, e a cidade da Praia, em Cabo Verde, numa operação que deverá contar com escala em São Tomé e Príncipe, avança a Lusa, que cita o presidente da companhia.

“Esse é um desafio que temos, não só para a TAAG e para a TACV, mas para os dois povos, no caso os nossos três povos, Angola, São Tomé e Cabo Verde”, afirmou António dos Santos Domingos, após a reunião com o Primeiro-Ministro de Cabo Verde, que decorre no Mindelo, ilha de São Vicente.

A Lusa recorda que a TAAG suspendeu, no final de 2016, os voos diretos entre Luanda e a Praia, com escala em São Tomé e Príncipe, alegando que a rota não era rentável.

No entanto, agora, a TAAG vai, segundo o seu presidente, receber novas aeronaves entre julho e setembro, pelo que a partir dessa altura poderá dizer “o dia concreto” em que será retomada a operação.

António dos Santos Domingos não quis, contudo, revelar mais detalhes sobre a operação, uma vez que ainda decorrem contactos e porque serão as questões económicas a ditar a frequência de voos.

“Nós estamos em negociações com a TACV para encontrarmos a melhor frequência”, explicou, revelando que a TAAG e a TACV vão renovar o contrato de ‘leasing’ que mantêm por mais um ano.

Recorde-se que a TACV faz ligações internacionais com Lisboa (Portugal), Paris (França) e Bérgamo (Itália), com dois aviões, um deles alugado desde março de 2022 à congénere angolana TAAG.

 

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Miradouro do Zebro é nova atração turística no concelho de Oleiros

A requalificação do Miradouro do Zebro, no concelho de Oleiros, que acaba de ser inaugurado, torna o espaço um atrativo turístico não apenas local, mas também regional e internacional, impulsionando assim a economia local através da visita de turistas.

O Miradouro do Zebro, situado na Freguesia de Estreito-Vilar Barroco (concelho de Oleiros), foi requalificado com projeto desenhado pelo arquiteto Siza Vieira e é o único miradouro em Portugal com a sua assinatura.

Na inauguração estiveram presentes o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, e a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno.

Na ocasião, conforme avança nota publicada na página oficial da Câmara Municipal de Oleiros, o secretário de Estado do Turismo destacou a notável influência da “marca global” de Siza Vieira, apontando-a como uma referência, que tem os seus seguidores”, por ser um dos mais premiados arquitetos do mundo, galardoado pelo prestigiado Prémio Pritzker.

Pedro Machado salientou, ainda, que a obra em questão “surge num território improvável, no meio da natureza”, atraindo não apenas estudantes de arquitetura, mas também entusiastas de todo o mundo.

A presidente da CCDRC, Isabel Damasceno considerou que a infraestrutura “é uma mais valia para esta região, que tem características naturais ímpares e é agora um local de visita obrigatório”.

A atração de visitantes a Oleiros foi o objetivo que sustentou a ideia do anterior presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Fernando Jorge, que convidou em 2021, o arquiteto a visitar o miradouro e a estudar a sua requalificação. Reforçou que se as pessoas “quiserem ver este que é o único miradouro desenhado por Siza Vieira, terão de vir a Oleiros”.

Já o atual presidente da autarquia de Oleiros, sublinhou que “temos um concelho com locais com vistas maravilhosas” e está a ser estudada “a criação de outros miradouros e um deles está para breve”.

O autarca demonstrou o orgulho que é Oleiros passar a figurar no circuito de obras mundiais de Siza Vieira, lado a lado com outras cidades. Miguel Marques salientou que “se sermos rurais é estarmos aqui, naquilo que é mais genuíno e autêntico, naquilo que é o bem-receber, então podem-me chamar rural que eu fico e ficamos todos muito satisfeitos”.

Refira-se que o miradouro é composto por uma plataforma de planta circular, de 15 metros de diâmetro, fixada na rocha, com vista panorâmica, instalada a 30 metros do solo e a 150 metros desde o fundo do vale.

