Governo “poderia e deveria ir muito mais longe”, admite presidente da CTP
Foram várias as “exigências” e os “pedidos de apoios” por parte do presidente da CTP, Francisco Calheiros, ao Governo. Certo é que, segundo a Confederação, o “motor gripado” será “recuperado e voltar a fazer crescer a atividade económica”.
Victor Jorge
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No Dia Mundial do Turismo que a Confederação do Turismo de Portugal comemora em Coimbra com a conferência “Retomar o Crescimento”, Francisco Calheiros, presidente da CTP, admitiu que a retoma da atividade, “ao contrário do que se possa pensar, ainda não é uma realidade”, salientando que, “à semelhança do ano passado – que registou o pior número de dormidas desde 1993 e quebras na atividade na ordem dos 63% – em 2021, as quebras deverão situar-se nos 56% em relação ao ano anterior”.
Encontrando-se ainda a fazer “contas aos estragos”, que, de acordo com Francisco Calheiros, “são muitos e que irão perdurar, nos próximos anos”, o presidente da CTP enumerou a imensa cadeia de valor que viu destruída anos de trabalho árduo e que retirou abruptamente o título de “motor da economia”.
Garantindo que o “motor gripado” será “recuperado e voltar a fazer crescer a atividade económica que “mais gerou riqueza e postos de trabalho nos últimos anos”, Calheiros admitiu que “sem um apoio muito claro do Governo para enfrentar esta tempestade que se abateu sobre nós, será tudo muito mais difícil, para prejuízo de Portugal e dos portugueses”.
Fazendo jus ao Governo por ter estado “bem” no início da pandemia, com medidas “rápidas, eficazes e fundamentais” para assegurar a sobrevivência das empresas, atualmente “poderia e deveria ir muito mais longe”.
Fazendo referência aos vários apoios que o Governo poderá e deverá dar, pelo, menos, até ao final do ano como, por exemplo, os apoios inerentes aos programas e investimentos que deverá chegar rapidamente às empresas; apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade em empresas em situação de crise empresarial; implementação de medidas estratégicas para salvar postos de trabalho; apoio à capitalização das empresas, Francisco Calheiros deixou o “aviso” de que o Código de Trabalho “não pode regredir ainda mais em relação à reforma de 2019”.
“Desde que este Governo tomou posse não houve ainda uma visão estratégica para as relações laborais que permitam incutir mais flexibilidade de gestão às empresas”, reforçou o presidente da CTP, salientando que o Código do Trabalho está a caminhar “a passos largos para o período pré-2011”.
Considerando que a falta de mão-de-obra, que “ameaça seriamente o crescimento do turismo e afeta a qualidade do serviço que nos distingue mundialmente”, exige, segundo Calheiros, “medidas sérias e imediatas”.
O discurso de abertura da conferência terminou com uma pergunta relativamente ao novo aeroporto de Lisboa e se este demorará “mais 50 anos?”.
E, para concluir, ficou a questão: “Alguém acredita que os graves problemas de sobrelotação desta infraestrutura no período pré-pandemia não voltarão a tornar-se uma ameaça séria ao turismo e à economia?”.