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OMT espera “reescrever história do turismo” com a reabertura da China

A Organização mundial do Turismo (OMT) considera a reabertura da China como “a peça final na recuperação do turismo” da maior crise da história do setor.

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OMT espera “reescrever história do turismo” com a reabertura da China

A Organização mundial do Turismo (OMT) considera a reabertura da China como “a peça final na recuperação do turismo” da maior crise da história do setor.

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Liderando uma delegação de alto nível à cidade de Hangzhou para participar da reabertura oficial, o secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, saudou o levantamento das restrições de viagem como um grande impulso para o crescimento económico e as oportunidades sociais na Ásia e no Pacífico, bem como a nível global.

De acordo com dados da OMT, a pandemia custou aos destinos em todo o mundo um total de 270 mil milhões de dólares (cerca de 255 mil milhões de euros) em gastos com turistas chineses no exterior apenas em 2020 e 2021. A reabertura das fronteiras representa, portanto, “o momento que o mundo esperava”, admitiu Pololikashvili.

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O secretário-geral da OMT é o primeiro chefe de agência da ONU a visitar a China desde que as restrições foram suspensas. O ministro da Cultura e Turismo da China, Hu Heping, deu as boas-vindas ao apoio da OMT durante a pandemia e por se juntar às celebrações oficiais de reabertura. Numa reunião bilateral, o ministro Hu Heping e o secretário-geral Pololikashvili concordaram em aprofundar ainda mais a colaboração para posicionar o turismo na agenda da cooperação internacional para o desenvolvimento e nas principais áreas de educação turística e turismo para o desenvolvimento rural.

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De acordo com dados da OMT, a China cresceu e tornou-se o maior mercado de turismo do mundo antes da pandemia. Em 2019, os turistas chineses gastaram um total de 255 mil milhões de dólares (pouco mais de 240 mil milhões de euros) em viagens internacionais, enquanto o turismo doméstico serviu como um pilar de crescimento e emprego, com mais de 6 mil milhões de viagens somente naquele ano, apoiando empregos e negócios em todo o país.

Turismo para o desenvolvimento rural
Refletindo o trabalho da OMT para tornar o turismo uma força motriz do desenvolvimento rural, a delegação de alto nível foi recebida em Yucun, um dos quatro destinos chineses a serem reconhecidos entre as ‘Melhores Aldeias Turísticas pela OMT’. A vila recebeu o reconhecimento pelo compromisso em tornar o turismo uma fonte de oportunidades locais, além de seu compromisso com o turismo ecológico e abordagem pioneira na gestão de resíduos no nível do destino.

Setores público e privado repensam o turismo
A OMT foi recebida como parceira do Xianghu Dialogue, organizado pela World Tourism Alliance (WTA) na cidade de Hangzhou. Sob o tema “Um Novo Paradigma para um Novo Turismo”, o evento reuniu líderes dos setores público e privado para repensar o futuro do setor em torno das principais prioridades de sustentabilidade, igualdade e resiliência.

Os principais tópicos abordados nos dois dias incluíram a promoção do desenvolvimento do turismo colaborativo entre países e regiões, cooperação internacional e redução da pobreza por meio do turismo, conectividade inteligente, gestão e planeamento de destinos, inovação e novos modelos de negócios.

China como principal parceiro do turismo
No ano passado, a China estabeleceu-se como um dos principais apoiantes da OMT em várias áreas prioritárias. Isso inclui o Turismo Positivo da Natureza, que a OMT colocou na agenda da Conferência de Biodiversidade das Nações Unidas (COP15), da qual a China atuou como presidente.

A OMT regressa à China em setembro para o Global Tourism Economic Forum (GTEF), a decorrer em Macau. A décima edição do Fórum fornecerá novamente uma plataforma para governos, líderes empresariais, especialistas e académicos promoverem planos compartilhados para o desenvolvimento sustentável do turismo.

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Boeing anuncia que vai despedir 10% dos trabalhadores

A Boeing planeia despedir cerca de 10% dos trabalhadores nos próximos meses, ou seja, cerca de 17 mil pessoas, à medida que continua a perder dinheiro e tenta lidar com problemas laborais e de produção.

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O novo diretor executivo da construtora aeronáutica norte-americana, Kelly Ortberg, comunicou aos funcionários, na sexta-feira, que a redução de postos de trabalho vai incluir executivos, gestores e funcionários. A companhia tem cerca de 170 mil trabalhadores em todo o mundo.

“A nossa empresa encontra-se numa situação difícil (…) que exige decisões difíceis e teremos de efetuar mudanças estruturais para garantir a competitividade e a satisfação dos nossos clientes a longo prazo”, disse Ortberg aos funcionários.

A empresa vai ainda adiar para 2026 o lançamento de um novo avião, o 777X, inicialmente anunciado para o próximo ano. Também vai deixar de construir a versão de carga do aparelho 767 em 2027, depois de terminar as encomendas atuais.