 

 

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Faturação dos estabelecimentos hoteleiros em Portugal ultrapassou os 6MM€ em 2023

Os estabelecimentos hoteleiros em Portugal faturaram 6. 021 milhões de euros o ano passado, o que representou uma subida de 20,1% face a 2022, de acordo com dados da análise setorial da Informa D&B.

Segundo a Informa D&B, cuja análise abrange  hotéis, unidades de alojamento local, aparthotéis, apartamentos turísticos, estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação, aldeamentos turísticos, Quintas da Madeira e pousadas, o valor deste setor aumentoi em todas as zonas geográficas de Portugal, com destaque para as Regiões Autónomas dos Açores (+26,2%) e da Madeira (+23,2%), bem como para as zonas de Lisboa (+24,4%) e Norte (+24,2%).

A empresa especialista no conhecimento do tecido empresarial revela ainda que o número de hóspedes rondou os 30 milhões, o que representa um crescimento de 13% face a 2022, enquanto as dormidas totalizaram cerca de 77,2 milhões, mais 11%. As dormidas dos residentes em Portugal subiram 2,1%, para os 23,4 milhões, e a dos residentes no estrangeiro crescerem 14,9%, atingindo quase 54 milhões. Os britânicos mantiveram-se como os clientes estrangeiros em maior número, representando 12,8% das dormidas totais, à frente dos alemães (7,9%) e dos espanhóis (7,1%).

No que diz respeito à capacidade hoteleira disponível em Portugal, os dados são de 2022, que dão conta de um crescimento significativo quando comparado ao ano anterior. Assim, segundo o mesmo estudo, o total de camas disponíveis em dezembro de 2022 rondava as 458 mil, mais 13,1% que no ano anterior. Ainda em dezembro de 2022, o número de estabelecimentos em atividade aumentou 13,1% face a 2021, aproximando-se dos 7.100., com a atividade hoteleira bastante concentrada nas zonas do Algarve (quase 29% das camas disponíveis), Lisboa e Norte, com cerca de 21% e 18%, respetivamente, e na zona Centro, com 14%.

No ranking das tipologias, mais de metade do total de camas correspondia, em 2022, a hotéis, seguindo-se as unidades de alojamento local, com 18,1%, os aparthotéis, com 10,1%, os apartamentos turísticos (7,7%), os estabelecimentos de turismo no espaço rural e de habitação (6,6%), os aldeamentos turísticos (4%) e as pousadas (0,9%).

 

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Portugueses realizaram 23,7 milhões de viagens em 2023

Em 2023, as viagens realizadas pelos residentes em Portugal cresceram 4,6% e atingiram um total de 23,7 milhões, no entanto ainda abaixo dos registos de 2019 (-3,2%). Se no país as viagens aumentaram 2,4%, ao estrangeiro subiram 21,5%, segundo dados divulgados esta sexta-feira pelo INE, que classifica estes de máximos históricos.

Dados do INE sobre a procura turística dos residentes referentes ao ano de 2023, publicados esta sexta-feira, revelam que o a alojamento particular gratuito, com 61,3% das preferências, aumentou a sua expressão, (+0,2 p.p. face a 2022), enquanto a duração média das viagens foi de 4,08 noites, contra 4,18 noites no ano anterior. Espanha (41,6%; +3,2 p.p.), França (10,1%, -0,7 p.p.) e Itália (6,9%, +0,2 p.p.) mantiveram-se como os principais países de destino nas deslocações dos residentes ao estrangeiro, tendo a União Europeia representado 79% do total de viagens ao estrangeiro. Na totalidade do ano de 2023 (resultados provisórios), realizaram-se 23,7 milhões de viagens, o que representa um aumento de 4,6% face a 2022 (-3,2% face a 2019).

