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“Não temos de ‘repensar’ o turismo. Temos de ‘transformar’ o turismo”

Durante dois dias, a sustentabilidade do turismo e das viagens, estará sob debate em Évora. Ao Publituris, Christian Delom, secretário-geral de “A World for Travel”, admite que, no futuro, viajar será “mais caro” e que para acontecer uma transformação, será preciso que “todos avancem no mesmo sentido e ao mesmo tempo”.

Victor Jorge
Análise

“Não temos de ‘repensar’ o turismo. Temos de ‘transformar’ o turismo”

Durante dois dias, a sustentabilidade do turismo e das viagens, estará sob debate em Évora. Ao Publituris, Christian Delom, secretário-geral de “A World for Travel”, admite que, no futuro, viajar será “mais caro” e que para acontecer uma transformação, será preciso que “todos avancem no mesmo sentido e ao mesmo tempo”.

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O turismo e as viagens foram dos setores ou indústrias mais afetadas pela pandemia. Para acontecer a retoma (para alguns) ou regresso (para outros) à normalidade é preciso, mais do que saber o “quando”, saber o “como”. Nas palavras de Christian Delom, mais do que “repensar”, é preciso “transformar”. Évora será o palco de discussão para a definição do que poderá ser o futuro das viagens e turismo. E fica a certeza: pela vontade da organização, o evento de 2022 será, novamente, em terras alentejanas.

Nos dias 16 e 17 de setembro, Évora será a capital mundial do turismo. Que conclusões gostaria que saíssem desses dois dias de trabalho?
Muitas. Mas o principal objetivo já está conseguido e surge na expectativa, ou melhor, nas expectativas que o evento está a gerar.

Antes da pandemia tínhamos muito “travel bashing” [critica forte ao universo das viagens e turismo protagonizado por Greta Thunberg] e as razões para a sua existência até não eram de todo erradas, porque, sejamos sinceros, o turismo e as viagens têm impacto ambiental, social, económico, laboral. Por isso, o evento serve para criar uma consciência, ou melhor, uma maior consciência sobre os impactos do turismo e das viagens no nosso planeta, realidades para as quais havia pouca predisposição antes da pandemia.

Assim, o nosso primeiro objetivo passava por criar essa consciência e juntar todos os ‘stakeholders’ e fazer com que se aliem na transformação dos padrões existentes. A partir daqui, pretendemos que a indústria assuma compromissos para essa transformação.

A nossa expectativa é que as pessoas, a indústria, os governos, os ‘stakeholders’, as ONG, sejam capazes de assumir compromissos, tal como assumem nas assembleias da ONU.

Mas esperam ter alguma influência política, ou melhor, em decisões políticas?
Sim, claro. Influência ou impacto político, económico e no negócio. A forma como se pensa está a mudar. Estive em Cancun, na reunião do WTTC e no final percebeu-se que, CEO, indústria, governos, ‘stakeholders’, todos têm a consciência que é preciso fazer algo.

Acontece que, muitas das vezes, os profissionais falam entre si, falam para dentro do setor, da indústria, para organizações semelhantes ou seus pares. Ou seja, as companhias aéreas falam com companhias aéreas, a hotelaria fala com a hotelaria, aeroportos com aeroportos. Costumo utilizar o seguinte paralelismo: estão todos na mesma piscina, mas cada um na sua pista, sem olharem para o lado e saber o que se passa.

A solução não está numa única pista, mas na união de todas as pistas, em unir todos na mesma piscina. Porque se um ‘stakeholder’ está a mudar, mas outro não, não vai haver mudança.

O nosso objetivo final é conseguir salvar o planeta e a indústria das viagens e turismo. Tudo ao mesmo tempo. Não um em vez do outro ou um de cada vez, mas todos ao mesmo tempo.

No final existirão cinco compromissos aos quais chamamos “Espírito de Compromisso de Évora” para que exista não só a consciência, mas que estaremos, efetivamente, a andar para a frente e, principalmente, juntos.

Os diferentes impactos da pandemia
Todos sabemos que o turismo e as viagens foram fortemente impactados a partir do início de 2020. Em vez de lhe perguntar “quando” se poderá dar uma retoma, pergunto-lhe “como” acontecerá esse regresso à tão falada “normalidade”?
Bem, para isso terá de ir ao evento [risos]. Mas tem razão, em vez de perguntarmos “quando”, a questão que deve ser colocada é o “como”. O “quando” está, definitivamente relacionado com a realidade da pandemia em todo o mundo. Enquanto todos os países não recuperarem e todas as pessoas estejam vacinadas, não poderemos falar no “quando” e continuaremos a ter problemas.

Uma certeza existe: a forma como as pessoas irão viajar depois da pandemia será diferente. Por isso, teremos de perguntar “como” é que o universo do turismo e viagens irá responder e reagir.

Em minha opinião iremos ter três respostas diferentes dos três diferentes segmentos da indústria das viagens. As viagens de negócios, por exemplo, irão ser muito mais impactadas do que as viagens de lazer. E porquê? Porque na indústria da aviação e mesmo na hotelaria, a rentabilidade é medida pelas receitas das viagens de negócios, muito mais do que pela rentabilidade das viagens de lazer que são, de certa forma, complementares. Por isso, a estratégia das companhias de aviação e dos hotéis está muito mais focada em disponibilizar boas soluções para as viagens de negócios do que para os outros segmentos, ou seja, MICE e viagens de lazer.

Imaginemos que no pós-pandemia, as viagens de negócios registam uma quebra, de 10%, na sua quota de mercado? Esta quebra representará 20 a 30% nas receitas.

Ou seja, as receitas que permitiram, até então, o tipo de preços baixos praticados nas viagens de lazer será impactado. Assim, temo que as viagens de lazer não se mantenham a preços tão baixos.

Isto sem falar que não fomos, ainda, impactados pelas taxas ambientais: Mas pode ter a certeza que esta indústria sofrerá os efeitos dessas taxas. Resumindo, os preços irão subir.

