As propostas do candidato Tiago Barbosa Ribeiro (PS) para o turismo do Porto
As propostas do candidato Tiago Barbosa Ribeiro (PS) para o turismo do Porto
Victor Jorge
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Que importância possui o turismo para a cidade do Porto?
Muita. O turismo deu mais mundo ao Porto e deu mais Porto ao mundo. Foi importante para manter à tona a economia local durante os anos mais agudos da crise e evitou a emigração de muitos jovens. Foi o rastilho de uma vaga de reabilitação urbana e aumentou a auto-estima dos portuenses.
Dito isto, é essencial uma aposta num turismo de qualidade, mais do que na quantidade; na sustentabilidade e no médio e longo prazo, em vez do apoio ao negócio do curto prazo, bem como no equilíbrio nos direitos de uso da cidade, desde logo no respeito por quem vive e quer viver no Porto.
Isto é particularmente evidente no centro histórico, que tem vindo a perder habitantes e tem registado um aumento exponencial dos preços na habitação e uma oferta turística cada vez mais massificada. Inevitavelmente, isto prejudica a criação de valor para o turismo no Porto, na medida em que nenhum turista vem ao Porto para ver o turista do alojamento local ao lado, nem para frequentar espaços comerciais padronizados, que se podem encontrar em qualquer cidade.
Que medidas merecem a sua aprovação e o que foi feito que, sob a sua liderança, não seria realizado? O que teria feito de diferente durante este período pandémico e como antevê o regresso à tão desejada “normalidade” do turismo na cidade do Porto e quais os principais desafios esperados?
Numa fase inicial, a Câmara tardou em aprovar regulamentação adequada para o transporte turístico, o que contribuiu para a proliferação desordenada de tuk-tuks, minitrains e autocarros de “sightseeing”. Depois foi criada a taxa turística justificada com a mitigação da pegada do turismo, mas apesar da enorme receita que daí adveio ao município, a verdade é que não se vê mitigação nenhuma. Não serviu sequer para apoiar o comércio local e a restauração durante os períodos de confinamento, em que ficaram praticamente ao abandono por parte do município.
O problema é que o atual executivo revê-se num modelo baseado na massificação turística e na especulação imobiliária. Não surpreende, por isso, a sua permissividade, inclusive perante projetos turísticos que atentam contra a integridade e dignidade do património mundial da humanidade.
Sob a minha liderança, o Porto não seria uma das cidades do mundo com o maior número de alojamentos locais por 100.000 habitantes, mais do que Paris ou Barcelona. Teria aprovado medidas que evitassem o excesso de alojamento local, que prejudica o próprio negócio e, ao mesmo tempo, impede que haja mais oferta de habitação, como se verifica hoje em dia. E note-se que não há qualquer tipo de medida de contenção e gestão da oferta de alojamento local ou hotelaria, como há noutras cidades portuguesas e na generalidade da Europa. A criação dessa estratégia de gestão é essencial, não só para tornar a cidade menos dependente do turismo, mas também para assegurar a viabilidade económica do setor.
Questões como a sustentabilidade, overtourism, segurança, digitalização e mobilidade, estão na ordem do dia no turismo. Que propostas tem para estes pontos (e outros) em concreto?
Estão na ordem do dia há muito na Europa. Parece que só a pandemia fez acordar o Porto para isso, mas só no discurso. É essencial articular com o Turismo do Porto e Norte de Portugal, com os municípios envolventes e com os agentes económicos uma estratégia onde o turismo seja parte de uma estratégia para a economia e a promoção da qualidade de vida. Além das medidas que temos vindo a anunciar no combate ao ‘overtourism’ e na sustentabilidade da oferta turística, temos também apresentado medidas para a mobilidade que está um caos na cidade, para a segurança e no âmbito da digitalização da autarquia.
O que falta fazer na cidade do Porto no que diz respeito ao turismo e que já deveria estar ou ter sido feito
Há muito a fazer em várias áreas: Limitação ao alojamento local e medidas de apoio à transição do alojamento local em arrendamento de média e longa duração para habitação; Estabelecimento de protocolos com municípios vizinhos para limitação do número e dimensão de unidades hoteleiras; Defesa vigorosa e proativa da autenticidade e integridade do edificado histórico; Definição de uma estratégia metropolitana de turismo que não seja apenas de promoção, mas que seja orientada para o desenvolvimento sustentável da atividade, envolvendo toda a Região Norte.
Eleito presidente, quais as primeiras e principais medidas a tomar em benefício do e para o turismo da cidade do Porto?
A primeira iniciativa é simples: terei uma reunião com o meu amigo Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal, com quem de resto já reuni neste contexto de campanha eleitoral, para articular com o setor a implementação da nossa estratégia para a sustentabilidade do turismo no Porto que beneficie todas as partes.