Avança o INE que no total do ano passado, o motivo de 50,1% das viagens foi o “lazer, recreio ou férias” correspondendo a 11,9 milhões de viagens, +4,1% quando comparado com o 2022, mas -2,0% face à pré-pandemia. A “visita a familiares ou amigos” foi o segundo principal motivo para viajar (38,2%), tendo sido contabilizadas 9,0 milhões de viagens. Os motivos “profissionais ou de negócios” representaram 7,2% do total (1,7 milhões de viagens), tendo aumentado 4,9% face a 2022, mas com uma quebra de 15,5% face ao período pré-pandemia.

No período em análise, as viagens nacionais cresceram 2,4% (-4,3% face a 2019), representando 86,4% do total (-1,9 p.p.), as viagens ao estrangeiro aumentaram 21,5% (+4,1% comparando com 2019). A região Centro manteve a 1ª posição como principal destino das viagens realizadas em território nacional, concentrando 29,8% do total (-0,5 p.p. face a 2022), seguindo-se o Norte (23,7% do total), que ganhou representatividade face ao ano anterior (+2,4 p.p.).

No total do ano 2023, em 38,9% do total das viagens (+1,6 p.p. face a 2022), os residentes optaram por recorrer a serviços de marcação prévia, sendo que nas viagens ao estrangeiro esta foi a opção em 92,2% (-0,9 p.p.) das situações. O recurso à internet ocorreu em 25,7% (+0,5 p.p.) das viagens, 19,2% nas que tiveram como destino Portugal (-0,2 p.p.) e 66,9% nas viagens ao estrangeiro (-1,8 p.p.).

Só no 4º trimestre de 2023, os residentes em Portugal realizaram 5,1 milhões de viagens, o que correspondeu a um crescimento de 2,9%. As viagens em território nacional corresponderam a 86,7% das deslocações (4,5 milhões), tendo aumentado 1,5%. As viagens com destino ao estrangeiro cresceram 12,9%, totalizando 683,6 mil viagens, o que correspondeu a 13,3% do total.

O recurso à internet na organização de viagens continuou a ganhar expressão, no 4º trimestre de 2023, principalmente nas deslocações ao estrangeiro (35,3% das viagens foram efetuadas recorrendo à marcação prévia de serviços), enquanto a reserva antecipada de serviços esteve associada a 26,5% das deslocações em território nacional.

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Allianz Partners regista crescimento em todos os segmentos de negócio

Em 2023, a Allianz Partners registou um desempenho recorde, com crescimento em todos os segmentos de negócio. A área dos seguros de viagem registou um aumento de 8,0%, com 3,297 mil milhões de euros de receitas em 2023.

A Allianz Partners acaba de apresentar os resultados financeiros de 2023, registando 9,3 mil milhões de euros em receitas totais e um lucro operacional de 301,2 milhões de euros. Este é o desempenho financeiro mais forte da história da Allianz Partners. Todas as linhas de negócio registaram um crescimento sustentado, impulsionado pelo aumento das viagens internacionais, crescimento de dois dígitos em mobilidade e assistência e crescimento recorde de 23,4% no negócio de saúde da Allianz Partners. Quase 73 milhões de casos de assistência foram tratados globalmente em 2023, o equivalente a 200 mil casos por dia.

A área dos seguros de viagem registou um aumento de 8,0%, com 3,297 mil milhões de euros de receitas em 2023. Esta evolução significativa foi impulsionada pelo crescimento na Ásia-Pacífico, América do Norte e Europa. A recuperação do setor das viagens na Austrália e na Nova Zelândia impulsionou o crescimento das viagens, na sequência do fim de todas as restrições à entrada e saída de viajantes. O desempenho das viagens na América do Norte manteve-se, contribuindo para um novo aumento dos canais offline e do negócio B2C. O crescimento europeu foi impulsionado principalmente pelo setor dos serviços financeiros no Reino Unido, juntamente com as companhias aéreas e as agências de viagens em França. Com o recente lançamento da aplicação móvel Allyz, a Allianz Partners continua a sua expansão e investimento em plataformas digitais para clientes.

