Istambul, regresso à capital dos sultões
Dividida entre a Europa e a Ásia, Istambul é uma cidade histórica e um destino turístico imperdível, que já está a recuperar a azáfama e o rebuliço que os turistas lhe conferem. Venha com o Publituris descobrir a maior cidade da Turquia, que mantém todo o seu encanto, mesmo em tempos de pandemia.
Inês de Matos
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Dividida entre a Europa e a Ásia, Istambul é uma cidade histórica e um destino turístico imperdível, que já está a recuperar a azáfama e o rebuliço que os turistas lhe conferem. Venha com o Publituris descobrir a maior cidade da Turquia, que mantém todo o seu encanto, mesmo em tempos de pandemia.
São muitos os monumentos que funcionam como cartão-postal de Istambul, mas nenhum permite sentir o pulsar da cidade como o Grand Bazar. Localizado junto a muitos dos monumentos históricos, o Grand Bazar de Istambul é uma das principais artérias comerciais da cidade, um local onde tudo se vende e tudo se compra e onde locais e turistas se misturam numa turba que, nos tempos áureos, parece não terminar. São milhares e milhares de pessoas que, diariamente, circulam pelas mais de 60 ruas do Grand Bazar de Istambul e ali fazem compras nas 3.600 lojas que vendem desde artesanato, aos famosos turkish delight, sem esquecer as especiarias, chás e outros produtos que dão ao espaço uma multiplicidade de cores e aromas únicos no mundo.
Istambul foi a última cidade que visitei antes do início da pandemia, em fevereiro de 2020, ainda as notícias da chegada da COVID-19 à Europa eram escassas e intermitentes. Por isso, estava curiosa para saber qual seria o cenário que encontraria desta vez no Grand Bazar de Istambul, que já tinha visitado por três vezes, sempre com um mar de gente à minha volta, ao ponto de, por vezes, quase levitar em vez de andar. Estaria vazio ou a funcionar com restrições, as lojas estariam todas abertas? Estas eram algumas das dúvidas que andavam à volta na minha cabeça e me faziam duvidar que, desta vez, fosse encontrar uma cidade tão vibrante como tipicamente Istambul se apresenta. Mas não poderia estar mais enganada.
Se é verdade que a multidão não chegava ao ponto de nos fazer levitar, também é verdade que, dentro do Grand Bazar, assim como nas ruas imediatamente ao lado, para onde as lojas e bancas de produtos típicos se prolongam, o cenário não estava assim tão diferente da última vez. É que, tal como em Portugal, a Turquia conta já com uma elevada taxa de vacinação e adotou uma série de medidas para conter a COVID-19, que permitiram ao país respirar de alívio e voltar a abrir as portas aos turistas, que já percorrem novamente as ruas da cidade aos milhares, dando a Istambul uma animação que é tão característica da cidade.
E foi justamente com o objetivo de mostrar como está, atualmente, a situação na Turquia e para provar que Istambul é “um destino seguro”, que a Turkish Airlines e o operador turístico Viagens Tempo se juntaram para promover uma viagem de familiarização à maior cidade da Turquia, entre 15 e 19 de novembro, na qual o Publituris marcou presença, assim como um grupo de sete agentes de viagens.
Istambul em tempos de pandemia
Esta foi a quarta vez que visitei Istambul, uma cidade histórica que, ao longo dos séculos, conheceu diversas denominações – foi Bizâncio na época do império bizantino e, mais tarde, Constantinopla quando se converteu na capital do império romano no Oriente, passando a Istambul já depois da conquista pelos otomanos, em 1453 – e que guarda monumentos de quase todas as culturas e civilizações que por ali passaram.
Hoje, Istambul é uma metrópole que conta com mais de 15 milhões de habitantes e onde as práticas e cultura muçulmanas – a religião de 98% dos seus habitantes – se misturam com o que de mais moderno o século XXI trouxe e onde não faltam hotéis das mais conhecidas cadeias internacionais e lojas de marcas que tipicamente se encontram em qualquer capital europeia. Depois, há ainda uma rica gastronomia que, apesar da diferença para a portuguesa, muito por culpa dos aromas das especiarias, promete fazer adeptos, até porque muitos dos ingredientes a que estamos habituados na dieta mediterrânica também lá estão, como as azeitonas e o azeite, os legumes, a fruta, os frutos secos, o queijo ou o iogurte.
E foi justamente pela comida que começámos esta aventura pela capital dos sultões, nome por que eram conhecidos os antigos governantes muçulmanos e que deixaram na cidade palácios, mesquitas e outros monumentos que nos transportam para o conto das ‘Mil e Uma Noites’.