 

“O evento serve para criar uma consciência, ou melhor, uma maior consciência sobre os impactos do turismo e das viagens no nosso planeta, realidades para as quais havia pouca predisposição antes da pandemia”

 

Em todos os segmentos: negócios, MICE e lazer?
Sim, em todos os segmentos. Teremos um efeito, digamos, elástico e esse aparecerá de forma rápida, porque no caso das viagens de negócios a decisão para viajar será mais tomada pelos departamentos financeiros e não pelas operações.

Claro que os comerciais continuarão a viajar, mas aquelas pessoas que se deslocavam para fazer gestão de categorias, formação, consultadoria, essas pessoas não viajarão com a mesma frequência.

Portanto, o que estamos a fazer agora (a entrevista foi realizada por via digital) será o futuro para alguns, senão muitos, segmentos da indústria das viagens?
Exatamente. E isso terá um impacto em todo o modelo de negócio. Imaginemos que, no futuro, as companhias aéreas terão nas viagens de lazer o seu grande mercado. As rotas não serão as mesmas. O que será feito dos hubs? Esses foram construídos para as viagens de negócio e não para lazer.

No caso da aviação, vamos ter aviões maiores, mais pequenos, com mais capacidade ou menos capacidade? Quanto à hospitalidade, aos hotéis, será que continuarão a ser construídos no centro das cidades ou mais nos subúrbios? Não se trata do mesmo hotel, do mesmo preço, eventualmente, dos mesmos serviços.

Mas estamos a esquecer-nos de um lado muito importante: o turista, aquele ou aquela que viaja?
Não, não me estou a esquecer. Recordo a transformação que se vive no setor alimentar de há 10 anos para cá. Quem é que há 10 ou 15 anos falava em orgânicos? Agora é possível encontrá-los em todo o lado. Quem é que se preocupava com a produção local? Agora é um “must”.

O que quero dizer com isto é que o mercado, o nosso mundo, muda muito rapidamente e a pandemia veio acelerar tudo.

Estou totalmente convencido que a procura por viagens vai estar mais focada em ter mais divertimento, mais lazer, mais segurança, mais sentido. Vamos passar a perguntar-nos a razão pela qual viajamos, como viajamos, que impacto terei no destino, o que poderei partilhar com a população local, se viajo só para descobrir ou se tenho como preocupação, também, a partilha.

Já li entrevistas em que diz que as pessoas irão viajar menos, mas por mais tempo. Como é que isto vai impactar a indústria das viagens, hotelaria, companhias aéreas, etc.?
Penso que o segmento que menos problemas terá será o alojamento, os hotéis. Até poderá ser benéfico para este segmento, porque sabemos que estadas maiores produzem margens melhores. Portanto, poderão ser boas notícias para a hotelaria.

É sabido que a localização destas ‘city trips,’ que tanto cresceram, eram possíveis porque os hotéis estavam ocupados por parte das viagens de negócios durante a semana, o que possibilitou a disponibilização de quartos e redução nos preços para as viagens de lazer aos fins de semana.

Para o MICE, no entanto, que é chave, esses eventos com milhares e milhares de pessoas vão, igualmente, sofrer mudanças, já que, com um custo bem menor, consegue até ter um alcance bem maior com o digital.

Imagine um evento com 5 ou 10 mil pessoas? Há dias estive a falar com um académico que me admitiu que, antigamente nunca se tinha pensado que um mesmo evento poderá acontecer para um público na Ásia, de manhã, e da parte da tarde para um público nas Américas. Por isso, julgo que o segmento de MICE vai ter alterações profundas no futuro.

Depois temos as viagens de lazer, porque, no fundo, falamos de turismo. Em ocasiões anteriores já tinha referido “menos viagens, estadas mais longas”. Talvez lhe juntasse a proximidade. Julgo que a proximidade regressará, não tanto como antigamente, mas as pessoas irão olhar para destinos mais próximos.

Portanto, menos viagens longas?
Dependerá se consegue pagar esse tipo de viagens. Sabemos que, cada vez mais, as pessoas têm disponibilidade financeira para viajar, principalmente, na Ásia. Mas tudo dependerá da questão económica que o mundo atravessará.

Resumindo, se antes viajávamos por cinco dias ou uma semana, passaremos a viajar por duas semanas. Se antes viajávamos por dois dias, passaremos a viajar por cinco dias ou uma semana. Não se trata de uma revolução, mas sim de uma evolução.

 

“Vamos passar a perguntar-nos a razão pela qual viajamos, como viajamos, que impacto terei no destino, o que poderei partilhar com a população local, se viajo só para descobrir ou se tenho como preocupação, também, a partilha”

 

Mudar, não. Transformar!
Admitiu que viajar será mais caro no futuro. Os impactos no ambiente farão com que, quem viajar mais, terá de pagar mais?Penso que as taxas ambientais irão aumentar, não sei lhe dizer em que medida, para que valores, mas tenho a certeza que ficarão mais caras. Quem polui mais terá de pagar mais.

Uma realidade semelhante à que o secretário-geral da ONU, António Guterres, admitia há tempos para a globalidade da indústria: quem poluir mais, terá de pagar mais.
É isso mesmo. Claro que isso dependerá sempre da vontade política e nunca será igual em todos os países, mas tenho a certeza que caminhamos por essa via.

Repare nas resoluções que saíram da Conferência ou Acordo de Paris? De certeza que as resoluções que sairão da COP 26 (26.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climática, a realizar entre 31 de outubro a 12 de novembro de 2021, em Glasgow) irão apontar nesse sentido. Aliás, não há outro caminho.

A descarbonização irá trazer uma transformação enorme, não só para a indústria das viagens e turismo, mas para tudo: transportes, produção alimentar, mobilidade, energia, etc..

Natureza Fotos de banco de imagens por Vecteezy
Com a pandemia veio, também, uma máxima que é “repensar o turismo”. O que é que isto quer dizer na verdade?
Não estou a falar de repensar, estou a falar de transformar. Nós não temos de repensar o turismo. Temos de transformar o turismo. São duas coisas completamente diferentes e com resultados e impactos diferentes. Trata-se de transformar a forma como produzimos, de distribuição, comercialização, marketing. Estou a falar de toda a cadeia de valor.