 

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Azul celebra mais de 191 mil passageiros no primeiro aniversário da rota para Paris

A Azul abriu a rota para Paris a 26 de abril de 2023 e, ao longo do primeiro ano de operação, realizou 308 voos e transportou mais de 191 mil passageiros para a capital francesa.

A Azul Linhas Aéreas Brasileiras está a assinalar esta sexta-feira, 26 de abril, o primeiro aniversário da rota para Paris-Orly, França, período ao longo do qual a transportadora aérea realizou 308 voos para a capital francesa e transportou mais de 191 mil passageiros.

“Os resultados do nosso voo para Paris superaram todas as expectativas, mesmo sendo uma das cidades mais turísticas do mundo. Construímos as nossas operações com base na conectividade, aproximando regiões que antes estavam isoladas, e hoje estamos mais próximos da Europa. Desde o início deste mês, passamos a operar mais uma frequência semanal para garantir ainda mais opções para os nossos clientes”, congratula-se André Mercadante, diretor de Planeamento da Azul.

A Azul começou a operar a rota para Paris com seis voos por semana, número que passou, entretanto, para sete voos semanais, que partem do Aeroporto de Viracopos, em Campinas, São Paulo, pelas 17h50, chegando à capital francesa às 10h20. Em sentido inverso, a partida de Paris decorre às 12h50, chegando em Campinas às 19h50.

A Azul é atualmente a única companhia aérea brasileira que voa diretamente para Paris, cidade que vai receber, este ano, os Jogos Olímpicos, aos quais a Azul também associou, sendo patrocinadora oficial da seleção brasileira e assinalando o evento com menus especiais a bordo dos seus voos.

 

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Alojamento

Octant Hotels promove-se nos EUA

A Octant Hotels apresentou as suas oito unidades em dois eventos nos EUA que passaram por Chicago e Boston, entre 16 e 18 de abril, e nos quais foram também dados a conhecer os pilares da marca.

A Octant Hotels promoveu, entre 16 e 18 de abril, um evento promocional nos EUA, que serviu para dar continuidade à estratégia de apresentação dos hotéis da marca no mercado internacional e que passou pelas cidades de Chicago e Boston.

Num comunicado enviado à imprensa, a Octant Hotels explica que “esta aproximação ao mercado estadunidense permitiu demonstrar a hospitalidade portuguesa e destacar as várias regiões e tradições de Portugal”.  

Além de dar a conhecer as unidades da marca, o evento serviu também para apresentar os dois pilares da Octant Hotels, concretamente o localismo e a liberdade, contando ainda com um momento gastronómico a cargo do chef Paulo Leite, chef executivo do Octant Ponta Delgada.   

O evento contou com a participação Luís Mexia Alves, CEO da Discovery Hotel Management (DHM); Filipe Bonina, diretor de Marketing da DHM; e Gonçalo Mexia Alves, Head of Sales da DHM.

“Cada hotel Octant é único e irrepetível e traz uma oferta inovadora, com experiências autênticas e singulares, pois não existem dois Octant iguais, pela sua localização, a sua história, as tradições e as suas gentes. Ter dado a  conhecer os nossos pilares de localismo e liberdade num mercado tão importante como o do Estados Unidos, permitiu uma aproximação às nossas raízes e à cultura portuguesa”, refere Filipe Bonina, diretor de Marketing da DHM.

Recorde-se que a Octant Hotels conta atualmente com oito unidades hoteleiras que oferecem 539 quartos em Portugal, localizando-se de norte a sul do país, incluindo a ilha de S. Miguel, nos Açores.   

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“A promoção na Europa não pode ser só Macau”

Depois de anunciar a cimeira da ECTAA em Macau, em 2025, Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da DST de Macau, admitiu que a promoção de Macau terá de passar por uma maior complementaridade de destinos e não limitar-se somente a Macau”.

