Iberia defende voos de curta distância ao contrário da França
Ao contrário da decisão francesa, que entrou em vigor no passado dia 23 de maio, de proibir voos domésticos no país, quando existe alternativa de comboio para uma viagem de duração inferior a duas horas e meia, a Iberia revela que, até que haja uma verdadeira intermodalidade com o comboio de alta velocidade, as rotas domésticas não serão suprimidas.
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A companhia aérea espanhola defendeu, esta terça-feira, a importância de manter os voos domésticos em Espanha face ao debate aberto após a sua proibição em França e alertou que suprimir as cinco principais rotas de curta distância do país teria um impacto negativo tanto no papel do aeroporto de Barajas como um hub internacional de conetividade como na própria economia espanhola.
Uma proposta que seria muito complicada neste momento em Espanha, já que a eliminação dos voos domésticos obrigaria à implantação de um sistema intermodal que transportasse dez linhas de alta velocidade por hora até Barajas T4, segundo um estudo da PwC para a Iberia.
A análise da PwC indica que as rotas domésticas contribuem para a criação de riqueza e emprego em Espanha, já que para cada milhão de passageiros que utilizam esses voos, são gerados 102 milhões de euros de PIB e 1.852 empregos em tempo integral.
Se forem consideradas as cinco principais rotas domésticas com alternativa AVE (as ligações entre Madrid e Barcelona, Málaga, Sevilha, Valência e Alicante), o impacto anual é de 329 milhões de euros.
Os voos domésticos representam menos de 1% das emissões totais de CO2 em Espanha, percentagem que também está a diminuir devido aos investimentos em combustível e aviação sustentável (SAF) e na renovação da frota, refere o mesmo relatório.
O estudo da PwC indica que a chegada da alta velocidade nas cinco rotas mais movimentadas implicou uma grande perda de quota aérea e uma redução das frequências de voo, pois os viajantes têm substituído o avião pelo comboio de alta velocidade.
Assim, entre 2007 e 2019 o número de passageiros que viajaram de avião nas cinco rotas estudadas diminuiu mais de metade, passando de 8,97 para 4,06 milhões.
No entanto, a Iberia diz que, embora o número de frequências tenha diminuído em média 65% nestas cinco rotas nos últimos 20 anos, os voos de curta distância continuam a ser “essenciais” para transferir passageiros para o hub Madrid-Barajas desde onde a Espanha está conectada com destinos internacionais, especialmente com a América Latina e os Estados Unidos.
Em conferência de imprensa, Beatriz Guillén, diretora de Vendas Globais da Iberia, citada pela imprensa espanhola, destacou o impacto positivo que estas rotas têm tanto no turismo em Espanha como na satisfação das necessidades dos quatro milhões de passageiros que utilizam todos os anos o hub de Madrid para conexões de longo curso.
A proibição de voos domésticos em França, quando existe alternativa de comboio para uma viagem de duração inferior a duas horas e meia, entrou em vigor no passado dia 23 de maio, após algumas polémicas que têm como pano de fundo o combate às alterações climáticas, e numa tentativa de reduzir as emissões de carbono no país, objetivo comum em toda a União Europeia (UE).
A proibição, que não afeta os voos de ligação, aplica-se a trajetos entre as mesmas cidades dos voos e que permitam a presença de mais de oito horas por dia no destino.
As novas mudanças foram aprovadas também para a utilização de jatos particulares para viagens curtas, que também estão proibidas, à medida que o país trabalha para tornar o transporte mais ecológico e justo para a população.
Conforme o Publituris já tinha noticiado, inicialmente, a medida foi contestada pela União dos Aeroportos Franceses (UAF) e pela filial europeia do Conselho Internacional de Aeroportos (ACI Europe), o que levou a Comissão Europeia a realizar uma investigação aprofundada relativamente à operacionalização do plano.
A proibição de voos de curta distância vigorará por três anos, após os quais deverá ser reavaliada pela Comissão.