Depois temos a questão laboral. Estamos perante um setor ou uma indústria que deixou de ser, do ponto de vista profissional e de quem trabalha nela, tão promissora como outros setores. Temos de ter mais skills, mais pessoas a ficar na indústria e não pessoas a trabalhar na indústria de forma sazonal.

Agora, utilizando o termo repensar, transformar, evoluir, o objetivo terá de ser sempre o mesmo: ter pessoas a viajar!

Precisamos que as pessoas viajem, porque se não viajarem ou não tiverem possibilidades de e para viajar, falhamos.

 

“Estamos perante um setor ou uma indústria que deixou de ser, do ponto de vista profissional e de quem trabalha nela, tão promissora como outros setores”

 

Mas apontou um fator fundamental: as pessoas. Não as pessoas que viajam, mas as pessoas que trabalham na indústria do turismo e viagens. Durante este período da pandemia, milhões saíram, foram despedidas, não quiseram mais manter-se neste setor por não ser promissor, como disse, ou porque, entretanto, descobriram outros empregos mais atrativos. Será que quem saiu voltará ou será preciso (re)pensar em formar novas pessoas e de forma diferente?
Certamente. As condições de trabalho dadas pela indústria das viagens e turismo terão de ser, claramente, diferentes e melhoradas, porque todos sabemos que se trata de um trabalho duro para um rendimento muito baixo. E, na maioria dos casos, nem se trata de emprego estável, é sazonal. Por isso, também aqui teremos de ter mais e melhor sustentabilidade.

Outra questão que terá de ser analisada é a existência de planos de carreira para quem pretenda entrar neste universo. Teremos de repensar, ou melhor, transformar esta questão, de modo a chamar pessoas para esta indústria, mas dando-lhe, à partida, um plano de carreira, algo que possam seguir e com futuro.

Mas há ainda outro pormenor a ter de ser pensado: como integrar a comunidade local, a população local? Em certos e determinados países, sabemos que são os nacionais a gerir o negócio, mas há regiões onde são pessoas de outros países que fazem esta gestão. Portanto, vamos deixar que pessoas de outros países, de outras nacionalidades façam a gestão da indústria no nosso país, na nossa região, na nossa localidade? Hoje em dia, esta questão além de não ser justa, já não é aceite.

Quando referimos que a população local não aceita o turismo, não se trata somente do turista, mas de todas as pessoas que vêm de fora, sem trazer qualquer benefício para a população local. Não há um reflexo no rendimento das pessoas locais.

Portanto, neste ponto, falamos em sustentabilidade, mas laboral, social?
Sim, é outra forma de sustentabilidade. Quando falamos de sustentabilidade, falamos de sustentabilidade como um todo. Essa sustentabilidade laboral é essencial para a comunidade e, muitas vezes, o facto de se trazer pessoas de fora é vista de forma negativa e é rejeitada.

As questões relacionadas com a inclusão, a importância das mulheres na e para a indústria, tudo isso traz outras e novas perspetivas sobre e para a indústria que devem ser aproveitadas.

Sabe, o que me impressionou quando estávamos a organizar este evento, foi o facto de nunca antes termos vivido uma situação como esta, com tantas mudanças a acontecerem em tão pouco tempo.

Portanto, esta também é uma questão fundamental: como reagir rapidamente e sem fazer colapsar a questão económica e financeira não só da indústria, mas globalmente.

Mas quem julga que vai repensar, mudar, transformar-se mais rapidamente: a indústria ou o turista/viajante?
Ou os governos ou as ONG? Mas as ONG, por vezes, querem transformações demasiado rápidas e os governos querem e anunciam transformações, mas são demasiado lentos.

Sinceramente, não lhe consigo dar uma resposta. O que penso é que não quereremos que uma parte avance demasiado rápido em relação a outra. Ou seja, o avanço, as transformações terão de acontecer de forma harmoniosa, paralela. De que nos servirá se um setor ou uma indústria avance muito rapidamente, se depois não é acompanhada por todas as outras?

Se as companhias aéreas conseguirem oferecer uma solução mais amiga do ambiente, com menos emissões de carbono e todas as outras componentes da indústria das viagens e turismo não fizerem o mesmo esforço, não resultará.

O mesmo acontece com a hotelaria, com a restauração, com as agências, a distribuição, os cruzeiros. Se um avançar sem o outro ou outros, muito dificilmente teremos impactos positivos.

A população mais jovem julga, neste momento, que não estamos a dar as repostas certas no tempo certo e ao nível do que esperam.

Repare, o modelo de negócio que gere esta indústria desde o início, ou seja, há décadas, assenta no seguinte: diminuir custos para diminuir preços. Para ter preços mais baixos, naturalmente, que terá de “industrializar” os processos e ter as pessoas ao mesmo tempo no mesmo local. Este não será o padrão do modelo de negócios do turismo e das viagens para e no futuro.

Mas, em sua opinião, todas as regiões conseguirão efetuar esta transformação ao mesmo tempo?
Não. Penso que a responsabilidade dos países desenvolvidos é maior. Os outros, os menos desenvolvidos, terá, naturalmente, que avançar, mas não possuem a capacidade dos países mais desenvolvidos.

Sabe, metade do mercado do turismo “inbound” e “outbound” está na Europa. Se a Europa não mudar, quem somos nós para exigir mudanças aos outros?

Ou seja, esta transformação terá de ser liderada pela Europa e pela América do Norte?
Sim, terá de ser liderada pelos grandes. E não nos podemos esquecer que um dos maiores, atualmente, é a China.

Mas os grandes têm a obrigação de vigiar os mais pequenos e ajudá-los.

 

“As condições de trabalho dadas pela indústria das viagens e turismo terão de ser, claramente, diferentes e melhoradas, porque todos sabemos que se trata de um trabalho duro para um rendimento muito baixo”

 

Mas na indústria, quem está à frente dos grandes grupos nos mais diversos segmentos e empresas, consegue ver e tomar decisões que impactem o futuro a 20 ou 25 anos?
Sabe, tudo muda. Por exemplo, os fundos de investimento querem mudanças. Até porque, na maior parte o investimento não é feito a curto prazo, mas sim a médio e longo prazo, a 15, 20 ou mais anos. Ou seja, muitas vezes, esses investimentos têm um timing muito maior do que certos CEO que estão nos respetivos lugares.

