“O Turismo do Algarve vai começar a promover o turismo industrial”
Ao acreditar que a BTL “irá simbolizar a previsão de retoma que acreditamos ser possível a partir de março”, o presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes, salienta ainda que “As pessoas nunca deixaram de querer viajar e isso é evidente sempre que são reduzidas as medidas restritivas de circulação”.
Victor Jorge
BTL
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Admitindo que são “claros sinais da recuperação, ainda que gradual”, João Fernandes, presidente do Turismo do Algarve, espera que, a partir de março” se registem “valores muito próximos de 2019, o melhor ano de sempre”. Para já, a BTL será um ponto para “conhecer a vasta oferta” que a região possui em produtos que complementam a oferta de Sol e Mar. Exemplo disso mesmo é o começo da promoção do Turismo Industrial, ao integrar o Grupo Dinamizador da Rede Portuguesa de Turismo Industrial, coordenado pelo Turismo de Portugal, com o objetivo de “estruturar e promover a oferta turística do país associada à indústria viva e ao património industrial”.
Que expectativas possui relativamente à BTL 2022 a menos de um mês do início do evento e depois da não realização em 2020 e 2021?
Sendo um evento de referência no setor e depois de dois anos de suspensão, a expectativa é que a BTL 2022 seja o palco da promoção dos destinos e do debate dos desafios do Turismo nos próximos anos. As estratégias foram adaptadas, o perfil do turista sofreu alterações e a dinâmica dos mercados está diferente, pelo que é de extrema relevância que este evento sirva para partilhar análises e opiniões que permitam, em conjunto, uma retoma sustentável do Turismo a todos os níveis, nomeadamente no que ao recrutamento qualificado diz respeito.
O que poderemos esperar da participação do Turismo do Algarve nesta BTL 2022?
A participação do Turismo do Algarve na BTL far-se-á com a estreia de um novo stand, ainda mais apelativo e inovador, que visa a promoção da confiança da marca Algarve e a notoriedade do principal destino turístico do país, numa escala internacional. Este ano apostamos na tecnologia e vamos ter mesa interativa que apresenta a oferta de cada um dos concelhos da região, bem como um dispositivo com efeitos holográficos que tornam o ambiente mais acolhedor.
Será um ponto de encontro para os profissionais do setor, mas também um espaço onde o público em geral pode ficar a conhecer a vasta oferta que temos em produtos que complementam a oferta de Sol e Mar, nomeadamente turismo de natureza (turismo ativo), turismo de gastronomia e vinhos, turismo náutico e turismo criativo, através do projeto Algarve Craft & Food.
Será ainda apresentada uma novidade: o Turismo do Algarve vai começar a promover o turismo industrial, ao integrar o Grupo Dinamizador da Rede Portuguesa de Turismo Industrial, coordenado pelo Turismo de Portugal, com o objetivo de estruturar e promover a oferta turística do país associada à indústria viva e ao património industrial.
A estratégia do Turismo do Algarve terá como alvo o mercado interno ou externo? Que importância possui, neste aspeto, o programa dos “Hosted Buyers”?
Considerando a importância e a oportunidade da promoção no mercado interno nesta feira, estaremos mais focados em Portugal. Não obstante, é claro que a presença de compradores estrangeiros é sempre muito positiva, pois permite aumentar a rede de contactos e a comercialização do destino Algarve noutros países e, nesse sentido, o programa “Hosted Buyers” tem um contributo relevante.
Entretanto, a ITB já cancelou o evento presencial, que se deveria realizar uma semana antes da BTL, a FITUR acaba de ter uma edição que superou, segundo os presentes, as expectativas, a BIT de Milão também foi adiada. Como se gere esta expectativa e dúvida relativamente a medidas e restrições que poderão ser colocadas a qualquer hora e dificultar ou até impossibilitar a participação?