Por outro lado, a produção da empresa está a ser afetada por uma greve de trabalhadores, iniciada em 13 de setembro, depois de terem rejeitado uma proposta de contrato que incluía aumentos salariais de 25% em quatro anos.

A paralisação abrange cerca de 33 mil trabalhadores da montagem de aviões, a maioria dos quais na zona de Seattle, na costa oeste dos Estados Unidos, levando à suspensão da produção dos aviões mais vendidos da empresa.

A greve não deve causar cancelamentos de voos, nem afetar diretamente os passageiros das companhias aéreas, mas será mais um golpe para a reputação e as finanças da Boeing, num ano marcado por problemas nas operações aéreas, de defesa e espaciais.

A Administração Federal da Aviação dos Estados Unidos aumentou o escrutínio da empresa depois de um painel ter explodido num Boeing Max durante um voo da Alaska Airlines, em janeiro.

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Turismo indígena injecta 67 mil milhões de dólares na economia mundial, diz WTTC

Durante o último dia do Global Summit, o World Travel & Tourism Council (WTTC) lançou um relatório sobre turismo indígena, revelando que este contribuirá com 67 mil milhões de dólares para a economia global até 2034.

Victor Jorge

O turismo indígena está a emergir rapidamente como um motor económico fundamental, apontando o mais recente relatório do World Travel & Tourism Council (WTTC), apresentado durante o Global Summit, em Perth (Austrália), que este turismo cria emprego e valor económico em áreas remotas, além de promover e proteger as culturas, as línguas e as terras dos povos indígenas, assim como possibilita aos visitantes uma oportunidade única de conhecer e aprender sobre a história e a tradição indígenas.

Com o mercado global do turismo indígena a crescer a uma taxa de crescimento anual de 4,1% durante a próxima década, atingindo 67 mil milhões de dólares (cerca de 62 mil milhões de euros), “este setor está a capacitar as comunidades para assumirem o controlo do seu futuro económico”, diz o relatório.

Só no Canadá, o setor do turismo indígena apoia quase 2.000 empresas e mais de 39.000 empregos, contribuindo com 1,7 mil milhões de dólares (cerca de 1,5 mil milhões de euros) para a economia em 2017.

Da mesma forma, na região de Guna Yala, no Panamá, o turismo é o principal motor económico, sustentando o povo Guna e a sua cultura, ao mesmo tempo que cria uma economia autossuficiente.

Este boom económico é alimentado pela crescente procura de experiências culturais autênticas em países como o Canadá, a Austrália e os Estados Unidos da América (EUA), entre outros.

Na Austrália, mais de 1,4 milhão de visitantes internacionais participaram em experiências de turismo indígena em 2019, marcando um crescimento anual de 6% desde 2010.

Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, reconhece que o turismo indígena “não é apenas mostrar ricas tradições culturais, trata-se de capacitar as comunidades, criar empregos sustentáveis e garantir que os povos indígenas tenham o controle de suas próprias histórias e futuros económicos”.

O relatório demonstra o imenso potencial do turismo indígena para impulsionar o crescimento económico, especialmente em regiões remotas, preservando simultaneamente um património cultural de valor inestimável. “Como a procura global de experiências autênticas continua a aumentar, é crucial que apoiemos as empresas indígenas e asseguremos que têm acesso aos recursos e ao financiamento necessários para prosperar”, conclui a responsável do WTTC.

Preservar a cultura através do turismo
O relatório “Supporting Global Indigenous Tourism” mostra como o turismo indígena também desempenha um papel crucial na preservação do património cultural, das línguas e das práticas tradicionais.

O povo Sámi do norte da Europa (Lapónia), por exemplo, desenvolveu marcas de certificação como “Sámi Duodji” para proteger as suas ricas tradições, enquanto o inovador robot Kipi do Peru ajuda a preservar línguas em vias de extinção como a Kukama, falada por apenas 2.000 pessoas.

Ao incorporar elementos como estes no turismo, as comunidades indígenas podem salvaguardar as suas identidades culturais.

O turismo indígena permite, também, uma carreira sustentável, exemplificada pela Indigenous Tourism Association of Canada (ITAC) do Canadá, possibilitando às comunidades controlar o seu futuro através do turismo.

Entretanto, países como a Austrália e os EUA estão a incorporar cada vez mais experiências indígenas no marketing turístico nacional, assegurando uma representação autêntica.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
Sobre o autorVictor Jorge

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Transportes

Tráfego aéreo nos aeroportos espanhóis cresce mais de 4% em setembro

De acordo com o “Observatório Aéreo” do CEAV e da Reclama Travel, foram registados 150.000 voos em comparação com 143.916 em 2023. O número de rotas aéreas operadas de e para Espanha aumentou 3,3% para 3.648 rotas.

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O tráfego aéreo nos aeroportos espanhóis cresceu 4,2% em setembro em comparação com o mesmo período de 2023, de acordo com o ‘Observatório Aéreo’ do CEAV e da Reclama Travel, que também indica que foram registados 150.000 voos em comparação com 143.916 em setembro de 2023. O número de rotas aéreas operadas de e para Espanha em setembro aumentou 3,3% em relação ao ano passado, atingindo 3.648 rotas.

