PM não acredita que turismo “seja uma grande alavanca da recuperação económica” em 2021
António Costa acredita que a retoma do turismo vai ser “progressiva” e diz que “não haverá normalização do turismo à escala global seguramente antes de 2022/2023”

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O primeiro-ministro, António Costa, não acredita que o turismo “seja uma grande alavanca da recuperação económica” em 2021 e, apesar de reconhecer que o setor “é uma componente essencial” da base económica nacional, sublinha que as alavancas previstas para a recuperação nacional “são as que estão no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”.
“Não acredito que este ano o turismo seja uma grande alavanca da recuperação económica. Em segundo lugar, as alavancas que temos previstas para a recuperação são as que estão no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e que passam, aliás, por outras atividades que não propriamente o turismo. Agora, o turismo é uma componente essencial da nossa base económica”, disse António Costa, em entrevista à TSF, JN e DN.
O primeiro-ministro defendeu, no entanto, que este ano mostrou a importância que o turismo tem para a economia nacional, uma vez que a atividade turística não tem apenas um impacto direto no setor.
“Antes da COVID-19 até estava na moda ter algum desprezo, alguma desconsideração, algum desvalor, pela atividade turística. Este ano e tal demonstrou bem o que significa o turismo – o turismo não significa só rendimento para quem utiliza as habitações para alojamento local. Se for perguntar a toda a indústria do agroalimentar eles explicam-lhe bem que o canal Horeca teve um peso muito significativo na perda de rendimentos de milhares de agricultores em todo o país”, exemplificou o líder do executivo.
Para o primeiro-ministro, 2021 ainda não será o ano da recuperação turística, uma vez que, defende, a retoma deverá ser “progressiva”, já que “as pessoas vão ter ainda receios, pois o nível de vacinação não é o mesmo em todas as zonas do Mundo”.
“Não haverá a normalização do turismo à escala global seguramente antes de 2022/2023. Vai ser uma retoma progressiva, as pessoas vão ter ainda receios, pois o nível de vacinação não é o mesmo em todas as zonas do Mundo. Toda a dinâmica da viagem, da confiança, isso vai infelizmente levar algum tempo a retomar, mas irá acontecer, e um país que foi três anos consecutivos considerado o melhor destino turístico do Mundo, só tem razão para estar confiante”, afirmou.
António Costa mostra-se, no entanto, confiante em relação à atual situação epidemiológica do país, considerando que Portugal está “claramente numa fase de viragem de página”, em que tem conseguido “manter a pandemia controlada” e avançar no desconfinamento e na vacinação.
“Portanto, estamos aqui numa fase de viragem. Eu diria que o verão completará essa viragem, se não houver novas surpresas que o vírus nos provoque”, defendeu António Costa.