Chegámos a Istambul ao final da tarde e, depois de nos encontrarmos com Ayse Sezer, a guia que nos acompanhou durante a viagem, seguimos para o primeiro contacto com a gastronomia turca. O jantar, na zona de Kumkapi, contou com os típicos mezzes – as entradas turcas que também podem servir de refeição – assim como com outros dos mais tradicionais petiscos nacionais. Só depois da barriga estar mais composta fomos conhecer o Yigitalp Hotel, unidade de quatro estrelas na zona histórica de Istambul, que foi o nosso quartel-general.
Logo às primeiras horas que passámos na cidade, percebemos que, por lá, também a COVID-19 é encarada com cautela. Além das máscaras faciais que são obrigatórias em locais fechados, assim como em transportes públicos, todos os estabelecimentos, como hotéis, lojas, cafés ou restaurantes, têm em local bem visível as 14 regras que devem ser cumpridas para prevenir contágios e onde não faltam apelos à lavagem e desinfeção de mãos, ao distanciamento físico e à vigilância de sintomas associados à doença.
E, tal como Portugal lançou o selo Clean & Safe, também a Turquia criou um selo que garante o cumprimento das regras para estabelecimentos ligados ao turismo, denominado Safe Tourism, que está afixado à porta dos estabelecimentos aderentes.
Mas não se pense que esta viagem ficou marcada pela COVID-19. Apesar da doença ainda ser uma ameaça, mesmo que também na Turquia a taxa de vacinação seja elevada e atinja mais de 60% da população, e de frequentemente sermos lembrados das regras em vigor, o certo é que Istambul se mantém como uma cidade capaz de oferecer experiências inesquecíveis e onde todos os monumentos estão em pleno funcionamento e abertos aos visitantes.
Do Bósforo à Torre Galata
A cidade, em todo o seu esplendor, só se revelaria no dia seguinte, quando nos aventurámos num passeio de barco pelo Bósforo. Apesar do frio e do vento que, em novembro, já se fazem sentir em Istambul, os passeios de barco no Bósforo são um ‘must-do’, pois permitem apreciar toda a parte europeia da cidade, desde a zona histórica até à parte mais moderna e onde se encontra o estádio do Besiktas, sem esquecer a parte asiática, passando pela ponte do Bósforo, que liga a Europa à Ásia, assim como pela fortaleza de Rumelihisarı, construída pelo sultão Maomé II, no século XV, como apoio para a conquista de Constantinopla, em 1453.
O passeio no Bósforo durou praticamente toda a manhã e terminou já perto da hora do almoço. Mas, antes de nos voltarmos a deliciar com a gastronomia turca, houve ainda tempo para visitar a mesquita Rüstem Paxá, um edifício com quase meio século, que se encontra mesmo em frente à ponte de Galata e que é conhecida pelos seus azulejos de İznik, considerados os mais belos do género, ultrapassando mesmo os da Mesquita Azul.
O almoço chegaria logo depois da visita à mesquita e, desta vez, o restaurante selecionado foi o Ali Ocakbasi, no bairro de Beyoglu e bem perto da Praça Taksim, que visitámos após o almoço e onde existe agora uma nova mesquita batizada com o mesmo nome da praça e que foi inaugurada pelo Presidente Erdogan já este ano. A visita à Mesquita Taksim é interessante, pois é um edifício moderno e com uma decoração sóbria, bem diferente de grande parte das mais de 3.500 mesquitas que existem na cidade, muitas das quais históricas.
A tarde do primeiro dia completo em Istambul seria passada neste bairro de Beyoglu, que é mais associado às artes e à população mais jovem, funcionando mesmo como uma espécie de Bairro Alto lá da zona. É também neste bairro que se localiza a conhecida Avenida Istiklal, uma das mais conhecidas de Istambul, onde se concentram muitas das lojas de marcas internacionais e que é atravessada por um elétrico semelhante aos de Lisboa. Tal como o Grand Bazar, também esta avenida serve para medir o pulso à cidade e, nos dias em que por lá passámos, o movimento era constante, quase como nos tempos anteriores à pandemia.