A promoção de Macau na Europa é uma realidade e a parceira com a Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) tem contribuído para esta evidência. Maria Helena de Senna Fernandes, diretora da Direção dos Serviços de Turismo (DST) de Macau, explicou isso mesma durante a abertura da MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau, ao frisar que “a APAVT foi um grande parceiro durante muitos anos, mesmo antes da transferência [da soberania de Macau de Portugal para a República Popular da China em 20 de dezembro de 1999] até agora e ajudou-nos, para além de Portugal, a abrir a porta para a Europa”.

A vinda do congresso da APAVT e da cimeira da ECTAA para Macau, em 2025, é, por isso, vista por Senna Fernandes como “um passo importante e que temos vindo a realizar em parceria com a APAVT tanto nas iniciativas em Portugal [Roadshow e BTL] como em Espanha [FITUR]”.

Quanto às possíveis melhorias de conectividade entre Portugal e Macau, Senna de Fernandes admitiu que “esse é o nosso grande sonho”, revelando que “ainda não há muitos avanços a este nível, mas passo a passo, espero que as ligações melhorem”.

A caminho pode estar, no entanto, um voo da Air Macau com ligação a Istambul (Turquia) que a diretora da DST espera que possa acontecer “ainda este ano de 2024” e que é considerado como “mais um passo em frente”. “Estamos sempre de braços abertos, mas claro que as companhias aéreas têm os seus cálculos e nós percebemos esta situação”.

A melhoria, ou melhor, a facilidade de ligação de Hong Kong a Macau também foi assinalada como mais um passo para atrair os turistas a visitar Macau, além de Senna Fernandes considerar que “a forma como Macau está a promover-se na Europa também terá de ser integrada com outros destinos”.

“A promoção na Europa não pode ser só Macau, porque quem faz uma viagem de longo curso não está só à procura de um destino, também quererá visitar a China, Hong Kong, a Grande Bahia, por exemplo”, concluiu a diretora da Direção dos Serviços de Turismo de Macau.

*O Publituris viajou para a MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau – a convite da APAVT. 
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APAVT destaca “papel principal” da associação na promoção de Macau no mercado europeu

No dia da abertura da 12.ª edição da MITE, Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT, destacou o papel da associação no posicionamento de Macau no mercado europeu. A organização do congresso da APAVT e cimeira da ECTAA, ambas em 2025, são consideradas boas plataformas para a promoção junto dos diversos mercados da Europa.

A 12.ª edição da MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau – serviu para o anúncio da cimeira da ECTAA, bem com de Macau como “Destino Preferido” para 2025.

Pedro Costa Ferreira, presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), referiu, no discurso de abertura e deste anúncio que se trata de uma “grande oportunidade de juntar um importante mercado de origem – Europa – e os destinos turísticos de Macau, fazendo essa extensão lógica a toda a China”.

Na realidade, a APAVT, que realizará o 50.ª congresso precisamente em Macau, em 2025, teve “o papel principal”, segundo o presidente das APAVT, no que será a realização da cimeira da ECTAA em Macau, frisando Pedro Costa Ferreira que “tivemos a ideia, colocámo-la primeiramente a Macau, tentando perceber se havia interesse, e havendo todo o interesse, colocámo-la ECTAA que respondeu, desde logo, de forma positiva”.

“Sentimos que existe um estreito laço de confiança entre a APAVT e o Turismo de Macau que, como todos os laços de confiança que são fortes, demorou algum tempo a reformar-se, mas que parece estar hoje no ponto fortalecer-se”.

De resto, Pedro Costa Ferreira salientou que a relação próxima entre a APAVT e Macau passa, justamente, por “Portugal constituir uma porta de entrada para a China, mas também Portugal ser visto como porta de entrada para a Europa. Se olharmos para a China enquanto mercado emissor, é só o primeiro mercado emissor mundial. Portanto, todos terão interesse em implementar este tipo de relação”.

