IATA: Maio trouxe melhorias mas tráfego continua “muito abaixo” dos níveis pré-pandemia
De acordo com a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo, apesar das melhorias no tráfego doméstico e internacional, a procura global por viagens aéreas caiu 62,7%, em maio.
Inês de Matos
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Apesar de reconhecer melhorias em maio, tanto ao nível do tráfego doméstico como internacional, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) revelou esta quarta-feira, 7 de julho, que a procura global por viagens aéreas continuou a estar “muito abaixo” dos níveis pré-pandemia, tendo-se registado uma descida de 62,7% face a maio de 2019.
De acordo com os mais recentes dados da associação, que foram divulgados em comunicado, apesar da descida global de 62,7% em maio, apurou-se “um ganho em relação à queda de 65,2% registrada em abril de 2021”, muito por culpa do tráfego doméstico, já que, apesar de ter registado uma pequena melhoria face ao mês anterior, a procura internacional voltou a apresentar uma quebra preocupante, principalmente devido à manutenção de “extensas restrições governamentais às viagens”.
Os dados da IATA mostram que, em maio, a procura internacional por viagens aéreas ficou 85.1% dos números de 2019, com a associação a destacar, no entanto, que houve “um pequeno aumento em relação ao declínio de 87,2% registado em abril de 2021 face a dois anos atrás” e que “todas as regiões, com exceção da Ásia-Pacífico, contribuíram para essa melhoria modesta”.
Já a procura por viagens domésticas apresentou uma descida de 23,9% face a maio de 2019, também com uma “ligeira melhoria” face aos números de abril, quando as viagens domésticas tinham caído 25,5% face a igual mês de 2019, mantendo-se a China e a Rússia como os mercados domésticos com melhor performance e os únicos onde se regista um “crescimento positivo” face a 2019, enquanto o Japão e a Índia assistiram a uma descida das viagens domésticas devido à nova variante Delta da COVID-19.
“Estamos começando a ver desenvolvimentos positivos, com alguns mercados internacionais a abrirem para viajantes vacinados”, afirma Willie Walsh, diretor geral da IATA, que se mostra, no entanto, dececionado por ver que muitos governos continuam a manter as restrições às viagens, apesar do verão estar aí à porta.
Por regiões, os dados da IATA mostram que a Ásia-Pacífico foi a única região onde o tráfego aéreo internacional caiu mais em maio do que em abril, registando-se uma descida de 94,3%, quando no mês anterior esta quebra tinha sido de 94,2%, numa descida que foi comum também à capacidade, onde houve um decréscimo de 86,4%, assim como ao load factor, que caiu 45,5 pontos percentuais, ficando-se pelos 33,2%, o mais baixo de todas as regiões.
América Latina com melhoria “notável”
Depois da Ásia-Pacífico, a região com pior performance foi a Europa, onde o tráfego internacional desceu 84,7% em maio, o que indica uma ligeira recuperação comparativamente aos números de abril, quando a descida tinha sido de 87,7% face a igual mês de 2019. Já a capacidade na Europa desceu 75.7%, enquanto o load facto caiu 31,3 pontos percentuais, para 52,9%.
No Médio Oriente, os dados da IATA apontam ainda para uma descida de 81,3% no tráfego internacional de maio, também com uma ligeira melhoria face ao mês anterior, quando a quebra tinha sido de 82.9%. A capacidade, por sua vez, desceu 63.7% e o load factor perdeu 35,3 pontos percentuais, para 37,7%.
A América Latina apresentou ainda uma descida do tráfego internacional de 75.1% em maio, o que, segundo a IATA, representa uma melhoria “notável” face à quebra de 80,9% apurada em abril, ainda que a capacidade também tenha descido 69,9% e o load factor 14,6 pontos percentuais, mantendo-se, no entanto, como o mais elevado de todas as regiões pelo oitavo mês consecutivo.
Na América do Norte, a descida do tráfego internacional foi de 74.4% face a maio de 2019, o que representou, também nesta região, uma “melhoria” face à descida de 77,6% comunicada em abril. Já a capacidade desceu 58.5% e o load factor perdeu 32,2 pontos percentuais, para 51,7%.
África foi a região em todo o mundo com menor quebra do tráfego aéreo internacional em maio, com a IATA a apontar para um descida de 71.4%, o representa também uma recuperação face à quebra de 75,6% apurada em abril, ainda que a capacidade tenha caído 61,8%, enquanto o load factor desceu 16,9 pontos percentuais, para 50,2%.
“Muitos governos continuam a agir como se a única ferramenta do seu arsenal anti-COVID-19 fosse o encerramento de fronteiras ou uma quarentena à chegada”, denuncia Willie Walsh, que defende que os governos devem passar a tomar decisões com base nos dados e na estratégia de risco.