Tenho falado com alguns ‘stakeholders’ destes fundos e o que eles me dizem é que querem saber o que está a acontecer, de modo a não cometer erros nos investimentos que fazem.

Isto deixa-me um pouco mais confortável e se conseguirmos antever que o mundo muda, as pessoas mudam, as exigências, a procura e a oferta mudam, então, estes fundos serão mais exigentes.

Por isso, volto a dizer, nós precisamos de todos, dos que pensam, dos que agem, que legislam, que regulam e, naturalmente, dos que consomem.

No final do evento vão apresentar um plano de ação com compromissos que todos deverão seguir. Esse plano já está fechado ou será discutido em Évora?
Não, não está fechado e será alvo de debate e discussão em Évora. Mas para conhecer esses compromissos terá de ir a Évora [risos].

Já falámos de sustentabilidade, na urgência de repensar ou transformar a forma como se viaja e se faz turismo. Contudo, há quem refira que a indústria das viagens e turismo também terá de mudar sob influência da digitalização. Já disse que a indústria do MICE será diferente no futuro, fruto desta maior vertente tecnológica. Portanto, que impacto terá a digitalização na indústria?
Terá uma influência enorme. Porquê? Se quisermos diminuir o desperdício, os dados ajudarão as pessoas a produzir, viajar, viver de forma mais sustentável.

Já temos os “smart destinations”, as “smart cities”. Por isso, isto será, com toda a certeza, uma forma de integrar a tecnologia na produção. E o que é mais importante é que conseguiremos “guiar” e tomar decisões ao mesmo tempo que o consumidor está a consumir. Ou seja, produzir à medida e não produzir para desperdiçar.

Também sabemos que este será um mercado cada vez mais B2C e menos B2B, que as plataformas vieram preencher e assumir um papel relevante. Temos as Airbnb, as Bookings, a própria Google e outras que estão a fazer parte desta mudança.

Veja o que aconteceu à Thomas Cook. E porquê? Porque não mudou, não se transformou.

Portanto, respondendo à sua pergunta, sim, a tecnologia tem e terá um grande impacto.

Além disso, a tecnologia ou a digitalização traz maior transparência. Ou seja, o consumidor sabe, na hora, o efeito do que está a fazer, do que pretende, do que planeia. E essa medição pode levar a mudanças, a transferências, já que poderá estar a ver que o impacto que poderá vir a ter não é do seu interesse, não só para o destino como também pessoalmente.

A importância da tecnologia e da digitalização está, aliás, espelhada no evento com uma sessão dedicada ao tema: “Better Than Good Enough Technology”

E o que se seguirá ao evento de Évora? O “A World for Travel” não se esgotará neste evento, certo?
Depois deste evento, haverá, com toda a certeza, um evento em 2022.

E onde será esse evento em 2022?
Se conseguíssemos ficar em Évora seria simpático.

Quer dizer que ainda não está decidido?
Não, isso dependerá dos nossos parceiros. Mas seria simpático continuar em Évora.

Mas entre esses dois eventos, iremos analisar e verificar o que os diversos ‘stakeholders’ irão fazer relativamente aos compromissos assumidos em Évora.

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A campanha da Nortravel é válida para reservas realizadas até quarta-feira, 3 de abril, e destina-se a viagens que decorram entre abril e outubro de 2024, incluindo um total de 58 circuitos exclusivos do operador turístico para o verão.

A Nortravel lançou uma nova promoção para assinalar a chegada da Primavera e propõe reduções de 50 ou 100 euros por pessoa em 58 circuitos que incluem a programação do operador turístico para o próximo verão.

A campanha da Nortravel é válida para reservas realizadas até quarta-feira, 3 de abril, e destina-se a viagens que decorram entre abril e outubro de 2024, sendo os lugares limitados e não se aplicando esta promoção a viagens de grupos.

Península Ibérica, Europa 4 Dias, Madeira e Açores são os circuitos da Nortravel para o próximo verão que contam com uma redução de 50 euros por pessoa, enquanto nas opções Europa 7 e 8 Dias, Cruzeiros e Grandes Viagens contam com uma redução de 100 euros por pessoa, no âmbito desta campanha.

Mais informações sobre as propostas da Nortravel incluídas nesta campanha estão disponíveis aqui.

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Hóspedes e dormidas continuam a subir em fevereiro

O número de hóspedes e dormidas registadas no mês de fevereiro recuperaram a trajetória de subida, registando 1,8 milhões e 4,3 milhões respetivamente. O crescimento nos não residentes foi maior que nos residentes.

O setor do alojamento turístico registou 1,8 milhões de hóspedes e 4,3 milhões de dormidas em fevereiro de 2024, correspondendo a subidas de 7% e 6,4%, respetivamente (+1,9% e -0,3% em janeiro de 2024, pela mesma ordem) face ao mesmo período de 2023, revelam os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

As dormidas de residentes totalizaram 1,4 milhões (+3,1%), invertendo a trajetória de decréscimo do mês anterior (-3% em janeiro). Os mercados externos registaram um crescimento de 8,1% (após +1,1% em janeiro), contrariando a trajetória de abrandamento dos últimos três meses, registando 2,9 milhões de dormidas.

Polónia, Canadá e EUA crescem a duplo dígito
Os 10 principais mercados emissores em fevereiro representaram 73,2% do total de dormidas de não residentes neste mês, entre os quais se destaca o de maior peso, o mercado britânico (17% do total das dormidas de não residentes em fevereiro), com um aumento de 9,4%.

As dormidas de hóspedes alemães (11,4% do total), o segundo principal mercado, cresceram 8,5% em fevereiro. Seguiu-se o mercado espanhol, que originou 8,7% das dormidas de não residentes, continuando a registar um decréscimo (-6,8%).

O mercado francês (quota de 7,5%) registou o maior decréscimo (-13,3%) entre os 10 principais mercados em fevereiro.

No grupo dos 10 principais mercados emissores, destacaram-se ainda os mercados polaco, canadiano e americano (quotas de 3,3%, 3,8% e 6,6%, respetivamente) pelos crescimentos mais expressivos, +25,6%, +23,2% e +19,1%, pela mesma ordem, face ao mesmo mês do ano anterior.