Entre os aeroportos com os aumentos mais notáveis nas operações, Barcelona-El Prat liderou o ranking com 946 voos adicionais, seguido pelo aeroporto de Madrid-Barajas, com mais 394 voos. Quanto às rotas domésticas com maior volume de operações em Espanha, destacam-se Barcelona-Palma de Maiorca e Lanzarote-Gran Canaria. A rota Barcelona-Palma de Maiorca registou 674 voos, seguida de perto pela rota inversa Palma de Maiorca-Barcelona, com 646 voos. Por seu lado, a ligação Lanzarote-Gran Canaria acumulou 638 voos.

As companhias aéreas que lideraram o número de operações totais em setembro em Espanha foram a Ryanair e a Iberia. Especificamente, a Ryanair liderou com 30.246 voos, enquanto a Iberia seguiu-se com 18.037 operações. O mercado doméstico foi dominado pela Iberia e pela Vueling, embora a Binter Canarias se tenha destacado com um crescimento significativo, atingindo 7.412 voos face aos 6.951 do ano anterior.

Neste sentido, as companhias aéreas mais pontuais em Espanha foram a Aerolíneas Argentinas e a Delta, considerando tanto os voos domésticos como os internacionais e tendo em conta apenas as companhias aéreas que operaram pelo menos 50 voos durante o mês. A Aerolíneas Argentinas liderou o ranking com um atraso médio de apenas 0,08 minutos, seguida pela Delta, que registou um atraso médio de 1,3 minutos.

Cancelamentos e atrasos aumentam
O número de cancelamentos de voos em Espanha durante o mês de setembro de 2024 registou um aumento significativo em comparação com o mesmo período do ano passado. Em setembro de 2023, foram cancelados cerca de 390 voos, enquanto em 2024 este número subiu para 557, registando um aumento de 42,8%. A Vueling lidera a lista das companhias aéreas mais afetadas (155 cancelamentos), seguida da British Airways (96 cancelamentos).

Quanto aos atrasos, os voos com mais de três horas de atraso aumentaram significativamente em setembro, quando cerca de 0,6% do total de voos registaram atrasos superiores a três horas.

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Turismo

Viagens de negócios atingem valor recorde de 1,5 biliões de dólares em 2024

Contas feitas e apresentadas no Global Summit do World Travel & Toursim Council (WTTC) indicam que as viagens de negócios deverão ultrapassar os níveis pré-pandémicos e atingir um recorde de 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,3 biliões de euros, em 2024.

Victor Jorge

De acordo com o relatório apresentado pelo World Travel & Toursim Council (WTTC) no Global Summit, realizado em Perth (Austrália), revela que as viagens de negócios deverão ultrapassar os níveis pré-pandémicos este ano, mais rapidamente do que o previsto anteriormente, atingindo um recorde de 1,5 biliões de dólares (cerca de 1,3 biliões de euros).

“O aumento do trabalho remoto durante a pandemia teve um efeito desproporcionado nas viagens de negócios, em comparação com as viagens de lazer, com as plataformas virtuais a substituírem as reuniões presenciais”, realça o relatório do WTTC.

No ano passado, as viagens de lazer ficaram apenas 2,9% atrás do pico de 2019, enquanto as viagens de negócios permaneceram 5,4% aquém do período pré-pandémico.

Na apresentação do relatório, diversos líderes empresariais voltaram a sublinhar a importância da interação das reuniões presenciais, prevendo-se que a atividade deverá exceder os níveis de 2019 em 6,2%

EUA e China regressam em força
De acordo com o “2024 Economic Impact Trends Report” do WTTC, os gastos com viagens de negócios nos EUA, que representaram 30% do total global em 2019, devem atingir 472 mil milhões de dólares (cerca de 430 mil milhões de euros) este ano, ficando, assim, 13,4% acima do recorde de 2019 do país.

Na China, o segundo maior mercado mundial de viagens de negócios, prevê-se que as a atividade das viagens de negócios cresça 13,1% acima de 2019, atingindo quase 211 mil milhões de dólares (cerca de 190 mil milhões de euros).

Os gastos com viagens de negócios na Alemanha, o terceiro maior, devem, por sua vez, atingir 87,5 mil milhões de dólares (perto dos 80 mil milhões de euros), pouco menos de 1% acima do pico de 2019, enquanto as viagens de negócios no Reino Unido e na França devem injetar um recorde de 84,1 mil milhões de dólares e 42,1 mil milhões de dólares nas respetivas economias (cerca de 77 mil milhões de euros e 38 mil milhões de euros, pela mesma ordem).

Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, salientou que, “após alguns anos difíceis, as viagens de negócios não só estão de volta ao bom caminho, como estão a recuperar muito mais rapidamente do que o previsto, o que realça a importância das viagens internacionais para as empresas em todo o mundo”.

