Assembleia Geral das Nações Unidas dá voz ao Turismo pela primeira vez
A Assembleia Geral das Nações Unidas promoveu, esta quarta-feira, pela primeira vez, uma sessão sobre turismo e o seu papel crítico para a recuperação e o crescimento sustentável e inclusivo. Com o tema “Colocar o turismo sustentável e resistente no centro da recuperação inclusiva”, representantes de países e do setor privado debateram como deveria ser o futuro deste setor para que seja “mais sustentável, mais resistente e mais responsável”.
Carolina Morgado
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O debate temático de alto nível foi convocado pelo Presidente da Assembleia Geral, Abdulla Shahid, em colaboração com a Organização Mundial do Turismo (OMT).
No Salão da Assembleia Geral, representantes de governos se juntaram a entidades do setor público e privado para reconhecer a capacidade única do turismo de inspirar mudanças positivas.
Naquela que foi a primeira intervenção na história de um Secretário-Geral da OMT perante a Assembleia Geral da ONU, Zurab Pololikashvili afirmou que “agora é a hora de construir sociedades resilientes e pacíficas, e o turismo pode ajudar a consegui-lo, já que é um provedor líder de oportunidades, construindo pontes e um futuro melhor para as pessoas em todo o mundo”, segundo comunicado divulgado pela OMT.
Por sua vez, a Vice-Secretária-Geral da ONU e presidente do UNSDG – Grupo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, Amina J. Mohammed, referiu que participaram da sessão inaugural, que destacou “Todas as partes do sistema da ONU, incluindo a OMT, como agência especializada no setor, pode apoiar-se no turismo para nos ajudar a alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, desde o crescimento inclusivo até o empoderamento de gênero ou proteção da biodiversidade”.
Abdulla Shahid, também destacou a importância do turismo, especialmente para pequenas ilhas e Estados em desenvolvimento: “no início do longo caminho de recuperação do Covid-19, temos uma oportunidade única não apenas relançar o turismo, do qual dependem o emprego e o sustento de muitas famílias, mas também transformá-lo, torná-lo mais resiliente, sustentável e responsável”.
Se continuar no mesmo caminho que seguia até à suspensão forçada a partir de março de 2020, o setor irá gerar até 2050 um aumento no consumo de energia de 154%, 131% mais emissões de gases de efeito de estufa, 152% mais consumo de água e 251% mais resíduos sólidos, segundo um relatório das Nações Unidas sobre a Economia Verde.
“Não podemos permitir que isso continue assim (…) Temos que ser mais ambiciosos, mais responsáveis do que isso”, instou o presidente da Assembleia da ONU, alertando que “agora é o momento para transformar o setor”.
Os desafios da retoma
Numa palestra informal, moderada pelo apresentador da CNN International Richard Quest, foram realçados os desafios para a recuperação do turismo, analisando como conciliar possíveis desequilíbrios entre a necessidade de impulsionar o crescimento económico e o emprego, mas sem pôr em risco os esforços de sustentabilidade em geral.
O debate de alto nível também contou com três mesas redondas que abordaram o turismo para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Outra discussão focou-se em alternativas para acelerar uma transformação ambientalmente amigável do turismo. Para finalizar, a última reunião analisou a reativação dos investimentos em turismo.
Na véspera do debate, o secretário-geral da OMT reuniu com o presidente da Assembleia Geral da ONU para discutir o papel do turismo no contexto das Nações Unidas. Shahid aproveitou a oportunidade para elogiar o trabalho da OMT na liderança do turismo, primeiro, na maior crise de sua história, e agora, na retoma e recuperação do setor. O encontro, segundo nota de imprensa da OMT, também lançou as bases para a possível inclusão do tema turismo nos debates anuais ou sessões temáticas da Assembleia Geral da ONU.
Com 120 milhões de empregos perdidos durante a pandemia, este setor, que antes respondia por 4% do PIB mundial, é o principal motor do crescimento económico e de desenvolvimento para a maioria dos países, em particular os menos desenvolvidos.