O que as companhias aéreas deviam ter aprendido com a pandemia em termos de contratação
Com o aumento do número de voos para este verão de 2022, foram muitas as companhias aéreas que não conseguiram acompanhar a procura com a contratação de pessoal.
Publituris
Hoteleiros questionam aumento da taxa turística em Lisboa e pedem “transparência” na relação com o Turismo
Marriott International acrescenta 100 hotéis e 12.000 quartos ao portfólio europeu até 2026
Lufthansa revê resultados para 2024 em baixa
CoStar: Pipeline hoteleiro regista trajetória ascendente no continente americano
Depois dos hotéis, grupo Vila Galé também aposta na produção de vinho e azeite no Brasil
Novo MSC World America navega a partir de abril de 2025 com sete distritos distintos
Top Atlântico promove campanha para as viagens de verão
ERT do Alentejo dinamiza Estações Náuticas na Nauticampo
TAP escolhe filmes do Festival ART&TUR para exibição nos voos de longo curso
Universidade de Coimbra lança curso de Empreendedorismo em Desportos Aquáticos e Viagens
Muitas companhias aéreas apostaram no regresso dos funcionários quando as viagens começaram a ser retomadas em 2022 e, como resultado, aumentaram rapidamente os horários de primavera/verão. No entanto, segundo revela a GlobalData, “as companhias aéreas deveriam ter aprendido com a pandemia que nada é certo no clima atual”.
Para Ralph Hollister, analista de viagens e turismo da GlobalData, “é compreensível a razão que levou as companhias aéreas a aumentar rapidamente os seus horários de primavera/verão para 2022, já que os programas de vacinação mostraram um forte progresso em muitos mercados-chave para o setor de viagens, resultando no aumento da confiança nas reservas em 2021”.
No entanto, o responsável da consultora, salienta que “muitas companhias aéreas têm encontrado dificuldades para contratar, avaliar e formar novos funcionários para atender à procura imprevista de voos internacionais e agora estão a ver-se obrigadas a cancelar centenas de voos”.
A consultora aponta exemplo como a Delta, Wizz Air, e easyJet que já estão ou preparam-se para reduzir os horários de primavera/verão devido à falta de pessoal. No caso da easyJet, a GlobalData refere que a empresa “anunciou em novembro de 2021 que iria adicionar milhares de lugares para voos com destino à Grécia para o verão de 2022. Contudo, olhando para as tendências de contratação da companhia [através do GlobalData Job Analytics Database], verifica-se que não está a aumentar o número de vagas [empregos ativos] no site tanto durante o mês de novembro de 2021, como nos meses a seguir ao anúncio”, diz a consultora.
Mas Hollister destaca que “a falta de contratação no final de 2021, seguida de um aumento repentino nos meses que antecederam o verão de 2022, sugere que companhias aéreas podem estar a sofrer com problemas de escala, o que levou ao excesso de vendas. Essas companhias aéreas poderiam ter escalado as suas operações de forma mais provisória para evitar ter que cancelar voos adicionais em grande número devido a pressões sobre a contratação”.
Com muitos viajantes a perguntarem qual a razão dessas companhias terem aumentado o número de voos sem terem capacidade para realizar os voos adicionais, “é necessário garantir reembolsos oportunos para limitar os danos à reputação”, frisa o responsável da GlobalData.
Hollister diz ainda que são “muitos os viajantes ainda desagradados por causados obstáculos que tiveram que enfrentar para receber reembolsos durante o primeiro período de cancelamentos causados pela pandemia. Se as companhias aéreas demorarem a processar os reembolsos após cancelamentos repentinos neste verão, os clientes podem nunca mais voltar a usar os seus serviços”.
E conclui: “Os viajantes podem ter dado às companhias aéreas o benefício da dúvida durante o pico da pandemia, mas é improvável que sejam tão indulgentes se problemas semelhantes ocorrerem a partir de agora”.