A pandemia ensinou-nos a estar ainda mais preparados para a imprevisibilidade associada a fatores externos, com forte impacto na atividade e impossíveis de controlar. De qualquer das formas, tudo indica que há condições sanitárias para a realização da BTL e que as medidas e restrições em vigor não serão impeditivas de superar as expectativas em termos de iniciativas e de número de participantes.
Considerando a importância e a oportunidade da promoção no mercado interno nesta feira, estaremos mais focados em Portugal
Este poderá ser o evento da retoma para o setor do turismo ou ainda existem demasiadas dúvidas e incertezas?
Acredito que a realização deste evento irá simbolizar a previsão de retoma que acreditamos ser possível a partir de março.
As pessoas nunca deixaram de querer viajar e isso é evidente sempre que são reduzidas as medidas restritivas de circulação. Neste momento, já estamos com bons níveis de reservas para os próximos meses, muito próximos dos de 2019, ano em que se registaram os melhores resultados de sempre. O Algarve está entre as principais escolhas dos portugueses e dos mercados externos da Europa e isso é notório quando verificamos o crescimento das taxas de ocupação.
Falando agora especificamente do Turismo do Algarve, como correu o ano de 2021 e que expectativas possuem, aos dias de hoje, relativamente a 2022?
Segundo os dados preliminares do INE, e se compararmos 2019 (ano pré-pandémico) com 2021, a queda dos proveitos do alojamento turístico situou-se em torno dos 40%, quando em 2020 havia sido superior a 60%. Marcado por um primeiro quadrimestre de fortes restrições e pelo efeito acumulado do impacto da pandemia, 2021 foi um ano especialmente exigente para empresas e trabalhadores. No entanto, de julho a novembro podemos assistir a uma retoma, numa primeira fase marcada pelo mercado interno e depois também pela procura de europeus, que apenas foi interrompida já no mês de dezembro pela quinta vaga. Este ano, já sentimos claros sinais da recuperação, ainda que gradual, e esperamos que a partir de março se registem valores muito próximos de 2019, o melhor ano de sempre.
A pandemia trouxe desafios acrescidos ao setor obrigando-o a reinventar-se em matéria de segurança, sustentabilidade e transformação digital, o que a meu ver é o lado mais positivo desde período tão difícil.
Além da BTL 2022, que outras ações irão desenvolver para este ano de 2022 e que mercados terão como alvo?
São várias as áreas de atuação que temos para este ano. Referindo apenas algumas que se destinam a Portugal e Espanha, há um claro foco na área da sustentabilidade, gastronomia e vinhos, cultura e natureza. Falo, por exemplo, da participação no roadshow Publituris, da realização de ações promocionais da gastronomia e artesanato em Espanha, no âmbito dos projetos Craft & Food e Algarve Premium, da organização de visitas com imprensa, bloggers e operadores e agentes do setor ou até mesmo da aposta na iniciativa Algarve + Sustentável, que reúne a Bienal de Turismo de Natureza e o Algarve Nature Fest num evento comum que responde às necessidades dos stakeholders e que promove, em simultâneo, o património e as atividades ao ar livre da região.
A pandemia ensinou-nos a estar ainda mais preparados para a imprevisibilidade associada a fatores externos, com forte impacto na atividade e impossíveis de controlar
Se tivesse de fazer um pedido à organização da BTL 2022, qual seria?
Acredito que a BTL tem um potencial enorme na promoção destinada ao público em geral, pelo que gostaria que houvesse um reforço da dinâmica de comercialização dos destinos e dos produtos turísticos portugueses junto do visitante/consumidor.
No final do evento, que balanço gostaria de conseguir fazer?
Seria muito interessante verificar que o setor está, como acredito, com a capacidade e a energia para abraçar os novos desafios e que os turistas acompanham esta dinâmica. No que ao Algarve diz respeito, espero ser possível despertar o interesse de um elevado número de participantes, com as atividades que os visitantes podem desfrutar no nosso stand.