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As propostas do candidato Vladimiro Feliz (PSD) para o turismo do Porto
As propostas de Vladimiro Feliz (PSD) para o turismo do Porto.
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Que importância possui o turismo para a cidade do Porto?
O turismo é, no Porto e no país, um setor estratégico para o desenvolvimento económico, pelo efeito de arrasto que gera no ecossistema económico que impacta. Pela relevância que ganhou no território e na região, importa diversificar a atividade, para que fenómenos como a realidade pandémica que vivemos não tenham o efeito catastrófico que vivemos no setor. Para isso, é essencial trazer novas disciplinas para o pensamento das cidades do futuro que desenvolvam uma nova estética, novas funcionalidades, novas dinâmicas e conteúdos, que, preservando a autenticidade, tornem o território mais competitivo e resiliente, seja ao nível da qualificação da oferta, ou das noites dormidas, desenhando uma cidade mais ágil na capacidade de resposta ao desconhecido.
Que medidas merecem a sua aprovação e o que foi feito que, sob a sua liderança, não seria realizado? O que teria feito de diferente durante este período pandémico e como antevê o regresso à tão desejada “normalidade” do turismo na cidade do Porto e quais os principais desafios esperados?
Penso que ao longo dos últimos oito anos a cidade soube capitalizar a estratégia desenvolvida anteriormente, que teve o seu reconhecimento em 2012, com a distinção do Porto como “Melhor Destino Europeu”. Mas tendo em conta a notoriedade e dinâmica alcançada na altura, o Porto exigia, por parte da CM Porto, mais compromisso e mais proximidade com quem cá mora e com quem cá investe.
Considero positiva a junção de lideranças da Associação e da Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, que viabiliza sinergias que permitem fazer mais com menos e minimizar redundâncias. Importa, no entanto, assegurar que os parceiros privados assumam um papel relevante no desenvolvimento estratégico destas entidades para que seja garantido o essencial alinhamento com o mercado.
Questões como a sustentabilidade, overtourism, segurança, digitalização e mobilidade, estão na ordem do dia no turismo. Que propostas tem para estes pontos (e outros) em concreto?
O turismo de massas, podendo ter um efeito aparentemente positivo na economia local, no curto prazo, pode condicionar seriamente a afirmação do setor na cidade, como aconteceu com outros destinos turísticos europeus, em que os residentes já viam o setor como uma ameaça à sustentabilidade e autenticidade do território. Sempre defendi, enquanto vereador do turismo (2009 a 2013) e presidente da Associação de Turismo do Porto, que uma cidade que não é boa para viver, dificilmente será boa para visitar.
O Porto não teve, nem tem, turismo excessivo, concentrou-o, no entanto, em zonas especificas da cidade, sem o necessário equilíbrio territorial.
O foco na experiência do turista, desde que pensa a sua viagem, até que regressa ao seu destino e em que pode ser um embaixador do Porto, é algo que pode ser potenciado pelo digital, algo iniciado em 2011 quando lançamos o Portal de Turismo do Porto, com os resultados conhecidos, na experiência do turista e na promoção digital do Porto em mercados estratégicos.
O que falta fazer na cidade do Porto no que diz respeito ao turismo e que já deveria estar ou ter sido feito?
Mais proximidade e colaboração no pensamento e desenvolvimento estratégico, envolvendo os agentes do setor, melhor regulação e uma forte aposta na diversificação e qualificação da oferta, bem como uma visão regional que dê escala e complementaridade ao nosso território, numa região que vai de Bragança, Vila Real, Viana do Castelo, Braga, Guimarães, Porto, Aveiro, Coimbra e Viseu, sem esquecer a nossa vizinha Galiza.
Olhar para o aeroporto do Porto como o principal ativo para nos ligar ao mundo é essencial. O aumento de capacidade do aeroporto, obra do taxi-way, que segundo o presidente da ANA, estará concluído até ao final do ano, aumentando a capacidade do aeroporto em 60% a 70%. A médio-longo prazo olhar para a possibilidade de construir uma nova pista no aeroporto do Porto, o que nos traria capacidade para nos posicionarmos como HUB de ligação nacional e do noroeste peninsular ao mundo, aos principais HUB da Europa, Américas, Ásia e PALOP, com impacto significativo no setor do turismo e no tecido económico regional, uma vez que somos a região mais exportadora do país.
Esgotar as negociações com o Governo Central e com a TAP para assegurar ligações do Aeroporto Francisco Sá Carneiro aos principais hub europeus e globais.
Regular o setor e equilibrá-lo com a vida quotidiana da cidade, envolvendo os representantes do setor na construção plano estratégico de desenvolvimento turístico do setor com uma visão 2050, que seja um verdadeiro compromisso, dos portuenses, do Porto com o setor do turismo, que privilegie a qualificação, diversificação e sustentabilidade da oferta.
Eleito presidente, quais as primeiras e principais medidas a tomar em benefício do e para o turismo da cidade do Porto?
Reuniria de imediato com os representantes do setor: alojamento, transporte, restauração, serviços de suporte, organizadores de eventos/congressos, no sentido de desenvolver um plano de contingência para o contexto pandémico, orientado às necessidades efetivas e imediatas do setor e capaz de responder a fenómenos similares no futuro.
Trabalhar também uma agenda plurianual que reavivasse a aposta em conteúdos de impacto internacional (Circuito da Boavista, Red Bull Air Race, Primavera Sound, Extreme Sailing Series, entre outros) que tanto ajudaram a projetar o Porto internacionalmente.