“Antes de 2035 ou 2040 não teremos novo aeroporto”, admite presidente da ANA
Presidente da ANA e CEO da TAP reforçaram a necessidade da construção do novo aeroporto. Até porque, para ambos, o turismo só assim recuperará e crescerá.
Victor Jorge
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Na “Retomar o Crescimento”, organizada pela Confederação do Turismo de Portugal para comemorar, em Coimbra, o Dia Mundial do Turismo, José Luís Arnaut, presidente do Conselho Administração da ANA Aeroportos, admitiu que “antes de 2035 ou 2040 não teremos novo aeroporto” em Lisboa.
Num painel que partilhou com a CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, José Luís Arnaut admitiu, igualmente, não ter dúvidas da “necessidade de Lisboa ter um novo aeroporto”, salientando que o aeroporto de Lisboa duplicou o número de passageiros, embora reconheça que, hoje, “estamos a 50%, mas vamos recuperar”.
Considerando que a atual infraestrutura da capital tem “restrições de capacidade em terra e no ar”, Arnaut salientou a situação “esquizofrénica que vivemos, em que nós [VINCI] quer investir e construir o novo aeroporto, mas não pode”.
Referindo que “não é possível aumentar capacidade no Humberto Delgado”, o responsável da ANA salientou que o novo aeroporto no Montijo permitiria chegar aos 40 milhões de passageiros quando construído.
Mas, fruto do atraso devido ao estudo de impacto ambiental, cujo caderno de encargos ainda não existe, faz Arnaut destacar que o novo estudo de impacto ambiental só será conhecido, “não antes do final da atual legislatura”. Ou seja, com entrada de novo Governo, estudo do dossier e arranque de qualquer obra, “antes de 2030 é uma miragem considerar um novo aeroporto no Montijo”, considerou o presidente da ANA.
Colocando em cima da mesa as restantes possibilidades – 2 pistas no Montijo e/ou Alcochete – “só mesmo para 2035 ou 2040 teremos novo aeroporto”.
Chamando a atenção para o facto de 75% dos turistas que visitam Portugal virem de avião, José Luís Arnaut afirmou que “o Montijo pode ser começado a construir amanhã” reforçando mais uma vez que “não somos só nós a dizer que Lisboa precisa de um novo aeroporto. TAP, Ryanair, de forma mais enfática e easyJet também já o afirmaram”.
Existindo uma “convergência” quanto ao tema, José Luís Arnaut terminou a lembrar que as outras possibilidades que estão em cima da mesa, nomeadamente, Alcochete, “são mais 10 anos e mais seis mil milhões de euros”.
Por isso, terminou, “deixem-nos trabalhar”.
Do lado da TAP, a CEO da companhia reforçou a necessidade de um novo aeroporto em Lisboa e que isso seria benéfico para a TAP.
Contudo, antes, Christine Ourmières-Widener, considerou que, apesar da demora na decisão por parte de Bruxelas, “não podemos parar. Mesmo que não saibamos a decisão da Comissão Europeia, há melhorias a fazer na TAP”.
Questionada se em Portugal não se devia ter optado por uma solução “italiana”, com a criação de uma nova companhia de bandeira, Widener afirmou não saber se o exemplo italiano “é o mais correto”. “Penso que o exemplo da TAP é o mais adequado”, adiantando “compreender a preocupação dos contribuintes e estamos cientes do que é preciso fazer”.
No que toca ao futuro, a CEO da TAP referiu que ao nível das reservas, “estamos a ter uma boa performance” e que, por isso, “não podemos deixar de tomar decisões”.
Certo é que “temos de estar preparados Para mudar, dada a mudança que terá de acontecer globalmente”.
No final, Widener concluiu que o inverno é sempre um período de “consolidação” e que rotas como “Brasil, EUA, África e Portugal são críticas para a retoma da TAP”, além de reforçar a necessidade do “tal” novo aeroporto em Lisboa, já que companhias aéreas e aeroportos “estão no mesmo barco”.
Por isso, e concluindo, “estamos a trabalhar em conjunto [com ANA]”, reforçou a CEO da TAP.