“Muitas potências empresariais, como os EUA, a China e a Alemanha, deverão atingir números recorde este ano. Embora as reuniões virtuais tenham desempenhado um papel crucial durante a pandemia, mantendo as pessoas e as empresas ligadas, os nossos dados mostram que os negócios são melhores realizados de forma presencial e cara-a-cara.”

Paul Abbott, CEO da American Express Global Business, admitiu, por sua vez, que “as empresas de todo o mundo valorizam mais do que nunca as viagens e as relações presenciais, uma vez que a circulação de pessoas foi restringida durante a pandemia”.

“Sempre dissemos que as viagens eram uma força para o bem, impulsionando o progresso económico e social. Mas quando as viagens pararam, o PIB caiu a pique, o desemprego disparou, os problemas de saúde mental aumentaram e o mundo tornou-se um lugar menos tolerante. Atualmente, já não existem dúvidas quanto aos benefícios das viagens. Empresas de todo o mundo – muitas pela primeira vez – estão a investir em viagens de negócios para fazer crescer os seus negócios e criar culturas vencedoras”.

De acordo com o relatório, outros fatores também contribuíram para o ressurgimento das viagens de negócios. Como as economias de todo o mundo recuperaram desde a pandemia, com a contribuição do PIB global das viagens e do turismo a atingir níveis recorde, foi possível às empresas reafetar mais fundos às viagens de negócios.

O crescimento das viagens combinadas, em que os viajantes combinam viagens de negócios com férias pessoais também contribuiu para tornas as viagens de negócios mais atrativas.

Além disso, o setor MICE (reuniões, incentivos, conferências e eventos) também regressou em força, retomando os eventos presenciais após um longo período de cancelamentos e adiamentos.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
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Turismo

O papel (cada vez mais relevante) da gastronomia nas viagens

A gastronomia assume cada vez mais um papel essencial na escolha de um destino. E as gerações mais novas são prova disso, escolhendo o destino em função do que vão comer.

Victor Jorge

81% dos viajantes afirmam que experimentar as comidas e cozinhas locais é o ponto alto da sua viagem e 47% da Geração Z e da Geração Y viajam cada vez mais para novos locais enquanto aprendem sobre a história e a cultura de um lugar.

No painel “What is the Vintage” no segundo dia do Global Summit do World Travel & Tourism Council 2024, a realizar em Perth (Austrália), a pergunta que se impôs foi: “Qual é o futuro da gastronomia e do enoturismo e de que forma estão a ajudar os viajantes a ligarem-se à cultura e ao local?”.

Dale Tilbrook, fundador da Dale Tilbrook Experiences, considera que, atualmente, “muitos dos turistas são conquistados pelo paladar. Ou seja, se oferecermos boa comida e vinho, metade do caminho para conquistar esses viajantes está feito”.

Na realidade, os quatro oradores participantes neste painel destacaram a importância cada vez maior da gastronomia e do enoturismo e da relação que os viajantes procuram com o que o destino oferece neste capítulo.

“Quando viajamos, gostamos de ver monumentos, museus, ir à praia, ver um bonito pôr do sol. Mas o viajante recordará de igual forma ou até valorizará mais o que come e bebe nesse destino”, admitiu Alexandra Burt, co-fundadora e proprietária da Voyager Estate, Margaret River. “Na realidade, é somente seguir a máxima: ‘somos aquilo que comemos’”. Para Burt, “não se trata somente de oferecer a boa gastronomia e vinhos no local, mas abrir uma porta para que as pessoas levem essas recordações e as repitam em sua casa, as mostrem aos seus amigos”.

Num país onde o vinho é um produto de primeira linha para o turismo, Tilbrook destacou este facto ao afirmar que, “não temos a mesma história da Europa, mas a novidade que os vinhos australianos trazem é algo que o viajante reconhece e valoriza”.

Destaque mereceu, também, o facto de este tipo de turista ser um viajantes “com um poder de compra mais elevado, o que faz com que deixa mais dinheiro no destino e interaja mais com as comunidades locais, uma vez que procura produtos diferenciados e que só conseguirá encontrar no destino”, frisou Alexandra Burt.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
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Turismo

Competitividade do turismo significa experiências, mas cada vez mais personalizadas e inclusivas

O primeiro painel do Global Summit do World Travel & Tourism Council 2024 teve a competitividade do setor das viagens e turismo como foco. Se a conectividade é essencial, cada vez mais as experiências assumem o seu papel imprescindível. Contudo, estas devem ser cada vez mais personalizadas e oferecer algo único. O sucesso passa por antecipar o que o viajante procura.

Victor Jorge

Com as projeções a estimarem que o setor das viagens e do turismo valerão 16 biliões de dólares (cerca de 14,5 biliões de euros) – e 11,4% do PIB global – em 2034, a competitividade do turismo é mais importante do que nunca, especialmente nos mercados mais maduros.

Assim, uma das ideias que ficou do primeiro painel do Global Summit do World Travel & Tourism Council 2024, a realizar em Perth (Austrália), foi a de que os investimentos táticos serão fundamentais para a competitividade no panorama atual e futuro para aumentar a quota de mercado global.