Regiões em alta
Em fevereiro, todas as regiões registaram crescimentos nas dormidas. Os aumentos mais expressivos verificaram-se no Oeste e Vale do Tejo (+17,2%), nos Açores (+14,0%) e na Península de Setúbal (+9,1%), tendo sido mais modestos no Alentejo (+1,5%) e no Centro (+1,7%). As regiões que concentraram maior número de dormidas foram a Grande Lisboa (29%), seguindo-se o Algarve (19,1%) e o Norte (17,6%).

As dormidas de residentes apresentaram crescimentos em todas as regiões, com exceção da Madeira (-9,8%). O Oeste e Vale do Tejo destacou-se com o maior crescimento (+11,1%), seguindo-se os Açores (+8%). As regiões da Grande Lisboa e do Centro foram as que menos cresceram (+0,1% e +0,2%, respetivamente).

Relativamente à estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,43 noites), esta diminuiu 0,6% em fevereiro (-2,1% em janeiro). Este indicador registou crescimentos nos Açores, na Madeira e no Oeste e Vale do Tejo (+5,6%, +5,3% e +1,7% respetivamente), enquanto nas restantes regiões se verificaram decréscimos, sendo o mais expressivo no Alentejo (-5,3%).

Os valores mais elevados deste indicador continuaram a observar-se na Madeira (4,72 noites) e no Algarve (3,93 noites), tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,64 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,70 noites).

As dormidas de não residentes cresceram também de forma mais expressiva no Oeste e Vale do Tejo (+26,5%) e nos Açores (+25,2%), tendo o único decréscimo ocorrido no Alentejo (-8,9%).

Em fevereiro, a estada média dos residentes (1,74 noites) diminuiu 0,2% e a dos não residentes (3,0 noites) decresceu 2%. A estada média dos não residentes foi mais longa do que a dos residentes em todas as regiões, tendo a Madeira registado as estadias médias mais prolongadas, quer dos residentes (2,78 noites) quer dos não residentes (5,30 noites). Para além da Madeira, as estadas médias observadas no Algarve (2,49 noites dos residentes e 4,56 noites dos não residentes) e nos Açores (2,36 noites e 3,46 noites, pela mesma ordem) também ficaram acima das estadas médias nacionais.

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Nova Edição: RoadShow das Viagens em imagens, Málaga, entrevista SATA, Sun Princess e dossier Animação Turística

Recorde, nesta edição, o que foram os três dias do RoadShow das Viagens do Publituris. Também há entrevistas ao conselheiro de turismo do Ajuntamento de Málaga, à presidente da SATA, uma viagem no Sun Princess e um dossier dedicado à Animação Turística.

A próxima edição do jornal Publituris faz capa com a reportagem fotográfica da 9.ª edição do RoadShow das Viagens do Publituris.

Durante três dias, o evento organizado pelo jornal Publituris passou pelo Meliá Braga, Meliá Ria Aveiro, tendo terminado no Lisbon Marriott Hotel, em que os 45 expositores tiveram oportunidade de mostrar as suas novidades a mais de 420 agentes que realizaram mais de 12.000 interações.

No último dia, em Lisboa, o RoadShow das Viagens do Publituris recebeu ainda a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que pôde registar, em pessoa, o que os expositores deste evento do jornal Publituris trazem ao mercado nacional das viagens e turismo.

Nos “Destinos”, viajámos até Málaga para conhecer a construção de um destino inteligente que respeita os princípios de sustentabilidade, acessibilidade, tecnologia, governação e inovação. Foram estes os objetivos traçados e enumerados por Jacobo Florido Gómez, conselheiro de turismo do Ajuntamento de Málaga, na entrevista concedida ao jornal Publituris.

Na rubrica que comemora os 50 anos do 25 de abril, recordamos a capa publicada a 1 de abril de 1974 pelo jornal Publituris.

Nos “Transportes”, entrevistámos Teresa Gonçalves, presidente do Grupo SATA. Há um ano à frente dos destinos do grupo de aviação açoriano, a responsável falou com o Publituris sobre a mudança de estratégia, que já está a permitir resultados históricos, nomeadamente nos mercados da América do Norte. As novas rotas, os processos de reestruturação e a privatização também foram temas nesta conversa.

Ainda nos “Transportes”, o Publituris foi conhecer aquele que é o 16.º navio e o maior da frota da Princess Cruises. A bordo do Sun Princess, inaugurado a 28 de fevereiro deste ano, o embarque foi feito em Barcelona e levou-nos a Atenas e Civitavecchia, passando ainda por Palma de Maiorca e Sicília.

O “Dossier” desta edição é dedicado à Animação Turística. A pandemia já ficou definitivamente para trás e, neste mercado, vive-se um período de crescimento, com a introdução de novas tecnologias e a procura por experiências a trazerem novos públicos a Portugal e às empresas que se dedicam a esta atividade.

Além do “Check-in”, no qual o Conselho Editorial do Publituris dá as suas opiniões relativamente a várias questões, as opiniões desta edição pertencem a Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Sílvia Dias (Savoy Signature), Amaro F. Correia (docente), Pedro Tiago Mendes (Expertree), e Carlos Torres (jurista).

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Empresários açorianos unem-se contra a sazonalidade e pedem “plano efetivo e adequado aos desafios”

Segundo a Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, o encerramento da base da Ryanair contribuiu para agravar a sazonalidade e provocou “uma redução da procura pelo destino”.

A Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, Associação Empresarial das Ilhas de São Miguel e Santa Maria quer que o Governo Regional dos Açores elabore um plano de ação imediato para combater a sazonalidade no destino, que se agravou com o encerramento da base da Ryanair em Ponta Delgada.

De acordo com o jornal Açoriano Oriental, a posição da Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada surgiu depois de uma reunião na passada terça-feira, em que foi analisada e discutida a situação atual do setor.

Numa nota divulgada após a reunião, esta associação empresarial açoriana começa por considerar que o encerramento da base da Ryanair e a consequente redução de voos que o seu encerramento provocou “é um retrocesso” no modelo de acessibilidade à Região Autónoma dos Açores.