Quanto ao que poderia aumentar o número de turistas portugueses em Macau, o presidente da APAVT é lacónico: “comunicação, comunicação, comunicação e, depois, estruturação de oferta”.

“A comunicação é fundamental porque a verdade é que Macau, apesar de tudo, quando se fala do Oriente, não está no top of mind dos portugueses”, considera Pedro Costa Ferreira. “Depois é preciso conhecimento e não foi por acaso que apostámos [APAVT] no e-learning”, até porque, de acordo com o presidente da APAVT, “os agentes de viagens costumam vender o que conhecem e sentem-se confiantes a vender o que conhecem. Portanto, sem conhecer fica mais difícil” e, por isso, a vinda de agentes de viagens à MITE “ajuda a conhecer a oferta existente”.

Já no que toca à estruturação de produto, “Macau não deve ser visto como um destino per si para o mercado emissor europeu, nem mesmo para o português”, admite Pedro Costa Ferreira, salientando que “o português pode ter um tempo médio de estadia um pouco mais prolongado em Macau, mas o que faz sentido é juntar Macau com outras realidades, sejam elas de pura praia, quer realidades mais culturais e mais recentes do ponto de vista das tradições do turista europeu, que é a própria China”.

Para isso, é, no entanto, necessária conectividade, assinalando Pedro Costa Ferreira que “um voo direto [Portugal – Macau] ajudaria imenso”.

*O Publituris viajou para a MITE – Expo Internacional de Turismo (Indústria) de Macau – a convite da APAVT. 
Sobre o autorVictor Jorge

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Comitiva portuguesa visita MITE a convite da APAVT

Segundo a APAVT, esta missão internacional a Macau visa “promover o intercâmbio entre as agências e operadores turísticos portugueses e as suas congéneres em Macau”, no âmbito do programa «Macau: Destino Preferido da APAVT 2024».

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A Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT) está a promover uma missão internacional a Macau, que conta com  o apoio do Turismo de Macau e que vai passar pela MITE-Macau International Travel Exhibition, que decorre entre 26 e 28 de abril.

Segundo um comunicado divulgado pela associação, esta missão internacional a Macau conta com uma comitiva de associados e líderes da distribuição europeia e visa “promover o intercâmbio entre as agências e operadores turísticos portugueses e as suas congéneres em Macau”, no âmbito do programa «Macau: Destino Preferido da APAVT 2024».

“Pela primeira vez, e por iniciativa da APAVT, a comitiva incluirá também representantes da nossa congénere espanhola, a CEAV, bem como da ECTAA-Confederação Europeia das Associações de Agências de Viagens e Operadores Turísticos, num esforço conjunto para promover o desenvolvimento das relações turísticas entre Macau e o mercado europeu. A comitiva é composta por um total de três dezenas de profissionais do setor, especialmente convidados por Macau”, detalha a APAVT.

Além da visita à feira de turismo de Macau, os participantes nesta missão internacional contam com um “intenso programa que inclui encontros B2B e outras iniciativas que visam reforçar as relações bilaterais e estabelecer novas parcerias estratégicas, com vista ao incremento do volume de turismo, nos dois sentidos”.

“É conhecida a proximidade entre a APAVT e Macau, proximidade construída através de trabalho conjunto contínuo, sempre com o objetivo de incrementar os fluxos turísticos entre Portugal , Macau e a China em geral. A atual comitiva é um passo em frente muito significativo neste trabalho conjunto, ao alargar o esforço de aproximação a duas comunidades internacionais que integramos e muito prezamos – a Aliança Ibérica, constituída pela APAVT e a espanhola CEAV, e a ECTAA”, afirma Pedro Costa Ferreira, presidente da APAVT.

*O Publituris foi um dos convidados pela APAVT para integrar esta missão empresarial a Macau, sobre a qual vai ser possível saber mais nas próximas edições do jornal Publituris.

 

 

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