Contudo, reconhecido foi, igualmente, que serão os mercados mais maduros a registar maiores dificuldades. Audrey Hendley, presidente da American Express Travel (AET), frisou que “à medida que o cliente muda, a oferta de produto terá de mudar e acompanhar as exigências desse mesmo cliente. Com isso, também, a promoção, comunicação e serviços terão de ser alterados”.

Neste campo, a responsável pela AET admitiu que a companhia está cada vez mais focada em oferecer viagens de experiências onde a aposta passa, por exemplo, por produtos desportivos, admitindo que “foi com surpresa que registamos o interesse cada vez maior pelo ténis ou Formula 1, principalmente nas gerações mais novas”.

Defensora que os produtos oferecidos terão de fazer com que “os clientes sintam uma relação connosco”, Hendley reconheceu que as viagens individuais estão a ter cada vez mais procura. “Não é só vender a viagem, é estar junto do cliente e não vê-lo como cliente, mas como membro”.

Ao referir-se aos viajantes/turistas, a presidente da AET frisou, também, que os padrões de gastos deixaram de ser locais. “Um viajante já não pode ser visto como sendo de um determinado local, de um mercado emissor específico. A tecnologia disponibilizada atualmente faz-nos olhar para um viajante como sendo global e é importante que se perceba que, hoje, um turista pode viajar para qualquer parte do mundo. Por isso, temos de nos antecipar às expectativas, exigências e necessidades desse viajante e conseguir oferecer-lhe algo inesperado”.

Por isso salientou que “o sucesso passa por estar à frente, antecipar a procura. Quem o conseguir fazer terá mais sucesso”, frisou Hendley.

Importante em todo este cenário está, naturalmente a conectividade, e num destino como Perth, cidade localizada na parte Ocidental da Austrália, esta assume uma relevância ainda maior, dada a distância. Jason Waters, CEO do Perth Airport, admite as dificuldades, ou melhor, “desafios” que um aeroporto como o de Perth tem. Contudo, reconhece que toda a experiência de viagem não começa no aeroporto ou mesmo no destino final. “A experiência positiva de uma viagem começa em casa, quando o viajante começa a fazer a sua busca, pretende reservar a sua viagem, faz o check-in e só depois entra o aeroporto. Naturalmente que uma má experiência em qualquer aeroporto pode impactar a viagem negativamente. Mas hoje temos toda a tecnologia disponível que permite ultrapassar todas estas questões. E aí sim, poderemos ter vantagem competitiva”.

Destacadas foram também, as respostas que têm de ser oferecidas a quem viaja e sofre de incapacidade invisíveis. “Facilitar as viagens a este tipo de viajantes não é mais uma alternativa, é uma obrigação e qualquer aeroporto ou companhia aérea pode e será penalizada por não ter todos estes aspetos em conta”. “Ser competitivo é ser inclusivo, em todos os aspetos”, concluiu Jason Waters.

No campo da sustentabilidade, tema que, após a pandemia assumiu uma relevância de primeira ordem, James Thornton, CEO da Intrepid Travel, começou por referir que, “basta recuar 10 anos e nem convidado era para este tipo de fóruns, quanto mais ser orador. Ora, atualmente, quem não tiver a sustentabilidade incluída no negócio, não terá qualquer sucesso”, admitiu.

Contudo, Thornton frisou que “a sustentabilidade é uma proposta de valor. Hoje a sustentabilidade não pode ser unicamente vista como viajar com menor pegada ambiental. A sustentabilidade de hoje e, principalmente, do futuro, passa por uma sustentabilidade ambiental, económica, mas fundamentalmente, local”.

Por isso, o CEO da Intrepid Travel destacou o combate que terá de ser feito ao “greenwashing”. “Temos de ter a certeza de que todos rumamos para o mesmo lado. De nada vale eu afirmar que tenho preocupações com a sustentabilidade, se depois o meu fornecedor, o hotel para onde envio os meus clientes ou a rent-a-car que disponibilizo não têm as mesmas preocupações e práticas que nós temos”.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
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“O turismo sempre enfrentou crises e guerras e conseguiu responder da melhor maneira”, reconhece presidente e CEO do WTTC

Com diversos conflitos a acontecer no mundo, a presidente e CEO do WTTC recorda que o turismo sempre conviveu com esta(s) realidade(s). Contudo, Julia Simpson reconhece que a situação é preocupante e o impacto no turismo sentir-se-á se houver uma escalada, além de a cadeia de abastecimento voltar a sofrer disrupções que fazem com que os preços não baixem como esperado.

Victor Jorge

Com os números referentes à atividade turística mundial a indicarem um ano de 2024 a bater recordes, o arranque da 24.ª edição do Global Summit do World Travel & Tourism Council (WTTC), que decorre em Perth (Austrália) até ao dia 1o de outubro, ficou marcado pela incerteza devido aos conflitos que acontecem no mundo.

Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, mostra-se, naturalmente, preocupada, “não só com os os conflitos e diversos impactos”, mas, sobretudo, “com as tragédias humanas incalculáveis que se vivem”.

Certo é que, segundo a responsável do WTTC, o setor das viagens e turismo “sempre viveu e conviveu com guerras e conflitos de diversa ordem, independentemente da geografia”.

“Exceto na pandemia, onde a atividade, de facto, parou, sempre fomos confrontados com conflitos, sejam eles de menor ou maior dimensão. Dizer que estes não têm impacto, é tapar os olhos”, admitiu Julia Simpson, reconhecendo, contudo, que, no caso dos atuais conflitos – Ucrânia e Médio Oriente – “estes são mais regionais e não tanto globais. No entanto, sabemos do impacto que estes têm nas diversas cadeias de abastecimento e na distribuição dos muitos produtos que o turismo necessita por esse mundo fora”.

Além disso, Julia Simpson admite que esta realidade “também não permite um aliviar dos preços, já que com tantas restrições nos transportes, as rotas que habitualmente se faziam, não se podem fazer, aumentando os percursos e, assim, também o preço final. Claro que toda a indústria sofre, mas também sabemos que as pessoas sofrem, uma vez que o preço a pagar é mais alto”.

Julia Simpson fez a ponte para a importância das comunidades locais e o foco que deverá ser dado às mesmas. “É nestas alturas que devemos perceber a importância que as nossas comunidades locais, os produtos locais possuem, já que estão à mão e, com toda a certeza, a preços mais acessíveis, além de ajudarem essas mesmas comunidades locais não só com rendimento, mas, sobretudo, com a criação e manutenção de emprego”.

Julia Simpson admite que o setor do turismo tem contribuído para trazer cada vez mais pessoas da economia informal para a formal, “o que traz mais dinheiro para as economias”.

Com o Banco Federal dos EUA a baixar recentemente as taxas de juro, Julia Simpson admite que esta estratégia se reflita no resto do mundo e, assim, “minimize os efeitos das guerras. Sabemos que os preços aumentaram devido à pandemia e à disrupção das cadeias de abastecimento. Com as cadeias a estarem cada vez mais normalizadas, é natural que se verifique um abrandamento nesta subida de preços”.

Contudo, a presidente e CEO do WTTC concluiu que “é preciso estar constantemente alerta, já que se tratam de situações muito voláteis, que podem escalar de um momento para o outro, trazer ainda mais incerteza e insegurança e tudo isto nunca é positivo para as viagens e para o turismo”.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
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Quase um milhão de visitantes em Macau na “semana dourada” de outubro

Macau recebeu 993.117 visitantes na primeira semana de outubro, nos feriados comemorativos do dia nacional da China, indicaram dados disponíveis no site da Direção dos Serviços de Turismo (DST) do território.

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O número médio diário de visitantes durante a “semana dourada” (1 a 7 de outubro) foi de 141.873, mais 22,9% do que no ano passado, em que o mesmo período de feriados decorreu entre 29 de setembro e 06 de outubro, de acordo com os mesmos dados fornecidos pela DST.

No terceiro dia da semana, 03 de outubro, Macau registou o maior número de visitantes, com 174.313, enquanto o menor número de visitantes foi verificado no sétimo dia, 07 de outubro, com 76.816, acrescentou.

Em 2019, Macau registou um total de 1.201.912 visitantes (menos 20%).

As “semanas douradas” são períodos que concentram vários feriados. A “semana dourada” de outubro constitui o segundo maior movimento de massas na China, a seguir ao período do ano novo lunar, principal festa tradicional das famílias, que geralmente acontece no início do ano, com a data a variar consoante o calendário lunar.

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Turismo

Receitas fiscais totais do turismo ultrapassam os 3 biliões de euros em 2023

No arranque da 24.ª edição do Global Summit do World Travel & Tourism Council (WTTC), em Perth (Austrália), Julia Simpson apresentou os números mais recentes referentes ao turismo mundial. Assim, além dos 10,4 biliões de euros que o turismo representará no PIB mundial, 9,6% das receitas fiscais provêm da atividade turística global.

Victor Jorge

“Os números impressionam sempre quando se fala da atividade das viagens e turismo”, salientou Julia Simpson, presidente e CEO do World Travel & Tourism Council (WTTC), no arranque da 24.ª edição do Global Summit, que se realiza até ao próximo dia 10 de outubro, em Perth (Austrália).

Assim, segundos as mais recentes previsões do WTTC, a economia mundial deverá receber o contributo de mais de 11,1 biliões de dólares (cerca de 10,4 biliões de euros) em 2024. Este contributo para o Produto Interno Bruto (PIB) global representa um aumento de 7,5% face ao ano de 2019 e 10% do PIB total em todo o mundo.

Os números indicam, igualmente, que perto de 350 milhões de pessoas terão no turismo a sua atividade laboral, representando 10,4% do emprego total em todo o mundo e um aumento de 4,1% face ao pico de 2019.