O encerramento da base da companhia aérea low cost contribuiu para agravar a sazonalidade e provocou “uma redução da procura pelo destino”, o que foi visível pelos dados da janeiro de 2024, que confirmaram uma descida de 6,7% na taxa de ocupação dos Açores no primeiro mês do ano, que foi acompanhada também pela queda do RevPAR, que decresceu 6,3%, tendo sido a quebra mais elevada do país e contribuiu para que os Açores sejam atualmente a terceira região portuguesa com menor RevPar.

No entanto, segundo a Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada, a maior quebra nem foi sentida ao nível da hotelaria, uma vez que o alojamento local, a restauração, o rent-a-car, a animação e outras atividades turísticas houve “decréscimos” que em alguns casos “ultrapassaram os 40%”.

Estas descidas, acrescenta a associação empresarial, mostram o “retrocesso que o turismo está a ter no Inverno IATA 2023/24”, muito por culpa da redução de lugares aéreos devido ao encerramento da base da Ryanair.

“Nas ligações para o continente português houve neste inverno um decréscimo de cerca de 11% de lugares o que corresponde a cerca de 50.000 lugares que podiam potenciar 150.000 dormidas”, assinala a associação.

A Comissão Especializada do Turismo da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada diz que a “redução drástica das ligações operadas pela Ryanair no inverno IATA teve um impacto efetivo na procura pelo destino e, ao contrário do que se exigia, os voos não estão a acompanhar a disponibilidade que existe ao nível da oferta turística”.

Por isso, a associação empresarial açoriana considera que “a escassez de voos está a bloquear o setor do turismo” e lembra que, no caso dos Açores, “sem voos não há turismo”.

O problema é ainda mais agravado porque, nos Açores, “a promoção turística é débil”, sendo, por isso, necessário criar um “plano efetivo e adequado aos desafios” do setor turístico açoriano, que já gera cerca de 600 milhões de euros de PIB nos Açores mas que recebe “menos do que 1% de reinvestimento do governo em promoção”.

Apesar de tudo, a associação diz que existem boas perspetivas para o verão, esperando-se um aumento de 18% face ao período homólogo na capacidade aérea, ainda que, a nível doméstico, o crescimento previsto seja de apenas 4%, o que o que “evidencia uma perspetiva pouco animadora tendo em conta o peso e o potencial” do mercado nacional.

Recorde-se que, atualmente, o setor do turismo tem um peso determinante na economia regional dos Açores, representando cerca de 25 mil postos de trabalho diretos e indiretos, bem como cerca de 12% do PIB açoriano, além de ser um forte contributo para a fixação de população nas ilhas.

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Edição Digital: RoadShow das Viagens em imagens, Málaga, entrevista SATA, Sun Princess e dossier Animação Turística

Recorde, nesta edição, o que foram os três dias do RoadShow das Viagens do Publituris. Também há entrevistas ao conselheiro de turismo do Ajuntamento de Málaga, à presidente da SATA, uma viagem no Sun Princess e um dossier dedicado à Animação Turística.

A próxima edição do jornal Publituris faz capa com a reportagem fotográfica da 9.ª edição do RoadShow das Viagens do Publituris.

Durante três dias, o evento organizado pelo jornal Publituris passou pelo Meliá Braga, Meliá Ria Aveiro, tendo terminado no Lisbon Marriott Hotel, em que os 45 expositores tiveram oportunidade de mostrar as suas novidades a mais de 420 agentes que realizaram mais de 12.000 interações.

No último dia, em Lisboa, o RoadShow das Viagens do Publituris recebeu ainda a visita do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que pôde registar, em pessoa, o que os expositores deste evento do jornal Publituris trazem ao mercado nacional das viagens e turismo.

Nos “Destinos”, viajámos até Málaga para conhecer a construção de um destino inteligente que respeita os princípios de sustentabilidade, acessibilidade, tecnologia, governação e inovação. Foram estes os objetivos traçados e enumerados por Jacobo Florido Gómez, conselheiro de turismo do Ajuntamento de Málaga, na entrevista concedida ao jornal Publituris.

Na rubrica que comemora os 50 anos do 25 de abril, recordamos a capa publicada a 1 de abril de 1974 pelo jornal Publituris.

Nos “Transportes”, entrevistámos Teresa Gonçalves, presidente do Grupo SATA. Há um ano à frente dos destinos do grupo de aviação açoriano, a responsável falou com o Publituris sobre a mudança de estratégia, que já está a permitir resultados históricos, nomeadamente nos mercados da América do Norte. As novas rotas, os processos de reestruturação e a privatização também foram temas nesta conversa.

Ainda nos “Transportes”, o Publituris foi conhecer aquele que é o 16.º navio e o maior da frota da Princess Cruises. A bordo do Sun Princess, inaugurado a 28 de fevereiro deste ano, o embarque foi feito em Barcelona e levou-nos a Atenas e Civitavecchia, passando ainda por Palma de Maiorca e Sicília.

O “Dossier” desta edição é dedicado à Animação Turística. A pandemia já ficou definitivamente para trás e, neste mercado, vive-se um período de crescimento, com a introdução de novas tecnologias e a procura por experiências a trazerem novos públicos a Portugal e às empresas que se dedicam a esta atividade.

Além do “Check-in”, no qual o Conselho Editorial do Publituris dá as suas opiniões relativamente a várias questões, as opiniões desta edição pertencem a Francisco Jaime Quesado (economista e gestor), Sílvia Dias (Savoy Signature), Amaro F. Correia (docente), Pedro Tiago Mendes (Expertree), e Carlos Torres (jurista).

Leia aqui a edição.

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Ryanair compra mil toneladas de SAF à Shell

As mil toneladas de SAF compradas pela Ryanair à Shell representam 200 voos de Stansted até Madrid.

A Ryanair anunciou a compra de mil toneladas de SAF (Sustainable Aviation Fuel) ao grupo Shell para abastecimento das suas aeronaves no aeroporto de Stansted.

De resto, esta compra dará para abastecer aviões para a realização de 200 voos entre Stansted e Madrid, informa a companhia aérea em comunicado.

