“O nosso objetivo é fazer regressar quem já visitou Cuba”
Apostada em diversificar a oferta turística existente em Cuba, a abertura ao investimento estrangeiro é uma das alavancas para a retoma do turismo para o pós-pandemia.
Victor Jorge
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Cuba quer diversificar a sua oferta turística e não viver ou sobreviver do segmento “sol e praia”. Esta foi uma das informações deixadas pela nova Embaixadora de Cuba em Portugal, Yusmari Díaz Pérez, num encontro realizado com a imprensa na embaixada de Cuba no nosso país.
“Queremos que Cuba seja conhecida pelo seu povo, segurança, tranquilidade, história e património e não somente pelo sol e praia”, salientou a Embaixadora que assumiu funções no nosso país há menos de um mês.
Com 94% da população cubana vacinada com, pelo menos, uma dose e 87% com as três doses (vacinas produzidas em Cuba), Yusmari Díaz Pérez frisou que o país vai dar o passo para a abertura no próximo mês de abril, admitindo que “Cuba está pronta para receber os turistas”.
Com Portugal em 18.º lugar no ranking dos países emissores, ranking esse liderado pelo Canadá, as ligações do nosso país a Cuba estão, neste momento, asseguradas por voos charters – Worldt2Fly, EuroAtlantic e Iberojet -, revelando a Embaixadora que pretende iniciar conversações com a TAP a breve trecho para assegurar que a companhia aérea nacional “regresse a um destino muito importante para ambos os lados”. A intenção passa por ter “voos diretos e regulares”, constituindo a BTL uma oportunidade para “iniciar uma conversa que tem tudo para ser vantajosa para todas as partes”.
No que diz respeito à oferta turística de Cuba, tanto a Embaixadora como a Conselheira de Turismo de Cuba para Espanha e Portugal, Niurka Pérez Denis, frisaram a diversificação da oferta realizada em tempo de pandemia para que, “na retoma, os turistas possam usufruir de novos serviços e ofertas”.
Essa diversificação passou, passa e passará, de acordo com as duas executivas, por captar investimento estrangeiro, “não só para a hotelaria, mas também para o desenvolvimento de parques temáticos que enriqueçam a nossa oferta”.
O investimento estrangeiro em Cuba foi, de resto responsável pela adição de mais de 4.000 quartos, de forma a “apresentar uma nova praça hoteleira em Cuba e dar serviços de qualidade superior”.
A Conselheira de Turismo frisou, igualmente, a aposta feita na digitalização de todo o setor, destacando a disponibilização de rede wifi em todos os hotéis de 4 e 5 estrelas, e alguns de 3 estrelas, como forte investimento feito tanto pelas entidades estatais como privadas, além da aposta em novas infraestruturas de transporte, de modo a “facilitar a visita a Cuba”.
Com a maior parte do investimento estrangeiro em Cuba a ser espanhol, mas também indiano, a intenção passa, também, por “diversificar a origem desse investimento estrangeiro no país”.
A Embaixadora não deixou, no entanto, de frisar as dificuldades colocadas pelas sanções financeiras e económicas impostas a Cuba, salientando que “criámos condições legais e logísticas para que esses investimentos estrangeiros possam ser feitos no nosso país”.
Com uma agenda definida – Agenda 2030 – a aposta passa, igualmente, pela sustentabilidade e por um desenvolvimento económica próspero, com o objetivo de “dar a conhecer o que somos”.
Mas além do investimento na praça hoteleira e parques temáticos, os olhos também estão colocados no golfe, turismo de saúde, familiar, considerando Yusmari Díaz Pérez que “não é que o não tenhamos feito anteriormente, mas queremos valorizar ainda mais a nossa oferta, apostando na qualidade e diversificação”.
A aposta na digitalização levou a que as entidades cubanas tivessem apostado numa nova plataforma que possibilite “o turista que visite Cuba conhecer, efetivamente Cuba e conseguir preparar toda a sua jornada com antecipação”.
Por isso, concluiu a Embaixadora de Cuba em Portugal, “escutámos quem nos visita para melhorar não só o que estava menos bem, mas para aumentar a qualidade do que já era e continuará a ser bom”.