Durante o passeio por Beyoglu, onde viríamos também a jantar nessa noite, visitámos ainda a Catedral do Espírito Santo, uma das poucas igrejas católicas que se encontram na cidade, assim como a Torre Galata, uma torre medieval com quase 67 metros de altura que se impõe na paisagem de Istambul e que, nos dias de hoje, funciona como um miradouro privilegiado. Sinal de que o turismo já está a recuperar em Istambul, era igualmente a fila que já se formava para subir à Torre Galata e que praticamente dava a volta ao edifício, mas que, ainda assim, era mais curta do que nas outras vezes em que visitei o monumento.
Palácio Topkapi e Santa Sofia
O segundo dia em Istambul começou com outro clássico, a visita ao Palácio Topkapi, antiga residência dos sultões e onde passámos praticamente toda a manhã, uma vez que este palácio se estende por uma generosa área de 700 mil metros quadrados. Além da dimensão do monumento, a visita ao Palácio Topkapi deve ser realizada às primeiras horas da manhã, uma vez que também as filas para entrar no edifício costumam ser longas e demoradas.
Ao longo da visita, é possível ver as diversas salas que eram usadas pelos sultões, fosse para receber enviados de outros países ou para acomodar o seu harém, sem esquecer o trono que era usado pelos governantes otomanos, assim como algumas exposições especiais, como a de relógios ou das armas dos sultões, passando ainda pelas relíquias sagradas do Islão.
Localizado em Sultanahmet, zona histórica de Istambul, o palácio fica ao lado de Santa Sofia e da Mesquita Azul, sendo necessários apenas alguns minutos de caminhada para visitar os três monumentos. E, após o palácio, foi para a Mesquita Azul que seguimos, numa visita que acabou por ser mais curta que o esperado, já que grande parte do edifício se encontra em reabilitação, incluindo o seu interior, e os deslumbrantes azulejos desta mesquita estavam tapados por andaimes, impedindo a sua contemplação.
O almoço seria a etapa seguinte e, desta vez, o restaurante Omar, em frente à Mesquita Azul, foi o escolhido. Mezzes e os típicos kebabs fizeram, mais uma vez, as delícias dos comensais.
Já a parte da tarde foi dedicada a visitar o antigo hipódromo – datado da época dos bizantinos mas do qual, infelizmente, já pouco resta -, assim como Santa Sofia, a apenas alguns passos de distância e que é um dos edifícios mais emblemáticos de Istambul. Construída como catedral na época dos bizantinos, Santa Sofia funcionou como mesquita durante o período dos otomanos e passou a museu pela mão de Kemal Ataturk, o pai da Turquia moderna, em 1931.
Santa Sofia é um edifício imponente, que nenhum turista deixa de visitar. A história, a grandiosidade, a sua cúpula com diâmetro superior a 30 metros e que se eleva a mais de 55 metros do chão, bem como os ricos mosaicos e vitrais, tornam Santa Sofia num local especial. Não posso, no entanto, deixar de realçar que, desde julho do ano passado, Santa Sofia voltou a funcionar como mesquita, por decisão do Presidente Erdogan, o que veio alterar muito daquilo que era a visita enquanto teve o estatuto de museu. Com a mudança, a visita ao primeiro andar do edifício passou a estar vedada, enquanto os mosaicos e vitrais com imagens católicas foram tapados com painéis amovíveis, o que retira muito do interesse histórico à visita.
O regresso de Santa Sofia a mesquita não foi, no entanto, um processo pacifico, uma vez que, segundo Ayse Sezer, “todos os guias turísticos estão contra” e fizeram até uma manifestação em protesto contra a mudança, mas sem grande efeito. Certo é que, nem tudo é mau nesta alteração, pois a entrada tornou-se gratuita e passou a ser possível visitar o edifício até à meia-noite. E visitar este imponente edifício à noite também tem um encanto especial.
Mercado das especiarias e Grand Bazar
Mas quem visita Istambul não pode deixar de passar pelos mercados da cidade, com destaque para o Bazar das Especiarias, também conhecido como Bazar Egípcio, e para o Grand Bazar de Istambul, locais de comércio mas que, pelo seu caráter histórico e arquitetura singulares, são também atrações turísticas, por onde passa a maioria dos turistas que visita a cidade.
Visitámos o primeiro logo no início desta viagem a Istambul e, mais uma vez, não consegui evitar voltar a ficar fascinada com os aromas e as cores que por ali se encontram. O açafrão, as pimentas de quase todas as variedades, a canela, o cravinho, a paprica ou o anis estrelado são algumas das especiarias que se encontram por todo o mercado, que também está localizado na zona histórica, em frente à Ponte Galata, que liga as duas partes europeias da cidade.
