Regiões de Turismo criticam plano de retoma da TAP. Companhia diz que vai colaborar com todos os agentes económicos
Depois do plano de retoma de voos para junho e julho ter sido muito criticado, o Conselho de Administração da TAP afirma que “vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos, nomeadamente associações empresariais e entidades regionais de turismo”.
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O conselho de Administração da TAP SGPS, SA emitiu, esta quarta-feira, um comunicado em que afirma que “está empenhada e vai de imediato colaborar com todos os agentes económicos, nomeadamente associações empresariais e entidades regionais de turismo, para viabilizar o maior número de oportunidades, adicionar e ajustar os planos de rota anunciados para este momento de retoma por forma a procurar ter um serviço ainda melhor e mais próximo a partir de todos os aeroportos nacionais onde a TAP opera, o que, considerando o período difícil que Portugal atravessa, ficará, naturalmente, subordinado aos constrangimentos legais que existam quanto à mobilidade das pessoas e ao transporte aéreo”.
O comunicado surge depois do coro de críticas dos autarcas do norte sobre o plano de retoma de voos da TAP, e já depois de António Costa ter dito que a companhia tem o dever legal de “gestão prudente” e um plano de rotas sem prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras de Portugal “não tem credibilidade”.
Recorde-se que companhia anunciou na passada segunda-feira, dia 25 de maio, o plano de retoma de voos para junho e julho. Para o aeroporto Aeroporto Francisco Sá Carneiro, a companhia aérea anunciou que as ligações para Lisboa aumentarão para três por dia em junho e, em julho, serão repostas as ligações diretas do Porto aos principais mercados de destino e origem de passageiros da TAP desde o aeroporto Francisco Sá Carneiro, concretamente Paris, Luxemburgo e a Madeira.
O plano suscitou várias críticas. A começar pelos autarcas e pelo turismo do Porto e Norte,mas também do presidente do Turismo do Algarve, João Fernandes, e o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), António Miguel Pina, que contestaram esta quarta-feira, dia 27, o plano de rotas aéreas para os próximos dois meses, por “não servir o principal destino turístico nacional”.
“Antes da pandemia, a suposta companhia aérea de bandeira do país assegurava apenas 3 voos diários de Lisboa a Faro, numa tímida ponte aérea com o hub nacional. Quando a pandemia eclodiu na Europa, a TAP foi expedita a suprir as já reduzidas ligações ao Aeroporto Internacional de Faro e, de acordo com o plano agora apresentado, o reatar da atividade para o Algarve será muito lento, com apenas duas ligações diárias em julho”, defendem João Fernandes e António Miguel Pina.
Para os presidentes do Turismo do Algarve e da AMAL, o plano de retoma de parte da operação anunciado segunda-feira pela companhia aérea TAP «não serve o Algarve, nem segue o exemplo das congéneres aéreas mundiais, que anunciaram uma retoma mais robusta da operação para a região», sustentam, citando como exemplo as companhias Edelweiss (com primeiro voo comercial Zurich-Faro a 28 de maio), Luxair Tours (voo Luxemburgo-Faro a 31 de maio) ou Transavia Netherlands (com operação Amesterdão-Faro a partir de 04 de junho).
Também o presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa, Vitor Costa, discorda da estratégia de retoma de operação anunciada pela TAP para os próximos dois meses.
A concentração de ligações aéreas em Lisboa não é do interesse da Região, tendo em conta que a maioria do tráfego é apenas de ligação a outros destinos europeus, ocupando assim slots que podem ser relevantes para a operação turística.
“O plano da TAP deve ser profundamente reformulado, de forma a estabelecer ligações diretas a outros aeroportos nacionais, nomeadamente Porto, Faro e Funchal libertando assim a capacidade no aeroporto de Lisboa para tráfego de interesse turístico, em vez de concentrar toda a operação no hub de Lisboa”, defende Vítor Costa, presidente da Entidade Regional de Turismo da Região de Lisboa.