easyJet diz que nova taxa de carbono é “ineficaz e inadequada”
A taxa de carbono entrou em vigor a 1 de julho, passando a cobrar dois euros a todos os passageiros de avião e cruzeiros, independentemente das emissões de CO2.
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A easyJet veio esta terça-feira, 6 de julho, criticar e pedir a suspensão da nova taxa de carbono, que entrou em vigor a 1 de julho e se aplica aos passageiros de avião e cruzeiros, considerando que esta taxa corresponde, na verdade, a um imposto “ineficaz e inadequado”, uma vez que “não está vinculado às emissões de CO2” e vai acabar por ser pago pelos passageiros, tornando os bilhetes de avião mais caros.
“O imposto deve ser avaliado antes da sua implementação, pois não é clara a forma de como o governo pretende usar as receitas do mesmo para combater as mudanças climáticas. Em última instância, esta medida será apenas um novo imposto cobrado sobre os passageiros que levará a um aumento nas passagens aéreas para os clientes”, denuncia a easyJet, num comunicado enviado à imprensa.
A easyJet reafirma que está disponível para apoiar “proativamente medidas para reduzir o impacto da aviação no meio ambiente”, mas considera que “este imposto não se revela eficaz porque, como é uma taxa fixa – em que todos pagam 2 euros -, não pode refletir a pegada de carbono das diferentes companhias aéreas e viagens”, motivo pelo qual considera que não se pode dizer que esta é uma taxa ecológica, pois “não está diretamente ligada às emissões de CO2”.
A companhia aérea britânica pede, por isso, esclarecimentos sobre “como esta medida vai apoiar o setor da aviação a ser mais sustentável e se as receitas serão investidas em I&D para novas tecnologias disruptivas de emissão zero” e quer também saber se “os recursos que vão para o Fundo Ambiental para serem usados exclusivamente em projetos ambientais relacionados com a investigação e desenvolvimento de tecnologias como hidrogênio ou eletricidade ou em projetos de compensação de carbono Gold Standard”.
Além destes esclarecimentos, a easyJet pede também que exista um período de “carência de um ano para desenvolvimento e testes antes do início da implementação da Portaria 38/2021”.
“Este imposto é incorreto, pois não traz nenhum benefício para o meio ambiente enquanto não estiver diretamente ligado às emissões e as suas receitas não forem reinvestidas em novas tecnologias de emissão zero. Não contribui para melhorar a sustentabilidade da indústria e, além disso, impede a recuperação da economia nacional que está dependente do turismo. Um imposto sobre passageiros não é a abordagem correta, pois não incentiva as companhias aéreas a tornarem-se mais sustentáveis”, refere José Lopes, diretor geral da easyJet em Portugal.
No comunicado divulgado, a easyJet lembra ainda que está comprometida com a sustentabilidade e que foi a primeira grande companhia aérea a compensar todas as emissões de carbono nos seus voos, estratégia que diz acreditar ser “a maneira mais eficaz para ter impacto agora”, ainda que admita que esta é uma medida provisória, motivo pelo qual tem vindo a trabalhar para impulsionar o desenvolvimento de tecnologias que promovam a sustentabilidade na aviação.
“A easyJet reitera o seu compromisso com uma indústria de aviação segura e continuará a compensar totalmente as emissões de carbono de todos os voos em nome dos seus passageiros. Está focada em operar de forma eficiente hoje, ao usar a sua moderna frota de aviões (15% mais eficientes em termos de combustível) e impulsionar o desenvolvimento de tecnologias de emissão zero para o futuro com os parceiros Airbus e Wright Industries. Continuamos empenhados em trabalhar com a ANAC e o Governo português para implementar medidas para cumprir a meta líquida de zero da indústria até 2050″, acrescenta José Lopes.