O Memorando de Entendimento assinado entre a Ryanair e a Shell, em 2022, faz com que a companhia aérea lowcost tenha acesso a 360.000 toneladas de SAF entre 2025 e 2030, representando uma poupança de 900.000 toneladas em emissões CO2 e mostra as ferramentas que a Ryanair está a utilizar para descarbonizar, além de demonstrar o compromisso contínuo da Ryanair em atingir o net zero até 2050.

A Ryanair já avançou com os seus compromissos de descarbonização através do seu trabalho com o Trinity College Dublin no Centro de Investigação de Aviação Sustentável da Ryanair, e investindo fortemente em aeronaves de nova tecnologia, incluindo um investimento de 22 mil milhões de dólares na sua frota “Gamechanger”, que reduz as emissões de CO2 em 16%, e um investimento adicional de 40 mil milhões de dólares em 300 aeronaves Boeing 737 MAX-10 que reduzem as emissões de CO2 em 20% e o ruído em 50%, enquanto transportam 21% mais passageiros.

Thomas Fowler, diretor de Sustentabilidade e Finanças da Ryanair, avançou, durante a apresentação deste acordo que a Ryanair “continua a liderar o caminho da aviação sustentável. Ao utilizar SAF, as mais recentes tecnologias de motores e equipamento elétrico de assistência em terra, estamos a fazer investimentos significativos para descarbonizar as nossas operações e atingir os nossos compromissos de emissões líquidas zero de carbono até 2050 e 25% menos emissões de CO2 por passageiro/km até 2031”.

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Turismo

Francisco Calheiros mantém-se à frente da CTP por mais três anos

Francisco Calheiros foi reeleito presidente da Confederação do Turismo de Portugal para o período 2024-2027, em representação da AHRESP.

A lista encabeçada por Francisco Calheiros para liderar a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), em representação da Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), foi eleita para o próximo mandato de 2024 a 2027.

A eleição decorreu no dia 27 de março de 2024, em Assembleia Geral Eleitoral, tendo a lista única que se apresentou ao ato eleitoral recebido 94,9% do número total de votos expressos.

O presidente da CTP reeleito, Francisco Calheiros, “regista com satisfação a votação expressiva neste ato eleitoral, o que significa um voto de confiança dos associados da CTP nesta lista constituída pelos representantes do turismo nacional”.

Neste novo mandato, o presidente da CTP reeleito salienta pretender dar “continuidade ao trabalho que temos vindo a desenvolver em prol do setor do turismo e em defesa dos interesses dos nossos associados”.

“Neste próximo triénio temos muitos desafios pela frente e são várias as prioridades estratégicas que definimos, sabendo bem as dificuldades que enfrentamos, numa conjuntura nacional e internacional de grande incerteza. Mas sou um otimista e sei bem que saberemos ultrapassar todos os obstáculos e continuar a fazer do turismo o motor da economia portuguesa”, frisa Francisco Calheiros.

Os novos órgãos sociais para o próximo mandato têm como presidente da Mesa da Assembleia Geral, a Sociedade Grupo Pestana, SGPS, S. A., representada por José Theotónio e como presidente do Conselho Fiscal a Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S. A., representada por Jorge Rebelo de Almeida.

Para o triénio 2024-2027, a direção da Confederação do Turismo destaca como principais eixos estratégicos do novo mandato, num âmbito geral, a reforma do Estado; a execução do PRR; o PT2030; a fiscalidade e os custos de contexto e as questões da demografia.

Especificamente para o turismo, os temas prioritários da direção da CTP até 2027 são os apoios à consolidação e internacionalização das empresas; a transformação digital, a privatização da TAP e obviamente a decisão sobre o novo aeroporto.

Os órgãos sociais da CTP para o triénio 2024-2027 são:

Conselho Diretivo
Presidente: Francisco Calheiros (AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal)
Vice-presidente: Bernardo Trindade (AHP – Associação da Hotelaria de Portugal)
Vice-presidente: Carlos Moura (AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal)
Vice-presidente: Pedro Costa Ferreira (APAVT – Associação Portuguesa das Agência de Viagens e Turismo)
Vice-presidente: Jorge Armindo Teixeira (APC – Associação Portuguesa de Casinos)
Vice-presidente: Rodrigo Pinto de Barros (APHORT – Associação Portuguesa de Hotelaria, Restauração e Turismo)
Vice-presidente: Vítor Costa (ATL – Associação Turismo de Lisboa – Convention and Visitors Bureau)
Vogal: Hélder Martins (AHETA – Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve)
Vogal: Joaquim Robalo de Almeia (ARAC – Associação Nacional dos Locadores de Veículos)
Vogal: Luís Eduardo Miranda (ALEP – Associação de Alojamento Local em Portugal)
Vogal: José Luís Arnaut (ANA – Aeroportos de Portugal, S.A.)
Vogal: Manuel Proença (Hoti Hotéis, SGPS, S. A.)
Vogal: Luís Rodrigues (TAP, Transportes Aéreos Portugueses, S. A)

Mesa da Assembleia Geral
Presidente: José Theotónio (Grupo Pestana, SGPS, S. A)
Vice-presidente: António Moura Portugal (RENA – Associação das Companhias Aéreas em Portugal)
Secretária: Rosa Maria Costa (Associação Visit Azores)

Conselho Fiscal
Presidente: Jorge Rebelo de Almeida (Vila Galé – Sociedade de Empreendimentos Turísticos, S. A.)
Vice-presidente: António Jardim Fernandes (ACIF – Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira)
Vogal: Frederico Sanches (CNIG – Conselho Nacional da Indústria do Golfe)

A tomada de posse dos novos órgãos sociais realizar-se-á no dia 11 de abril, às 15h00, no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa

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MotoGP aumenta compras no Algarve com destaque para o consumo estrangeiro

De acordo com o relatório REDUNIQ Insights, a faturação dos negócios no Algarve cresceu 13% durante o Grande Prémio de Portugal de MotoGP, tendo esta subida sido mais expressiva na faturação estrangeira (+ 16%), do que na faturação nacional (+ 11%).

O Grande Prémio de Portugal de MotoGP, que decorreu no Autódromo Nacional do Algarve no último fim de semana, provocou um aumento de 13% das compras na região, numa subida que foi mais expressiva entre os estrangeiros, segundo o relatório REDUNIQ Insights.

