“É um ano muito atípico em que precisamos da ajuda do Estado”
O administrador do grupo Portobay e ex-secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, apelou esta sexta-feira, dia 15 de maio, à continuidade do apoio do Estado à manutenção dos postos de trabalho no turismo.
Carina Monteiro
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O administrador do grupo Portobay e ex-secretário de Estado do Turismo, Bernardo Trindade, apelou esta sexta-feira, dia 15 de maio, à continuidade do apoio do Estado à manutenção dos postos de trabalho no turismo. Para Bernardo Trindade, que falava na web conferência “Porto e Norte: Preparar o Futuro”, promovida pelo Publituris, com o apoio da Entidade Regional de Turismo Porto e Norte, pouco importa que a partir de julho se continue a chamar lay off simplificado, o que é necessário é ter “um programa de apoio à manutenção dos postos de trabalho” .
“É um ano muito atípico e um ano em que precisamos muito da ajuda do Estado português, em particular na questão do lay off. As empresas são instrumentais na manutenção dos postos de trabalho. São as empresas que criam emprego, não é o Estado. É essencial que assumamos um compromisso entre pares. Nós assumiremos o risco de termos ocupações muito baixas, no limite perderemos dinheiro, mas é importante do ponto de vista do setor público que haja um sinal claro de apoio à manutenção dos postos de trabalho. Nós faremos a nossa parte, estamos certos que o governo fará também a sua parte”.
Para o responsável do grupo PortoBay, a reabertura dos hotéis levanta um conjunto de interrogações, desde logo, a questão a procura. “Sabemos que 90% da procura por Portugal chega por avião, desse ponto de vista o que temos vindo a verificar é que há disponibilidade para retomar por parte das companhias aéreas. Mas assistimos simultaneamente a um conjunto de efeitos interessantes. Companhias aéreas provenientes de países como o Reino Unido e Espanha começaram a planear a retoma, mas foram simultaneamente confrontadas com as decisões políticas do confinamento e da quarentena. Isso obstaculiza o cumprimento deste objetivo”.
Na opinião de Bernardo Trindade, o futuro próximo será marcado “por muita flexibilidade”, ou seja, as dinâmicas de procura “estarão sempre muito associadas às perspectivas de ocupação que os aviões venham a ter”.
Tendo em conta que “no futuro próximo teremos menos companhias a voar, menos companhias e os mesmos destinos, alguns deles com mais recursos que Portugal”, Bernardo Trindade considera que, mais do que ter novas rotas, é preciso “partilhar o risco nas operações aéreas e, desse ponto de vista, dotar o Turismo de Portugal dos recursos para apoiar estas dinâmicas de procura”.
O responsável recordou o que foi feito em 2008, no rescaldo da crise das dívidas soberanas, em que foram criadas condições para que aeroportos e o Turismo de Portugal pudessem apoiar “com criatividade e recursos financeiros a questão da manutenção de rotas aéreas”. “As pessoas já não se lembram, mas a base da Ryanair no Aeroporto Sá Carneiro é desse tempo e vejam o que representou para a região Porto e Norte”.
Bernardo Trindade prevê uma retoma “muitíssimo gradual” e defende aposta na mobilidade interna. “Temos de olhar para a mobilidade interna e olhar para as comunidades emigrantes. É importante que as companhias olham para os nossos compatriotas em França, no Reino Unido, na Alemanha, na Suíça, e encontrem aí também bons estímulos para que a procura por Portugal e a região Norte possa ser uma realidade”.
Bernardo Trindade, que é também vogal do conselho de administração da TAP, reconhece que a companhia terá este ano um papel fundamental na retoma das ligações aéreas nos aeroportos portugueses. “Sabemos que as companhias aéreas, nomeadamente aquelas onde o peso da estrutura é maior, vivem uma crise muito acentuada. Todas em geral já requereram ajuda às instituições europeias e a TAP, em particular, vai fazê-lo previsivelmente entre o final de maio e a primeira quinzena de junho. Esperamos que essa resposta seja positiva e alinhada com aquilo que outras companhias aéreas tem sido beneficiárias”.
“Sabemos que no essencial este ano há que olhar muito e com muita atenção para o destino Portugal e as suas diversas regiões e a companhia de bandeira TAP não pode ser indiferente a este esforço e a sua atenção também tem de ser direcionada para a retoma dos nossos destinos nacionais”, conclui.
Em Portugal, o Grupo PortoBay tem hotéis na Madeira, Algarve, Lisboa e, mais recentemente, no Porto.
Com a crise da pandemia de COVID-19, a cadeia encerrou os hotéis. Numa primeira fase, a prioridade do grupo, foi repatriar os clientes e colocar os colaboradores em segurança. “Este tem sido um tempo utilizado para fazer melhoria das infraestruturas, para proceder a formações com os nossos colaboradores. Este confinamento tem proporcionado uma janela de oportunidade noutras áreas”.