Outro dado importante saído da primeira conferência de imprensa global do Global Summit do WTTC foi o da contribuição do turismo para as receitas fiscais a nível mundial. O WTTC estima que, em 2023, o setor do turismo mundial terá participado com mais de 3,3 biliões de dólares (cerca de 3 biliões de euros) para os cofres das finanças dos países, o que equivale a 9,6% do total das receitas fiscais a nível mundial.

No que diz respeito ao ambiente, “tema ‘querido’ para o WTTC”, segundo admitiu Julia Simpson, a mais recente pesquisa ambiental e social (ESR) do WTTC, criada em parceria com o Ministério do Turismo da Arábia Saudita, revela que em 2023 as viagens e o turismo representaram 6,7% de todas as emissões globais, abaixo dos 7,8% em 2019, quando as viagens e o turismo estavam no auge.

A pesquisa mostra uma conquista importante com a contribuição económica do setor a crescer mais rapidamente do que o seu impacto ambiental.

Se no ano passado a contribuição das viagens e do turismo para o PIB mundial quase atingiu os níveis pré-pandémicos de 9,9 biliões de dólares (pouco mais de 9 biliões de euros), apenas 4% abaixo do pico do setor, em 2019, as emissões globais de GEE (Gases com Efeito de Estufa), em 2023, estavam 12% abaixo do pico de 2019, com a intensidade das emissões por unidade do PIB a cair 8,4% durante este período. “Isto demonstra que o crescimento do setor está a tornar-se mais limpo”, destacou Julia Simpson.

“O nosso setor está a provar que podemos crescer de forma responsável. Estamos a dissociar o crescimento das emissões, com as viagens e o setor do turismo a expandir-se economicamente, ao mesmo tempo que reduzem a sua pegada ambiental”, frisou a presidente e CEO do WTTC.

“Este é um momento decisivo, que prova que a inovação e a sustentabilidade andam de mãos dadas na definição do futuro do turismo global. No entanto, embora estejamos a dissociar o crescimento do nosso setor do aumento dos gases com efeito de estufa, o nosso objetivo são as reduções absolutas. Temos de acelerar significativamente este progresso para cumprir os objetivos climáticos de Paris. Estamos no bom caminho, mas temos de melhorar o nosso jogo”.

Um dos principais fatores das emissões do setor das viagens e turismo reside na energia utilizada para alimentar as suas operações. Embora 2023 tenha mostrado tendências positivas em comparação com 2019, é evidente que “ainda existem oportunidades significativas para acelerar a transição ecológica”, reconhece a responsável do WTTC.

Assim, “os aumentos no uso de energia renovável e as reduções na dependência de combustíveis fósseis permanecem relativamente modestos, destacando a necessidade de uma ação mais decisiva”, destacam os dados do WTTC, embora indiquem que, em 2023, a dependência do setor de fontes de energia de combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) caiu de 90% em 2019 para 88,2%.

A percentagem de fontes de energia com baixo teor de carbono (nuclear e renováveis) aumentou de 5,1% em 2019 para 5,9%  em 2023, refletindo os esforços em curso para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

“Não conseguimos controlar o que não conseguimos medir a 100%”, referiu Julia Simpson, destacando na conferência de imprensa que uma das soluções para este “problema energético” prende-se com a produção e utilização de SAF (Sustainable Aviation Fuel – Combustível Sustentável para a Aviação).

“Terá de haver políticas muito fortes por parte dos diversos governos para que existam efetivos incentivos à produção de SAF”, salientou Julia Simpson, avançando que, “sem estes será muito difícil aumentar a produção e baixar o preço do SAF. Ora, não existindo SAF ou este ter preços muito significativos não fará com que se consiga alcançar os objetivos de um setor das viagens e turismo mais limpo”, disse a presidente e CEO do WTTC.

*O Publituris viajou até Perth (Austrália) para o Global Summit 2024 a convite do World Travel & Tourism Council (WTTC)
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Viajantes internacionais procuram Europa pela cultura e história, mas preço continua barreira importante

De acordo com a atualização do Barómetro de Viagens de Longo Curso publicado pela European Travel Commission (ETC) e pela Eurail BV, 58% dos inquiridos planeiam viajar para destinos longínquos entre setembro e dezembro de 2024. 40% tencionam visitar a Europa, embora a acessibilidade económica continuar a ser a barreira mais importante para viajar para a Europa. O mercado asiático continua a alta, com 83% dos viajantes chineses inquiridos a manifestarem o desejo de visitar a Europa, mais 9% do que no ano passado.

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Os viajantes internacionais estão a mostrar-se mais cautelosos ao planearem viagens à Europa entre setembro e dezembro deste ano. É o que revela o último Barómetro de Viagens de Longo Curso 3/2024, publicado pela European Travel Commission (ETC) e pela Eurail BV, que explora o sentimento e as preferências dos viajantes relativamente às viagens de longo curso para a Europa.