Mas o mercado que ninguém quer perder é mesmo o Grand Bazar, um dos maiores e mais antigos mercados do mundo. Construído depois da conquista de Constantinopla pelos otomanos, em 1455, o Grand Bazar de Istambul é um espaço coberto, com 45 mil metros quadrados e 22 portas de entrada, onde trabalham mais de 20 mil pessoas e por onde passam diariamente muitas mais. É uma autêntica cidade dentro da enorme cidade que é Istambul. Aqui, tudo se vende, mas há produtos emblemáticos, como as famosas ‘pashminas’ ou echarpes confecionadas com caxemira, os turkish delights – doces turcos que parecem gomas com frutos secos – ou o típico artesanato local. E, se for às compras, lembre-se que, por aqui, o regateio ainda é tradição, o que leva a que nada se compre sem que sejam necessários alguns minutos para regatear o preço com o vendedor. É assim que se fazem os melhores negócios.
O Grand Bazar de Istambul foi o último ponto desta viagem de familiarização a Istambul, de onde voltei com a certeza que, apesar da pandemia, a maior cidade da Turquia mantém todo o seu encanto e continua pronta a receber os turistas, ainda que, agora, seja necessário levar na bagagem também as máscaras faciais e, claro, o certificado de vacinação.
“Viagem superou todas as expetativas. Não podia ter corrido melhor”
Promovida pela Turkish Airlines e pelo operador turístico Viagens Tempo, esta viagem de familiarização decorreu entre 15 e 19 de novembro, com a participação de sete agentes de viagens da Graçatur, Bestravel Paços de Ferreira, FR Travel, Bonsai Viagens, Bestravel Benfica, Q Viagens Viseu e Inatel Viagens, além de Ana Aguiar, comercial das Viagens Tempo.
No final da viagem, Ricardo Davim, responsável das Viagens Tempo que, tal como Nuno Figueiredo, da Turkish Airlines, acompanhou o grupo, fazia um balanço positivo, considerando que a ação “superou todas as expetativas. Não podia ter corrido melhor”.
Além de dar a conhecer aos agentes de viagens os monumentos e atrações turísticas de Istambul, esta viagem de familiarização pretendeu também mostrar “que o destino está seguro” e que, apesar da COVID-19, o turismo já está de regresso à maior cidade da Turquia.
Para Istambul, as Viagens Tempo contam com vários programas, assim como viagens à medida, e, em 2021, disponibilizaram também um pacote de réveillon com lugares garantidos na Turkish Airlines, à partida de Lisboa e Porto.
Como ir e onde ficar?
Esta viagem teve partida e chegada ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, a partir de onde a Turkish Airlines realiza cinco voos por semana para Istambul, às segundas, terças, quintas, sextas e sábados. Além do Porto, a companhia aérea turca também voa para Istambul à partida de Lisboa, em ambos os casos com destino ao novo aeroporto de Istambul Arnavutköy, que foi inaugurado em 2018 e que é atualmente um dos maiores do mundo.
Para alojamento, Istambul oferece uma vasta gama de unidades de todas as classificações, incluindo de conhecidas cadeias internacionais de hotelaria. No nosso caso, o Yigitalp Hotel, de quatro estrelas superior e localizado na zona histórica, foi a unidade que nos acolheu.
Além de um confortável hotel de quatro estrelas superior, o Yigitalp Hotel oferece uma localização perfeita para quem quiser ficar alojado a uma custa distância das principais atrações da cidade, como a Mesquita Azul, Santa Sofia ou o Grand Bazar de Istambul.
O que levar?
Nesta altura do ano, é imperativo levar na bagagem agasalhos quentes, uma vez que o inverno costuma ser bastante frio em Istambul e são mesmo comuns os dias em que neva. Além disso, o calçado confortável é outro requisito, uma vez que é necessário andar bastante a pé, pois o trânsito caótico de Istambul não permite que as deslocações sejam sempre realizadas em veículos motorizados. Andar a pé ou de transportes públicos costumam ser as melhores opções. Depois, é ainda aconselhado que as senhoras levem um lenço ou echarpe, uma vez que, para entrar nas mesquitas, é necessário cobrir o cabelo.
Devido à COVID-19, é também necessário ter o certificado de vacinação ou apresentar um teste negativo à chegada, bem como fazer o registo na plataforma https://register.health.gov.tr.
Já o visto de entrada na Turquia deixou de ser necessário para os cidadãos portugueses desde março de 2020, bastando apenas ter o Cartão do Cidadão para entrar no país.
*A jornalista viajou a convite da Turkish Airlines e Viagens Tempo.