O relatório, acrescenta a REDUNIQ, a maior rede nacional de aceitação de cartões nacionais e estrangeiros e marca da UNICRE, concluiu que “entre 22 e 24 de março de 2024, e face ao período do evento do ano passado (de 24 a 26 de março de 2023), a faturação dos negócios no Algarve cresceu, tendo esta subida sido mais expressiva na faturação estrangeira (+ 16%), do que na faturação nacional (+ 11%)”.

No domingo, dia 24 de março, data em que decorreu a corrida principal do Grande Prémio, registou-se um aumento da faturação e do número de transações de 22% e 21%, respetivamente, face ao dia 26 de março de 2023, quando decorreu a corrida principal da prova do ano passado.

“Esta performance positiva vem corroborar as estimativas de impacto económico de cerca de 80 milhões de euros e perto de 200 mil pessoas na assistência partilhadas pelo Turismo do Algarve e pelo Autódromo Internacional do Algarve (AIA) aquando da realização desta que é a segunda etapa do Campeonato do Mundo de Moto GP”, afirma Tiago Oom, Chief Commercial Officer da UNICRE e porta-voz oficial do REDUNIQ Insights.

No que diz respeito à faturação estrangeira, indica o relatório, o maior contributo veio do Reino Unido, que representou 11% do total de faturação em Faro no fim de semana da competição, seguindo-se a Irlanda e a Alemanha com 8% e 5%, respetivamente, e que “revalidam o top de nacionalidades registado também no evento do ano passado”.

Já no que diz respeito ao valor da compra média, o destaque foi para a Irlanda, que registou um valor de aproximadamente 102 euros por compra durante o fim de semana do Grande Prémio de Portugal de MotoGP.

“A realização deste género de eventos, e particularmente uma semana antes da Páscoa, acaba por atrair muitos consumidores estrangeiros para a região do Algarve, mas também uma elevada afluência, tanto nacional, como internacional, de interessados por esta competição, que é tão reconhecida a nível mundial”, acrescenta Tiago Oom.

A restauração (+17%), o retalho alimentar tradicional (+17%) e a hotelaria e atividades turísticas (+12) foram os setores de atividade que maior aumento de faturação registaram durante a realização da prova, com o relatório a especificar que a faturação estrangeira a aumentou 19%, 18% e 14% nestas categorias, respetivamente.

 

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Four Seasons lança linha de iates de luxo em 2026

O primeiro dos iates de luxo da Four Seasons, que vai contar com 95 suítes, vai começar a navegar nas Caraíbas, em janeiro de 2026, sendo posteriormente posicionado no Mediterrâneo.

A Four Seasons vai entrar no negócio do turismo marítimo e prepara-se para lançar, em 2026, uma linha de iates de luxo, cujo primeiro navio já está a ser construído nos estaleiros italianos de Fincantieri, e que entra em operação em janeiro de 2026.

De acordo com a publicação britânica Travel Weekly, o primeiro dos iates de luxo da Four Seasons, que vai contar com 95 suítes, vai começar a navegar nas Caraíbas, sendo posteriormente posicionado no Mediterrâneo.

Ao longo do primeiro ano de operação, o primeiro iate de luxo da Four Seasons vai visitar mais de 130 destinos em 30 países, itinerários que podem ser combinados e que permitem até incluir pré e pós-tours nos portos de embarque, com alojamento em hotéis da Four Seasons.

Nas Caraíbas, os primeiros itinerários desta embarcação têm a duração de sete noites e vão visitar St Barths, Nevis, Granadinas, Santa Lúcia, Barbados, Martinica, Guadalupe, Curaçao e Aruba.

A partir de março, o iate de luxo da Four Seasons muda-se para o Mediterrâneo, onde o navio começa a realizar itinerários a partir de dia 26, neste caso, com escalas na Croácia, Gibraltar, ilhas gregas, Montenegro, Itália, Espanha e Turquia.

Além de 95 suítes para alojamento dos passageiros, o primeiro iate de luxo da Four Seasons vai contar também com 11 opções gastronómicas, oferta de spa e bem-estar, e piscina exterior de generosas dimensões, uma vez que conta com quase 19 metros de comprimento e cinco metros de largura, sendo considerada a maior existente num navio.

“Estamos entusiasmados por mostrar destinos de tirar o fôlego e o design de classe mundial que aguardam os hóspedes a bordo do Four Seasons Yachts à medida que nos aproximamos da nossa temporada inaugural em 2026”, afirma Alejandro Reynal, presidente e CEO da Four Seasons.

 

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Delta considerada companhia aérea mais valiosa do mundo

A Delta foi considerada, pela análise da Brand Finance, como a companhia aérea mais valiosa do mundo. De resto, os três primeiros lugares são liderados por companhias aéreas dos EUA.

Segundo a análise anual da Brande Finance, a Delta é a companhia aéreas mais valiosas do mundo, com um valor de 10,8 mil milhões de dólares (cerca de 9,96 mil milhões de euros), correspondendo a uma subida de 21% face ao ranking anterior.

O ranking coloca, de resto, três companhias aéreas norte-americanas nos três primeiros lugares, sendo o segundo lugar ocupado pela American Airlines, com um valor de 10,2 mil milhões de dólares (cerca de 9,4 mil milhões de euros) e uma subida de 21% face a 2023, e a terceira posição pela United Airlines, atribuindo-lhe um valor de 8,7 mil milhões de dólares (cerca de 8 mil milhões de euros), uma evolução de 11% relativamente ao ranking do ano passado.

As restantes sete posições do ranking das companhias aéreas da Brand Finance pertencem a: 4.ª Emirates (6,6 mil milhões de dólares); 5.ª Southwest (5,4 mil milhões de dólares; 6.ª British Airways (3,2 mil milhões de dólares); 7.ª Qatar Airways (3,1 mil milhões de dólares); 8.ª Air Canada (2,8 mil milhões de dólares); 9.ª China Southern Airlines (2,8 mil milhões de dólares); e 10.ª Ryanair (2,5 mil milhões de dólares).

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