O relatório revela que 58% dos inquiridos planeiam viajar para destinos longínquos nos últimos quatro meses do ano, com 40% a preverem uma visita à Europa. Isto representa uma descida de 4% em comparação com o mesmo período do ano passado. A acessibilidade dos preços é o principal obstáculo às viagens para a Europa, citado por quase metade dos inquiridos (44%). Este valor está a aumentar em todos os principais mercados, com exceção da Austrália, que registou um ligeiro decréscimo.

Aspirações chinesas
O relatório revela um aumento significativo, em termos anuais, da intenção de viajar para o estrangeiro por parte da China, com 83% dos inquiridos a manifestarem interesse em visitar a Europa, um aumento de 9% em relação ao ano passado. Este aumento é apoiado por vários fatores, incluindo a reintrodução de voos entre a China e a Europa, que tornou as viagens mais acessíveis.

As intenções de viagem dos brasileiros espelham de perto as observadas no outono passado, com quase 48% dos inquiridos a planearem visitar a Europa nos últimos quatro meses do ano, impulsionadas principalmente por viajantes mais jovens e mais abastados. Apesar da crescente confiança dos consumidores, os elevados custos continuam a ser um importante fator de dissuasão das viagens para as pessoas deste mercado.

Os viajantes do Canadá e da Austrália são mais cautelosos, com 39% e 33% dos inquiridos a planearem uma viagem à Europa até ao final do ano, o que está em consonância com os valores dos anos anteriores. Do mesmo modo, o desejo de visitar a Europa entre os inquiridos da Coreia do Sul e dos EUA é bastante modesto, com 27% e 23%, respetivamente. O sentimento de viajar para o estrangeiro dos EUA parece ser particularmente fraco, registando um declínio considerável em relação aos 41% do ano passado, principalmente devido aos elevados custos de viagem (40%), ao interesse em explorar outras regiões (23%) e ao tempo de férias insuficiente (17%).

O que influencia planos: segurança e preços
A segurança continua a ser o principal critério na escolha de um destino de férias na Europa (52%) – com um crescimento anual significativo entre os viajantes da Austrália, do Japão, da China, do Canadá e dos EUA -, seguida dos locais a visitar (41%) e da qualidade das infraestruturas turísticas (39%).

A inflação dos produtos e serviços turísticos está a começar a diminuir, mas os impactos duradouros dos últimos anos continuam a afetar os hábitos de viagem. A maioria dos inquiridos (66 %) planeia gastar entre 100 e 200 euros por dia, à semelhança do outono de 2023. No entanto, alguns mercados estão a apertar os seus orçamentos à medida que as férias na Europa se tornam menos acessíveis. Nomeadamente, registou-se uma queda anual de 30 % nos viajantes chineses que esperam gastar mais de 200 euros por dia. Além disso, na Austrália e no Canadá, registam-se aumentos de 6% e 8%, respetivamente, nos viajantes que preveem gastar menos de 100 euros por dia.

Cultura continua principal atrativo para visitar a Europa
O lazer é a principal razão para viajar para a Europa, com 78% dos inquiridos a responderem que esse foi o principal motivo da sua visita. A cultura e a história continuam a ser as principais atrações para futuras viagens, com 44% dos inquiridos a referi-las como uma prioridade. Este interesse crescente beneficia os centros históricos e os pontos de interesse cultural da Europa. Nomeadamente, o interesse em explorar a rica cultura e história da Europa aumentou na China (+13%), no Japão (+11%) e nos EUA (+14%), em comparação com o ano passado. Os potenciais viajantes citaram também as experiências gastronómicas como um atrativo especial para visitar a Europa (39%), seguidas da vida urbana (33%).

Apresentado pela primeira vez neste estudo, o inquérito revela que os inquiridos que planeiam viajar para a Europa têm um forte interesse em interagir com os habitantes locais. Cerca de 40% indicaram que interagiriam ocasionalmente com os habitantes locais para melhorar as suas viagens. Além disso, 36% procurariam experiências culturais mais profundas, aprendendo sobre a vida e as tradições locais, enquanto 15% aspiram a construir relações significativas com os habitantes locais.

Miguel Sanz, presidente da ETC, salienta que os viajantes que planeiam visitar a Europa “demonstram um grande interesse em estabelecer relações com os habitantes locais, o que evidencia uma mudança mais ampla no sentido de experiências mais significativas e autênticas”.

Além disso, o sucessor do português Luís Araújo à frente dos destinos da ETC frisa que os resultados do barómetro sublinham que os habitantes locais são “um trunfo fundamental para moldar a perceção que os visitantes estrangeiros têm dos destinos europeus, através da sua hospitalidade, cultura e vida quotidiana”.

E conclui: “Ao envolver os habitantes locais na tomada de decisões em matéria de turismo, dando-lhes a possibilidade de criarem as suas próprias iniciativas turísticas e investindo em espaços autênticos como mercados, centros culturais e eventos, os destinos podem cultivar relações sustentáveis que beneficiam tanto os viajantes como os residentes. É esta abordagem que pode fazer da Europa um destino ainda mais culturalmente vibrante e acolhedor”.

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